domingo, 1 de novembro de 2015

Renascimento


Inspirados no humanismo, durantes os séculos XIII, XIV, XV e XVI ocorreu um movimento de ruptura aos ideais medievais, em voga por quase mil anos na Europa Ocidental.

Renascimento científico

A valorização da razão e do homem e os estudos dos autores da Antiguidade clássica favoreceram importantes avanços no conhecimento científico. No campo das investigações médicas e biológicas ocorreram progresso com Miguel Servet (155-1553), médico que pesquisou a circulação sanguínea e André Vesálio (1514-1564), criador da anatomia como ciência, por isso denominado “pais da moderna anatomia”.


Nicolau Copérnico (1473-1543)
Nicolau Copérnico
Nicolau Copérnico foi um importante matemático e astrônomo polonês. Pode ser chamado de “pai” da astronomia moderna, pois foi ele quem, através de seus estudos e cálculos, percebeu e defendeu a tese de que a Terra, assim como os demais planetas, gira em torno do Sol, em uma teoria chamada de Heliocentrismo. Foi Copérnico quem deduziu, também, que a Terra gira em torno de seu próprio eixo. Até então, acreditava-se que a Terra era o centro do Universo, segundo teoria do grego Ptolomeu. A teoria do modelo heliocêntrico, a maior teoria de Copérnico, foi publicada em seu livro, De revolutionibus orbium coelestium Da revolução de esferas celestes, durante o ano de sua morte, em maio de 1543. 
Galileu Galilei

Galileu Galilei (1564-1642)
O italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste de Copérnico. Com estes novos estudos, cálculos e medições fez com que o cientista também defendesse a ideia de que a Terra girava em torno do Sol, atacando um dos principais argumentos teocêntrico da Igreja.
No início, os principais conflitos de Galilei foram contra os acadêmicos e filósofos das Universidades italianas, que continuavam agarrados aos dogmas católicos. Mas o cientista desafiou diretamente a Igreja, interpretando ao seu modo as escrituras sagradas, para provar que elas não eram contrárias as suas novas teorias astronômicas.
Giordano Bruno
Em 1610, publicou O mensageiro da estrelas, aprofundando a teoria heliocêntrica copernicana. Este motivo fez com que Galilei fosse perseguido, em 1616 foi advertido pela Igreja. galileu continuava seus estudos e publicações, em 1632 foi preso pela Inquisição da Igreja Católica e em 1633 foi condenado, que considerava esta ideia como sendo uma heresia. Galileu teve que renegar suas descobertas para fugir da fogueira.

Johann kepler
Giordano Bruno
O heliocentrismo foi seguido pelo ex-padre Giordano Bruno, que também defendia que o Universo era infinito e a ideia de que todas as coisas do mundo tinham vida própria e que a vida era inseparável da matéria. Estas teorias lhe custaram um processo pela Inquisição, como não se retratou, foi condenado e acabou morto na fogueira pela Inquisição em 1600.

Johann Kepler (1571-1630)
Dante Alighieri
O astrônomo defendia a ideia de que os astros realizavam não um movimento circular, mas elíptico em torno do sol. Retomou os escritos de antigos pensadores gregos, como Ptolomeu. Sua grande obra foi Astronomia Nova publicada em 1609, pela qual cada planeta do sistema solar teria leis específicas sobre sua óbita. Sua teoria preparou o caminho para a descoberta da lei da gravitação universal de Isaac Newton.
Luís de Camões

Renascimento Literário

Na literatura (textos, poesias, epopeias, peças de teatro, romances), serviu para unir os reinos nascentes em torno de sua língua. A multiplicação das universidades e a invenção da imprensa de tipos móveis pelo alemão Johannes Gutemberg, permitiu uma vasta difusão do saber. A literatura mantém características religiosas, mas nela já se podem ver características que serão desenvolvidas no Renascimento, como a retomada de ideais da cultura greco-romana.

Miguel de Cervantes
a) Na Itália: Dante Alighieri (1265-1321) autor da Divina Comédia; Giovanni Bocaccio (1313-1375) autor de La caccia di Diana; Francesco Petrarca (1304-1374) que escreveu África, um poema épico sobre a Segunda Guerra Púnica; Nicolau Maquiavel (1469-1527) escreveu O Príncipe, considerado o pai da ciência política moderna.

b) Em Portugal: Gil Vicente (1465-1563) autor de Auto da barca do inferno; Luís de Camões (1525-1580) na epopeia de Os Lusíadas.

Willian Shakesperare
c) Na Espanha: Miguel de Cervantes (1547-1616) que escreveu Dom Quixote, onde satiriza os cavaleiros medievais.

d) Na Inglaterra: Willian Shakespeare, em Romeu e Julieta, Hamlet; Thomas Morus (1476-1535), autor de Utopia, que escreve uma sociedade perfeita em um país ideal.

e) Na França: François Rebelais (1494-1553) autor de Gargântua e Pantagruel, comédia que satiriza a Igreja; Michel de Montaigne (1533-1592), filósofo autor de Ensaios, uma coletânea de textos sobre a experiência humana e questões metafísicas.

Crucificação, na  Capella degli Scrovegni,
em Pádua, por Giotto di Bondone
f) Na Holanda: Erasmo de Rotterdam (1466-1536), autor de Elogio da loucura, que denuncia algumas atividades da Igreja e a imoralidade do clero.

Renascimento Artístico

Nas artes, essa mudança foi enorme, pois ela reinventou conceitos antigos e criou novos. Conceitos como o ponto de fuga, a profundidade da pintura e a perfeição na reprodução das formas humanas foram adquiridos nessa época.

