quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A Revolução Cubana

Em 1959, durante a Guerra Fria, em uma ilha situada a pouco mais de 100 Km do litoral da Flórida, nos EUA, ocorreu uma Revolução Socialista, movimento que derrubou uma ditadura favorável aos EUA. Sob a influência soviética, o país foi alvo de disputa entre as duas superpotências.

Cuba e os EUA
A interferência estadunidense na ilha cubana iniciou durante a guerra entre EUA contra Espanha, que culminou com a independência cubana, em 1898, último domínio colonial espanhol na América. Tropas dos EUA permaneceram na ilha até 1902, quando o primeiro presidente tomou posse.
Desde a independência da Espanha, Cuba passou a ser uma área de influência dos EUA. Em 1901, foi elabora a primeira Constituição cubana. Por pressão dos EUA, foi aprovada uma emenda constitucional, a Emenda Platt, que dava o direito ao governo dos EUA em intervir militarmente na ilha, sempre que seus interesses fossem ameaçados.
Em Cuba, durante toda a primeira metade do século XX, sobreviveu economicamente da venda do açúcar produzido na ilha aos EUA e o turismo. A concentração de renda estava nas mãos de poucas famílias locais e de empresários estadunidenses. Durante este período, a política do país foi marcada por eleições fraudulentas e por governos de presidentes-ditadores, corruptos e violentos.

O golpe de Fulgêncio Batista
Em 1952, Fulgêncio Batista deu um Golpe de Estado e se auto proclamou presidente do país. Passou a governar com apoio de empresários que lucravam com a exploração de cassinos e da prostituição. Na Universidade de Havana, os estudantes criticavam o Golpe de estado, entre eles estava Fidel Castro, estudante do curso de direito.

Fidel castro se embrenha nas matas das montanhas de
Sierra Maestra e inicia o movimento popular revolucionário
Processo Revolucionário
Fidel Castro não tinha intenção de instalar o comunismo na ilha e sim industrializar Cuba e erradicar a dependência econômica estrangeira. Em 1953 Fidel, com 26 anos de idade, com a intenção de derrubar o governo ditatorial de Fulgêncio, liderou um grupo de 120 homens e tentaram tomar o quartel de Moncana, situada na cidade cubana de Santiago. O movimento fracassou, Fidel foi preso e condenado a quinze anos de prisão. Em 1955 foi anistiado e se mudou para o México.
No México, fundou uma organização política, o Movimento Revolucionário 26 de Julho (MR-26). Lá contou com a ajuda do médico argentino Ernesto “Che” Guevara. Os revolucionários planejavam desembarcar em Cuba e iniciar a revolução, contando com o apoio popular.
Em de dezembro de 1956, Fidel e Che chegaram em Cuba contando com ajuda de 80 homens abordo de um pequeno iate, chamado de Granma. Porém, antes de chegar a praia, encalharam em um recife de coral, foram atacados pelo exército de Fulgêncio e 70 revolucionários morreram no confronto. Os 12 sobreviventes, se embrenharam nas matas da cadeia de montanhas de Sierra Maestra.
Fidel castro e Ernesto Che Guevara chegam vitoriosos
a Havana em  01 de janeiro de 1959
Neste momento, a sociedade cubana fazia críticas a Fulgêncio. Sindicatos de trabalhadores, movimentos estudantis, Partido Comunista Cubano e o Partido Socialista Popular faziam forte oposição ao governo.
Os revolucionários refugiados nas montanhas começaram a organizar um movimento de guerrilha contra Fulgêncio. No final de 1958, os rebeldes “barbudos”, como eram chamados já recebiam grande apoio da população cubana, tanto do campo quanto da cidade e de setores organizados. Se organizaram e formaram quatro colunas militares para derrubar o presidente. Em 1º de janeiro de 1959, Fidel Castro, Che. Fidel Castro no poder tomou várias medidas, entre elas:
-Realizou reforma agrária, distribuindo terras para 200 mil famílias camponesas;
-Reduziu em 50% o preços dos aluguéis, medicamentos e nas tarifas de eletricidade e telefone;
Revolução Cubana teve amplo apoio da população local
-Nacionalizou os bancos e empresas consideradas estratégicas, como refinarias de petróleo e companhia de eletricidade (todas de capital estadunidense);
-Instituiu um piso salarial para os cortadores de cana-de-açúcar;
-Investiu pesadamente na educação, erradicando o analfabetismo;
-Criou uma lei que impedia a posse de terras por estrangeiros;
-Formou tribunais revolucionários, para julgar e fuzilar políticos corruptos, policiais e torturadores do governo Fulgêncio.

