Os Zapotecas
O
termo zapoteca é na verdade uma derivação da palavra do idioma nahuatl
"tzapotecah" (singular "tzapotecatl") que significa
"habitantes da região dos sapotizeiros" (sapotizeiro é uma árvore
frutífera, produtora do sapoti, e de onde se retira o látex para fabricação da
goma de mascar). Os zapotecas referem-se a si mesmos como "Beenaa",
ou "o povo".
Origem
Os
primeiros zapotecas chegaram a Oaxaca vindos do norte do atual México,
provavelmente cerca de 1000 a.C., estabeleceram-se nos vales centrais do atual
estado de Oaxaca. Apesar de não tentarem remover nenhum dos povos vizinhos de
suas terras, os zapotecas terminaram por ser a etnia predominante naquela
região. Assim, enquanto Teotihuacan florescia no centro do México. Construíram
importantes cidades, sendo as mais famosas Monte Albán e Mitla.
Sociedade e cultura
Os
primeiros zapotecas eram sedentários, vivendo em povoados agrícolas.
As
mulheres zapotecas do estado de Oaxaca exercem vários papeis sociais em suas
famílias e comunidades. Assim como em diversas culturas a mulher zapoteca
assumiu diferentes posições sociais ao longo da história. Essas posições
relacionam-se com o casamento, criação dos filhos e trabalho.
As
mulheres e os homens do povo, que viviam nas aldeias, eram obrigados impostos
ao governo central. Este pagamento era feito, entregando parte do que
produziam, como: milho, perus, mel e feijão.
Arte Zapoteca |
Os
zapotecas destacaram-se como tecelões e oleiros. São famosas as urnas
funerárias zapotecas, vasilhas de barro colocadas sobre os túmulos. Os
zapotecas, juntamente com os maias, foram um dos povos mesoamericanos que
desenvolveu um completo sistema de escrita. Através de hieróglifos e outros
símbolos gravados em pedra ou pintados nos edifícios e túmulos, combinaram a
representação de ideias e sons.
Os
zapotecas desenvolveram um calendário e um sistema logofonético de escrita que
utilizava um carácter individual para representar cada sílaba da linguagem.
Este sistema é considerado como a base de outros sistemas de escrita
mesoamericanos desenvolvidos pelos olmecas, maias, mixtecas e astecas. Na
capital asteca, Tenochtitlan, viviam artesãos zapotecas e mixtecas, cuja
actividade era o fabrico de jóias para os Tlatoannis ou imperadores astecas,
entre os quais o famoso Moctezuma II.
Cidade de Monte Albán
A
cidade era muito bem organizada e complexa. Possía edifícios, estádios de jogo
da bola, túmulos magníficos e mercadorias valiosas, incluindo joalharia em ouro
finamente trabalhada. Monte Albán foi a primeira grande cidade do hemisfério
ocidental e centro de um estado zapoteca que dominou grande parte do que é hoje
o estado de Oaxaca.
Religião
Os
zapotecas desenvolveram uma agricultura muito variada e para ter boas colheitas
rendiam culto ao sol, à chuva, à terra e ao milho. Adoravam um conjunto de deuses dos
quais se destaca o deus da chuva, Cocijo, representado por um símbolo da
fertilidade que combinava os símbolos da terra-jaguar e do céu-serpente,
símbolos comuns nas culturas mesoamericanas.
Os
rituais religiosos, que por vezes incluíam sacrifícios humanos, eram regulados
por uma hierarquia sacerdotal. Os zapotecas adoravam os seus antepassados e,
crendo num mundo paradisíaco, desenvolveram o culto dos mortos. Um dos seus
grandes centros religiosos era Mitla. A magnífica cidade de Monte Albán foi
sede de uma civilização bastante desenvolvida, possivelmente há mais de 2000
anos.
Decadência
Monte
Albán dominou os vales até finais do período clássico e, como outras cidades
mesoamericanas, perdeu o seu esplendor entre os anos 700 e 1200. No entanto, a
cultura zapoteca permaneceria nos vales de Oaxaca, Tabasco e Veracruz.
Vindos
do norte, os mixtecas tomaram o lugar dos zapotecas em Monte Albán e Tikal e
mais tarde em Mitla. Em meados do século XV, os zapotecas e os mixtecas lutaram
para evitar o controlo dos astecas sobre as rotas comerciais em direcção a Chiapas,
Veracruz e Guatemala. Sob o comando do rei Cosijoeza, os zapotecas aguentaram
um longo sítio na montanha rochosa de Giengola, mantendo o controlo sobre
Tehuantepec bem como a autonomia política, através de uma aliança com os
astecas até à chegada dos espanhóis.
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