sábado, 14 de novembro de 2015

Pós II Guerra

Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, o Partido Nazista foi declarado ilegal e seus líderes presos e julgados por crimes contra a humanidade no Julgamentos de Nuremberg, ante o Tribunal Militar Internacional (“International Military Tribunal”- IMT) em 20 de novembro de 1945, na cidade alemã de Nuremberg. As potências vencedoras trataram de refazer a geopolítica mundial a partir de então.

1. As conferencias para resolver o destino dos vencidos
Com o fim da guerra, a URSS retomou a defesa da revolução comunista mundial, submetendo o leste da Europa ao seu comendo, contra a vontade dos demais aliados. Era o fim da aliança antinazista. Em fevereiro de 1945, os principais líderes aliados voltaram a se encontrar, na cidade de Yalta, na URSS.

A Conferência de Yalta
Conferência de Yalta, realizado ainda com a
II Guerra em decurso
Em Yalta, estava em pauta a organização da Europa do pós-guerra. Apontando os rumos do que iria ocorrer em grande parte do leste europeu, Stálin reivindicava a manutenção do governo pró URSS que havia se estabelecido ba Plônia após a expulsão dos nazistas. Ingleses e norte-americanos queriam que a população polonesa elegesse um novo governo. Stálin concordou, mas conseguiu que a definição do quadro europeu fosse adiada até a vitória final sobre o Eixo.

A conferência de Potsdam
Em julho a agosto de 1945, quando os líderes aliados se encontraram novamente em Potsdam, na Alemanha, muita coisa já havia mudado. A Alemanha fora vencida e a derrota do Japão se aproximava. O presidente dos EUA, agora era Harry Truman, pois Roosevelt falecera. Churchill fora derrotado nas eleições parlamentares. Como primeiro ministro inglês compareceu Clement Attlee.
Conferência de Potsdam quase levou a um
novo conflito mundial
Os participantes foram os vitoriosos aliados, Estados Unidos, Reino Unido, França e União Soviética, que se juntaram para decidir como administrar a Alemanha, que se tinha rendido incondicionalmente nove semanas antes, no dia 8 de maio. Os objetivos da conferência incluíram igualmente o estabelecimento da ordem pós-guerra, assuntos relacionados com tratados de paz.
A principal decisão desta conferência foi a divisão da Alemanha e da capital Berlim em quatro zonas de ocupação: inglesa, francesa, norte-americana e soviética. Apesar do acordo em torna da divisão da Alemanha a Conferência de Potsdam foi tensa. Nos países do Leste europeu, libertados pelo Exército Vermelho, os grupos comunistas de resistência ao nazismo iam, aos poucos conquistado o poder, com o apoio dos soviéticos. Stálin desejava criar uma zona de proteção entre o Ocidente capitalista e a URSS, facilitando a defesa em caso de uma nova guerra.

