sexta-feira, 31 de julho de 2015

A Comuna de Paris e a III República

A captura e exílio de Napoleão III, bem como a derrota francesa na guerra franco-prussiana selaram o fim do Segundo Império, dando lugar ao surgimento da Terceira República (1870-1940). Um governo provisório assumiu e convocou eleições para a assembleia Constituinte. Os camponeses votaram com a burguesia a favor da monarquia. Os prussianos cercaram Paris por muitos meses, a situação estava terrível, pessoas disputavam os ratos nos esgotos para serem comidos. Os burgueses, renderam-se aos prussianos.
Uma onda de raiva se espalhou pelos subúrbios de Paris. Operários tomaram a ruas e ocuparam a prefeitura da cidade, a Comuna. Nos telhados eram erguidas bandeiras vermelhas, símbolo das lutas operárias. Foi o primeiro governo socialista vitorioso da história da humanidade.
A Comuna não chegou a implantar o socialismo, mas tomou medidas revolucionárias: acabou com a polícia e o exército, que eram sempre utilizados para reprimir os trabalhadores, e criou destacamentos populares armados; separou a Igreja do estado; colocou algumas fábricas sob a direção de conselhos de trabalhadores. Todos os funcionários do governo passaram a ser eleitos e a receber um pagamento igual ao salário de um operário especializado. Apesar disso, foram politicamente tímidos. Não tocaram no dinheiro do Banco da França e hesitaram em atacar as tropas da burguesia enquanto havia tempo.
Com medo deste tipo de rebelião se espalhar por outros países, os alemães soltaram os soldados prisioneiros franceses, que marcharam para Paris para derrubar o governo da Comuna, armados pelos alemães. Os soldados burgueses, munidos de fuzis, canhões e baionetas triunfaram sobre os proletariados armados de revólveres e facas.

As derrotas impostas aos movimentos populares de 1848 e em 1871, quando foram derrotados os trabalhadores que haviam formado a Comuna de Paris e controlado a cidade durante dois meses, recusando-se a aceitar os termos em que foi negociada a paz com o chanceler alemão Otto Bismarck, não foram suficientes para fazê-los desejar a paz. O desejo de vingança e o sentimento de humilhação, responsáveis pela proclamação da sua Terceira República, reafirmavam um nacionalismo belicista.

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