sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A Formação do Egito ou Período Pré-dinástico (até 3200 a.C.)


A história do Egito é dividido em 5 períodos históricos: Período Pré-dinástico (até 3200 a.C.); Antigo Reinado (3200 a.C. à 2040 a.C.); Novo Reinado (1550 a.C. à 1070 a.C.); Último Reinado (1070 a.C. à 332 a.C.); Período das Invasões (332 a.C. à 30 a.C.). O período pré-dinástico é parte da história compreendido entre o neolítico e o início da monarquia faraônica formada pelo rei Menés ou Narmer.

O Egito se formou graças ao rio Nilo
Localização
O Egito Antigo foi uma civilização da antiguidade oriental ao Norte da África, concentrada ao longo do curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país do Egito. Era parte de um complexo de "Civilizações do Vale do Nilo", dos quais as regiões ao Sul do Egito (hoje no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália). Tinha como fronteira Norte o Mar Mediterrâneo, a Oeste o Deserto da Líbia, a leste o Deserto Oriental Africano e a Sul a primeira catarata do rio Nilo.

A formação do Estado egípcio
O Egito Antigo foi umas das primeiras grandes civilizações da antiguidade e manteve durante a sua longa existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contatos com povos estrangeiros tenham sido também uma realidade.

Primeiros habitantes
Há milhões de anos, vários agrupamentos de humanos de diferentes origens ocuparam o vale do Nilo. Por volta de 8500 a.C., havia diversas comunidades instaladas ás suas margens. Seus habitantes dominavam a agricultura e contavam com a vantagem de estar em uma região fértil para o cultivo de alimentos.
A concentração das atividades agrícolas naquela região devia-se pela grande quantidade de água, e por suas cheias. A razão dessa fertilidade é que todos os anos, entre junho e outubro, o rio Nilo o Nilo transbordava e inundava os terrenos ao seu redor. Quando as águas baixavam, deixavam sobre o solo uma camada de lama escura rica em nutrientes (húmus). Isso tornava a terra fértil, facilitando o crescimento de plantas.
O próprio nome Egito, pelo qual ficou conhecida a região em torno do Nilo significa “terra preta” ou “terra fértil”. Aproveitando-se dessa fertilidade, os agricultores reuniam-se para semear a terra. Eles cultivavam cereais como trigo, aveia e cevada; linho; leguminosas como ervilhas e lentilhas. Também criavam animais, como bois, gansos. Além de fornecer agua para a agropecuário, o rio fornecia peixes, plantas para fazer cestos e barro para a fabricação de tijolos e de peças de cerâmica usadas na construção de casas e de vasilhas.

A agricultura no Egito, desenvolveu-se a partir das
cheias do rio Nilo
Produção de excedentes
Por volta de 4000 a.C., os moradores destas comunidades, começaram a construir diques para estocar água, aproveitando as depressões naturais dos terrenos. Dessa maneira, as comunidades podiam transportar água para irrigar regiões mais distantes e armazená-la para períodos de seca.
Aos poucos agricultores e pastores construíram suas casas próximas umas das outras, provavelmente para facilitar a realização de suas atividades econômicas, bem como para se defender de possíveis inimigos, formando assim pequenas aldeias.
De início, essas aldeias abrigavam grupos familiares que produziam apenas para a própria subsistência. Entretanto, a ocorrência de grandes colheitas resultou na geração de excedentes. O excedente podia ser guardado, e parte era destinada ao consumo nos períodos de grandes cheias, quando não se podia plantar e nem colher.
Com a existência de excedentes, alguns habitantes das aldeias ficaram liberados do trabalho na agricultura. Eles passaram então a se dedicar a outras atividades que interessavam a todos, como a confecção de utensílios doméstico e instrumentos de trabalho. Em um primeiro momento, os artesãos criaram objetos de pedra, mas logo passaram a trabalhar o cobre e, mais tarde, o bronze e o ferro.

O Comércio
A produção de excedentes também possibilitou a ampliação das trocas de produtos entre os habitantes de uma aldeia, ou mesmo entre os habitantes de aldeias diferentes. Essas trocas tornaram-se mais frequentes, criando a necessidade de locais específicos para a realização. Assim, formaram-se os mercados. Com o passar do tempo, algumas pessoas passaram a intermediar as trocas de alimentos e produtos artesanais, dando origem a atividade comercial. A forma de pagamento utilizada nessa intermediação era variada: pagava-se com cabeças de gado, produtos artesanais, objetos metálicos ou quantidades de metal.
Com as novas atividades econômicas e a especialização do trabalho, a organização social das aldeias tornou-se mais complexa. Alguns grupos passaram a ter melhores condições econômicas que outros. O aumento dessa diferença entre os grupos gerou diversos conflitos.