Julgamento de Nuremberg
O Tribunal Militar Internacional (IMT), se instalou em 20 de novembro de 1945, na cidade alemã de Nuremberg a fim de julgar os crimes cometidos pelos nazistas durante a II Guerra Mundial. 
Em Nuremberg os nazistas foram julgados por crimes de guerra
O regulamento do Tribunal Militar Internacional foi elaborado pelas quatro potências vencedoras do conflito (URSS, EUA, Inglaterra e França), em Londres, no mês de agosto de de 1945, sendo julgados pelo Artigo 6º do Ato Constitutivo do IMT pelos seguintes crimes:
(1) Conspiração para cometer os atos constantes nas acusações 2, 3 e 4 definidas a seguir; 
(2) Crimes contra a paz – definidos como a participação no planejamento e provocação de guerra em violação a vários tratados internacionais;
(3) Crimes de guerra – definidos como violações das leis e das regras internacionais acordadas para a deflagração de uma guerra;
(4) Crimes contra a humanidade – "ou seja, assassinato, extermínio, escravização, deportação e qualquer outro ato desumano cometido contra quaisquer populações civis, antes ou durante a guerra; ou perseguição baseada em questões políticas, raciais ou religiosas, na execução de ou em conexão com qualquer crime sob a alçada deste Tribunal, estejam ou não violando as leis dos países onde sejam perpetrados".
O Tribunal, ofereceu o amplo direito de defesa aos acusados. Os principais nomes do genocídio humano, como Hitler, Himmler e Goebbells tinham cometido suicídio ao final da guerra e não estavam presentes. Coube ao IMT, julgar os oficias nazistas que foram capturados durante a invasão aliada na Alemanha. 
Os quatro principais promotores do Tribunal Militar Internacional – Robert H. Jackson (Estados Unidos), Francois de Menthon (França), Roman A. Rudenko (União Soviética), e Sir Hartley Shawcross (Grã-Bretanha) – apresentaram as acusações contra 24 oficiais da alta liderança nazista. Os acusados incluíam:
- Hermann Göering, herdeiro indicado por Hitler;
- Rudolf Hess, vice-líder do Partido Nazista;
- Joachim von Ribbentrop, ministro das relações exteriores;
- Wilhelm Keitel, chefe das forças armadas;
- Wilhelm Frick, ministro do interior;
- Ernst Kaltenbrunner chefe das forças de segurança;
- Hans Frank, governador-geral da Polônia ocupada;
- Konstantin von Neurath, governador da Boêmia e da Morávia;
- Erich Raeder, chefe das forças navais;
- Karl Doenitz, sucessor de Raeder;
 - Alfred Jodl, comando das forças armadas;
- Alfred Rosenberg, ministro dos territórios ocupados do leste;
- Baldur von Schirach, chefe da Juventude Hitleriana;
- Julius Streicher, nazista, editor antissemita radical;
- Fritz Sauckel, chefe da alocação de trabalhadores escravos;
- Albert Speer, ministro de armamentos;
- Arthur Seyss-Inquart, comissário para a Holanda ocupada;
- Martin Bormann, ajudante de Hitler, foi julgado in absentia.
Hermann Göerring suicidou-se com cianureto, momentos
antes de sua execução 
Até o dia 01 de outubro de 1946, foram ouvidos mais de duzentos e quarenta depoimentos. Muitos dos ouvidos confessaram os crimes, mas alegaram que estavam apenas "cumprindo ordens de seus superiores". Ao final dos julgamentos, 12 foram sentenciados a pena de morte: Goering, Ribbentrop, Keitel, Kaltenbrunner, Rosenberg, Frank, Frick, Streicher, Sauckel, Jodl, Seyss­Inquart e Bormann; 3 foram condenados à prisão perpétua: Hess, o ministro da fazenda Walther Funk, e Raeder; 4 receberam penas de 10 a 20 anos de prisão: Doenitz, Schirach, Speer e Neurath.
As execuções foram realizadas na manhã do dia dia 16 de novembro de 1946. Göering cometeu suicídio pouco antes de sua execução, e Bormann estava desaparecido.  Os outros 10 acusados foram enforcados, seus corpos cremados e suas cinzas colocadas no Rio Isar.
Houveram 3 absolvições: Franz von Papen, opositor aos nazistas ates de assumirem o poder na Alemanha, mas aliou-se após sua  ascensão; Hans Fritzsche, homem de confiança de Goebbels e Ministro da Propaganda; Hjalmar Schacht, banqueiro alemão qua ajudou na recuperação econômica da Alemanha na década de 1930, após passou  a compor a resistência aos nazistas, participando inclusive de um atentado contra Hitler, sendo mandado a um campo de concentração.
Muitos oficiais nazistas conseguiram fugir e não foram ouvidos. Simon Wiesenthal, o mais famoso "caçador de nazistas", encontrou escondido na Argentina Adolf Eichmann, que ajudou a planejar a deportação de vários judeus para a Alemanha. Eichmann foi levado para Israel, e condenado culpado e executado em 1962.

