sábado, 7 de novembro de 2015

A Civilização Árabe

A civilização Islâmica nasceu na Arábia, península de 3 milhões Km². Localizada no Oriente Médio, possui um clima seco e muito quente. Os povos que viviam no deserto eram denominados beduínos, eram nômades e levavam uma vida difícil no deserto, utilizando como meio de sobrevivência o camelo, animal do qual retiravam seu alimento (leite e carne) e vestimentas (couro e pelo). Viviam do pastoreio e de suas caravanas, praticavam o comércio de vários produtos pelas cidades da região, eles se organizavam em tribos e formavam acampamentos temporários pelo deserto arábico. Na religião dos antigos beduínos predominou o politeísmo, ou seja, cada tribo tinha sua própria divindade. Já as tribos coraixitas, habitavam a região litorânea e viviam do comércio fixo.

Maomé e a unificação árabe
A partir do século VII, a civilização árabe começou a passar por uma grande transformação, tendo a frente um homem chamado Maomé (Muhammad, em árabe). Depois de conhecer profundamente tanto a miséria em que viviam os beduínos quanto à opulência da elite árabe em Meca, como era comerciante, e, estabeleceu contatos comerciais com diversas comunidades judaicas e também cristãs, por meio das quais obteve conhecimento das práticas do culto monoteísta. Assim Maomé começou a dar início as suas pregações, o islã, cujo nome significa e, árabe, “submissão a Alá”, “entregar-se a Deus”.
Anjo Gabriel teria aparecido para a Maomé

Surgimento do Islamismo
O Islamismo teve seu início marcado pelo o que ocorreu com Maomé, quando esse meditava no monte Hira. Maomé teve uma visão do anjo Gabriel dizendo a ele que: “Alá é o único Deus e Maomé é seu profeta”, e cabia a ele unificar o povo árabe em torno de uma nova religião.
As pregações de Maomé aos poucos conquistavam mais seguidores (chamados de muçulmanos ou islamitas) e colocavam em risco os interesses dos coaxitas. Negar o politeísmo e condenar os vários ídolos adorados na Caaba significava pôr fim às peregrinações de fiéis que alimentavam economicamente a cidade. Maomé viu que na região de Meca eles não aceitavam a unificação religiosa e a aristocracia organizou uma perseguição para tira-lo da cidade sagrada.
Então Maomé recebeu uma notícia de que na região de Yatreb ocorria uma série divergência religiosa, então fugiu imediatamente a cidade de Yatreb. Lá, no ano de 622, conseguiu pacificar o movimento de rebelião, tornando-se a salvação para a população local. A população então fez a homenagem a Maomé trocando o nome da cidade para Medina (a cidade do profeta).  A fuga de Maomé de Meca para Medina tornou-se a data inicial do Calendário islâmico Hégira (Palavra árabe para fuga).

A Caaba é local de veneração dos muçulmanos
A cidade sagrada
No ano de 630, Maomé invadiu Meca, matou seus opositores, destruiu as imagens dos ídolos, mas preservou a Caaba. E, assim, esta foi denominada a cidade oficial do Islamismo. Meca, era um grande centro comercial, por causa das feiras ali presentes.  É o lugar onde se encontra o templo Caaba. Dentro dele estava guardada a venerada Pedra Negra, que nada mais era que um meteorito.

O islã e sua difusão
Com fortes influências do cristianismo e do judaísmo, a religião criada por Maomé tem seus fundamentos registrados no Corão. Nele se acham estabelecidos às práticas do culto islâmico, como a de o fiel a orar cinco vezes ao dia voltado para Meca, visitaram Meca ao menos uma vez em sua vida, jejuar no mês do Ramadã, dar esmolas, guardar as sextas feiras, não ingerir bebias alcoólicas, participar da guerra santa para propagar o Islamismo entre outros preceitos.
Foi após a morte do profeta, em 632, o islamismo dividiu-se em algumas seitas divergentes, as mais importantes são:

