Médio Reinado (2040 a.C. à 1550 a.C.)
Em
2040 a.C., o faraó Mentuhotep II derrotou os monarcas e concentrou novamente o
poder em suas mãos. Essa volta da centralização política é considerada o marco
inicial do Médio reinado.
Uma complexa organização social
Após
centralizar o poder nas mãos do faraó, por volta de 2000 a.C., o Egito consolidou
organização governamental, e com isso uma
complexa social. Tinha uma classe privilegiada composta por poucos: a classe
diretiva (faraó), nobres, que eram os altos funcionários do Estado (burocratas e
altos militares), sacerdotes e os grandes comerciantes. A grande maioria que
era dominada pelo primeiro grupo, era quem realmente gerava riqueza para o
reino composta pelos: camponeses, pescadores e artesãos.
Nobres
Em
nome do faraó, os burocratas organizavam e
chefiavam a justiça; a administração pública, com a cobrança de impostos e
exerciam o controle sobre o comércio e outras atividades econômicas. O mais
importante entre esses funcionários era o vizir, era uma espécie de Chefe-de-Governo, responsável por
chefiar a justiça, a administração central, os tesouros e os celeiros reais
Os
nobres controlavam grandes extensões de terra e transmitiam os cargos que
exerciam aos seus descentes. Como pagamento por seu trabalho, retinham parte
os impostos arrecadados, o que lhes garantia uma vida luxuosa e uma situação
social privilegiada. Eles eram responsáveis por chefiar os militares,
encarregados e organizar a defesa contra os inimigos externos.
Sacerdotes
O
poder dos sacerdotes estava assentado na grande importância dada à religião e
ao culto aos deuses. Os antigos egípcios costumavam visitar os templos
dedicados ás divindades com objetivo de fornecer doações e orar pela
intervenção divina nos problemas de seu cotidiano. Pediam desde a punição para
quem praticava um furto até a interferência do deus em uma briga familiar. No
entanto, as pessoas comuns somente poderiam chegar até a entrada do templo. Ali
se iniciavam os domínios dos sacerdotes, que recebiam os pedidos e as oferendas
e interpretavam as mensagens dos deuses.
Os
sacerdotes também eram responsáveis por organizar as procissões e os festivais
em homenagens às divindades. Nessas ocasiões, as imagens sagradas eram
carregadas pelas ruas doa cidade ou, pelos campos, ou colocadas em uma barca
enfeitada para navegar pelo rio Nilo.
Cabia
aos sacerdotes administrar as doações dos fiéis. Essas doações eram feitas
regularmente pelo faraó e pelos altos funcionários do estado, para que os
sacerdotes garantissem, dia e noite, o culto aos deuses. Os antigos egípcios
acreditavam que, se não houvesse essa adoração contínua, o mundo entraria em
desequilíbrio.
Os
soldados tinham grande importância na sociedade egípcia. Primeiramente eram
encarregados de proteger as cidades de invasões de estrangeiros, além de serem
usados como um tipo de polícia interna. Além disso, também coletavam impostos
para o faraó.
No
Antigo Egito, o exército era formado por homens egípcios e por mercenários
estrangeiros, que viviam de um salário, além de receberem produtos por serviços
prestados, podendo receber terras e tesouros pilhados na guerra.
Escribas
Os
escribas eram preparados para a função em escolas especiais, onde aprendiam a
escrita e a leitura demótica e dos hieróglifos. Eles eram responsáveis por
registrar e calcular os estoques de alimentos, a produção agrícola, as
atividades comerciais e a cobrança de impostos.
Também
se encarregavam de escrever sobre a vida dos faraós, copiar os textos sagrados,
poemas, hinos e histórias. Eram eles que eram designados para escrever cartas,
pois a grande maioria da população era analfabeta. Os escribas registravam nas
paredes internas das pirâmides ou usavam o papiro para escrever dados e textos.
