segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Agentes internos do relevo
Além dos agentes externos, as formas do relevo terrestre também são modeladas e estruturadas pelos movimentos das placas tectônicas e pelo vulcanismo. Esses são chamados de agentes internos.

1. A Deriva Continental
Durante séculos os seres humanos acreditaram que os continentes fossem fixos na crosta terrestre. Desde que surgiram os primeiros mapas da América e da África, porém, apontou-se para o encaixe das costas atlânticas desses dois continentes.
Mas foi o alemão Alfred Wegener que, no início do século XX, ao participar e uma expedição na Groenlândia, constatou que as placas e gelo quebravam e se afastavam. Com base nessa constatação, ele desenvolveu a Teoria da Deriva Continental. Wegener imaginava que a crosta flutuava sobre o magma e que, como as placas de gelo, os continentes se afastavam.
Segundo essa teoria, há cerca de 200 milhões de anos todos os continentes formavam um só bloco, o continente Pangeia rodeada por um só oceano, o Platalassa. Ao longo de milhões e anos, essa massa continental dividiu-se em blocos, dando origem aos atuais continentes e oceanos.

Os argumentos de Wegener
Wegener recolheu fósseis de plantas e animais no Brasil e na África e constatou a presença de solo e rochas do mesmo tipo nas costas dos dois continentes. Fósseis idênticos também foram encontrados nos territórios de outros continentes.
A teoria apresentada foi contestada pela comunidade científica da época porque, apesar das evidências, Wegener não conseguia explicar o que gerava os movimentos da crosta.

2. As placas tectônicas
Na década de 1960, cientistas comprovaram a Teoria da Deriva Continental e decifraram como e por que os continentes se separam. Por meio de expedições submarinas, encontraram fendas no fundo do oceano Atlântico por onde o magma aflorava e formava novas rochas. Os especialistas recolheram amostras e rochas em diferentes pontos do leito oceânico e constataram que as rochas e formação mais recente estavam próximas às fendas. À medida que se afastavam encontravam rochas cada vez mais antigas. Dessa forma, confirmaram que o fundo do oceano Atlântico esta aumentando e que os continentes americano e africano estão se afastando.
Essas descobertas foram fundamentais para explicar que a litosfera não é uma massa rochosa compacta. Ela tem espessura variável, com média de 110 Km, e é compartimentada por fraturas profundas. Os fragmentos rochosos que compõe a litosfera são chamados de placas tectônicas.
Essas placas deslizam sobre o manto e exercem pressões uma sobre as outras, provocando choques, atritos, fraturas e dobramentos. As áreas de encontro dessas placas são frequentemente atingidas por terremos e vulcões. As cordilheiras e as fossas abissais também tem origem nos movimentos tectônicos.

O deslocamento das placas
As placas se deslocam em diversas direções, afastando-se e chocando-se umas contra as outras por causa da enorme pressão exercida pelo manto sobre a crosta terrestre. As diferenças de temperaturas, que são muito altas, e  materiais do interior da Terra formam correntes ascendentes ou descentes, conhecidos como correntes de convecção. Essas correntes exercem pressão sobre as placas, causando seus movimentos, que podem ser divergentes, quando elas se afastam, ou convergentes, quando se chocam.

Movimento divergente das placas
A maior parte das placas que realizam movimentos divergentes encontra-se no fundo dos oceanos. Por suas bordas estarem se afastando, o material vindo do manto aflora com mais facilidade, atingindo o leito oceânico. O material magmático vai acumulando e sendo resfriado gradualmente, dando origem a novas rochas, que se agregam às já existentes.
Ao longo de milhões de anos, o afloramento constante de magma nos fundos oceânicos resulta na formação de grandes cadeias montanhosas, em geral submersas, chamadas cadeias mesoceânicas ou dorsais. Desse processo resulta a expansão o fundo os oceanos.

Movimentos convergentes das placas
O movimento convergente das placas atua e diferentes maneiras sobre a superfície terrestre, causando granes transformações no relevo. No choque das placas, a borda formada por materiais menos densos e menos resistentes torna-se mais maleável pelo atrito gerado e tende a se dobrara pela força da outra placa. Ao longo de milhões de anos, esse processo de dobramento eu origem a grane cadeias montanhosas, como os Andes na América do Sul, e o Himalaia na Ásia.
Já a placa formada por materiais mais densos e mais resistentes tende a mergulhar no manto. Nesse processo, conhecido como subducção, o material rochoso que compõe a placa volta a fundir-se em magma. É o caso da placa de Nazca, que pressiona a Sul-americana e mergulha sob esta. Enquanto ocorre a subducção da placa de Nazca, na borda continental a placa Sul-americana se dobra, formando a cordilheira dos Andes.
A cordilheira do Himalaia também é resultado do encontro de placas que se chocam. Outro tipo de movimento ocorre quando as placas eslizam horizontalmente em movimentos opostos, produzindo falhas. As falhas, como a de San Andres, dão origem a várias formas de relevo, como escarpas, vales e serras.

O ponto mais alto e o derretimento dos Alpes
Na cordilheira do Himalaia, na Ásia, estão as montanhas mais altas da Terra. Na década de 1990, os especialistas asseguraram que o nonte do Everest é o ponto mais alto da Terra, com 8848 metros de altura, aumentando alguns centímetros por ano, por causa do movimento das placas tectônicas. O monte Everest é localizado na fronteira entre o Nepal e o Tibete.
O gelo que recobre as montanhas dos Alpes diminui cerca de 3% ao ano. Se o derretimento continuar nessa velocidade, até 2050 as montanhas dos Alpes não terão mais seus cumes brancos durante o ano todo. Os cientistas preveem que, até 2050, as geleiras ou “neves eternas” terão derretido pela elevação da temperatura no planeta causada pelo aquecimento global.

EM 31 DE AGOSTO DE 1969, Ditadura Militar - O ditador general  Costa e Silva, vítima de uma trombose, deixa a chefia de governo do Brasil. 

domingo, 30 de agosto de 2015

França pós Napoleão

A pós a queda de Napoleão, a França enfrentou sérios problemas institucionais. Inclusive com a tentativa de restabelecer o Antigo Regime, com todos os seus privilégios.

1.A volta da monarquia
A monarquia foi restabelecida com Luís XVIII (1814-1824) - apesar de uma breve tentativa de restabelecimento do Império Napoleônico (os Cem Dias, em 1815), sendo substituído por seu irmão Carlos X (1824-1830).
Carlos X, defensor do absolutismo, que restabeleceu os privilégios do antigo Regime (voltaram a valer os privilégios do clero e da nobreza, a burguesia foi marginalizada, supriu-se a liberdade de imprensa e a Câmara de Deputados foi dissolvida).

