América pré-colombiana
Os
primeiros americanos tiveram de alterar seus hábitos para sobreviver ao aumento
da temperatura e ás mudanças no ambiente.
1. Os olmecas
Há vestígios da presença dos olmecas no atual território do México
entre 1300 e 400 a.C. Eles viveram inicialmente nas margens do golfo do México
e, ao longo do tempo, se deslocaram para o interior.
Economia e sociedade
As terras férteis das margens dos rios e as chuvas frequentes atraíram
os primeiros habitantes para a região. Os olmecas plantavam milho, feijão,
abóbora, pimenta, abacate e tomate, além da coletas de frutos, à caça e à
pesca. Eles desenvolveram o artesanato e um intenso comércio com os povos
vizinhos, organizando caravanas que atravessavam os atuais territórios da
Guatemala, Nicarágua e Honduras.
Ao longo da história olmeca, alguns grupos sociais utilizaram a força
para controlar as terras mais próximas os rios. Essa proximidade facilitava a
irrigação e proporcionava o aumento da produtividade. Isso permitiu que os
controladores dessas terras obtivessem excedentes e alimentos, que eram
comercializados nas cidades.
A sociedade olmeca era organizada em grupos diferentes, de acordo com
a atividade que executavam. Os sacerdotes, eram o grupo principal e
desempenhavam tarefas ligadas ao culto religiosos e ao governo, como cobrança
de taxas.
A atividade comercial possibilitou a esses grandes proprietários
acumular mais riqueza, diferenciando-se dos demais agricultores.
A cultura olmeca
Os olmecas construíram cidades com praças, palácios e templo, onde
eram realizadas observações astronômicas e de fenômenos atmosféricos e rituais
religiosos. Criaram um calendário solar, desenvolveram um sistema de numeração
vigesial, que tem por base o número 20, estabeleceram ritos que celebravam a
natureza e produziam um artesanato tão sofisticado, que hoje é considerado
arte.
Graças ao comércio, a cultura olmeca expandiu-se para outras regiões
da Mesoamérica e marcou profundamente as sociedades que surgiram
posteriormente. Por esta razão, a cultura olmeca, é considerada a cultura mãe
da América.
1. Os Maias
Os Maias habitavam o sul do México a América Central. Não formavam um
império. As cidades-Estado eram governadas por um poder hereditário, o chefe de
cada cidade exercia o poder político e religioso da civilização, sendo
auxiliado por um conselho de líderes tribais, guerreiros e sacerdotes.
A zona urbana era habitada pelos nobres (família real), sacerdotes
(responsáveis pelo culto e pelo conhecimento), chefes militares e
administradores do império (cobradores e coletores de impostos). A Base da
economia era a agricultura com o cultivo do milho, feijão, cacau, algodão,
pimenta, abóbora, tomate, mamão, abacate e tubérculos. O principal produto era
o milho, tão importante, que segundo os mitos, os deuses teriam utilizado a
matéria prima do milho para criar o homem.
Criavam cães, para a acaçá e alimentação, perus, abelhas e praticavam
a pesca. Eles produziam vários tipos de tecidos e praticavam o comércio de
mercadorias com os vizinhos. Desconheciam o ferro e a roda.
Os sacerdotes também eram matemáticos e astrônomos. Na matemática,
possuíam o número zero. Ergueram pirâmides, templos e palácios. A religião era
politeísta e tinham um calendário de 365 dias ao ano. Tinham conhecimento,
avançado em astronomia, conheciam o movimento do Sol e da Lua e de alguns
planetas e os eclipses solares e lunares. Tinham um calendário baseado nos
movimentos do sol e da lua.
2. Astecas
Os Astecas viviam onde hoje é o México. Sua capital era Tenochtitlán,
uma das maiores cidades do mundo, maior quer qualquer cidade europeia da época
da chegada dos espanhóis, 400.000 habitantes, com ruas calçadas e planejadas e
com suas pirâmides. Estamos diante de uma civilização que incorporou a
arquitetura, o cálculo, a escrita, e a religião ao seu dia-a-dia. A
confederação Asteca, em termos culturais, era uma degeneração de civilizações
preexistentes, eles absorveram aspectos dessa cultura incorporando à sua.
