segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Os Primeiros Habitantes do Brasil

Pesquisas arqueológicas recentes, indicam que a ocupação do território, onde hoje é o Brasil, teria ocorrido entre 11 mil e 12 mil anos atrás. Estes primeiros habitantes eram nômades, dedicavam-se da prática da subsistência. Haviam entre eles grupos de caçadores-coletores, pescadores-coletores e agricultores. Com o tempo desenvolveram a prática da agricultura.

1. Um Brasil diferente
A Brasil de hoje era bem diferente do que foi encontrado pelos primeiros ocupantes, o clima era mais seco e frio, com invernos rigorosos. A vegetação que cobria o território do Brasil era de forma rasteira, como o cerrado e a caatinga. As áreas florestais eram em bem menor número. 
Macrauquêna
A fauna, também, era diferente com a existência da chamada megafauna. A megafauna era caracterizada por mamíferos gigantes, que muitos deles deram origens a alguns animais atuais. Existiam os tigres-dentes-de-sabre, mastodonte (animal de muitas toneladas, com tromba e presas enormes, muito parecido com o elefante africano), gliptodontes (animal de tamanho avantajado, com uma carapaça, lembra muito um tatu gigante), macrauquênia (animal que possuía uma tromba, não muito extensa e curvada e o corpo que lembra um camelo) e preguiças-gigantes (chegava a possuir 6 metros de altura).

2. A vida dos primeiros habitantes
Pesquisas arqueológicas indicam a presença de vários agrupamentos humanos, em geral composto de 20 a 25 pessoas. Eram nômades e praticavam a caça, pesca e a coleta e se deslocavam perto das regiões com fontes de água. Construíam palhoças e utilizavam cavernas ou saliências de rochas como moradia.
Luíza, o fóssil mais antigo de uma
pessoa na América
Os caçadores-coletores usavam armas e artefatos feitos de pedra ou ossos. Estes instrumentos eram feitos, principalmente para abater animais. Também fabricavam potes de cerâmica, a partir do cozimento do barro, a fim de tornarem-se rígidos e impermeáveis.
O fóssil do primeiro habitante, do Brasil e da América foi encontrado em Minas Gerais, era de uma mulher, batizada de Luiza. A reconstituição facial de seu crânio, lembra muito aos aborígenes australianos. Ela andava em grupos nômades, de aproximadamente 25 pessoas. Sobreviviam da caça - praticada pelos homens -  e da coleta de frutos como araçá, pequi e o jatobá – praticada pelas mulheres.

Pinturas rupestres
Como as demais populações pré-históricas do planeta, os caçadores e coletores que viviam no atual Brasil, também fizeram pinturas nas paredes das cavernas e grutas. Com predominância do tom vermelho, essas pinturas rupestres, representam pessoas, plantas e animais, que faziam referência a cenas do cotidiano da população, como caça e dança. Contudo, na Serra da Capivara abriga vestígios mais antigos do homem nas Américas, as pinturas trem data de cerca de 50 mil anos, o que intriga os pesquisadores.

Agricultura
A cerca de 6 mil anos atrás, os agrupamentos da região Amazônica foram os primeiros a praticar a agricultura. Esses habitantes viviam em grandes aldeias, chegando a abrigar centenas de pessoas. Procuravam ocupar os terrenos mais altos, como forma de proteção. Cultivavam milho, feijão, tabaco, algodão, aipim, batata-doce, cará e abóbora. Com o deslocamento destes grupos, a agricultura foi se difundindo por outros locais.

Vaso de Santarém, em forma de jacaré,
com cabeça de urubu-rei
Fabricação de objetos
Graças a agricultura, os povos passaram a ser seminômades, cultivavam a terra, e, após o esgotamento procuram outro local. A pós se fixarem em um determinado local, passaram a confeccionar objetos de cerâmica, criando uma variedade de utensílios a fim de suprir suas necessidades. Foram feitos potes para água, panelas para cozinhas alimentos e urnas funerárias. Também há vestígios de pilões, prensas e raladores.
Os vasos mais antigos da América, com cerca de 5 mil anos atrás, foram encontrados no Brasil, onde hoje é a cidade de Santarém. Outra cultura amazônica ceramista, ocorreu na ilha de Marajó. Em ambas as localidades, onde a riqueza de detalhes e o capricho, nos mostram a existência de artesãos altamente especializados nesta arte.
Pontas de flechas de pedra
Boleadeiras 
Nas florestas do Sul e Sudeste, do atual Brasil, os habitantes eram habilidosos na confecção de artefatos de pedra, produzindo: facas, anzóis, pontas de flechas e a boleadeira (arma formada por três bolas de pedra, ligadas entre si por cordas de couro – utilizadas até hoje pelos gaúchos da campanha).
Os homens de Umbu, como são conhecidos, também foram os primeiros a utilizar o arco e flecha. Tanto as boleadeiras quanto o arco e flecha, lhes permitiram caçar grandes animais velozes, como o veado, ema e pássaros em voo.  Com o deslocamento destes grupos, a utilização do arco e flecha foi conhecido por outros agrupamentos.

Sambaquis
No litoral da região Sul e Sudeste, originou-se populações litorâneas que se alimentavam de moluscos, peixes e da caça de pequenos animais. Contudo, nas margens de rios, também se surgiram populações com estas características.
Sambaquis ou concheiros
Nas localidades onde esses povos se fixaram, surgiram enormes colinas, devido ao acúmulo de restos de ossos de animais e conchas de moluscos, os concheiros ou sambaquis – termo Tupi, que significa “amontoado de conchas”.  Acredita-se que quanto maior o sambaqui, maior prestígio tinha a comunidade local.
O sambaqui mais antigo, está no vale da Ribeira, interior de estado de São Paulo, datado com 9 mil anos. Contudo, a maioria dos sambaquis estão localizados no litoral Sul do Brasil, em especial no estado de Santa Catarina.
Acredita-se que quanto maior o sambaqui, maior era o prestígio entre a comunidade local. Os maiores chegaram a atingir 30 metros de altura com 400 metros de comprimento.
Os povos dos sambaquis desapareceram por volta de 1500 a 2000 anos atrás, provavelmente vencidos pelos povos Tupi, que na época dominaram o litoral brasileiro.





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