Revolução Liberal de 1830
Durante o reinado de Carlos X, ocorreu uma violenta oposição ao rei, cujo desfecho originou a Revolução Liberal de 1830. Mais uma vez, burgueses e populares aliaram-se na luta contra o Antigo Regime restaurado. A pós três dias de confrontos nas ruas de Paris, Carlos X foi deposto, fugindo para a Grã-Bretanha.
Com o fim da Era Napoleônica houve a tentativa de
restabelecer o Antigo regime na França
Assumiu o trono francês Luís Felipe de Orleans, conhecido como o rei burguês. Restabelecia-se o regime monárquico liberal que assegurava a hegemonia burguesa na condução dos negócios do Estado. A monarquia durou até a abdicação de Luís Filipe (1848), que não conseguiu contornar as crises: agrícola e social. Uma crise na agricultura que se abatia no país, levando o desabastecimento, juntamente com as crises sociais devido a urbanização e industrialização francesa fomentavam a insatisfação contra o regime, obrigando a Luís Felipe a abandonar a França.

Primavera dos Povos
Após a queda de Napoleão, o Congresso de Viena, tinha o objetivo de restabelecer a "ordem na Europa", que era na realidade, era a volta do Antigo regime em todos os países atingidos pela onda liberal francesa.
Entre os anos de 1845 e 1846 e uma consequente crise econômica, tanto no setor agrícola quanto industrial, provocou crise no sistema capitalista, gerando demissões e subida dos preços dos alimentos. Em pouco tempo, inspirados por um forte nacionalismo e  socialismo, o exemplo francês de 1848, de derrubada de regimes autocráticos, foi seguido em diversas partes da Europa, sendo o primeiro foco na Sicília, e depois para a Hungria, França, Alemanha e Áustria. A Revolução Praieira, ocorrida no Brasil na província de Pernambuco, em 1848 foi de inspiração nos movimentos da primavera europeia de 1848.
As revoltas em toda Europa foram controladas, e as mudanças sociais que os movimentos revolucionários reivindicavam foram sufocadas pela Segunda Revolução Industrial e por uma calmaria econômica, que seria acompanhada de uma estabilização política.

2. Segunda República 
Com o abandono de Luís Felipe, foi criada a Segunda República. Foi instituído o voto universal, reduziu as horas de trabalho dos operários e criou oficinas nacionais. Essas oficinas eram empresas estatais que buscavam elevar o padrão de vida dos trabalhadores pela redução do desemprego e pagamento de salários compatíveis com os lucros obtidos.
Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte
Alguns grupos da sociedade francesa, especialmente a burguesia, não concordavam com as propostas socialistas das oficinas nacionais. Sucederam-se violentas conflitos armados, encerrados com a derrota dos socialistas. Os vencedores promoveram, em dezembro de 1848, eleições gerais para presidente da Segunda República. Foi escolhido Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão. A Segunda República durou até 1852, quando Napoleão III proclamou o Segundo Império (1852-1870).

3. Segundo Império e a Guerra Franco-Prussiana
Possuidor de um nome carismático, símbolo do heroísmo nacional, o novo governante buscou por todos os maios restabelecer a grandeza da era napoleônica. Em 1851, com um golpe de Estado, transformou-se em ditador e, no ano seguinte, repetiu a façanha do tio: realizou um plebiscito e com o aval da população transformou-se em Napoleão III, imperador da França.
Deu-se então a expansão do império francês, particularmente no sudeste asiático e no Pacífico.

Guerra Franco-Prussiana.
A sucessão ao trono da Espanha foi o estopim da guerra. Leopoldo, príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen e primo do rei da Prússia, candidatou-se ao trono espanhol, vago logo a seguir à revolução espanhola de 1868. O governo francês, alarmado com a perspectiva de uma aliança prussiano-espanhola, ameaçou declarar guerra à Prússia caso essa pretensão não fosse retirada, seguida a uma imediata renúncia.
Alsácia e Lorena, território disputado entre Franceses e Alemães
A 19 de Julho de 1870, diante das negativas dos alemães em retirar a candidatura ao trono espanhol, a França declarou guerra à Prússia.  A disputa do trono espanhol foi uma estratégia de Otto Von Bismarck.em unificar os Estados alemães a lutarem em conjunto contra um agressor em comum, propiciando a Unificação da Alemanha.
Os franceses conseguiram mobilizar um pouco mais de 200.000 homens. Os alemães, formaram, num curto espaço de tempo, um forte exército de 400.000 soldados, sob o comando supremo de Guilherm. A batalha que pôs fim o conflito foi a Batalha de Sedan, de 1 de setembro de 1870, concluída com a rendição das tropas francesas e a captura de Napoleão III.
Em a 10 de maio de 1871 foi assinado o Tratado de Frankfurt, que pôs fim a guerra, acabando por impor uma humilhante derrota à França: perdeu parte das províncias de Alsácia e Lorena e teve que pagar uma pesada indenização de guerra, aceitando ainda a ocupação alemã (agora como país unificado) até à satisfação da dívida.

4. A Comuna de Paris
A captura e exílio de Napoleão III, bem como a derrota francesa na guerra franco-prussiana selaram o fim do Segundo Império, dando lugar ao surgimento da Terceira República (1870-1940). Um governo provisório assumiu e convocou eleições para a assembleia Constituinte. Os camponeses votaram com a burguesia a favor da monarquia. Os prussianos cercaram Paris por muitos meses, a situação estava terrível, pessoas disputavam os ratos nos esgotos para serem comidos. Os burgueses, renderam-se aos prussianos.
Barricada em 18 de março de 1871
Uma onda de raiva se espalhou pelos subúrbios de Paris. Operários tomaram a ruas e ocuparam a prefeitura da cidade, a Comuna. Nos telhados eram erguidas bandeiras vermelhas, símbolo das lutas operárias. Foi o primeiro governo socialista vitorioso da história da humanidade.
A Comuna não chegou a implantar o socialismo, mas tomou medidas revolucionárias: acabou com a polícia e o exército, que eram sempre utilizados para reprimir os trabalhadores, e criou destacamentos populares armados; separou a Igreja do estado; colocou algumas fábricas sob a direção de conselhos de trabalhadores. Todos os funcionários do governo passaram a ser eleitos e a receber um pagamento igual ao salário de um operário especializado. Apesar disso, foram politicamente tímidos. Não tocaram no dinheiro do Banco da França e hesitaram em atacar as tropas da burguesia enquanto havia tempo.