a) Sunitas: defendiam que o chefe político-religioso, sucessor do profeta, deveria ser escolhido pelos seguidores, de acordo com antigo costume árabe de escolher o chefe de cada tribo. Além disso, afirmavam que a doutrina do Corão, deveria ser complementada pelo Sunna (livro de registros das pregações de Maomé).
b) Xiitas: mais radicais seguidores de Maomé, o chefe religioso e político deveria ser um descendente direto do profeta que exerceria o poder de forma absoluta. Não admitiam outra fonte doutrinária a não ser o Corão, seguindo as determinações de um grupo de religiosos (mujtahids), cujos membros mais importantes são seus líderes espirituais (aiatolás).
Os califas (chefe político e religioso) que sucederam Maomé, impulsionado pela doutrina religiosa islamita, e, aproveitando-se da vulnerabilidade dos povos vizinhos, iniciaram a expansão do império árabe.  Os seguidores do alcorão, livro sagrado, acreditavam que deveriam converter todos ao islamismo através da Guerra Santa (jihad). Firmes nesta crença, eles expandiram sua religião ao Iêmen, Pérsia, Síria, Omã, Egito e Palestina.
Em 711, o muçulmano Gibral Tarik atravessou o estreito que separa a África da Europa e dominaram grande parte da península ibérica, espalhando sua cultura pela região da Espanha e Portugal. Em 732, foram vencidos pelos francos, que barraram a expansão deste povo pelo norte da Europa. Aos poucos, novas dinastias foram surgindo e o império foi perdendo grande parte de seu poder e força.

Expansão da cultura árabe
Durante o período de conquistas, ampliaram seu conhecimento através da absorção das culturas de outros povos, levando-as adiante a cada nova conquista. Foram eles que espalharam pela Europa grandes nomes como o de Aristóteles (filosofia) e Hipócrates (medicina) e também outros nomes da antiguidade grega.
Destacaram-se Averróis e Avicena, que colaboraram para a preservação das ideias desenvolvidas pelos filósofos gregos Platão e Aristóteles. Dessa forma, boa parte do legado grego, celebrado posteriormente como um dos pensamentos humanos, só chegaram ao Oriente pelos árabes. No campo literário deixaram grandes contribuições também, com obras até hoje conhecidas no Ocidente, tais como: As mil e uma noites, As minas do rei Salomão e Ali Babá e os quarenta ladrões.
No ensino médico cirúrgico da Baixa Idade Média europeia, a obra “Cânone”, de Avicena, era à base da medicina europeia da época. Eles fizeram ainda importantes avanços e descobertas nos campos da: matemática, física, astronomia, química, médicas e cientificas que contribuíram com o desenvolvimento do mundo ocidental.
Prédio de Sevilha na Espanha, apresenta forte influência árabe como arcos
em ferradura e a decoração dos azulejos
Adotaram e introduziram os algarismos hindus, depois chamados de arábicos e usados atualmente. Promoveram o avanço da álgebra ao divulgar o número zero. Uma série de instrumentos astronômicos, que foram utilizados pelos europeus nas posteriores navegações, foi trazida pelos árabes.
Devem-se aos árabes, também, os primeiros e significativos passos na análise química de uma série de substâncias, entre eles o álcool, fósforo, benzina, o mercúrio, o ácido sulfúrico e ainda trouxeram da China e a pólvora, a bússola e o papel. Da mesma maneira, na medicina os árabes alcançaram significativo avanço, principalmente na manipulação de vários medicamentos. Nos procedimentos cirúrgicos, desenvolveram o uso da anestesia, além de estabelecer a natureza de algumas doenças contagiosas, como a varíola e a tuberculose.

Na arquitetura destacaram-se na construção de grandes palácios e mesquitas de cúpulas singulares, minaretes, arcos em ferraduras e colunas torcidas, os arabescos para ilustração e decoração e o uso de reboco como revestimento interno.





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