A Civilização Árabe
A
civilização Islâmica nasceu na Arábia, península de 3 milhões Km². Localizada
no Oriente Médio, possui um clima seco e muito quente. Os povos que viviam no
deserto eram denominados beduínos, eram nômades e levavam uma vida difícil no
deserto, utilizando como meio de sobrevivência o camelo, animal do qual
retiravam seu alimento (leite e carne) e vestimentas (couro e pelo). Viviam do
pastoreio e de suas caravanas, praticavam o comércio de vários produtos pelas
cidades da região, eles se organizavam em tribos e formavam acampamentos
temporários pelo deserto arábico. Na religião dos antigos beduínos predominou o
politeísmo, ou seja, cada tribo tinha sua própria divindade. Já as tribos
coraixitas, habitavam a região litorânea e viviam do comércio fixo.
Maomé e a unificação árabe
A
partir do século VII, a civilização árabe começou a passar por uma grande
transformação, tendo a frente um homem chamado Maomé (Muhammad, em árabe).
Depois de conhecer profundamente tanto a miséria em que viviam os beduínos
quanto à opulência da elite árabe em Meca, como era comerciante, e, estabeleceu
contatos comerciais com diversas comunidades judaicas e também cristãs, por
meio das quais obteve conhecimento das práticas do culto monoteísta. Assim
Maomé começou a dar início as suas pregações, o islã, cujo nome significa e,
árabe, “submissão a Alá”, “entregar-se a Deus”.
Anjo Gabriel teria aparecido para a Maomé |
Surgimento
do Islamismo
O
Islamismo teve seu início marcado pelo o que ocorreu com Maomé, quando esse
meditava no monte Hira. Maomé teve uma visão do anjo Gabriel dizendo a ele que:
“Alá é o único Deus e Maomé é seu profeta”, e cabia a ele unificar o povo árabe
em torno de uma nova religião.
As
pregações de Maomé aos poucos conquistavam mais seguidores (chamados de
muçulmanos ou islamitas) e colocavam em risco os interesses dos coaxitas. Negar
o politeísmo e condenar os vários ídolos adorados na Caaba significava pôr fim
às peregrinações de fiéis que alimentavam economicamente a cidade. Maomé viu
que na região de Meca eles não aceitavam a unificação religiosa e a aristocracia
organizou uma perseguição para tira-lo da cidade sagrada.
Então
Maomé recebeu uma notícia de que na região de Yatreb ocorria uma série
divergência religiosa, então fugiu imediatamente a cidade de Yatreb. Lá, no ano
de 622, conseguiu pacificar o movimento de rebelião, tornando-se a salvação
para a população local. A população então fez a homenagem a Maomé trocando o
nome da cidade para Medina (a cidade do profeta). A fuga de Maomé de Meca para Medina tornou-se
a data inicial do Calendário islâmico Hégira (Palavra árabe para fuga).
A Caaba é local de veneração dos muçulmanos |
A
cidade sagrada
No
ano de 630, Maomé invadiu Meca, matou seus opositores, destruiu as imagens dos
ídolos, mas preservou a Caaba. E, assim, esta foi denominada a cidade oficial
do Islamismo. Meca, era um grande centro comercial, por causa das feiras ali
presentes. É o lugar onde se encontra o
templo Caaba. Dentro dele estava guardada a venerada Pedra Negra, que nada mais
era que um meteorito.
O islã e sua difusão
Com
fortes influências do cristianismo e do judaísmo, a religião criada por Maomé
tem seus fundamentos registrados no Corão. Nele se acham estabelecidos às
práticas do culto islâmico, como a de o fiel a orar cinco vezes ao dia voltado
para Meca, visitaram Meca ao menos uma vez em sua vida, jejuar no mês do Ramadã,
dar esmolas, guardar as sextas feiras, não ingerir bebias alcoólicas,
participar da guerra santa para propagar o Islamismo entre outros preceitos.