A reação dos EUA
O presidente dos EUA, John Kennedy, estava disposto recuperar a ilha, para seu domínio, principalmente após o acordo comercial entre Cuba e URSS. Desde o início da revolução, o governo dos EUA monitorava a ilha, através de sua agência de espionagem criada em 1947, a CIA. 
EUA não aceitaram a instalação de uma
república socialista em seu "quintal"
O governo de Kennedy estava disposto a derrubar o governo revolucionário. Os EUA adotaram o chamado embargo econômico, proibindo as exportações para Cuba, exceção aos remédios e alimentos. Além disto, sabotaram as usinas de açúcar e estouraram uma bomba no porto de Havana, matando cerca de 100 cidadãos cubanos.
Kennedy foi além: reuniu e treinou um grupo de cubanos que estavam exilados nos EUA e organizaram uma invasão à ilha. Em 17 de abril de 1961, cerca de 15000 homens cubanos, a maioria deles ex colaboradores de Fulgêncio, desembarcaram na Baía dos Porcos e foram recebidos pelo exército de Fidel. A invasão falhou, muitos morreram e cerca de 1200 foram presos. Temendo uma nova invasão do seu vizinho, Fidel Castro declarou que a revolução era Socialista, buscando apoio e proteção com a URSS.

A crise dos mísseis quase levou o mundo a uma
guerra nuclear
Crises dos Mísseis
A URSS resolveu dar proteção militar à Cuba. Kruschev iria construir uma base de lançamento de mísseis nucleares de médio alcance, com capacidade de chegar ao sul dos EUA. Os soviéticos pretendiam enviar soldados, submarinos, aviões caça, bombardeiros etc., e assim proteger a ilha de futuras invasões.
Aviões de espionagem dos EUA fotografaram em 14 de outubro de 1962, as bases militares cubanas, com suas rampas de lançamento de mísseis. Dia 22 de outubro, presidente John Kennedy vai a TV e em pronunciamento, fala aos estadunidenses que foi tomado conhecimento por tade de seu governo, que navios soviéticos estavam a caminho de Cuba, levando mísseis nucleares.
A tenção por uma guerra nuclear tomou conta do mundo. Kennedy e Kruschev passaram a negociar a situação, chegando a um acordo: a URSS não construiria a base de lançamento de mísseis nucleares e retornaria com seu cargueiro à União soviética. Os EUA se comprometeram em não invadir Cuba e retirar suas bases militares na Turquia (próximo a URSS).

Revolução para América
Ernesto Che Guevara foi executado em 8 de outubro
de 1967, pelo exército boliviano
Os planos de Fidel e Che era de levar a Revolução para o restante da América Latina e erradicar a pobreza e dependência econômica estrangeira da região. Seguiriam, para tanto, o mesmo modelo utilizado com sucesso na em Cuba: organizar guerrilhas e contar com o apoio popular para a tomada de poder. Passaram a financiar movimentos no Brasil, Bolívia, Venezuela, Argentina, Colômbia e
Guatemala.
Os EUA não estavam dispostos a perder mais influência no continente e começaram a investir em golpes militares em toda a América Latina. Os guerrilheiros não receberam o apoio popular desejado, Che foi deletado por camponeses bolivianos e morto pelo exército da Bolívia em 8 de outubro de 1967. Fidel desistiu de apoiar a revolução na América Latina e a economia cubana ficou dependente da exportação de açúcar para a URSS e de uma ajuda econômica recebida anualmente por parte dos soviéticos. Fidel não conseguiu industrializar a ilha.




- Guerra Fria
-Golpe Militar de 1964
-Anos de Chumbo

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