Renascimento
Inspirados no humanismo, durantes os séculos XIII, XIV, XV e XVI ocorreu um movimento de ruptura aos ideais medievais, em voga por quase mil anos na Europa Ocidental.
Renascimento científico
A
valorização da razão e do homem e os estudos dos autores da Antiguidade
clássica favoreceram importantes avanços no conhecimento científico. No campo
das investigações médicas e biológicas ocorreram progresso com Miguel Servet
(155-1553), médico que pesquisou a circulação sanguínea e André Vesálio
(1514-1564), criador da anatomia como ciência, por isso denominado “pais da
moderna anatomia”.
Nicolau
Copérnico foi um importante matemático e astrônomo polonês. Pode ser chamado de
“pai” da astronomia moderna, pois foi ele quem, através de seus estudos e
cálculos, percebeu e defendeu a tese de que a Terra, assim como os demais
planetas, gira em torno do Sol, em uma teoria chamada de Heliocentrismo. Foi
Copérnico quem deduziu, também, que a Terra gira em torno de seu próprio eixo.
Até então, acreditava-se que a Terra era o centro do Universo, segundo teoria
do grego Ptolomeu. A teoria do modelo heliocêntrico, a maior teoria de
Copérnico, foi publicada em seu livro, De revolutionibus orbium coelestium Da revolução de esferas celestes, durante o ano de sua morte, em maio de 1543.
Galileu Galilei |
Galileu
Galilei (1564-1642)
O
italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir
telescópios para aprimorar o estudo celeste de Copérnico. Com estes novos
estudos, cálculos e medições fez com que o cientista também defendesse a ideia
de que a Terra girava em torno do Sol, atacando um dos principais argumentos
teocêntrico da Igreja.
No
início, os principais conflitos de Galilei foram contra os acadêmicos e
filósofos das Universidades italianas, que continuavam agarrados aos dogmas
católicos. Mas o cientista desafiou diretamente a Igreja, interpretando ao seu
modo as escrituras sagradas, para provar que elas não eram contrárias as suas
novas teorias astronômicas.
Giordano Bruno |
Em 1610, publicou O mensageiro da estrelas, aprofundando a teoria heliocêntrica copernicana. Este
motivo fez com que Galilei fosse perseguido, em 1616 foi advertido pela Igreja. galileu continuava seus estudos e publicações, em 1632 foi preso pela Inquisição da Igreja Católica e em 1633 foi condenado, que considerava esta ideia como sendo uma heresia. Galileu
teve que renegar suas descobertas para fugir da fogueira.
Johann kepler |
Giordano Bruno
O heliocentrismo foi seguido pelo ex-padre Giordano Bruno, que também defendia que o Universo era infinito e a ideia de que todas as coisas do mundo tinham vida própria e que a vida era inseparável da matéria. Estas teorias lhe custaram um processo pela Inquisição, como não se retratou, foi condenado e acabou morto na fogueira pela Inquisição em 1600.
Johann
Kepler (1571-1630)
Dante Alighieri |
O
astrônomo defendia a ideia de que os astros realizavam não um movimento
circular, mas elíptico em torno do sol. Retomou os escritos de antigos
pensadores gregos, como Ptolomeu. Sua grande obra foi Astronomia Nova publicada em 1609, pela qual cada planeta do sistema solar teria leis específicas sobre sua óbita. Sua teoria preparou o caminho para a
descoberta da lei da gravitação universal de Isaac Newton.
Luís de Camões |
Renascimento Literário
Na
literatura (textos, poesias, epopeias, peças de teatro, romances), serviu para
unir os reinos nascentes em torno de sua língua. A multiplicação das
universidades e a invenção da imprensa de tipos móveis pelo alemão Johannes
Gutemberg, permitiu uma vasta difusão do saber. A literatura mantém
características religiosas, mas nela já se podem ver características que serão
desenvolvidas no Renascimento, como a retomada de ideais da cultura
greco-romana.
Miguel de Cervantes |
a)
Na Itália: Dante Alighieri (1265-1321) autor da Divina Comédia; Giovanni
Bocaccio (1313-1375) autor de La caccia di Diana; Francesco Petrarca
(1304-1374) que escreveu África, um poema épico sobre a Segunda Guerra Púnica; Nicolau Maquiavel (1469-1527) escreveu O Príncipe, considerado o pai da ciência
política moderna.
b)
Em Portugal: Gil Vicente (1465-1563) autor de Auto da barca do inferno; Luís
de Camões (1525-1580) na epopeia de Os Lusíadas.
Willian Shakesperare |
c)
Na Espanha: Miguel de Cervantes (1547-1616) que escreveu Dom Quixote, onde
satiriza os cavaleiros medievais.
d)
Na Inglaterra: Willian Shakespeare, em Romeu e Julieta, Hamlet; Thomas Morus
(1476-1535), autor de Utopia, que escreve uma sociedade perfeita em um país
ideal.
e)
Na França: François Rebelais (1494-1553) autor de Gargântua e Pantagruel,
comédia que satiriza a Igreja; Michel de Montaigne (1533-1592), filósofo autor
de Ensaios, uma coletânea de textos sobre a experiência humana e questões
metafísicas.
Crucificação, na Capella degli Scrovegni, em Pádua, por Giotto di Bondone |
f)
Na Holanda: Erasmo de Rotterdam (1466-1536), autor de Elogio da loucura, que
denuncia algumas atividades da Igreja e a imoralidade do clero.