Foi
após a morte do profeta, em 632, o islamismo dividiu-se em algumas seitas
divergentes, as mais importantes são:
a)
Sunitas: defendiam que o chefe político-religioso, sucessor do profeta, deveria
ser escolhido pelos seguidores, de acordo com antigo costume árabe de escolher
o chefe de cada tribo. Além disso, afirmavam que a doutrina do Corão, deveria
ser complementada pelo Sunna (livro de registros das pregações de Maomé).
b)
Xiitas: mais radicais seguidores de Maomé, o chefe religioso e político deveria
ser um descendente direto do profeta que exerceria o poder de forma absoluta.
Não admitiam outra fonte doutrinária a não ser o Corão, seguindo as
determinações de um grupo de religiosos (mujtahids), cujos membros mais
importantes são seus líderes espirituais (aiatolás).
Os
califas (chefe político e religioso) que sucederam Maomé, impulsionado pela
doutrina religiosa islamita, e, aproveitando-se da vulnerabilidade dos povos
vizinhos, iniciaram a expansão do império árabe. Os seguidores do alcorão, livro sagrado,
acreditavam que deveriam converter todos ao islamismo através da Guerra Santa
(jihad). Firmes nesta crença, eles expandiram sua religião ao Iêmen, Pérsia,
Síria, Omã, Egito e Palestina.
Em
711, o muçulmano Gibral Tarik atravessou o estreito que separa a África da
Europa e dominaram grande parte da península ibérica, espalhando sua cultura
pela região da Espanha e Portugal. Em 732, foram vencidos pelos francos, que
barraram a expansão deste povo pelo norte da Europa. Aos poucos, novas
dinastias foram surgindo e o império foi perdendo grande parte de seu poder e
força.
Expansão
da cultura árabe
Durante
o período de conquistas, ampliaram seu conhecimento através da absorção das
culturas de outros povos, levando-as adiante a cada nova conquista. Foram eles
que espalharam pela Europa grandes nomes como o de Aristóteles (filosofia) e
Hipócrates (medicina) e também outros nomes da antiguidade grega.
Destacaram-se
Averróis e Avicena, que colaboraram para a preservação das ideias desenvolvidas
pelos filósofos gregos Platão e Aristóteles. Dessa forma, boa parte do legado
grego, celebrado posteriormente como um dos pensamentos humanos, só chegaram ao
Oriente pelos árabes. No campo literário deixaram grandes contribuições também,
com obras até hoje conhecidas no Ocidente, tais como: As mil e uma noites, As
minas do rei Salomão e Ali Babá e os quarenta ladrões.
No
ensino médico cirúrgico da Baixa Idade Média europeia, a obra “Cânone”, de
Avicena, era à base da medicina europeia da época. Eles fizeram ainda
importantes avanços e descobertas nos campos da: matemática, física,
astronomia, química, médicas e cientificas que contribuíram com o
desenvolvimento do mundo ocidental.
Prédio de Sevilha na Espanha, apresenta forte influência árabe como arcos em ferradura e a decoração dos azulejos |
Adotaram
e introduziram os algarismos hindus, depois chamados de arábicos e usados
atualmente. Promoveram o avanço da álgebra ao divulgar o número zero. Uma série
de instrumentos astronômicos, que foram utilizados pelos europeus nas
posteriores navegações, foi trazida pelos árabes.
Devem-se
aos árabes, também, os primeiros e significativos passos na análise química de
uma série de substâncias, entre eles o álcool, fósforo, benzina, o mercúrio, o ácido
sulfúrico e ainda trouxeram da China e a pólvora, a bússola e o papel. Da mesma
maneira, na medicina os árabes alcançaram significativo avanço, principalmente
na manipulação de vários medicamentos. Nos procedimentos cirúrgicos,
desenvolveram o uso da anestesia, além de estabelecer a natureza de algumas
doenças contagiosas, como a varíola e a tuberculose.
Na
arquitetura destacaram-se na construção de grandes palácios e mesquitas de
cúpulas singulares, minaretes, arcos em ferraduras e colunas torcidas, os
arabescos para ilustração e decoração e o uso de reboco como revestimento
interno.
- O Cristianismo e sua Influência
- Império Bizantino
- Os Bárbaros
- Poder da Igreja Católica na Idade Média
- As Cruzadas
Nenhum comentário:
Postar um comentário