Os Astecas também são conhecidos como mexicas, com uma complexidade
cultural e governamental, era governado por uma monarca (Imperador), tinham uma
divisão social entre nobres, sacerdotes, guerreiros, comerciantes e escravos.
Professavam uma religião Politeísta, com sacrifícios humanos[1]. O império asteca era concebido
militarmente, subjugando ao seu poder no ano de 1 500 mais de 500 cidades.
Chegaram de um lugar chamado Aztlán, situado no sudoeste do atual
Estados Unidos, onde viviam como tribos guerreiras nômades. Desde a Era Cristã,
existiam civilizações urbanas, sedentárias e agrícolas na região a exemplo dos
toltecas.
Os astecas sedentarizaram-se e mesclaram-se com os toltecas e a partir
da aliança feita entre as cidades de Texcoco e Tlacopan, surgiu o "Império
Asteca", tendo como centro a cidade asteca de Tenochtitlán. Cada uma das
cidades-estados possuía o seu próprio rei, mas os astecas tinham o comando
militar na época em que ocorreu a ocupação espanhola, o imenso império só
reconhecia um chefe: Montezuma, o imperador asteca.
As atividades econômicas
A agricultura era a base da economia asteca. Cultivavam-se milho,
feijão, pimenta, abóbora, cacau, algodão, tabaco, frutas e verduras.
Domesticavam perus, cachorros e patos. A caça, a pesca e a coleta também eram
atividades importantes para a sobrevivência desse povo.
Desenvolveram muitas técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem
e as Chinampas, que eram ilhas artificiais de cultivo, utilizando a
lama das margens dos rios e lagos, cultivando milho, pimenta, tomate e cacau.
Os astecas desenvolveram um refinado artesanato em cerâmica, pedra e
metais. Os artesãos trabalhavam tanto nas residências como nos templos e também
em oficinas instaladas nos palácios do imperador e dos altos funcionários do
Estado.
O Codex Mendoza
A palavra códex refere-se ao conjunto de desenhos e escritos feitos,
entre 1541 e 1542, pelos astecas e por outros habitantes da região do México.
Neles, os nativos descrevem eventos importantes da sua história e cenas da vida
diária. Por isso, os códices se tornaram uma das mais importantes fontes para o
estudo de história asteca.
O mais conhecido é o Codex Mendoza. Nesse documento, os nativos
descrvem a fundação de Tenochtitlán, conquistas territoriais astecas, o sistema
de cobrança de impostos na império, além de narrar eventos relacionados à vida
cotidiana.
Educação dos meninos
Nos primeiros anos, a educação limitava-se a bons conselhos e a
pequenas tarefas domésticas. O menino aprendia a carregar água e madeira,
acompanhava o pai ao mercado e recolhia os grãos de milho espalhados pelo chão.
Dos sete aos catorze anos. Os meninos aprendiam a pescar e a dirigir os barcos.
Aos quinze anos, os jovens aprendiam a entrar para os dois centros de ensino: o
calmecac ou o telpochcalli.
a) Calmecac: era uma espécie de
templo ou mosteiro dirigido por sacerdotes. Ele admitia preferencialmente
filhos de altos funcionários do Estado, mas também aceitava filhos de
comerciantes e, em alguns casos, jovens das famílias pobres. A educação no
calmecac, era exatamente rigorosa, visava formar sacerdotes e altos
funcionários do Estado.
b) Telpachalli: em
geral, formava cidadãos para atuar no comércio, em postos menos elevados do
Estado ou nas atividades militares. Nesses centros os alunos tinham muito mais
liberdade e eram tratados com menos rigor que na escola sacerdotal.
Curiosidade: Quase todos falavam
a língua Náuatle, que em determinadas palavras assemelha-se ao português, por
exemplo; tomate e chocolate, que em Náuatle é tomatl, chocolete.
As meninas
A educação das meninas na sociedade asteca cabia às mães. Até os seis
anos de idade, amenina observava a mãe tecendo. Depois começava a realizar as
operações mais simples no tear. Entre os sete e os catorze anos, as meninas
fiavam o algodão, varriam a casa e moíam o milho. Por fim, aprendiam a manejar
plenamente o tear, o que exigia prática e habilidade.