No
Egito Antigo, o papiro, que era uma planta, era encontrado nas margens do rio
Nilo. Foi muito utilizado pelos egípcios para diversos propósitos. As folhas
eram sobrepostas e trabalhadas para serem transformadas numa espécie de papel,
conhecido pelo mesmo nome da planta, que ficavam em forma de rolos, que ficavam
em forma de rolos.
O
papiro tinha outras funções no Egito Antigo. Os artesãos utilizavam a planta
para a fabricação de cestos, redes e até mesmo pequenas embarcações (através da
formação de feixes). Era também utilizado como alimento pelas pessoas mais
pobres e também para alimentar o gado.
Comerciantes
Durante
o Novo reinado, outro grupo ganhou importância: os grandes comerciantes. Nesse
período, eles passaram a ominar o comércio com povos vizinhos, o que lhes
garantiu o acúmulo de riquezas.
Os
pequenos comerciantes navegavam em barcos pequenos, alguns com cabines cobertas
de esteiras. Neles transportavam grãos e outros tipos de alimentos plantados
pelos camponeses, ou utensílios e instrumentos produzidos pelos artesãos.
Artesãos
Os
artesãos trabalhavam para o faraó, nobres e sacerdotes, exerciam várias
atividades manufatureira. Eles eram: ourives, joalheiros, ferreiros,
fundidores, marceneiros, carpinteiros, beneficiadores do couro, construtores de
barcos, confeccionadores e vasos e de tijolos, pedreiros entre outros.
Os
artesãos trabalhavam com matérias-primas egípcias, como o papiro e couro e
matérias-primas estrangeiras, como perdas preciosas para fazer joias; madeiras,
para fazer barcos; pedras, para construções.
Camponeses
A
grande maioria da população do Egito Antigo vivia no campo e trabalhava na
agricultura, a atividade econômica mais importante a época. Os trabalhadores
agrícolas eram chamados de felás.
Os
camponeses viviam em aleias próximas ao rio Nilo. As terras que cultivavam eram
controladas pelo faraó, pelos dirigentes dos templos ou pelos altos
funcionários, a quem tinham que pagar impostos e entregar grande parte dos
alimentos produzidos.
Os
felás faziam o plantio após a enchente do Nilo, quando as águas recuavam,
deixando nas margens do rio com a lama preta que fertilizava o solo. Cultivavam
o trigo (utilizado para fazer pão) e cevada (utilizada para fazer cerveja).
Havia
também os pescadores que trabalhavam sozinhos na pesca com anzóis ou em grupos,
usando enormes redes. Eles navegavam em embarcações feitas por feixes e papiro
ligados por cipós. Os peixes o rio Nilo eram um dos alimentos básicos da
maioria da população.
A
vida dos camponeses era muito dura. Sofriam agressões físicas dos cobradores de
impostos, além de plantar e colher, criavam gado e trabalhavam na construção e
diques e na abertura de canais. Também podiam ser convocados para trabalhar na
construção de pirâmides e templos, nos períodos que as terras estavam alagadas
pelo Nilo e não podiam ser cultivadas.
Escravos
Os
escravos eram uma classe reduzida na sociedade egípcia, e na maioria das vezes,
eram os prisioneiros e guerra, obtidos por meio das conquistas militares. Eles
juntamente com os condenados por crimes realizavam as tarefas consideradas
inferiores e mais difíceis pelos demais egípcios, como: mineração, atalhamento
e pedras, lavagem e preparação de cadáveres para mumificação, transporte de
alimentos e a construção de pirâmides.
Curiosamente,
eles não viviam em uma condição social relativamente baixa em relação aos seus
donos. Os egípcios cuidavam melhor de seus escravos, do que dos estrangeiros
que lá apareciam.
Os
melhores escravos eram recrutados para compor o exército, além de serem
utilizados como intérpretes. Os escravos podiam ser vendidos, alugados ou
emprestados.
Cotidiano social
A
sociedade egípcia era economicamente desigual. As camadas mais populares da
sociedade egípcia tinham como base da alimentação o pão, o peixe e uma espécie
de cerveja. As classes mais abastadas tinham uma dieta a base de carne de ganso,
carne de vaca, vegetais, peixes, frutas e bolos. O vinho era uma bebida cara, e
por isso consumida apenas por aqueles que tinham melhores condições sociais.
