sábado, 6 de fevereiro de 2016

Antigo Reinado (3200 a.C. à 2040 a.C.)


Após unificação do reinado egípcio a partir de Menes, governante do Alto Egito, que dominou o Baixo Egito em 3200 a.C., se tornado o primeiro faraó, deu-se início ao Antigo Reinado, que duraria até 2040 a.C., juntamente com o período imperial.

Egito unificado
Deixando esses dois reinos sob o seu domínio, Menés se transformou no primeiro faraó do Egito Antigo, colocando todos os nomarcas sob o seu domínio. Além disso, o processo de unificação transformou a cidade de Tinis na primeira capital do império. Anos mais tarde, Mênfis (atual Cairo) ocupou essa posição. Em grande parte desse período, o governo egípcio tinha caráter pacifista ao não entrar em conflito com outras civilizações próximas.

Conflitos pelo poder
Com a unificação do Egito, os nomos tornaram-se províncias e os monarcas passaram a ser funcionários submetidos ao governo centralizado do faraó, alguns monarcas conseguiram ampliar seus poderes. Contudo, eles não aceitavam a perda de sua autonomia, embora os faraós continuassem ocupando o trono, na prática, a autoridade nesses nomos era exercida pelos monarcas locais.
Em vários momentos, os monarcas combateram a centralização do poder nas mãos do faraó e procuraram retomar o controle dos nomos. Em muitos casos, os conflitos entre os monarcas e o faraó levaram à queda de uma dinastia. Por essa razão, no decorrer da história do Egito antigo, sucederam-se dezenas de dinastias.

No Egito, a forma de governo era considerado um despotismo
teocrático, devido ao faraó ser considerado um deus na Terra
O poder do Faraó
Por volta de 2700 a.C. a 2140 a.C., o Estado egípcio se desenvolve consideravelmente e a sua administração centraliza-se na figura do faraó, que passa a ser venerado como verdadeiro deus. O faraó começava o dia fazendo oração para os deuses, pedia proteção e força para resolver as questões da administração do Egito. Os egípcios acreditavam que estes governantes eram filhos diretos do deus Osíris, portanto agiam como intermediários entre os deuses e a população egípcia.
Tudo no Egito era patrimônio do faraó. Os impostos arrecadados no Egito concentravam-se nas mãos do faraó, sendo que era ele quem decidia a forma que os tributos seriam utilizados. Grande parte deste valor arrecadado ficava com a própria família do faraó, sendo usado para a construção de palácios, monumentos, compra de joias, etc. Outra parte era utilizada para pagar funcionários (escribas, militares, sacerdotes, administradores, etc.) e fazer a manutenção do reino. Oficialmente, o  faraó era o responsável pelos serviços sacerdotais em todos os templos do Antigo Egito, porém, outorgava esse privilégio aos sacerdotes.
Ainda em vida o faraó começava a construir sua pirâmide, pois está deveria ser o túmulo para o seu corpo. Como os egípcios acreditavam na vida após a morte, a pirâmide servia para guardar, em segurança, o corpo mumificado do faraó e seus tesouros. No sarcófago era colocado também o livro dos mortos, contando todas as coisas boas que o faraó fez em vida. Esta espécie de biografia era importante, pois os egípcios acreditavam que Osíris (deus dos mortos) iria utiliza-la para julgar os mortos.
Um faraó de destaque no período foi Pepi II, foi corado aos 6 anos de idade e reinou de 2287 a.C. à 2187 a.C., que entrou para a história pele sua excentricidade:  para impedir que as moscas pousassem nele, mantinha sempre por perto escravos nus, cujos corpos eram besuntados com mel.

O calendário

Os sacerdotes eram encarregados de estudar o movimento dos astros. Eles observaram, por exemplo, que toda vez que Sirius, a estrela mais brilhante do céu, tornava-se visível, as águas do Nilo estavam prestes a subir. A partir dessa observação, os sacerdotes elaboraram, por volta de 2900 a.C., um calendário com a duração de 365 dias, tendo como ponto de partida a aparição de Sirius no céu. Com esse calendário os egípcios conseguiram administrar seu estoque de alimentos, sabendo o período certo de plantar e colher seus produtos agrícolas. O estudo dos astros também influenciou a construção de templos e pirâmides, erguidos muitas vezes em perfeito alinhamento com os pontos cardeais. 