Terceira República
Terceira República Francesa (1870 -1940)
Com medo deste tipo de rebelião se espalhar por outros países, os alemães soltaram os soldados prisioneiros franceses, que marcharam para Paris para derrubar o governo da Comuna, armados pelos alemães. Os soldados burgueses, munidos de fuzis, canhões e baionetas triunfaram sobre os proletariados armados de revólveres e facas.

As derrotas impostas aos movimentos populares de 1848 e em 1871, quando foram derrotados os trabalhadores que haviam formado a Comuna de Paris e controlado a cidade durante dois meses, recusando-se a aceitar os termos em que foi negociada a paz com o chanceler alemão Otto Bismarck, não foram suficientes para fazê-los desejar a paz. O desejo de vingança e o sentimento de humilhação, responsáveis pela proclamação da sua Terceira República, reafirmavam um nacionalismo belicista.



-Revolução Francesa
-Era Napoleônica
-Vinda da Família Real
- Comuna de Paris
- Imperialismo

sábado, 29 de agosto de 2015

EM 30 DE AGOSTO DE 1914, I Guerra Mundial - O exército russo perde 30 mil tropas na Batalha de Tannenberg. A derrota para a Alemanha aumentou o descontentamento contra o governo czarista e desembocou, três anos mais tarde, na Revolução Russa.

Os Movimentos da Terra

Os movimentos realizados pela Terra, associados ao eixo inclinado do planeta, estão relacionados a importantes fenômenos. Temos os movimentos de rotação e translação.

1. Movimento de rotação

A rotação é o movimento que a Terra realiza ao redor do seu próprio eixo, na direção oeste-leste. Esse movimento leva aproximadamente 23 horas, 56 minutos e 4,09 segundos, para ser completado, o que equivale a 1 dia terrestre. Ao girar em torno de si mesma, parte da Terra é iluminada pelos raios solares, correspondendo esse período ao dia. Simultaneamente na parte oposta do planeta, que não recebe iluminação do Sol, ocorre a noite.
Como a Terra é redonda, o Sol não há ilumina inteiramente ao mesmo tempo. O movimento de rotação determina, portanto, a sucessão dos dias e das noites. Quando o Sol está surgindo em São Paulo, por exemplo, em Pequim (China) o Sol está se pondo. Conforme a Terra gira entorno do seu eixo, a posição das duas cidades se altera em relação ao Sol.

Os fusos horários
Os horários variam ao longo do planeta. As diferenças de horários existentes nos diversos países e entre regiões de um mesmo país devem-se ao movimento de rotação da Terra.
Até o século XIX, a posição do Sol era a principal referência para a contagem do tempo e para a determinação da hora em cada localidade. Com isso, um país podia ter um número de horas diferente de outro.
A falta de padronização dificultava a comunicação e as relações comerciais entre regiões de um mesmo país e também entre as nações. Para solucionar esse problema, no final do século XIX, foi adotado um sistema de uniformização dos horários da Terra que divide o mundo em fusos horários.
Cada fuso é determinado teoricamente pelo intervalo de 15º entre dois meridianos. Esse valor é obtido pela divisão da circunferência do planeta (360º) pelo tempo necessário para a Terra completar o seu movimento de rotação (24 horas). Assim, a divisão resulta na determinação de 24 fusos horários.
O observatório astronômico de Greenwich, em Londres, é o ponto de referência para a definição das horas em nosso planeta. A leste do meridiano de Greenwich há o acréscimo de uma hora a cada 15º. E a Oeste, ocorre a diminuição de uma hora a cada 15º.

Os fusos horários e as fronteiras
A demarcação dos fusos horários não segue linhas retas, pois acompanha os limites territoriais definidos pelos diversos países. Essa medida serve para evitar a concorrência de horários diferentes em um único território.
Alguns países como: Brasil, Rússia, Canadá, Austrália e EUA, possuem um território muito extenso em sentido longitudinal, por isso possuem vários fusos horários.

2. Movimento de translação
A translação é o movimento que a Terra realiza ao redor do Sol. O tempo necessário para que a Terra complete a translação é de, aproximadamente, 365 dias e 6 horas.

A distribuição dos raios solares
Durante o movimento de translação da Terra, a intensidade dos raios solares que atingem o planeta não é igual em todas as regiões. Isso ocorre por causa da forma arredondada e da inclinação do eixo da Terra em relação ao plano de sua órbita. As regiões polares recebem menor quantidade de luz solar ao longo do ano.

Essa distribuição desigual da energia solar cria as zonas térmicas terrestres. Essas zonas constituem o primeiro elemento diferenciador dos climas da Terra. A área do planeta onde a radiação solar é mais intensa todos os dias é a região intertropical, que fica localizado entre os trópicos de câncer e de Capricórnio.
Nas regiões polares, a quantidade de radiação solar incidente é menor que nas demais do planeta. Portanto essas áreas apresentam temperaturas muito baixas. Nestas zonas, os raios de sol incidem a cada seis meses, portanto nestas regiões fazem seis meses de dia e seis meses de noite.

As estações do ano
Durante o ano, as temperaturas sofrem variações nas diversas regiões do planeta. Essas variações são denominadas estações do ano e dividem-se em: primavera, verão, outono e inverno. As estações do ano influenciam as características da paisagem em diversas partes do planeta. O movimento de translação, inclinação do eixo terrestre e a forma com que os raios solares atingem a superfície determinam as estações do ano.

Na zona intertropical, os raios solares atingem a superfície terrestre com maior intensidade durante todo ano. Por isso, nessa região, as diferenças das estações do ano não são bem definidas, já que a média das temperaturas são elevadas nos meses de primavera, verão e outono. No inverno as temperaturas são mais baixas.
Nas regiões temperadas da Terra mas distantes da linha do Equador, as temperaturas da superfície sofrem variações significativas ao longo do ano. Portanto, as estações do ano são mais bem definidas. Nos meses de inverno, as temperaturas são mais baixas e, nos meses de verão, as temperaturas são mais altas. Na primavera e no outono as temperaturas tendem a ser amenas.
Nas zonas extremas da Terra, as zonas polares, as temperaturas são baixas durante o ano todo. Portanto, não há distinção entre as estações do ano.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

EM 29 DE AGOSTO DE 1533, Conquista da América - O último rei inca do Peru, Atahualpa, é estrangulado por ordem do conquistador espanhol Francisco Pizarro.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra antes de 1939 ou Guerra das Guerras), é o resultado da corrida imperialista iniciada em meados do século XIX pelas potências europeias em busca de novos mercados consumidores na África e Ásia. Envolvendo todas as grandes potências da época, foi um confronto bélico sem precedentes, resultando numa completa mobilização econômica e militar. 