Os nomos
A comunidades formadas pela união de aldeias foram chamadas de nomos, e seus líderes, conhecidos como monarcas, ficaram responsáveis por organizar a cooperação entre diversos núcleos. Ao final desse processo, que teria ocorrido há cerca de 6 mil anos, os egípcios haviam criado uma forma de organização caracterizada pela existência de um grupo de pessoas especializadas no comando das atividades de interesse coletivo.
A partir de 4000 a. C., aproximadamente, os monarcas reforçaram seu poder organizando um conjunto de funcionários especializados na administração de obras públicas, no julgamento de disputas e na elaboração de regras de convivência.
Alguns desses funcionários eram responsáveis pela cobrança de impostos, que eram pagos pelos agricultores com parte de sua produção. A arrecadação era utilizada para financiar a realização de obras coletivas. Havia também funcionários militares, encarregados da defesa contra ataques de outros nomos ou povos, e também de reprimir as revoltas daqueles que não aceitavam as decisões dos monarcas.
Inicialmente, as pessoas que faziam parte desse grupo de dirigentes eram escolhidos pelos habitantes de cada nomo por sua bravura, liderança religiosa ou sabedoria. Contudo, esses dirigentes logo passaram a usar seu prestígio para manter o poder em suas mãos e nas de seus descentes. Tratar também de garantir para si e para seus familiares o controle das terras mais férteis.
Com a domesticação de animais e cultivo de plantas, esses grupos se fixaram e formaram aldeias. Com base em interesses comuns, as aldeias foram se juntando em unidades administrativas independentes chamadas nomos. Cada nomo era governado por um único chefe, o monarca que acumulava as funções de líder militar, juiz e rei. 

A desigualdade social
O controle das terras assegurou aos monarcas e a seus funcionários uma parcela maior e melhor dos alimentos produzidos. Comercializando os excedentes, eles obtinham riqueza e elevavam sua condição de vida. Esse processo ampliou as diferenças na situação econômica e social dos habitantes dos nomos.
A desigualdade social gerou conflitos e questionamentos sobre a autoridade dos monarcas e de seus funcionários. Para manter-se no poder, eles reforçaram o controle militar, reprimindo os descontentes.

O Baixo Egito e o Alto Egito
Os nomos, por serem independentes, muitas vezes se reuniam e faziam tarefas importantes como; construir barragens, represas e etc. Os nomos passaram a guerrear entre si, pois na medida em que a povoação crescia, eles faziam guerras para ver quem tomava a posse das terras mais férteis. Ao fim desses sucessivos conflitos, os vencedores impunham seu domínio aos vencidos, e desse processo resultou a formação de dois grandes reinos na região: O Baixo Egito, no delta do Nilo e o Alto Egito, no vale do Nilo.




As coroas branca, vermelha e a coroa bicolor
A unificação do Egito
O Baixo Egito era localizado ao Norte, compreendia os nomos próximos à foz do rio. Nessa área, o rio formava um delta (dividia-se em vários canais), em torno dos quais a terra era muito fértil. O Alto Egito era ao Sul, concentrando-se na estreita faixa de terra fertilizada pelas cheias do Nilo.
Os governantes do Baixo e Alto Egito mantiveram-se em conflitos constantes pelo controle das terras mais férteis. Em 3200 a.C., aproximadamente, Menés (governante do Alto Egito) conquistou o Baixo Egito e unificou toda a faixa em torno do Nilo.
Com a unificação dos dois Estados, o poder concentrou-se nas mãos de um só governante, que mais tarde recebeu o título de faraó. O faraó transmitia o poder a seus filhos, constituindo uma dinastia, denominação dada à série de soberanos pertencentes a uma mesma família.
Para representar a unificação dos Alto e Baixo Egito, os faraós costumavam utilizar nas cerimônias públicas duas coroas: a branca (simbolizava o Baixo Egito) e a vermelha (simbolizava o alto Egito). Além disso, empunhavam um leque, emblema do Baixo Egito, e um cajado, emblema do Alto Egito.







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