domingo, 17 de janeiro de 2016

Os Filisteus

Os filisteus (do hebraico פְּלְשְׁתִּים plishtim) ocuparam a costa sudoeste de Canaã, na Palestina, com seu território nomeado como Filístia. Povo guerreiro, foram os grandes rivais dos hebreus na antiguidade oriental.

Origem
De origem indo-europeu, não se sabe ao certo de que se tratava de um único povo ou de uma confederação de povos. Migraram do Mar Egeu para o leste do Mar Mediterrâneo no Séc. XIII a.C., os chamados “Povos do Mar", isto é, levas de migrantes que viviam em ilhas e foram por mar para o atual Egito.
Esses "povos do mar", após várias batalhas marítimas, foram derrotados pelos egípcios sob o comando de Ramsés III. Por fim, foram obrigados a buscar terras mais a leste na região costeira da Palestina para se fixarem. Lá, fundaram cinco cidades: Asdode, Ascalão, Ecrom, Gaza e, a maior delas, Gate.
Estabeleceram os primeiros laços culturais com o mundo micênico na Grécia, conviveram durante séculos com os povos semitas da região da Palestina. Adotaram a língua e a cultura local cananeia antes de deixar quaisquer textos escritos, posteriormente adotaram a língua Aramaica.

Os grandes inimigos dos Hebreus
Durante o período em que viveram nesta região, conhecida como a Pentápolis Filisteia (devido as cinco importantes cidades), quase sempre estiveram em guerra com seus inimigos hebreus. Os combates com os vizinhos hebreus eram constantes. Devido a seu avançado estágio de trabalho em metalurgia, quase sempre quando os Filisteus iam a guerra contra os Hebreus, seus exércitos saíam vitoriosos.
Em uma das maiores batalhas, os filisteus derrotaram os hebreus e conquistaram o vale de Jezreel ocupando as cidades do vale. O rei Saul se suicidou e os filisteus mataram os príncipes. Encontraram o corpo de Saul, cortaram a cabeça do rei e a enviaram, juntamente com suas armas, a fim de demostrar a vitória a Filisteia.

Cultura
Esse povo sendo de origem indo-europeia, possuía uma cultura e costumes bem diversos dos demais povos da região. Os hebreus, em particular, os achavam "bárbaros incivilizados". O costume filisteu de comer porcos e de não realizar a circuncisão, por exemplo, em muito deve ter contribuído para as opiniões negativas.
As cidades dos filisteus evidenciavam o grande poderio econômico e militar daquele povo. Baseavam sua administração numa pentápole. As cidades de Ascalão, Gaza, Asdode, Gate eram bem organizadas, robustas, com eficientes muralhas e as áreas comerciais, “industriais” e residenciais separadas. A imponente arquitetura mostra influências egípcias e gregas.
Além disso, a construção local foi influenciada pelos Povos do Mar com o uso de grandes blocos esculpidos em pedra, no lugar do que antes era utilizado nas cercanias: irregulares rochas brutas e tijolos de argila.
As 5 cidades, Asdonde, Ascalão, Ecrom, Gate e Gaza,
compunham a Pentápolis Filisteia.
Também exibiam o domínio da arte da metalurgia, com grande destreza. Sua cerâmica era sofisticada, com utensílios ricos em relevos decorativos, ao invés dos vasos de barro cru antes feitos pelos israelitas, que aprimoraram a atividade da olaria com a influência indireta dos vizinhos.
Dominavam a construção naval: inovaram com o uso de velas móveis; âncoras de pedra e madeira; além do cesto da gávea (suporte onde um vigia ficava no alto de um mastro para melhor visualização do mar em volta).
Eram famosos pelos ótimos vinhos e pelo azeite de oliva de incontestável qualidade, com amplas instalações para os lagares e estoques. Falando em alimento, comiam carne de porco, algo impensável pelos hebreus, que viam o animal como impuro.

Religião
Eram politeístas, acreditavam em vários deuses. Seus principais deuses eram Dagom, Astarote e Baal (com a variação de nome Baal-Zebub, que originou Belzebu, nome dado a um demônio em várias culturas ocidentais).

Desparecimento dos Filisteus
Em 712 a.C., Gate foi conquistada pelos assírios e obrigada a pagar pesados tributos ao rei Sargão II, que no mesmo período incorporou a cidade de Ecrom ao seu império. Asdode já havia se tornado província assíria um ano antes. Em 701 a.C., o soberano de Ecrom, o filisteu Padi, foi levado a Jerusalém por Ezequiel, rei judaico que se rebelara contra os assírios.
O Rei Caldeu Nabucodonosor em 587a.C. dominou as cidades filisteias de Asdode, Ascalão e Ecrom (Gate já havia sido destruída anteriormente guerras contra os Arameus). Elas foram arrasadas e queimadas pelas tropas do rei. Os poucos sobreviventes de todas elas também foram levados para o cativeiro da Babilônia, a milhares de quilômetros de distância de suas cidades destruídas.

Quando da queda do Império Babilônico pelos exércitos de Ciro, o Grande da Pérsia, os filisteus não retornaram às suas cidades. Elas ficaram abandonadas por muitos anos até serem novamente ocupadas por outros povos sob domínio do Império Aquemênida (sobretudo Fenícios). Os filisteus desapareceram da história. Um povo inteiro deixou de existir. Acredita-se que eles foram culturalmente assimilados durante a sua estada na Babilônia.









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