1. Antigas rixas e alianças
Quando a França foi derrotada em 1870 (Guerra Franco-Prussiana), houve o despertar de um espírito nacionalista, de revanche. Ao mesmo tempo, surgia a rivalidade da Inglaterra com relação à Alemanha, pois esta colocava em risco a supremacia inglesa. 

Alemanha
A Alemanha, do Chanceler Otto Von Bismarck adotava em sua política externa adotou um sistema de alianças defensivas, a fim de não isolar a Alemanha. Em 1882, o Segundo Reich alemão firmou a Tríplice Aliança, unindo-se ao Império Austro-Húngaro e à Itália.
Em 1890, o kaiser Guilherme II demitiu o Chanceler, adotando em sua política externa, a tática de “política de expansão pela força”. Com essa política agressiva, o reich alemão, visava disputar com a Inglaterra a liderança marítima e comercial, forçando os ingleses a ceder territórios coloniais na Ásia e África.

Inglaterra
Os ingleses não estavam dispostos a dar aos alemães nenhuma “fatia” de seus domínios e manter sua liderança nos mares. A opinião pública dizia que era inviável a Inglaterra ser próspera com a Alemanha em seu alcance.

França
A França, não gostava da ideia de uma superpotência como vizinho. Antiga rival da Alemanha, desejava recuperar a rica região da Alsácia-Lorena, perdida aos alemães durante a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871).
A Alemanha era inimiga comum da França e da Inglaterra. Por esta razão, em 1904, firmaram uma aliança, a Entente Cordiale.  Em 1907, a Rússia se aliou à França e à Inglaterra, formando a Tríplice Entente. 
Passavam a existir na Europa dois grandes blocos antagônicos – a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente –, que levaram os países europeus aos preparativos na corrida armamentista sem que ocorresse um conflito armado. Esse período ficou conhecido como a Paz Armada.

A Questão Balcânica
A região dos Bálcãs era alvo de disputa de três grandes impérios: Turco, Russo e Austro-Húngaro. Devido a política de alianças, colocou em campos opostos os países da Tríplice Aliança e a Tríplice Entente. A intervenção imperialista internacional na região e as lutas nacionalistas dos diversos povos geraram crises locais e internacionais.
A Rússia defendia o pan-eslavismo, pretendendo unificar os eslavos balcânicos, libertando-os do Império Turco. Os russos, entretanto, encontravam resistência do Império Austro-Húngaro, protetor do Império Turco, e da Alemanha que pretendia construir a estrada de ferro Berlim-Bagdá, barrando a descida russa para o sul, e permitindo o acesso alemão as áreas petrolíferas do golfo Pérsico.
Em 1908, o Império Austro-Húngaro incorporou a vizinha Bósnia-Herzegovina. A Sérvia se opôs a anexação encabeçou o movimento pan-eslavista, buscando a independência do domínio turco e idealizando a construção da Grande Sérvia. A Sérvia, então, passou a fomentar agitações nacionalistas na região, pois ambicionava incorporar a Bósnia-Herzegovina e conseguir uma saída para o Mar Adriático.
2. Desejo por um conflito
Desde a vitória alemã, contra a França Guerra Franco-Prussiana em 1871, a Europa vivia um momento de paz. Contudo, era uma “paz armada”, quase a totalidade das potências europeias profissionalizaram seus exércitos e adotaram o serviço militar obrigatório. Os avanços tecnológicos da II Revolução Industrial fomentaram a indústria armamentista.
A Europa em 1914 promovia uma mentalidade bélica, e para a excitação gerada pela declaração de guerra. Em agosto de 1914, os jovens clamavam por serem convocados. Não só na Alemanha, mas também na Grã-Bretanha, na França e na Rússia, considerava-se que a guerra oferecia uma fuga pitoresca de uma vida aborrecida, dando oportunidade ao heroísmo individual e aos atos de rebelde bravura.
As teorias da evolução e as noções populares a respeito da sobrevivência dos mais aptos derramavam-se sobre o pensamento nacionalista. Os países precisavam expandir sua influência, ou entrariam em decadência. Havia uma competição aguda entre todas as grandes potências europeias pela influência e domínio sobre o mundo menos civilizado, por motivos tanto políticos quanto econômicos.
Os países entraram em guerra porque acreditavam que podiam conseguir melhores resultados por meio da guerra do que por negociações diplomáticas, e achavam que, se permanecessem de fora, seu status de grandes potências seria gravemente abalado. Esse foi seu maior equívoco.

A deflagração do conflito
Em 23 de junho de 1914, o Império Austro-Húngaro publica uma Nota à Sérvia, que demonstra o ambiente sócio-político conflitante entre as duas nações e a própria política imperialista da Áustria-Hungria.
Em 1914, Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, viajou a região para esfriar os ânimos. Entretanto, os sérvios planejaram um atentado através da organização Mão Negra. Em 28 de junho de 1914, o jovem nacionalista Gravilo Princip matou a tiros Francisco Ferdinando e sua esposa, desencadeando a guerra.
Em 26 de Julho, o Império Austro-Húngaro cortou todas as relações diplomáticas com a Sérvia e declarou guerra ao mesmo dia. Em 28 de Julho, começando o bombardeio à Belgrado (capital da Sérvia). 

