Os
Primeiros Habitantes do Brasil
Pesquisas
arqueológicas recentes, indicam que a ocupação do território, onde hoje é o
Brasil, teria ocorrido entre 11 mil e 12 mil anos atrás. Estes primeiros
habitantes eram nômades, dedicavam-se da prática da subsistência. Haviam entre
eles grupos de caçadores-coletores, pescadores-coletores e agricultores. Com o
tempo desenvolveram a prática da agricultura.
1. Um Brasil
diferente
A
Brasil de hoje era bem diferente do que foi encontrado pelos primeiros
ocupantes, o clima era mais seco e frio, com invernos rigorosos. A vegetação
que cobria o território do Brasil era de forma rasteira, como o cerrado e a
caatinga. As áreas florestais eram em bem menor número.
Macrauquêna |
A
fauna, também, era diferente com a existência da chamada megafauna. A megafauna era caracterizada por mamíferos gigantes,
que muitos deles deram origens a alguns animais atuais. Existiam os
tigres-dentes-de-sabre, mastodonte (animal de muitas toneladas, com tromba e
presas enormes, muito parecido com o elefante africano), gliptodontes (animal
de tamanho avantajado, com uma carapaça, lembra muito um tatu gigante),
macrauquênia (animal que possuía uma tromba, não muito extensa e curvada e o
corpo que lembra um camelo) e preguiças-gigantes (chegava a possuir 6 metros de
altura).
2. A vida dos
primeiros habitantes
Pesquisas
arqueológicas indicam a presença de vários agrupamentos humanos, em geral
composto de 20 a 25 pessoas. Eram nômades e praticavam a caça, pesca e a coleta
e se deslocavam perto das regiões com fontes de água. Construíam palhoças e utilizavam
cavernas ou saliências de rochas como moradia.
Luíza, o fóssil mais antigo de uma pessoa na América |
Os
caçadores-coletores usavam armas e artefatos feitos de pedra ou ossos. Estes
instrumentos eram feitos, principalmente para abater animais. Também fabricavam
potes de cerâmica, a partir do cozimento do barro, a fim de tornarem-se rígidos
e impermeáveis.
O
fóssil do primeiro habitante, do Brasil e da América foi encontrado em Minas
Gerais, era de uma mulher, batizada de Luiza. A reconstituição facial de seu
crânio, lembra muito aos aborígenes australianos. Ela andava em grupos nômades,
de aproximadamente 25 pessoas. Sobreviviam da caça - praticada pelos homens
- e da coleta de frutos como araçá,
pequi e o jatobá – praticada pelas mulheres.
Pinturas rupestres
Como
as demais populações pré-históricas do planeta, os caçadores e coletores que
viviam no atual Brasil, também fizeram pinturas nas paredes das cavernas e
grutas. Com predominância do tom vermelho, essas pinturas rupestres,
representam pessoas,
plantas e animais, que faziam referência a cenas do cotidiano da população,
como caça e dança. Contudo,
na Serra da Capivara abriga vestígios mais antigos do homem nas Américas, as
pinturas trem data de cerca de 50 mil anos, o que intriga os pesquisadores.
Agricultura
A
cerca de 6 mil anos atrás, os agrupamentos da região Amazônica foram os
primeiros a praticar a agricultura. Esses habitantes viviam em grandes aldeias,
chegando a abrigar centenas de pessoas. Procuravam ocupar os terrenos mais
altos, como forma de proteção. Cultivavam milho, feijão, tabaco, algodão,
aipim, batata-doce, cará e abóbora. Com o deslocamento destes grupos, a
agricultura foi se difundindo por outros locais.
Vaso de Santarém, em forma de jacaré, com cabeça de urubu-rei |
Fabricação de objetos
Graças
a agricultura, os povos passaram a ser seminômades, cultivavam a terra, e, após
o esgotamento procuram outro local. A pós se fixarem em um determinado local,
passaram a confeccionar objetos de cerâmica, criando uma variedade de utensílios
a fim de suprir suas necessidades. Foram feitos potes para água, panelas para
cozinhas alimentos e urnas funerárias. Também há vestígios de pilões, prensas e
raladores.
Os
vasos mais antigos da América, com cerca de 5 mil anos atrás, foram encontrados
no Brasil, onde hoje é a cidade de Santarém. Outra cultura amazônica ceramista,
ocorreu na ilha de Marajó. Em ambas as localidades, onde a riqueza de detalhes
e o capricho, nos mostram a existência de artesãos altamente especializados
nesta arte.
Pontas de flechas de pedra |
Boleadeiras |
Nas
florestas do Sul e Sudeste, do atual Brasil, os habitantes eram habilidosos na
confecção de artefatos de pedra, produzindo: facas, anzóis, pontas de flechas e
a boleadeira (arma formada por três bolas de pedra, ligadas entre si por cordas
de couro – utilizadas até hoje pelos gaúchos da campanha).
Os
homens de Umbu, como são conhecidos, também foram os primeiros a utilizar o
arco e flecha. Tanto as boleadeiras quanto o arco e flecha, lhes permitiram
caçar grandes animais velozes, como o veado, ema e pássaros em voo. Com o deslocamento destes grupos, a utilização
do arco e flecha foi conhecido por outros agrupamentos.
Sambaquis
No
litoral da região Sul e Sudeste, originou-se populações litorâneas que se
alimentavam de moluscos, peixes e da caça de pequenos animais. Contudo, nas
margens de rios, também se surgiram populações com estas características.
Sambaquis ou concheiros |
Nas
localidades onde esses povos se fixaram, surgiram enormes colinas, devido ao acúmulo
de restos de ossos de animais e conchas de moluscos, os concheiros ou sambaquis
– termo Tupi, que significa “amontoado de conchas”. Acredita-se que quanto maior o sambaqui, maior
prestígio tinha a comunidade local.
O
sambaqui mais antigo, está no vale da Ribeira, interior de estado de São Paulo,
datado com 9 mil anos. Contudo, a maioria dos sambaquis estão localizados no
litoral Sul do Brasil, em especial no estado de Santa Catarina.
Acredita-se que quanto maior o sambaqui, maior
era o prestígio entre a comunidade local. Os maiores chegaram a atingir 30
metros de altura com 400 metros de comprimento.
Os
povos dos sambaquis desapareceram por volta de 1500 a 2000 anos atrás,
provavelmente vencidos pelos povos Tupi, que na época dominaram o litoral
brasileiro.
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