segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

A Importância da Religião no Egito


A religião no Egito Antigo era marcada por várias crenças, mitos e simbolismos. A prática religiosa era muito valorizada na sociedade egípcia, sendo que os rituais e cerimônias ocorriam em diversas cidades. A religião egípcia teve grande influência em várias áreas da sociedade.

Características da religião egípcia

Os egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses). De acordo com este povo, os deuses possuíam poderes específicos e atuavam na vida das pessoas. Havia também deuses que possuíam o corpo formado por parte humana e parte de animal sagrado. Anúbis, por exemplo, deus da morte, era representado com cabeça de chacal num corpo de ser humano.
Núbios, que partilhavam dos mesmos deuses egípcios,
fazendo oferendas aos deuses
Os egípcios antigos faziam rituais e oferendas aos deuses. Era uma forma de conseguirem agradar aos deuses, conseguindo ajuda em suas vidas. No Egito Antigo existiam diversos templos, que eram construídos em homenagem aos deuses. Cada cidade possuía um deus protetor.
Contudo, os egípcios eram muito supersticiosos e acreditavam que os sonhos sempre significavam algo. Se alguém sonhasse com a queda dos próprios dentes, isso significava que alguém da família poderia morrer.
 
Os deuses
No Egito Antigo, as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses. Estas divindades possuíam algumas características (poderes) acima da capacidade humana. Poderiam, por exemplo, estar presente em vários locais ao mesmo tempo, assumir várias formas (até mesmo de animais) e interferir diretamente nos fenômenos da natureza.
Os egípcios acreditavam que Rá percorria seu
caminho do céu em uma barca
As cidades do Egito Antigo possuíam um deus protetor, que recebia oferendas e pedidos da população local. Os templos erguidos em homenagem aos deuses protetores contavam com grande número de sacerdotes e sacerdotisas. Cabia a eles organizar tarefas como cuidar das divindades, oferecer-lhes comida, organizar festividades em sua honra e escrever ou copiar textos sagrados.
Desde os tempos remotos, os egípcios prestavam culto ao Sol. Ele era visto como uma poderosa força de vida, juntamente com o Nilo. O Sol era uma divindade chamado de rá (ou Amom-Rá), o qual os egípcios ergueram vários templos em sua homenagem. Em certos momentos, a figura do faraó passou a ser identificado em esse deus.


Amom: Sol e rei dos deuses e como força criadora de vida;
Anúbis: Guardião dos mortos, dos túmulos, do submundo e patrono do embalsamento;
Bastet: Fertilidade, protetora das mulheres grávidas;
Chu: Ar seco, luz do sol;
Geb: Terra;
Hapy: deus das inundações e da fertilidade;
Hathor: Amor, alegria, dança, vinho, festas;
Hórus: Céu, representava a monarquia;        
Ísis: Amor, magia;
Khnum: Criatividade, controlador das águas do rio Nilo;
Maat: Justiça e equilíbrio;
Montu: deus da guerra;
Néfis: Senhora da casa, local para onde o sol retorna (céu noturno);
Osíris: Vida após a morte, vegetação;
Ptah: Obras feitas em pedra;
Rá: Sol (principal deus da religião egípcia);
Sekhmet: Poderosa, deusa da vingança;
Seth: Tempestade, mal, desordem e violência;
Sobek: Paciência, astúcia;
Tefnut: Nuvem e umidade;
Tot: Sabedoria, conhecimento, representante da Lua.