O desencadeamento em cadeia dos sistemas de alianças
No dia seguinte, a Rússia, que sempre tinha sido uma aliada da Sérvia, deu a ordem de locomoção a suas tropas. Os alemães, que tinham garantido o apoio ao Império Austro-Húngaro no caso de uma eventual guerra, mandaram um ultimato ao governo russo, no dia 31, para parar a mobilização de tropas dentro de 12 horas. No primeiro dia de agosto o ultimato tinha expirado sem qualquer reação russa. A Alemanha então declarou guerra aos russos. 
Em 3 de Agosto a Alemanha declarou guerra à França. A Turquia e Bulgária, entraram na guerra ao lado da Alemanha. Grécia, Romênia e Portugal aderem a Tríplice Entente.
3. Fazes da guerra
A Primeira Guerra mundial é dividida em três fazes: 
1ª A guerra de movimento
Apenas um mês depois do atentado, os exércitos marchavam para tomar posições nos territórios adversários. Entre agosto e novembro de 1914, as tropas se deslocavam pelos territórios europeus. 
A Alemanha enviou um ultimato à Bélgica, requisitando a livre passagem do exército alemão rumo à França. Como tal pedido foi recusado, a Alemanha declarou guerra à Bélgica. Em 4 de Agosto a Alemanha invadiu a Bélgica e ocupou Luxemburgo. Tal ato, violando a soberania belga - que Grã-Bretanha, França e a própria Alemanha estavam comprometidos a garantir, fez com que o Império Britânico saísse de sua posição neutra e declarasse guerra à Alemanha em 4 de agosto. Os alemães continuaram com sua invasão à França e marcharam até as vizinhanças de Paris. Os franceses, com a ajuda dos ingleses conseguiram parar o avanço alemão na batalha do Marne, estacionando a guerra na frente ocidental.
Algumas das primeiras hostilidades de guerra ocorreram no continente africano e no Oceano Pacífico, nas colônias e territórios das nações europeias. Em agosto de 1914 um combinado da França e do Império Britânico invadiu o protetorado alemão da Togoland, no Togo. Pouco depois, em 10 de agosto, as forças alemãs baseadas na Namíbia atacaram a África do Sul, que pertencia ao Império Britânico.

2º) A guerra de trincheiras (1914-1917)
A Primeira Guerra Mundial foi uma mistura de tecnologia do século XX com o romantismo das tácticas do século XIX.
Como as tropas não conseguiam avançar, então se entrincheiravam para não perder campo ao inimigo. Os exércitos de ambos os lados ficavam em suas posições desde o Mar do Norte até a fronteira com a Suíça. Nas trincheiras, milhares de soldados por vezes morriam só para ganhar um metro de terra ou defendê-lo. 
As trincheiras consistiam em canais cavados no solo protegidos por arame farpado e sacos de terra ou areia, chegando a ter quilômetros de extensão, formando, ligações entre os exércitos aliados.  Esses canais foram a solução para as linhas de defesa, já que as novas armas de guerra, como metralhadoras e granadas, destruíam facilmente os ataques de infantaria. Dentro das trincheiras, centenas de milhares de soldados enfrentavam durante meses seguidos chuvas e inundações, lama, piolhos, ratos e doenças. Os exércitos imaginavam que essa guerra “sem ação” iria durar pouco, porém a tática persistiu por 3 anos.
Em 1915, a Itália, com promessas de territórios, troca de lado, rompe com a Alemanha e adere a Tríplice Entente e entra na guerra. A partir de 1917, o conflito também começou a se desenrolar no mar. Já que a guerra de trincheiras não permitia grandes avanços, a Alemanha optou por atacar qualquer navio inimigo. Começou então a se utilizar um dos maiores eventos da época como arma de guerra: o submarino.
A guerra química e o bombardeamento aéreo foram utilizados pela primeira vez em massa na Primeira Guerra Mundial. Ambos tinham sido tornados ilegais após a Convenção Hague de 1907.
Os alemães começaram a usar gás tóxico em 1915, e logo depois, ambos os lados usavam da mesma estratégia. Nenhum dos lados ganhou a guerra pelo uso de tal artificio, mas eles tornaram a vida nas trincheiras ainda mais miserável tornando-se um dos mais temidos e lembrados horrores de guerra.
Os aviões foram utilizados pela primeira vez com fins militares durante a Primeira Guerra Mundial. Inicialmente a sua utilização consistia principalmente em missões de reconhecimento, embora tenha depois se expandido para ataque ar-terra e atividades ar-ar, como caças. Foram desenvolvidos bombardeiros estratégicos principalmente pelos alemães e pelos britânicos, já tendo os alemães utilizado Zeppelins para bombardeamento aéreo.
Em 1917 os EUA entram na guerra ao lado dos franceses e ingleses após os alemães afundaram o navio estadunidense Lusitânia. O Brasil, também entra no conflito após ter seu navio Paraná, afundado pelos alemães.
No final de 1917, a Rússia esgotada com as derrotas para Alemanha na guerra e em meio a Revolução Socialista, assina a paz em separado com a Alemanha e se retira da guerra em 1918.


3ª) Uma nova guerra de movimento (1918)
Em 1918, depois de se livrar dos russos na frente oriental, a Alemanha, utilizando de pesada artilharia e apoiados pela aviação concentra todas suas forças na frente ocidental. Contudo, a ofensiva da Tríplice Entente, sobretudo após a entrada dos EUA se tornava mais eficiente.
O Império Alemão foi agitado por problemas internos. Manifestações em várias cidades contestavam o governo e a guerra. Greves nas fábricas de munições também se multiplicavam na França e na Inglaterra. A crise fez com que o imperador alemão renunciasse, instaurando-se um a república. A Alemanha já não tinha mãos condições materiais nem humanas de permanecer no conflito. 
Em novembro de 1918, a Alemanha e seus aliados reconheceram sua derrota. O armistício que põe fim à guerra é assinado a 11 de novembro de 1918. Às 11h do 11º dia do 11 mês.

4. Tratado de paz
Terminada as operações militares, em janeiro de 1917, foi realizado a Conferencia de Paris, com a finalidade de negociar as bases para o acordo de paz. O presidente dos EUA, Woodrow Wilson, propôs um acordo de paz “sem vencedores”, baseados nos “14 princípios para equilibrar as relações internacionais, sem indenizações e anexações. Propunha também a criação da liga das nações, a fim de assegurar a paz mundial.
A Liga das Nações foi criada, contudo os franceses e ingleses não aceitaram a proposta dos EUA e a conferência estabeleceu que as nações assinassem os tratados de paz individualmente. Foi feito o Tratado de Versalhes, que considerava a Alemanha a culpada da guerra, criando determinações para enfraquecer e desmilitarizar o país. A devolução da Alsácia-Lorena para a França, a perda de suas colônias, a indenização as potências aliadas pelos danos causados.

5. Os estragos da Primeira Guerra
A primeira Guerra Mundial, anunciada como a “guerra para terminar com as guerras”, além de preparar conflitos posteriores ainda mais graves, deixou fixa a imagem de devastações morticínios: perto de13 milhões foram mortos, 20 milhões feridos e mutilados e milhares de órfãos e refugiados. 
As despesas bélicas não apresentam termo de comparação com as das guerras precedentes e as devastações infligidas aos países, em cujos territórios se desenvolveram as operações ou devido à campanha submarina, alcançam números vertiginosos. Levando em conta a alta dos preços, o custo total do conflito representa 30% da riqueza nacional francesa, 22% da alemã, 32% da inglesa, 26% da italiana e 9% da americana. 
Muitas das batalhas mais sangrentas da história ocorreram durante a Primeira Guerra Mundial. Tais batalhas incluíam: Ypres, Vimy Ridge, Marne, Cambrai, Somme, Verdun, e de Gallipoli. A artilharia foi a responsável pelo maior número de baixas durante a guerra.

