Os
Arameus
O
principal legado dos arameus foi sua língua, o aramaico, falado por alguns
povos, entre eles os hebreus e os filisteus.
Origem
Formados
por várias tribos semitas, de pastores nômades, não formavam um Estado
unificado. Estas tribos eram ligadas por laços culturais, especialmente pela
língua, o que lhes davam a identidade aramaica.
Expansão
Se
fixaram, mas terras festeis da Mesopotâmia, por volta do século XI a.C.,
posteriormente se instalaram em Aram, na Síria. No final deste século fundaram
o Estado de Bit Adini, próximo ao rio Eufrates, chegando a ocupar áreas da
Anatólia e Damasco, na Síria, e na região na época denominada de Antilíbano.
No
ano de 1030 a.C., uma coalizão de tribos aramaicas da Mesopotâmia, atacaram
Israel, mas foram derrotados pelos soldados do rei Davi. Apesar da derrota, a expansão
arameia, prosseguiria então, ao longo do médio e baixo Eufrates, chegando até a
Babilônia, ocupando a maior parte do território da Mesopotâmia. No século IX a.C.,
eles dominaram a Babilônia.
Dominação
Em
852 a.C., tiveram algumas de suas tribos dominadas pelos temidos guerreiros
assírios, a oeste do território. Na metade do século IX a.C., os assírios
tentaram anexar o Estado arameu de Bit Adini com seu território, enfrentando
Israel, Aram, Hamat e a Fenícia. Após intensos combates, os assírios tiveram
êxito em sua conquista, e, em
838 a.C., conseguiram anexar as regiões dominadas pelas tribos no médio
Eufrates.
Em
740 a.C. os assírios dominaram Arpad, o centro da resistência arameia na parte
norte da Síria, derrotaram a Samaria em 734 e Damasco em 732. A destruição de
Hamat pelos terminou com os reinos arameus do oeste.
Quando
os assírios dominaram a babilônia, em 710 a.C., deportaram cerca de 210.000
arameus. Quando a Babilônia recuperou sua autonomia, e expulsou os assírios, no
II Império Babilônico, assim como ocorreu com os filisteus, os aramaicos já
haviam se miscigenado com a população local praticamente desapareceu.
Língua aramaica
Sua
língua se espalhou para os povos vizinhos. Eles sobreviveram a queda de Ninive
(612 a.C.) e a Babilônia (539 aC) e continuou a ser a língua oficial do império
Persa (538-331 a.C.). O aramaico, aproxima-se do hebraico e do fenício, mas
apresenta semelhanças com o árabe e adotavam
o alfabeto fenício.
O aramaico, foi largamente utilizado por demais povos |
Entre
os séculos IX e VIII a.C., se empregava o aramaico para fins religiosos ou
oficiais. Por volta do século VIII já existiam dialetos, mas uma forma geral,
amplamente utilizada pelas pessoas instruídas, era aceita pelos próprios
assírios quase como uma segunda língua oficial.
As
deportações em massa promovidas pelos assírios e o uso do aramaico como língua
franca pelos mercadores babilônicos serviram para difundi-lo. No período do II
Império Babilônico seu uso era geral na Mesopotâmia. Durante o império persa,
do século VI ao século IV a.C., o "aramaico imperial" era
oficialmente empregado do Egito à Índia.
Alguns
livros do Antigo Testamento, como os de Daniel e de Esdras, foram redigidos em
aramaico. Na Palestina, essa continuou a ser a língua comum do povo, com o
hebraico reservado a assuntos religiosos ou governamentais e usado pelas
classes elevadas. O aramaico era a língua falada por Jesus e pelos apóstolos, e
traduções em aramaico circulavam com a Bíblia hebraica.
Além
de preservar-se na vida cotidiana em algumas aldeias isoladas perto de Damasco,
no sudeste da Turquia e na margem leste do lago Urmia (Irã), o aramaico
continua a ser usado pelos cristãos sírios orientais, e é também recitado em
trechos da liturgia judaica.
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