A Civilização Axum
A
poderosa civilização de Axum, se localizou na região africana, conhecida como
Chipre, ao oeste do continente. Hoje abriga a Somália, Etiópia, Eritreia e
Djibuti.
Origem
Grupos
humanos, vindos do sul da península Arábica, no século VII a.C., se
estabeleceram na atual região do Chipre. Lá se dedicaram a agricultura e a
criação de gado.
Importância do
comércio
A
escrita já era conhecida por essa população, que passou a utilizá-la em suas
transações comerciais. O comércio crescia, devido às caravanas de mercadores
vindos de diversas regiões da África, península Arábica e da Índia. Com o
comércio, as aldeias cresceram e se transformaram em cidades. Duas cidades se
destacaram: Adúlis e Axum.
Cidade de Adúlis
No
século II a.C., Adúlis contava com o mais movimentado porto do mar Vermelho.
Por lá saíam em direção ao Egito, Grécia, Índia e China mercadorias de luxo
como marfim, chifres de rinoceronte, carapaças de tartaruga, artigos de ferro e
bronze, além de escravos.
Cidade de Axum
A
cidade de Axum, situada no interior, era outro importante centro comercial. Por
lá passavam mercadores vendendo artigos valorizados na época, como ouro, sal e
plumas. Em seu apogeu, a cidade controlava todo o comércio de mercadorias entre
o interior da África e Adúlis e entre Adúlis e o Egito.
O império de Axum
Devido
a sua localização estratégica, a cidade de Axum enriqueceu e expandiu seus
territórios. Entre os séculos III e IV, conquistaram territórios da Península
Arábica, a Etiópia do Norte e parte da antiga Pérsia, tornando-se um dos mais
poderosos impérios da passagem da Idade Antiga para a Idade Média. Ainda no
século IV, os axumitas destruíram a cidade de Meroé, capital do império Kush,
fragmentando-o reino. Da derrota de Kush nasceram três reinos diferentes, o
Nobatia, o Makuria e o Alodia, que ficaram todos sobre influência de Axum.
Campo das estrelas, monumentos religiosos ou funerários, na cidade de Axum. |
Com
o vasto território conquistado, o reino de Axum passou a dominar todas as rotas
de comércio que passavam pelo sul da Península Arábica e pela Arábia
meridional, pela região da Núbia e da Etiópia, que atravessavam o Mar Vermelho.
Conseguiu também terras férteis que possibilitaram a agricultura e a pastagem
de alguns bovinos. Para administrar e controlar o fluxo comercial desta região,
o reino de Axum cunhou sua própria moeda também, chegando a estabelecer trocas
comerciais com a Índia e a China.
Reino Cristão
Um
dos acontecimentos mais importantes da história do reino de Axum foi a
conversão ao cristianismo do rei Ezana, no século IV, por um monge cristão de
origem fenícia, chamado Frumêncio (que depois foi bispo de Axum e considerado
santo). Após a conversão do rei Ezana, toda a região da Etiópia e grande parte
da região da Núbia receberam forte influência do cristianismo e a maior parte
da população também se converteu, tornando Axum um império eminentemente
cristão.
Uma
das características desta fase é a construção das famosas onze Igrejas, que
foram esculpidas em rochas, no solo. Essas Igrejas são consideradas patrimônio
histórico da humanidade e fazem parte da tradição da Igreja Ortodoxa Etíope.
Além das Igrejas, várias outras construções do reino de Axum são notáveis, tais
como obelisco, imensas torres de pedra, tumbas e outros templos na época anterior
à conversão ao cristianismo.
Decadência
A
partir do século VII se inicia a decadência de Axum, primeiro devido à
instabilidade comercial causada pelas disputas entre bizantinos e os persas do
Império Sassânida e, após 632, pela expansão dos domínios dos árabes
muçulmanos. Apesar de que as relações com os muçulmanos foram inicialmente
amistosas, a partir do século VII a ascensão da dinastia omíada causou seu
declínio final. Os árabes dominaram o comércio do mar Vermelho, conquistando
Adúlis e cortando as rotas comerciais do Império de Axum.
A
produção agrícola caiu, provocado por problemas ambientais e de excessiva
exploração da área circundante da cidade, que nos finais do século VIII foi
reduzida a um vilarejo. As elites abandonaram a cidade, assim como os reis, que
transferiram a capital ao sul. Apesar haver mantido sua importância simbólica,
especialmente religiosa, os líderes da igreja etíope deixaram a cidade na
metade do século X.
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