Renascimento Artístico
Nas
artes, essa mudança foi enorme, pois ela reinventou conceitos antigos e criou
novos. Conceitos como o ponto de fuga, a profundidade da pintura e a perfeição
na reprodução das formas humanas foram adquiridos nessa época.
O realismo da arte renascentista
Os
artistas do Renascimento procuravam recriar a realidade e destacar a natureza
em suas obras. Para isso introduziram a paisagem e desenvolveram estudos para
reproduzir a expressividade das figuras humanas.
Anunciação, por Fra Angelico |
Ao
introduzir a paisagem em suas obras, os artistas empregaram a técnica de
perspectiva. Ela possibilitava criar a sensação de profundidade e volume ao
representar os objetos em uma superfície plana. Esse avanço foi obtido graças à
utilização de formas geométricas e de estudos matemáticos e físicos. O aumento
ou diminuição do tamanho do objeto representado transmitia a ilusão de estar
mais próximo ou distante do observador.
A
valorização do mundo terreno e natural também levou os artistas do Renascimento
a retomar, na edificação de palácios e igrejas, as linhas retas, as colunas e
os arcos, características das construções gregas e romanas.
O nascimento de Vênus, por Sandro Botticelli |
A prática do mecenato
Muitos
estudiosos e artistas do Renascimento foram protegidos por ricos banqueiros,
comerciantes e nobres do Norte da Itália. Eram os chamados mecenas, pessoas que
financiavam o trabalho de artistas e cientistas.
Para
o mecenas, o financiamento de atividades intelectuais e artísticas passou a
representar uma forma de obter status social. As obras de arte embelezavam e
davam prestígio às cidades, o que as levava a competir para contratar os
melhores artistas da época.
O
Renascimento na península Itálica
O
Renascimento na Itália é dividido em três partes: Trecento, Quatrocento e
Ciquecento.
Gattemala, por Donatello |
A
transição do gótico: o Trecento
Ocorrido
no século XIV, é considerado uma transição de estilo gótico para a cultura
renascentista. As cidades de Florença, Pisa e Siena foram os centros dessa primeira
fase. Nesse período destaca-se:
Giotto
di Bondone (1266-1337): pintor e arquiteto, um dos precursores do Renascimento.
Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.
O
Renascimento em Florença: o Quatrocento
No
século XV, Florença foi governada pelos Médicis, uma poderosa família de
banqueiros mecenas. Nesse período destacaram-se os artistas:
a)
Fra Angelico (1395 - 1455): pintor da fase inicial do Renascimento. Pintou
iluminuras, altares e afrescos. Obras principais: A Anunciação e Adoração dos
Magos.
b)
Sandro Botticelli (1445-1510): em geral suas em obras abordou temas mitológicos
e religiosos. Suas obras principais: O
nascimento de Vênus e Primavera.
c)
Donatello (1386-1466): suas esculturas tratam de temas religiosos, embora
exaltem a figura humana. Destacam-se as esculturas: São Jorge, Maria Madalena e Gattamelata.
d)
Filippo Brunelleschi (1377-1446):
projetou diversas igrejas e outros edifícios que se tornaram modelos para a
arquitetura do período.
No
final do século XV, os Médicis foram tirados do poder, deixando de proteger e
de financiar os artistas florentinos.
A
transferência para Roma: o Cinquecento
Criação de Adão, pintura no teto da Capela Sistina, por Michelangelo |
No
século XVI, Roma tornou-se o centro do Renascimento, e o papado tornou-se o
grande mecenas dos artistas. O papa Júlio II encomendou, por exemplo, muitos
afrescos e esculturas para decorar as habitações do Vaticano. Principais
destaques italianos:
Escola de Atenas, por Rafael Sanzio |
b)
Michelangelo Buonarroti (1475-1564): destacou-se em arquitetura, pintura e
escultura. Obras principais: Davi, Pietà, Moisés, e, pintou o teto da Capela
Sistina.
c)
Rafael Sanzio (1483-1520): construiu um estilo baseado na clareza das figuras,
pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus). Suas
principais obras são: Escola de Atenas e O incêndio de Borgo.
d)
Tintoretto (1518-1594): importante pintor veneziano da fase final do
Renascimento. Obras principais: Paraíso, Casamento de Canaã e Última Ceia.
Casamento de Canaã, por Tintoretto |
e) Paolo Veronese (1528-1588): nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do
Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto, Banquete na casa de Levi e São Jerônimo no
Deserto.
f)
Tiziano Vecellio (1488-1576): o mais importante pintor da Escola de Veneza do
Renascimento Italiano. Sua grande obra foi: O imperador Carlos V em Murenberg
de 1548.
Carlos V, por Tiziano |
Foi
a partir deste período que o a arte renascentista alcançou se auge. O movimento
ganhou grandes proporções dominando várias regiões do continente europeu.
Sacro Império Romano-Germano: com os quadros de Albercht Dürer (1471-1528) produziu Adão e Eva e
Melancolia e Hans Holbein (1497-1543), produzia pinturas, retratos, gravuras e
peças de joalheria, as mais conhecidas são: Cristo morto e A virgem do
burgomestre Meyer.
Banquete na casa de Levi, por Veronese |
Países Baixos: Jan van Eyck (1395-1441) empregou a
técnica da perspectiva e aperfeiçoou a pintura a óleo, obtendo tons de cores
impensáveis até então.
http://www.filmesdetv.com/the-agony-and-the-ecstasy.html
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