O realismo da arte renascentista

Os artistas do Renascimento procuravam recriar a realidade e destacar a natureza em suas obras. Para isso introduziram a paisagem e desenvolveram estudos para reproduzir a expressividade das figuras humanas.
Anunciação, por Fra Angelico
Ao introduzir a paisagem em suas obras, os artistas empregaram a técnica de perspectiva. Ela possibilitava criar a sensação de profundidade e volume ao representar os objetos em uma superfície plana. Esse avanço foi obtido graças à utilização de formas geométricas e de estudos matemáticos e físicos. O aumento ou diminuição do tamanho do objeto representado transmitia a ilusão de estar mais próximo ou distante do observador.
A valorização do mundo terreno e natural também levou os artistas do Renascimento a retomar, na edificação de palácios e igrejas, as linhas retas, as colunas e os arcos, características das construções gregas e romanas.

O nascimento de Vênus, por Sandro Botticelli

A prática do mecenato

Muitos estudiosos e artistas do Renascimento foram protegidos por ricos banqueiros, comerciantes e nobres do Norte da Itália. Eram os chamados mecenas, pessoas que financiavam o trabalho de artistas e cientistas.
Para o mecenas, o financiamento de atividades intelectuais e artísticas passou a representar uma forma de obter status social. As obras de arte embelezavam e davam prestígio às cidades, o que as levava a competir para contratar os melhores artistas da época.

O Renascimento na península Itálica
O Renascimento na Itália é dividido em três partes: Trecento, Quatrocento e Ciquecento.

Gattemala, por Donatello
A transição do gótico: o Trecento
Ocorrido no século XIV, é considerado uma transição de estilo gótico para a cultura renascentista. As cidades de Florença, Pisa e Siena foram os centros dessa primeira fase. Nesse período destaca-se:
Giotto di Bondone (1266-1337): pintor e arquiteto, um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.

O Renascimento em Florença: o Quatrocento
No século XV, Florença foi governada pelos Médicis, uma poderosa família de banqueiros mecenas. Nesse período destacaram-se os artistas:

a) Fra Angelico (1395 - 1455): pintor da fase inicial do Renascimento. Pintou iluminuras, altares e afrescos. Obras principais: A Anunciação e Adoração dos Magos.
Mona Lisa, por Leonardo da Vince

b) Sandro Botticelli (1445-1510): em geral suas em obras abordou temas mitológicos e religiosos. Suas obras principais:  O nascimento de Vênus e Primavera.

c) Donatello (1386-1466): suas esculturas tratam de temas religiosos, embora exaltem a figura humana. Destacam-se as esculturas: São Jorge, Maria Madalena e Gattamelata.

d) Filippo  Brunelleschi (1377-1446): projetou diversas igrejas e outros edifícios que se tornaram modelos para a arquitetura do período.

No final do século XV, os Médicis foram tirados do poder, deixando de proteger e de financiar os artistas florentinos.

A transferência para Roma: o Cinquecento
Criação de Adão, pintura no teto da Capela Sistina, por Michelangelo
No século XVI, Roma tornou-se o centro do Renascimento, e o papado tornou-se o grande mecenas dos artistas. O papa Júlio II encomendou, por exemplo, muitos afrescos e esculturas para decorar as habitações do Vaticano. Principais destaques italianos:

Escola de Atenas, por Rafael Sanzio
a) Leonardo da Vinci (1452-1519): pintor, escultor, arquiteto, inventor, cartógrafo, cientista, engenheiro, físico e escritor. As principais e mais famosas pinturas são: Gioconda (Mona Lisa), Última Ceia e a Virgem das rochas (ou Virgem dos rochedos).

b) Michelangelo Buonarroti (1475-1564): destacou-se em arquitetura, pintura e escultura. Obras principais: Davi, Pietà, Moisés, e, pintou o teto da Capela Sistina.

c) Rafael Sanzio (1483-1520): construiu um estilo baseado na clareza das figuras, pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus). Suas principais obras são: Escola de Atenas e O incêndio de Borgo.

d) Tintoretto (1518-1594): importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. Obras principais: Paraíso, Casamento de Canaã e Última Ceia.

Casamento de Canaã, por Tintoretto
e) Paolo Veronese (1528-1588): nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto, Banquete na casa de Levi e São Jerônimo no Deserto.

f) Tiziano Vecellio (1488-1576): o mais importante pintor da Escola de Veneza do Renascimento Italiano. Sua grande obra foi: O imperador Carlos V em Murenberg de 1548.

Carlos V,  por Tiziano
Foi a partir deste período que o a arte renascentista alcançou se auge. O movimento ganhou grandes proporções dominando várias regiões do continente europeu.

Sacro Império Romano-Germano: com os quadros de Albercht Dürer (1471-1528) produziu Adão e Eva e Melancolia e Hans Holbein (1497-1543), produzia pinturas, retratos, gravuras e peças de joalheria, as mais conhecidas são: Cristo morto e A virgem do burgomestre Meyer.

Banquete na casa de Levi, por Veronese
Países Baixos: Jan van Eyck (1395-1441) empregou a técnica da perspectiva e aperfeiçoou a pintura a óleo, obtendo tons de cores impensáveis até então. 




http://www.filmesdetv.com/the-agony-and-the-ecstasy.html

 - Reforma Religiosa
-Humanismo
-Absolutismo
-semana de Arte Moderna

Nenhum comentário:

Postar um comentário