quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Os Sumérios

Os sumérios foram os primeiros a se fixarem na Mesopotâmia, por volta de 8500 a.C., perto do Golfo Pérsico, uma região favorecida pelas enchentes periódicas dos rios Tigre e Eufrates. A civilização suméria desapareceu por volta de 1900 a.C., mas exerceu forte influência sobre os outros povos da região.

Alimentação
Os sumérios eram descendentes de pastores nômades e herdaram deles o costume de criar cabras e carneiros. O leite de cabra, juntamente com seus derivados (queijo, manteiga e iogurte) eram uma de suas principais fontes de alimento, juntamente com a carne de carneiro.
Os sumérios souberam "dominar" os rios e de la
tirar alimentação e água
Outra fonte de alimento era retirada dos rios Tigre e Eufrates, como a pesca de peixes e a agricultura, devido a fertilização das margens durante as cheias. Entretanto, para aproveitar a riqueza do solo, era necessário controlar as enchentes, capazes de arrasar as ladeias erguidas ás margens dos rios.
Para solucionar este problema, os sumérios realizaram grandes obras hidráulicas: drenaram os pântanos em torno dos rios; ergueram diques para controlar as cheias; abriram canais para a irrigação de regiões cada vez mais distantes; fizeram açudes para garantir o abastecimento de água a sua população. Essas obras transforaram partes do deserto em terras boas para o plantio de trigo, cevada e outros cereais.
Ao mesmo tempo, eles inventaram uma ferramenta que aprimorou as atividades agrícolas: o arado de cobre. Atrelado aos bois, o arado permitia revolver maior quantidade de terra, deixando-a pronta para semeadura. Com maior área destinada ao plantio, os sumérios passaram a obter excedentes de alimentos, que eram estocados para os períodos de falta de alimentos.
As primeiras cidades eram cercadas por grandes muralhas 

As primeiras cidades
O desenvolvimento da agricultura, ocasionou o aumento da população e propiciou o desenvolvimento do comércio e o surgimento de novas atividades e profissões. Surgiram comerciantes, artesãos para trabalhar as matérias-primas, pessoas encarregadas do transporte de mercadorias, soldados para proteger esse transporte. 
Em meio a essas novidades, as aldeias cresceram. Há cerca de 5000 anos, os sumérios fundaram as primeiras cidades da Mesopotâmia, como: Ur, Nippur, Uruk, Kish Eridu e Lagash. As cidades sumérias eram autônomas umas das autoras, cada uma possuía um governo independente, com leis próprias, justiça e exércitos particulares.  Assim sendo, eram cidades-Estado.
Essas cidades viviam em permanente conflito, disputando o domínio sobre terras férteis. Para defenderem suas cidades de invasões, eles erguiam em torno delas muralhas altas, com dezenas de quilômetros de extensão e centenas de torres defensivas.

Poder e religião
Algumas pessoas, como os mais idosos, os mais respeitados, os líderes guerreiros ou os mais ricos, acabavam conquistando um prestígio especial entre os demais. Aos poucos, algumas dentre estas pessoas, assumiram um papel de liderança dentro das cidades e acabaram conquistando o título de rei de sua cidade.
Estandarte de Ur, produzido por artesãos sumérios, entre 2600 a.C. e 2400 a.C., encontrado nas escavações da maior
sepultura do Cemitério Real, na cidade de Ur, no sul do atual Iraque
O rei era visto como representante do deus da cidade, assim, tinha direito à maior parte das terras e dos bens (como alimentos e joias) oferecidos aos deuses ou obtidos nas guerras. Com isso, acumulava enorme riqueza e poder.
O rei da cidade era o principal sacerdote do templo, e chefe dos demais sacerdotes. Os sumérios eram politeístas (acreditavam em vários deuses), cada cidade tinha seu deus protetor, em homenagem ao seu deus, eles erguiam templos, os chamados zigurates. Para os sumérios, fenômenos naturais, como a chuva, seca, eram resultado dos desejos de suas divindades.
Os templos eram verdadeiros centros de riqueza e de poder, a instituição mais rica da sociedade. Lá era controlada, por exemplo, as terras utilizadas na agricultura. Cabia aos sacerdotes a administração desses templos, o que lhe acabava gerando, juntamente com o rei, grande prestígio e influência.

Astronomia
Preocupados em entender os desejos divinos, os sacerdotes passaram a estudar o céu, acumulando, assim, um volume enorme quantidade de informações sobre as estrelas e os fenômenos celestes. Isso lhes permitiu elaborar um calendário, baseado nas fases da lua.
Ao estudar as estrelas, os sumérios observaram que a posição dos astros no céu levava cerca de 360 dias para se repetir. Com base dessas informações, associaram o movimento dos astros à circunferência e passaram a dividi-la em 360 partes iguais.
Eles utilizaram essa divisão para medir os ângulos das figuras geométricas. É por isso que hoje dizemos que uma circunferência possui 360 graus.
Os sumérios também tinham um sistema de numeração que tomava como base o número 60. Assim, estabeleceram uma marcação do tempo, na qual uma hora, equivaleria a 60 minutos e um minuto, 60 segundos. Exatamente como fazemos atualmente.

Escrita
Na necessidade de registrar a produção agrícola, os estoques de alimentos, os impostos recebidos, as transações comerciais e as leis, estabeleceram padrões de pesos e medidas e, por volta de 3300 a.C. criaram uma das mais antigas formas de escrita que se conhece, por volta de 4000 a.C.
Inicialmente, os símbolos eram gravados em placas de argila úmida, com hastes bambu e depois colocavam ao sol para secar. Cerca de quinhentos anos depois, as hastes de bambu foram trocadas por estiletes com ponta em forma de cunha. Por este motivo ficou conhecido como cuneiforme.
Em um primeiro momento, a escrita suméria era pictográfica, a qual é baseada em símbolos, que significavam uma palavra. Por exemplo: o desenho da cabeça de um boi, queria dizer boi; uma tigela, significava comida. Os sumérios utilizavam cerca de 2000 sinais, mas havia dificuldades para expressar com eles ideias abstratas.

Escrita cuneiforme: primeiro sistema de escrita desenvolvido 
Escrita suméria cuneiforme
Como decorrer do tempo, foram introduzidas modificações, e os pictogramas passaram a representar sílabas ou sons. Isso permitiu que, por volta de 2500 a.C., o número de pictogramas reduzisse para 600. A escrita suméria, se espalhou pela Mesopotâmia, chegando a outras regiões, como Egito e o atual Chipre. A escrita cuneiforme foi utilizada no Oriente Médio até os primeiros tempos da Era Cristã.
Saber ler e escrever exigia vários anos de rigorosos treinamentos. As aulas eram ministradas nas edubbas, escolas que funcionava, ao lado dos templos ou do palácio real. Em geral, os escribas eram homens oriundos de famílias abastardas e frequentavam as edubbas desde o início da juventude.
As edubbas proliferaram, contribuindo para a difusão das línguas faladas na Mesopotâmia. Uma delas, a acadiana (derivada do sumério) tornou-se com o tempo a língua oficial e diplomática dos povos locais. Diversos documentos, como tratados de paz e declarações de guerra, foram escritos nesse idioma.

Da unificação ao domínio
As cidades-Estado sumérias, Ur, Nippur, Uruk, Kish Eridu e Lagash, foram unidas pela primeira vez pelo rei Lugal-zage-si, de Uruk, por volta de 2375 a.C.   Contudo, o domínio de Uruk não durou muito tempo, os acadianos (povo região de Acad) acabaram dominando os sumérios, quase 50 anos depois, devido ao enfraquecimento interno por disputas políticas.







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