segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Os Arameus

O principal legado dos arameus foi sua língua, o aramaico, falado por alguns povos, entre eles os hebreus e os filisteus.

Origem
Formados por várias tribos semitas, de pastores nômades, não formavam um Estado unificado. Estas tribos eram ligadas por laços culturais, especialmente pela língua, o que lhes davam a identidade aramaica.

Expansão
Se fixaram, mas terras festeis da Mesopotâmia, por volta do século XI a.C., posteriormente se instalaram em Aram, na Síria. No final deste século fundaram o Estado de Bit Adini, próximo ao rio Eufrates, chegando a ocupar áreas da Anatólia e Damasco, na Síria, e na região na época denominada de Antilíbano.
No ano de 1030 a.C., uma coalizão de tribos aramaicas da Mesopotâmia, atacaram Israel, mas foram derrotados pelos soldados do rei Davi. Apesar da derrota, a expansão arameia, prosseguiria então, ao longo do médio e baixo Eufrates, chegando até a Babilônia, ocupando a maior parte do território da Mesopotâmia. No século IX a.C., eles dominaram a Babilônia.

Dominação
Em 852 a.C., tiveram algumas de suas tribos dominadas pelos temidos guerreiros assírios, a oeste do território. Na metade do século IX a.C., os assírios tentaram anexar o Estado arameu de Bit Adini com seu território, enfrentando Israel, Aram, Hamat e a Fenícia. Após intensos combates, os assírios tiveram êxito em sua conquista, e, em 838 a.C., conseguiram anexar as regiões dominadas pelas tribos no médio Eufrates.
Em 740 a.C. os assírios dominaram Arpad, o centro da resistência arameia na parte norte da Síria, derrotaram a Samaria em 734 e Damasco em 732. A destruição de Hamat pelos terminou com os reinos arameus do oeste.
Quando os assírios dominaram a babilônia, em 710 a.C., deportaram cerca de 210.000 arameus. Quando a Babilônia recuperou sua autonomia, e expulsou os assírios, no II Império Babilônico, assim como ocorreu com os filisteus, os aramaicos já haviam se miscigenado com a população local praticamente desapareceu.

Língua aramaica
Sua língua se espalhou para os povos vizinhos. Eles sobreviveram a queda de Ninive (612 a.C.) e a Babilônia (539 aC) e continuou a ser a língua oficial do império Persa (538-331 a.C.). O aramaico, aproxima-se do hebraico e do fenício, mas apresenta semelhanças com o árabe e adotavam o alfabeto fenício.
O aramaico, foi largamente utilizado por demais povos 
Entre os séculos IX e VIII a.C., se empregava o aramaico para fins religiosos ou oficiais. Por volta do século VIII já existiam dialetos, mas uma forma geral, amplamente utilizada pelas pessoas instruídas, era aceita pelos próprios assírios quase como uma segunda língua oficial.
As deportações em massa promovidas pelos assírios e o uso do aramaico como língua franca pelos mercadores babilônicos serviram para difundi-lo. No período do II Império Babilônico seu uso era geral na Mesopotâmia. Durante o império persa, do século VI ao século IV a.C., o "aramaico imperial" era oficialmente empregado do Egito à Índia.
Alguns livros do Antigo Testamento, como os de Daniel e de Esdras, foram redigidos em aramaico. Na Palestina, essa continuou a ser a língua comum do povo, com o hebraico reservado a assuntos religiosos ou governamentais e usado pelas classes elevadas. O aramaico era a língua falada por Jesus e pelos apóstolos, e traduções em aramaico circulavam com a Bíblia hebraica.

Além de preservar-se na vida cotidiana em algumas aldeias isoladas perto de Damasco, no sudeste da Turquia e na margem leste do lago Urmia (Irã), o aramaico continua a ser usado pelos cristãos sírios orientais, e é também recitado em trechos da liturgia judaica. 








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