As Cidades Industriais e a Vida Operária
Com
a Revolução Industrial, a vida dos trabalhadores entrou no ritmo da máquina e
do relógio.
Os impactos
ambientais da industrialização
Muitas
mudanças que ocorreram na vida humana com a Revolução Industrial
estruturaram-se na crença de que os recursos naturais eram infinitos e estavam
a serviço do homem. Não havia a ideia de que o consumo desenfreado de
matérias-primas e o uso de combustíveis fósseis pudessem causar danos
ambientais, em muitos casos irreversíveis, e alterações climáticas que
afetariam a vida humana.
A
atividade industrial de larga escala acarretou grandes impactos ambientais na
Inglaterra. A instalação de fábricas em regiões de rios levou à poluição das
águas e a alteração do habitat de muitas espécies; a construção de ferrovias
devastou grandes áreas de vegetação. Além disso, a população dos grandes
centros industriais cresceu desordenadamente, causando muitos problemas
urbanos, como o acúmulo de lixo e dejetos.
As atividades industriais trouxeram vários impactos ambientais |
Do campo para as
cidades
Para
os trabalhadores, a mudança para as cidades significou a adoção de novos
hábitos, que se chocavam com as tradições comunitárias e familiares que
garantiam o contato e a solidariedade entre as pessoas.
Nas
áreas rurais, a medição do tempo, como ocorre ainda hoje em muitas regiões,
estava relacionada aos ciclos da natureza e às tarefas diárias: hora do
amanhecer e do anoitecer, hora de arrebanhar o gado, ora de colher os grãos,
etc. Os trabalhadores conduziam sua vida no ritmo das atividades agrícolas e pastoris.
Nas cidades, entretanto, eles conheceram a disciplina do relógio.
Os
relógios já existiam muito ates da Revolução Industrial, mas foi necessidade de
sincronizar o trabalho das fábricas que difundiu o uso e a fabricação do
produto. Com o relógio, foi possível disciplinar o horário de entrada e saída
dos trabalhadores, o horário do almoço e o tempo gasto para realizar as tarefas
produtivas.
Os operários eram submetidos a uma longa jornada de trabalho |
A
fim de garantir a nova disciplina, os patrões contrataram supervisores para
vigiar o trabalho nas fábricas, instituíram prêmios para os operários mais
disciplinados e multas para os descumpridores de horários e de outras normas.
Em geral, nas fábricas, os operários eram impedidos de entrar com relógios,
cabendo ao supervisor avisar a hora de terminar o trabalho.
Ruas, moradias e
alimentação
Nas
cidades industriais inglesas, a população operária comprimia-se em bairros de
ruas estreitas, sinuosas e sujas, tomada de mendigos, prostitutas e
desempregados. Relatos da época destacam o aspecto esfumaçado dos bairros
operários, o cheiro nauseante de sujeira e alimentos estragados e a miséria que
tomava conta das ruas.
Os bairros industriais careciam de infraestrutura adequada |
As
casas, geralmente de dois andares e geminadas, abrigavam um grande número de
pessoas. O quarto ficava no piso superior, onde todos se amontoavam para
dormir. No andar de baixo havia a cozinha.
Os
banheiros eram foças, já que não existia rede de esgotos. Eles ficavam fora da
casa e exalavam um cheiro horrível. Em alguns bairros, havia um serviço de
limpeza de fossas, cujos resíduos eram vendidos como esterco aos agricultores,
em outros bairros os detritos eram jogados na própria rua. A água era fornecida
em bicas, poços e fontes públicas espalhadas pelas cidades, ode se formavam
longas filas para a população obter o precioso líquido.
A
alimentação nas casas dos operários era muito pobre e consistia basicamente em
batata, arenque (tipo de peixe), tripa de animais, orelha de porco e pé de
cabrito, acompanhado de pão. Nessas
péssimas condições, diversas doenças, como a cólera e a tuberculose, atingiam
com frequência os trabalhadores e suas famílias.
-Revolução Industrial
-Segunda Revolução Industrial
-Movimento Operário no Século XIX
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