O Crescimento da Classe Média Urbana
A partir da década de 1950, a população urbana aumentou consideravelmente no Brasil. As grandes cidades receberam cada vez mais migrantes vindos das zonas rurais. Muitos se deslocavam da região nordeste em direção ao centro-sul do país. A classe média também cresceu em número e em poder aquisitivo.
1. A sociedade de consumo
O crescimento das cidades no Brasil esteve relacionado à expansão da industrialização e às crescentes migrações, impulsionadas pelas oportunidades de trabalho oferecidas nos centros urbanos.
Estádio Olímpico, do Grêmio F.B.P.A., construído na década de 1950, era o maior estádio privado do Brasil |
A progressiva urbanização gerou a necessidade de se incrementarem serviços ligados á administração, saúde, comércio e à prestação de serviços. Nas cidades emergiam as camadas médias urbanas, formadas por administradores, funcionários públicos, profissionais liberais, prestadores de serviços, pequenos e médios empresários, entre outros. Ainda que não tivessem muita força ante os grandes partidos políticos, essa classe média dinamizou a economia, o que refletiu no aumento do consumo.
No esporte, o futebol torna-se a grande "paixão nacional". Os clubes de futebol se profissionalizam, o Brasil sedia a primeira a Copa do Mundo após a II Guerra Mundial (1950), e é neste período que surgem os grandes estádios.
Eletrodomésticos: símbolos de modernização
No final da década de 1950, os investimentos na indústria nacional e a abertura do mercado consumidor brasileiro ao capital estrangeiro provocaram algumas modificações na economia e nas sociedades urbanas do Brasil.
Uma grande quantidade de novos produtos industrializados, nacionais e importados, era oferecida aos brasileiros com capacidade de consumir: ferro elétrico, geladeira, fogão a gás, liquidificador, aspirador de pós, etc. Muitos desses produtos já existiam no mercado, mas em versões ultrapassadas. Esse é o caso, do ferro a carvão e o fogão a lenha.
Após a II Guerra Mundial surgiram grande parte dos eletrodomésticos |
A produção e o consumo desses itens alteraram o ritmo e o padrão de vida de alguns setores da sociedade brasileira e, por conta de sua praticidade e do fácil manuseio, esses produtos passaram a ser vistos como símbolos de modernidade.
2. Urbanização e migração
São Paulo foi o principal destino dos milhares de migrantes que queriam ganhar a vida na ‘grande cidade”. Estima-se que no começo da década de 1960 chegavam anualmente a São Paulo cerca de 130 mil migrante, em geral vindos das zonas rurais paulistas, de Minas Gerais e do Nordeste. Naquele ano a população paulistana era de 2,2 milhões de habitantes.
A grande concentração de pessoas em alguns polos industriais (São Paulo e Rio de Janeiro), provocou uma crise imobiliária, pois não havia espaço suficiente para abrigar tantos moradores.
Crescendo para o alto: os arranha-céus
Uma das saídas para a crise imobiliária foi a verticalização, a cidade começou a crescer para cima, a partir da construção de altos edifícios, os chamados arranha-céus.
Essa solução teve alguns impactos na vida das cidades: grande concentração de prédios e pessoas nas regiões centrais; valorização imobiliária destes locais; e o surgimento de uma “cultura de apartamento”, ou seja, os moradores passavam a isolar-se, vivendo cada vez mais distantes da rua e de outros espaços públicos, em troca de privacidade.
Durante a década de 1950 houve um crescimento das cidades |
Conforme aumentavam as facilidades de crédito imobiliários e as possibilidades de locação de imóveis, surgiam apartamentos pequenos e quitinetes, que eram alternativas para pequenas famílias ou pessoas que moravam sozinhas.
3. Novos hábitos e valores
Mesmo diminuindo as importações de bens de consumo e de máquinas, e investindo na indústria nacional, o Brasil continuava importando mercadorias e sendo influenciado pelos hábitos de consumo norte-americanos.
Na década de 1950, houve um crescimento da fabricação e de interesse por produtos de beleza. Para vender cremes, xampus e outros cosméticos, as propagandas enfatizavam que a opção de usá-los era uma forma de ser moderno.
A televisão e o american way of life
As novidades que chegavam à sociedade brasileira na década de 1950 vinham basicamente dos EUA. O modo de vida americano espalhou-se pelo mundo através do cinema e seriados. Disseminando muitos dos hábitos e valores da sociedade norte-americana.
TV Tupi foi a primeira TV brasileira |
A televisão chegou ao Brasil em 1950, trazida por Assis Chateaubriand, que fundou a primeira emissora de televisão do país, a TV Tupi. Apesar do grande esforço em criar e transmitir programas, devido à falta de programação e de técnicos, não só a TV Tupi como outras emissoras que surgiram depois retransmitiam muitos filmes ou modelos de programas produzidos nos EUA.
A partir de então, a televisão, juntamente com o cinema, foi um dos principais veículos de comunicação a divulgar o padrão de vida norte-americano. Além dos filmes que já mostravam a cultura dos EUA, os astros de Hollywood apareciam em propagandas de sabonete ou de eletrodomésticos, influenciando o consumidora comprara tal produto ou adotar determinado comportamento.
Aos poucos, alguns produtos e traços característicos d cultura norte-americana tornaram-se presentes na cidades brasileiras, como o jeans, jaquetas de couro, óculos escuros, ou ainda, festejar o Halloween e comer em feast food’s.
- Governo Dutra
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- Governo JK
- Cultura Brasileira nos Anos 1950
- Governo João Goulart
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