2. O fim da hegemonia europeia
Até os anos de 1930, a Europa comandava os destinos do mundo. Os produtos das grandes indústrias europeias espalhavam-se pelo planeta, e vastas áreas da África, Ásia e Oceania estavam sob domínio europeu.
Após a II Guerra Mundial, o mudo mergulhou
na bipolarização entre URSS x EUA
A destruição causada pele guerra mudou esse quadro. Uma quantidade enorme de pessoas havia morrido. Inúmeros centros urbanos, plantações, indústrias e linhas de transporte estavam destruídos. A penúria europeia impedia ainda a manutenção dos impérios coloniais, que lutavam por sua independência. Era o fim da hegemonia da Europa no mundo.

O mundo bipolar
O fim do domínio europeu tornava necessária a criação de uma nova ordem internacional. Desde 1943, o presidente norte-americano Franklin Roosevelt defendia a criação de um organismo internacional que coordenasse ações conjuntas visando o bem de toda a humanidade.
Essa organização tornou-se realidade a partir de junho de 1945, quando representantes de cinquenta países reuniram-se na cidade de São Francisco (EUA), para fundar a ONU. Contudo os esforços da ONU para manter o mundo em harmonia, unindo os países em torno de um ideal de paz e progresso, foram suplantados pelas ambições das duas novas superpotências: EUA e URSS. Surgia então um sistema bipolar, no qual a hegemonia mundial passou a ser disputada pelos dois únicos polos de poder capazes de intervir no demais países, economicamente e militarmente.

3. A ascensão da URSS
A URSS saiu fortalecida da guerra. Apesar do grande número de mrotos e da destruição de muitas cidades, fábricas e plantação, o enorme esforço empreendido para vencer o inimigo nazista fez surgir um novo e diversificado parque industrial. E o Exército Vermelho, reequipado, torna-se uma das mais temíveis forças armadas do planeta.
Terminada a guerra, restava a Stálin decidir o que fazer com tamanho poderio militar. Seu principal plano era criar, no Leste europeu, uma barreia natural composta de países comunistas que impedisse uma nova invasão do território soviético, o que quebrava os compromissos assumidos em Yalta e Potsdam.

O avanço comunista e a “cortina de ferro”
Em março de 1946, Winston Chuchill previu que em pouco tempo se formaria uma “cortina de ferro” na Europa, dividindo o continente entre países socialistas e capitalistas.
A previsão foi confirmada: entre 1946 e 1949, Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária, Albânia e Iugoslávia tornaram-se socialistas, implantando a ditadura do proletariado e alinhando-se à URSS. Apenas Tito romperia com Stálin, em 1948, mantendo a Iugoslávia independente de Moscou, mas sob o regime socialista.
Os ideais internacionalistas da revolução socialista, a eclosão em 1946, da guerra civil entre nacionalistas e comunistas na China e a presença de poderosos partidos comunistas em países como a França e a Itália punham em risco a sobrevivência do capitalismo. A situação começava a incomodar não só os EUA, como também os demais governos de países capitalistas.

4. O intervencionismo norte-americano
A reação do mundo capitalista diante do avanço comunistas no pós-guerra foi comandada pelos EUA.
Poupados dos bombardeios em suas cidades e da invasão de seu território, os norte-americanos, que desde a I Guerra já se firmavam como grande potência mundial, puderam adaptar sua indústria bélica para fabricar bens de consumo, como aviões comerciais, automóveis e eletrodomésticos. Em poco tempo, a Europa destruída, que por décadas exportava bens industriais, foi invadida por produtos norte-americanos.
A hegemonia norte-americana não se limitava, porém, à economia: ela se manifestava na política e na cultura.