6. A nova geopolítica
Após o fim da I Guerra Mundial, houve um rearranjo no mapa político europeu. Acabaram o II Reich Alemão, o Império Turco-Otomano, o Império Austro-Húngaro e o Império Russo, que cederam lugar a novos países europeus: Áustria, Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Rússia, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia.
Os EUA passaram a ser a maior potência mundial. Além de ter participado pouco da guerra (ingressou praticamente no final, em 1917) não teve estragos em seu território, ao contrário dos países europeus. Por outro lado, de credores, as potências europeias passaram a ser devedores dos EUA, que os emprestaram dinheiro para reconstruir seus países. O eixo geopolítico se retirava da Europa e se transferia para a América.

O último batalhão


-Imperialismo
-II Guerra Mundial
EM 28 DE AGOSTO DE 1992, Nova República - O processo de impeachment de Fernando Collor é aprovado pela Câmara dos Deputados. O primeiro governo eleito por voto direto desde 1960 durou de 15 de março de 1990 a 2 de outubro de 1992. O processo ocorreu após acusações de corrupção e da mobilização da sociedade.

Revolução Francesa (1789-1799)

A Revolução Francesa é considerada como o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea.  Aboliu a servidão e os direitos feudais e proclamou os princípios universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité), frase de autoria de Jean-Jacques Rousseau. Pela primeira vez na história do Ocidente, a população destituiu e condenou à morte um rei.

Custava muito caro ao tesouro real manter toda a pompa e
luxo da corte no Castelo de Versalhes
1. A França do Antigo Regime
No século XVIII, na França, a burguesia liderava as finanças, mas encontrava obstáculos em elementos feudais como a estrutura de propriedade e de produção, os tributos – corveia e talha – e, principalmente, a servidão. Os privilégios da nobreza como: isenção de tributos, julgamento e punições diferentes dos demais.

Divisão da sociedade francesa
a) Primeiro Estado: composto pelo Alto Clero (cardeais. Bispos e abades) e pelo Baixo Clero (padres, frades e monges). Possuía muitas terras e cobravam o dízimo e taxas sobre o batismo, casamento e sepultamento. Somavam 120 mil pessoas.
Rei Luís XVI
b) Segundo Estado: composto pela família real + nobreza palaciana ou cortesã (que morava na corte e sobrevivia à custa do Estado) + nobreza provincial (que se mantinham com as rendas das grandes propriedades rurais) + nobreza togada (alguns juízes e altos funcionários burgueses adquiriram os seus títulos e cargos, transmissíveis aos herdeiros). Viviam às custas da monarquia ou da exploração do trabalho dos camponeses. Somavam 350 mil pessoas
c) Terceiro Estado: composto pela burguesia (camponeses sem terra e os "sans-culottes", uma camada heterogênea composta por trabalhadores urbanos como artesãos, aprendizes e proletários, que tinham este nome graças às calças simples que usavam, diferentes dos tecidos caros utilizados pelos nobres.). Trabalhavam para geras a riqueza e os impostos à monarquia ou diretamente aos seus senhores. Somavam 24 milhões.
A sociedade francesa da segunda metade do século XVIII possuía dois grupos muito privilegiados, Primeiro e Segundo Estados, e um grupo oprimido e explorado por esses dois Estados, o Terceiro Estado. Os impostos e contribuições para o Estado, o clero e a nobreza incidiam sobre o Terceiro Estado, uma vez que os dois primeiros Estados não só tinham isenção tributária, como ainda usufruíam do tesouro real, por meio de pensões e cargos públicos.

 A crise financeira
A crise econômica do tesouro real francês estava em colapso. O Luxo e despesa da corte e Versalhes e o gasto com guerras, foram “financiados” ou pela burguesia ou pela parte pobre da população. A crise piorou com a grande seca de 1785, que destruiu boa parte do rebanho nacional.
Para contornar a crise financeira da frança, rei Luís XVI convocou a
Assembleia dos Estados Gerais
Gastando mais que arrecada e buscando uma saída, o rei Luiz XVI, assinou um tratado comercial com a Inglaterra, em 1786, adiando o pagamento de suas dívidas com os credores daquele país. Segundo o acordo a França venderia vinhos na Inglaterra sem impostos, e a Inglaterra venderia suas manufaturas sem imposto na França. O resultado foi desastroso. As indústrias francesas não conseguiram competir contra os ingleses, e muitos faliram.

A convocação dos Estados Gerais
O rei Luís XVI, tentando contornar a crise, nomeou em 1788 o prestigiado banqueiro Necker para o ministério das finanças. Ele passou a insistir na convocação do parlamento, em recesso desde 1614. Luiz XVI viu-se forçado a convocar o parlamento ou a Assembleia dos Estados Gerais para 5 de maio de 1789, que reuniria os representantes da nobreza, do clero e do povo. Aberta a sessão no Palácio de Versalhes, os interesses antagônicos dos grupos sociais ali representados entraram em choque.

2. O processo revolucionário
O Terceiro Estado exigiu o voto por cabeça, substituindo o voto por Estado. O rei Luiz XVI, apoiado pelo e clero e a nobreza decidiu que continuaria valendo o voto por Estado. As tensões aumentaram.
O 3º Estado rebelou-se durante a assembleia e reuniu-se
em separado a fim de elaborar uma Constituição
O rei tentou dissolver os Estados Gerais, ordenado a saída do Terceiro Estado da assembleia, que se negou a sair. O rei mandou fechar a sala onde estavam reunidos. O Terceiro Estado rebelou-se: reuniram-se em outra sala, com a participação de alguns representantes do primeiro estado (baixo clero) e representes do Segundo Estado (nobreza togada) declarando-se em Assembleia Nacional Constituinte com o objetivo de votar uma Constituição para a França. Em todas as decisões contaram com o apoio maciço do povo de Paris e arredores, deixando o rei e a nobreza cada vez mais isolados.