As pirâmides
As pirâmides, eram os mausoléus dos faraós
A maioria das pirâmides foi construída no período do Antigo Reinado. Djoser inaugura a III dinastia, por volta do  ano  2700 a.C.  Seu conselheiro, o arquiteto Imotep, constrói a pirâmide em degraus de Saqqara, a primeira tumba real com essa forma arquitetônica.
Elas eram edificações de pedra que podiam atingir mais de 130 metros de altura, no interior delas eram construídas várias galerias com armadilhas, com o propósito de afastar invasores e saqueadores. As armadilhas impediam principalmente o acesso às câmaras mortuárias, que nas pirâmides mais antigas eram subterrâneas.
Esse tipo de câmara abrigava os sarcófagos, caixas de madeira ou pedra onde eram depositados os corpos mumificados do faraó e de seus familiares. Ao lado dos corpos eram colocados objetos de uso pessoal, que, segundo as crenças egípcias, seriam utilizados na vida após a morte. Era comum, em muitos casos, serem enterrados juntamente com o faraó todos os seus criados.
Para que fosse viável a realização de projetos tão grandiosos, o Estado faraônico instituía um sistema de servidão coletiva que submetia toda população egípcia ao trabalho nos campos e nas cidades.
Em Menfis, entre os anos de 2700 a.C. e 2600 a.C., ocorreu a construção do complexo arquitetõnico de Gizé, composta da esfinge e das Pirâmides de Gizé, uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Quéops, a mais alto e volumosa das pirâmides, que tinha ao ser construída 146 metros de altura, o equivalente a um prédio de 48 andares. A pirâmide de tamanho médio é a de Quéfren, e a de tamanho menor é a de Miquerinos. Posicionada a frente da pirâmide está a esfinge, com cabeça humana e corpo de leão. Esculpida em rocha sólida, a esfinge possui 72 metros de comprimento e 20 metros de altura e parece estar ali para resguardar as três pirâmides.
Complexo arquitetônico de Gizé
Para construir Quéops, foi utilizado 2.300.000 blocos de pedra, os quais foram cortados com tal precisão, a ponto de se encaixarem perfeitamente uns com ou outros sem uso de uma liga, não havendo espaço entre eles nem para uma folha de papel. Foram utilizados o trabalho de mais de 80.000 trabalhadores, sendo 10.000 fixos e 70.000 temporários, durante 20 anos.
Inicialmente, os trabalhadores extraíam das pedreiras os imensos blocos de pedra e os conduziam até as margens do Nilo; depois, em barcos graciosos, os blocos eram levados até o local da construção; então eram postos sobre suportes e amarrados; depois, com uso de cordas e rampas, eram arrastados por centenas de homens até o seu local final. 

A escrita
Hieróglifos
O sistema de escrita egípcia surgiu por volta de 3000 a.C., de forma hieroglífica, dedicada ao uso em textos oficiais ou fins religiosos, em monumentos e templos. No início, ela era pictográfica (representava objetos por meio de desenhos). Com o tempo, essa escrita transformou-se, passando a ser ao mesmo tempo ideográfica, contendo sinais que representavam ideias, e fonética, com sinais que representavam o som da fala.
Mais tarde, desenvolveu-se outras duas formas de escrita, mais simples, de forma cursiva, a hierática e a demótica. A hierática era utilizada por funcionários do governo especializados em registrar os estoques dos armazéns ou os feitos dos faraós. Já a demótica, mais popular, era utilizada para escrever cartas. Ambas surgiram e se desenvolveram aproximadamente no mesmo período que a hieroglífica, da qual era derivada.

Organização social e econômica
O sistema social no Egito não difere das demais sociedades. Por volta de 2000 a.C., o Egito apresentava uma complexa organização social. Tinha uma classe privilegiada composta por poucos: a classe diretiva (faraó), altos funcionários do Estado (burocratas e altos militares), sacerdotes e os grandes comerciantes. A grande maioria que era dominada pelo primeiro grupo, era quem realmente gerava riqueza para o reino composta pelos: camponeses, pescadores e artesãos.

Fim do Antigo Império
Por volta de 2300 a.C. o próspero quadro que vigorou durante boa parte do Antigo Império ruiu com uma série de problemas climáticos e convulsões sociais. A fome, as epidemias e uma série de tensões político-sociais. Entre essas disputas, está a ação dos nobres e monarcas que se associaram contra o poder do Faraó. Dessa forma, o poder voltou a se esfacelar, o que facilitou a invasão de povos asiáticos na região do Delta do Nilo.






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