Os
egípcios sofriam com pragas e doenças. Piolhos eram um problema sério, muitas pessoas,
principalmente as da classe rica, resolviam o problema raspando o cabelo e
usando perucas. Os meninos egípcios, até aos doze anos, tinham a cabeça
raspada, com exceção apenas de um pequeno tufo deixado no centro da cabeça.
Uma família camponesa, onde o filho está aprendendo o ofício do pais além das roupas utilizados por eles |
As
doenças pulmonares eram muito comuns do Egito Antigo. As pessoas costumam
inalar muito pó de areia durante as tempestades de areia, o que comprometia,
com o tempo, o funcionamento dos pulmões. Uma forma de cura, que os egípcios
utilizavam no tratamento de infecções era o uso do pão mofado.
As
crianças começavam a usar roupas somente a partir dos cinco anos. Os meninos
usavam uma tanga e um cinto, enquanto as meninas usavam um vestido. Devido ao
clima quente e seco, as roupas dos adultos eram leves e finas. Os homens
vestiam apenas saiotes e as mulheres vestidos simples ou túnicas de linho. Grande
parte das roupas eram feitas de linho.
Os
meninos das famílias mais ricas iam para a escola, onde tinham aula com
sacerdotes e sábios. As meninas só podiam ir para a escola a partir dos doze
anos de idade. As crianças usavam pranchas de gesso e lascas de pedra para
escreverem. A escola era muito rigorosa e os castigos físicos eram usados em
caso de erros. Os filhos de famílias mais pobres (exceto de escravos) aprendiam
a profissão do pai em casa ou no local de trabalho, pois estas famílias não
tinham condições de manterem os filhos numa escola.
No
dia a dia tanto as mulheres como os homens egípcios usavam maquiagem. A pintura
dos olhos era verde (com tinta feita de cobre) ou preta (com tinta feita de chumbo).
Os egípcios acreditavam que a maquiagem tinha poder de cura e originalmente,
era usada como proteção contra o sol, não como adorno. As mulheres egípcias
mais ricas faziam maquiagem usando pó de minerais colorido misturados com óleos
vegetais. Usavam também, para ficarem mais bonitas, joias feitas de ouro e
pedras preciosas.
Se
os egípcios sofriam com as desigualdades sociais, a diferença de gênero não era
problema na sociedade egípcia. As mulheres egípcias não ficavam com papéis
secundários ou eram excluídas de sua sociedade. Graças a um sistema jurídico
igualitário, mulheres e homens tinham o mesmos direitos e deveres.
Elas
podiam ser médicas, ministras, marinheiras, proprietárias de terras, ser
rainhas entre outras atribuições. Após o divórcio, elas ficavam com os filhos,
além de uma parte dos bens do casal, além de poderem casar-se novamente.
Entretanto,
havia restrições em relações as mulheres. Embora recebessem educação, as
mulheres não podiam, por exemplo, ser escribas, entre outras profissões que
lhes eram vetadas.
Domínio e Dominação
Os
vizinhos dos egípcios ao sul, a Núbia, era um reino rico devido a agricultura e
o comércio, porém, apresentava um exército frágil, durante este período. Devido
a isto, as tropas egípcias dominaram a região, mantendo o reino núbio, sob sua
influência.
Apesar
da prosperidade material, o Egito se enfraquecia internamente devido a revoltas
internas. Aproveitando-se dessa fragilidade os Hicsos acabaram invadindo o
Egito por volta do ano 1700 a.C., como a décima quinta dinastia, assumindo diretamente o governo da
parte Norte do território, e impondo seus domínios sobre os dirigentes da parte
Sul.
Durante
a dominação dos Hicsos, os hebreus se deslocaram até o Egito, devido a um período prolongado de seca em
Canaã, na região hoje chamado de Oriente Médio, fez com que os primeiros
hebreus se deslocam-se até o Egito para fugir da fome.
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