Assembleia Nacional Constituinte
Enquanto Luiz XVI tentava reunir tropas para anular a rebeldia dos deputados e reprimir as manifestações contrárias, criou-se a Guarda Nacional, uma milícia burguesa para resistir ao rei e liderar a população, foi instituído pela burguesia parisiense, a Comuna.
Queda da Bastilha em 14 de julho de 1789, marco inicial da
Rvolução Francesa
Em 13 de julho de 1789, a Comuna organizou a Guarda Nacional, uma milícia a fim de resistir a uma possível tentativa de retorno de Luiz XVI ao controle antes do fim da Assembleia e também para lutar contra eventuais manifestações mais violentas da população. Em Paris, os milicianos invadiram o Arsenal dos Inválidos para pegar as armas e as munições que ficavam guardadas naquele local. Só que a pólvora para as armas estava em outro lugar: a prisão da Bastilha.
 Em 14 de julho, a multidão miliciana, ao som La Marseillaise invadiu a fortaleza da Bastilha, símbolo do absolutismo, marco inicial da Revolução Francesa. No campo, os trabalhadores se rebelaram contra seus senhores. Os camponeses invadiam os castelos, e destruíam os registros de suas dívidas e os documentos que lhes davam o direito de cobrar impostos.
Em 4 de agosto de 1789 a Assembleia aprovou o fim da servidão, dos dízimos e dos privilégios feudais. Em 26 de agosto de 1789 foi aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, estabelecendo a igualdade de todos perante a lei, o direito à liberdade de expressão e de resistência à opressão. Também estabelecia o direito à propriedade, que é considerado inviolável.

A falta de pão
As mulheres francesas foram atuantes durante o processo revolucionário
Em 5 de outubro de 1789, as mulheres foram aos mercados, mas não encontraram pão para vender (o pão era a base da alimentação francesa na época). Uma multidão de 8 mil pessoas, imensa maioria de mulheres, marcharam cerca de 22Km até Versalhes. O rei foi obrigado a se transferir para Paris, instalando-se no Palácio das Tulherias.

A Monarquia Constitucional
Para resolver a crise financeira, os deputados decidiram, em 1790, confiscar os bens da Igreja e tornar cidadãos comuns os indivíduos pertencentes ao Primeiro Estado por meio da Constituição Civil do Clero. Os padres que não juraram esse documento foram declarados inimigos da Revolução.
Em 1791, a Assembleia Nacional proclamou a primeira Constituição da França, estabelecendo a monarquia constitucional, composta por três poderes: o executivo, exercido pelo rei, o legislativo (deputados) e o judiciário. O rei perdeu seus poderes absolutos e criou-se uma efetiva separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Além disso, foram concedidos direitos civis completos aos cidadãos.
A população foi dividida em cidadãos ativos e passivos. Somente os cidadãos ativos, que pagavam impostos e possuíam dinheiro ou propriedades, participavam da vida política. Era o voto censitário. Os passivos eram os não-votantes, como mulheres, trabalhadores desempregados e outros.

A Comuna Insurrecional de Paris 
Contrário às transformações que estavam ocorrendo, a alta nobreza fugiu para o exterior, buscando ajuda militar de outros reinos absolutistas, para pôr fim a revolução. De início os demais reinos absolutistas não deram muita importância. Entendiam eles que aquele problema era pontual francês. Tal postura mudou, quando verificaram a simpatia e o interesse de seus súditos ao ideal revolucionário, e a possível irradiação da revolução no continente.
Os governos absolutistas da Europa assinaram, em conjunto, a Declaração de Pillnitz, onde se prontificavam a agir com urgência se a situação assim exigisse. Em fevereiro de 1792, a assembleia decretava o confisco dos bens dos emigrados, acirrando ainda mais os ânimos. Em abril de 1792, a França declarou guerra à Áustria, pois ela se negara a expulsar os emigrados franceses de seu território. No entanto o exército estava desorganizado e foi derrotado nas primeiras investidas.
Aos austríacos juntaram-se os prussianos marcharam sobre a França, em direção a Paris. Diante dos acontecimentos, a Assembleia fez o decreto de “pátria em perigo” em julho de 1792 e organizou a resistência. O exército absolutista, comandados pelo duque Brunswick, dirigiu um manifesto que ameaçava o povo da cidade de “execução militar” caso não submetesse “imediata e incondicionalmente ao seu rei”.
O rei fugiu de Paris em direção a Áustria. Perto da fronteira, Luiz XVI foi reconhecido por membros do exército revolucionário e reconduzido à Paris. Sob a invasão externa e o receio de uma nova traição do rei, Luís XVI foi deposto de suas funções e preso com sua família.
Populares se juntaram ao exército francês, ganhando força. No dia 20 de setembro de 1792, em Valmy, as tropas da Revolução obtiveram sua primeira grande vitória sobre o exército austro-prussiano.

A Convenção Nacional era dividida em 3 grupos políticos, que sentavam em
locais separados na assembleia: Girondinos (direita), Planície (centro)
e Jacobinos (esquerda)
A Convenção Nacional (1792-1795)
Com a suspensão de Luiz XVI de seu cargo, foi eleita às pressas uma nova Convenção Nacional a fim de elaborar uma nova Constituição. A nova Convenção foi eleita através do voto universal masculino, e não pelo voto censitário. A Assembleia Nacional foi transformada em Convenção Nacional, assumindo o governo da França em 1792. A primeira medida tomada pela Convenção foi a abolição da realeza e a proclamação da república. A convenção abrigava cerca de 750 deputados, que se organizavam em três grupos:
1) Girondinos: eram os representantes da burguesia comercial e industrial, a maioria viera da região chamada Gironda. Defendiam o voto censitário, o direito à propriedade privada e eram contra à participação popular na revolução, a monarquia constitucional. Seus deputados sentavam-se a direita da Convenção, ficando conhecidos como “grupo de direita”;
2) Planície: eram representantes da alta burguesia, mas não tinham ideologia definida, agindo conforme seus interesses, oscilavam em moderação e radicalismo, seus representantes enteavam-se no centro da Convenção;
3) Jacobinos: eram os representantes dos sans-culottes (pequenos comerciantes, assalariados, etc.) e pequenos burgueses. Seus representantes eram Marat, Danton e Robespierre. Eram chamados republicanos radicais. Seus deputados sentavam-se a esquerda da Convenção, ficando conhecidos como “grupo de esquerda”.
Nos primeiros meses de vigência da Primeira República francesa, a política foi dominada pelos girondinos. À medida que a revolução se tornava mais radical, os jacobinos foram ganhando força e o controle do governo.

Rei e a rainha guilhotinados
Rei Luís XVI é executado na guilhotina. Nunca antes nos
tempos modernos, um rei fora executado.
O rei Luiz XVI foi acusado de traição e levado a julgamento. Os girondinos queriam sua absolvição e os jacobinos sua condenação. Depois de intensos debates, saiu a sentença: 90% dos deputados o julgaram culpado. Em 21 de janeiro de 1793, o rei Luiz XVI, com 38 anos foi guilhotinado em praça pública, ao som de aplausos. No dia 16 de outubro de 1793, foi a vez da rainha Maria Antonieta, ser executada na guilhotina.