A “polícia do capitalismo”
Em 1947 os EUA assumiram explicavelmente seu papel de potência líder do mundo capitalista. Em março desse ano, o presidente Harry Truman anunciou a disposição de defender os países capitalistas do perigo comunistas, financiando governos e exércitos onde se fizesse necessário. Estava lançada a Doutrina Truman.
Os alvos imediatos da doutrina era a Grécia e a Turquia. Na Grécia, o antigo grupo comunista de resistência aos nazistas lutava para tomar o poder. A Turquia, por sua vez, encontrava-se sob pressão da URSS, que desejava controlar a passagem do mar Negro, onde se concentrava parte do poder naval soviético, para o Mediterrâneo.
Noa anos que se seguiram, a Doutrina Truman embasou intervenções norte-americanas cada vez mais diretas em inúmeros países.

O Plano Marshall
O governo Truman acredita igualmente que o combate ao comunismo dependia da reconstrução dos países que tiveram sua estrutura destruída com a guerra. A ideia era que, oferecendo empregos, nova infraestrutura e bons salários ao povo desses países, o capitalismo provaria sua eficácia e os movimentos que pretendiam eliminá-lo perderiam força.
Em junho de 1947, o secretário de Estado norte-americano, George Marshall, propôs um plano de ajuda econômica aos países europeus arrasados pela guerra. O Plano Marshall permitiu aos norte-americanos emprestar bilhões de dólares à Europa, reativando a economia e ampliando a influência capitalista no Oeste do continente.

O capitalismo armado
Em resposta ao bloqueio de Berlim a à consolidação dos governos comunistas do Leste europeu, os EUA propuseram a criação de um organismo, de caráter militar, que protegesse os países capitalistas europeus de qualquer agressão vinda dos países da “cortina de ferro. ”
Em abril de 1949 foi criado o Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar que, na prática, reforçava a hegemonia norte-americana na Europa, Doze países assinaram o tratado: dez europeus, os EUA e o Canadá.

5. Em defesa do socialismo
A URSS reagiu prontamente à mudança de política dos EUA, que com a Doutrina Truman, passou a caracterizá-la como inimiga. A primeira atitude foi impedir que os países socialistas sob seu comando tomassem empréstimos do Plano Marshall.
Em seguia a URSS passou a disputar o controle integral de Berlim com os Aliados, realizando, em junho de 1948, o bloqueio terrestre do lado Ocidental da capital alemã. Os Aliados abasteceram a cidade de gêneros como alimentos, medicamentos, combustíveis e roupas por via aérea durante onze meses, até que os soviéticos desistiram do bloqueio.
Em janeiro de 1949, a URSS criou um órgão de ajuda e planejamento econômico voltado para os países socialistas, o Comecon (Conselho Econômico e Assistência Mútua), que tinha o objetivo de integrar os sistemas produtivos das nações socialistas, segundo suas potencialidades.
Pacto de Varsóvia, surgiu em 1955, como resposta a OTAN, era comandado pela União Soviética e defendia militarmente os países socialistas. Tendo: URSS, Cuba, China, Coréia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental, Iugoslávia, Albânia, Tchecoslováquia e Polônia.

Duas Alemanhas
Muro de Berlim, dividiu fisicamente a Alemanha
A disputa entre capitalistas e comunistas impediu a reunificação dos territórios do antigo Reich. Em maio de 1949 as áreas inglesa, francesa e norte-americana uniram as zonas que controlavam desde o fim da guerra e restituíram sua autonomia, transformaram-se na República Federal da Alemanha ou RFA, (em alemão: Bundesrepublik Deutschland ou BRD) também conhecida como Alemanha Ocidental, com capital na cidade de Bonn.
Em outubro de 1949, foi a vez de a parte soviética ganhar autonomia, transformou-se na República Democrática da Alemanha ou RDA (em alemão Deutsche Demokratische Republik ou DDR), a Alemanha Oriental, que instalou sua capital pa porção Leste de Berlim.

A Alemanha dividida foi, durante décadas, o maior símbolo da disputa de poder entre EUA e URSS. E na hostilidade mútua, alimentada pelas duas potências, ficou conhecido como Guerra Fria.



- I Guerra Mundial
- Regimes Totalitários na Europa
-II Guerra Mundial
- Guerra Fria

Nenhum comentário:

Postar um comentário