Pesagem do coração no Tribunal de Osíris
A vida a pós a morte
Uma característica importante da religião egípcia era a crença na vida após a morte e uma grande preocupação com a vida após a morte. De acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O coração do morto, era pesado em uma balança.
Em um dos pratos da balança era coloca o coração, que representava seus pensamentos e atos, no outro prato era colocado uma pluma, símbolo do equilíbrio e da norma. De acordo com o que havia feito em vida, receberia um julgamento, se o coração fosse mais pesado que a pluma, sua vida não teria sido justa. Para os justos havia uma espécie de paraíso, para os não justos, Ammut devoraria o morto e sua memória era destruída para sempre.
Devido a grande preocupação com a vida após a morte, os egípcios, davam um tratamento especial aos cadáveres para que não se deteriorassem. O tratamento, conhecido como embalsamento, ou mumificação, era uma prática de caráter religioso que durava cerca de setenta dias, a fim de evitar a decomposição do corpo.
Primeiro, os sacerdotes quebravam um dos ossos do crânio para retirar o cérebro do morto com um gancho de metal. Depois, abriam o ventre com uma lâmina de obsidiana (uma pedra negra, semelhante ao vidro) para retirar-lhe os órgãos e as vísceras internas, que eram armazenados em vasos separados, chamados de vasos canopo, representava o filho de Hórus, para serem enterrados com o corpo.
Depois de colocado diversas substâncias no ventre do morto, o corte era fechado. Em seguida cobria-se o corpo com um composto à base de bicarbonato de sódio por mais dois meses. Só então o corpo era envolvido em um tecido de linho.
Múmia egípcia com os vaso canopo de Hapi
Após este processo, colocava-se junto a múmia amuletos dotados de poderes sobrenaturais que protegeriam o morto. Um dos mais comuns era o amuleto que representava o olho do deus Hórus.
Inicialmente, o embalsamento era privilégio exclusivo do faraó, de seus familiares, dos sacerdotes e dos altos funcionários do Estado. Com o tempo, ele foi estendido aos demais egípcios.
Contudo, nem todos tinham acesso ao tratamento completo, que garantia a preservação do corpo por longo tempo, pois custava caro. Os mortos das famílias menos abastadas, como as dos agricultores e artesãos, tinham apenas a cabeça embalsamada, ficando o restante do corpo sem proteção. Os corpos dos faraós falecidos, tinham a maior atenção. De acordo com a mitologia egípcia, o próprio corpo do faraó era divino, já que o seu sangue teria origem no seu antepassado mítico, o deus Hórus.
As diferenças sociais também se revelavam nos túmulos. Enquanto os dos trabalhadores eram buracos escavados nas rochas, as tumbas dos altos funcionários e sacerdotes eram construções feitas de pedra, e somente o faraó e seus familiares podiam ser enterrados nas pirâmides. Os sarcófagos dos faráos eram feitos de ouro com adornos de pedras preciosas. Quanto mais poderoso e rico o faraó, mais luxuoso era seu sarcófago.
O reino dos mortos era regido por Osíris. Para atingir este reino, o espírito, chamado de ka pelos egípcios, passaria por uma série de provações. No final, seu ka passaria por uma avaliação dos deuses.
Por fim, já no reino dos mortos, a alma pre4cisaria dos objetos que os indivíduos utilizavam em vida. Por isso o corpo dos mortos mais poderosos era acompanhado em sua tumba ou pirâmide pelos mais valiosos objetos do seu cotidiano, como joias, vasilhas, móveis e até mesmo alimentos. Muitos faraós chegavam a ser enterrados com seus criados, para continuar a lhe servir no além.
Também era comum pintar nas paredes dos túmulos imagens que reproduziam cenas de diferentes momentos da vida do falecido. No caso dos faraós, os artistas costumavam pintar também fatos ocorridos durante seu governo.
A partir do Novo reinado, difundiu-se o costume de depositar no túmulo dos ricos um pequeno cofre com a estatueta de Osíris. Em seu interior eram colocados folhas de papiro, nas quais se gravavam imagens e textos. Os textos incluíam um conjunto de palavras mágicas que deveria ajudar na viagem para a vida após a morte. Por isso ficaram conhecidos como Livro dos Mortos.
Em muitas tumbas foram encontradas pinturas representando o julgamento dos mortos. Os egípcios acreditavam que esse julgamento era feito pelo tribunal de Osíris. Se o indivíduo fosse absolvido, passaria a viver em outro mundo, governado pelo deus dos mortos.








Nenhum comentário:

Postar um comentário