Os jacobinos no poder e o período do terror
A execução de Luiz XVI indignou e aterrorizou os reis europeus e os nobres franceses gerando uma série reações. Os demais reis ficaram preocupados com o poder da Revolução e o medo de chegarem até seus reinos, implantaram uma forte censura na imprensa, para não noticiar nada que vinha da França. A Inglaterra uniu-se a outras monarquias e juntos, formaram uma coligação para atacar a França revolucionária.
Os nobres franceses organizaram-se em movimentos contrarrevolucionários. No interior, diversas regiões provinciais, partidárias da realeza deixaram de obedecer à Convenção. Para enfrentar a crise institucional, a Convenção criou dois órgãos especiais para defender a revolução:
- Comitê de Salvação Pública: responsável pelo controle do exército;
- Tribunal Revolucionário: encarregado de julgar as pessoas consideradas inimigas da revolução.
Jean-Paul Marat foi assassinado
Em Paris, no dia 13 de junho de 1793, o jacobino Jean-Paul Marat foi assassinado, agravando ainda mais a crise política. Em 2 de julho 1793, os jacobinos, comandando os sans-culottes, tomaram a convenção, prendendo os lideres girondinos, dando início a Convenção Montanhesa (1793-1794).
Os jacobinos liderados por Robespierre, asseguravam que era tarefa do Estado dar a todos os cidadãos os bens necessários para sua sobrevivência, nem que para isto, negasse a propriedade privada. As novas medidas a partir de então, deveriam romper com tudo o que representava com o Antigo Regime.
Para romper de vez foi criado um novo calendário nacional. O calendário era composto de 12 meses de 30 dias, os restantes 5 dias que faltavam para completar os 365 dias eram chamados de dias dos sans-culottes. O domingo foi abolido. Os meses tinham nomes relacionados com a natureza. O novo calendário da revolução foi criado em setembro de 1793 e entrou em vigor em outubro. O início do ano 1 desse calendário foi estabelecido para começar a zero hora do dia 23 de setembro de 1792.
·         Vindimário => latim vindemia = vindima, colheita da uva, de 22/9 a 22/10
·         Brunário => francês brumas = nevoeiro, de 23/10 a 20/11
·         Frimário => latim frimas = geada, de 21/11 a 20/12
·         Nivoso => latim nivosus = neve, de 21/12 a 19/1
·         Pluviso => latim pluviosus = chuva, 20/1 a 18/2
·         Ventoso => latim ventosus = vento, de 19/2 a 20/3
·         Germinal => latim germem = germinação, de 21/3 a 19/4
·         Floreal =. latim florens = flores, de 20/4 a 19/5
·         Prarial => francês Prairie = prado, de 20/5 a 18/6
·         Messidor => latim messis = colheita, de 19/6 a 18/7
·         Termidor => grego therme = calor, de 19/7 a 17/8
·         Frutidor => latim fructus = fruto, de 18/8 a 16/ 9
Dias dos sans-culottes. De 17/9 a 21/9
Foi adotado também uma nova Constituição, denominada de Constituição do Ano 1, por ter sido proclamada em 1793, o ano 1 do novo calendário, era republicana, igualitária e adotava o voto universal. O governo dos jacobinos contou com o apoio popular ao adotar medidas como a instituição do ensino público, gratuito e obrigatório, congelamento dos preços (lei do preço máximo), regulamentação dos salários, reforma agrária e a repartição dos bens dos nobres emigrados, o divórcio e abolição dos escravos nas colônias francesas.
Nesse período a radicalização política chegou ao auge, levando milhares de pessoas à guilhotina, acusadas de serem contrarrevolucionárias. As divergências entre os jacobinos eram tanto que Robiespierre condenou Danton (líder jacobino moderado), Hébert (chefe radical) a guilhotina. Com isto, foram se desgastando e perderam apoio da população.

Robiespierre foi condenado a morte por seus
companheiros revolucionários
O golpe do Termidor e o governo por Diretório (1794-1799)
Aproveitando-se da crise que se alastrou pela França alta burguesia girondina aliou-se com deputados da planície e reorganizaram a retomada o poder na Convenção. Defendendo o fim do banho de sangue jacobino, os girondinos invadiram a Convenção derrubando os líderes da Montanha, Robiespierre foi preso, condenado e executado na guilhotina em 4 de julho de 1794.
A Convenção Nacional Termidoriana (1794-1795), reativou o projeto político burguês, dando apoio aos comerciantes, industriais e banqueiros, e, inserindo a França no sistema capitalista. Em 1795 elaborou uma nova Constituição, reafirmou a república, restabeleceu o voto censitário (que excluía a maior parte da população) e estabelecendo o poder executivo com o Diretório, formado por cinco membros eleitos pelos deputados.
O novo governo caracterizou-se pela supremacia girondina, e enfrentou resistências dos jacobinos e Monarquistas. Diversos levantes populares e ameaças de invasões da França por forças estrangeiras contrarias à Revolução.  
Os monarquistas, apoiados pelos ingleses, lideravam as revoltas com a finalidade de levar ao poder o conde de Artrois (irmão de Luiz XVI). Os jacobinos pressionavam por meio da intimidação física. Graco Bebeuf liderou um movimento popular, chamado de “Conspiração dos Iguais”, propondo o fim da propriedade privada. O levante foi sufocado, Bebeuf e seus seguidores foram executados.
O governo endureceu o regime fechando jornais de oposição e ameaçando expulsar da França quem fosse contrário o Diretório. O governo não consegui se estabelecer, pois estava mergulhado em escândalos e atos de corrupção.

Golpe de 18 de Brumário
Nos jornais a fala era sempre a mesma: A França necessita de um líder enérgico, respeitado e que fosse admirado por todos.  O jovem militar, Napoleão Bonaparte, que muito cedo chegou ao posto de general, devido a sua bravura na resistência francesa às invasões estrangeiras, reunia todos estes requisitos. Napoleão aliou-se com os girondinos, desfechou um golpe contra o Diretório, o golpe do 18 de Brumário (22/10-20/11). O Diretório foi substituído por uma nova forma de governo – o Consulado, ajudando a consolidar as conquistas burguesas da Revolução. 




-Iluminismo
-Independência das 13 Colonias Inglesas na América do Norte
-Era Napoleônica
-França pós Napoleão