A religião e a arte
Os astecas eram politeístas e construíram templos para os distintos
deuses: Tlaloc, deus da chuva e do trovão; Quetzalcoatl, deus do vento,
escrita, do calendário e das artes; Chicomecoatl, deusa do milho e da
fertilidade, entre outros. Às vezes eram templos grandiosos em forma de
pirâmides. Neles os astecas realizavam os cultos religiosos e sacrifícios
humanos. Geralmente, as vítimas oferecidas em sacrifício eram prisioneiros de
guerra ou escravos.
O artesanato era bastante rico. Os astecas tingiam tecidos feitos de
algodão para a confecção de roupas e produziam mosaicos de plumas. As joias
eram preparadas usando mouro, prata e, muitas vezes, pedras semipreciosas, como
jade e turquesa. Com a cerâmica, construíam vasos e outro utensílio domésticos,
pintados com temas religiosos.
O calendário asteca
O calendário asteca é mais antigo que o calendário gregoriano, que se
usa hoje. Os astecas dividiam o ano em 18 meses. Cada mês tinha 20 dias e ra
representado por símbolos: crocodilo, vento, casa, lagarto, serpente, cérebro,
veado, coelho, égua, cachorro, macaco, ervas, cana, jaguar, águia, abutre,
movimento, faca de pedra, chuva e flores. Havia 5 dias especiais dedicados aos
sacrifícios. Dessa forma, completavam os 365 dias do ano solar.
3. Os Incas
A Civilização Inca desenvolveu-se na região da Cordilheira dos Andes
(América do Sul) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século
XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram conquistados e
dominados pelos espanhóis no ano de 1532.
Governo
O imperador, conhecido por Sapa Inca, era considerado um deus na
Terra. A sociedade era extremamente hierarquizada e formada por: nobres
(governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média
(funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa
(artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em
mercadorias ou com trabalhos em obras públicas.
Cultura Inca
Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de
pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu
revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era
extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus
formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento
sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios
para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata,
tecidos e jóias.
Educação das meninas
Aos 10 anos as mulheres passavam por uma seleção. As mais inteligentes
e bonitas, sendo da etnia dos Incas, eram escolhidas e mandadas para Cuzco. Lá
eram educadas por mulheres mais velhas. Algumas se tornavam esposas do
imperador ou de quem ele indicasse, outras permaneciam virgens para participar
do culto solar. Estas se empregavam em fiar e tecer.
Educação dos meninos
A educação dos homens também era dada nas escolas de Cusco, mas não
era como a das mulheres. Era um sistema bem mais severo, não só com aulas sobre
a religião, a história, etc., mas também aprendiam a lutar e fabricar armas
além de praticarem violentos exercícios que por vezes os levavam até a morte.
Estes que passavam por esta educação tinham a sua orelha furada ao terminarem,
para indicar que eles faziam parte de uma elite formada por funcionários que
eram chefes valorosos para o Império.
Religião
A religião era politeísta, e, tinha como principal deus o Sol (deus
Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o
jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de
tudo).
Economia
A base da economia Inca era rural. Os camponeses se organizavam através
de um extenso grupo familiar que ficava conhecido com o nome de ayllu. Cada
ayllu tinha o trabalho agrícola, o serviço militar e suas demais obras
organizadas por um líder mais velho chamado curaca. Geralmente, cada uma dessas
unidades de produção era dotada de um grande armazém que estocava alimentos e
roupas utilizados em qualquer eventualidade. A produção dividia-se em três
partes: uma destinada ao culto do Sol, uma ao Inca e a outra à comunidade. O
excedente de produção era armazenado em celeiros para períodos de fome ou para
festejos. Eles contavam também com um eficiente sistema de irrigação.
No comércio não era utilizada nenhum tipo de moeda, mas sim nas feiras
era de costume trocar alimentos por outros alimentos ou receber alimentos em
troca de serviços prestados. Na maioria das vezes, porém, o povo produzia todo
o necessário para a sua sobrevivência, dispensando a prática comercial. Apesar
disso, os Incas desenvolveram um sistema numérico e um equipamento para
auxiliar a contagem: três cordas indicando a dezena, a centena e a milhar,
chamadas de “quipus”. Apenas alguns funcionários manuseavam os “quipus”.
Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como
meio de transporte, além de retirar a lã, carne e leite deste animal. Além da
lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas.
Para interligar as cidades de integravam o Império Inca, uma série de
estradas em pedra foi construída com o objetivo de facilitar a comunicação e o
deslocamento entre as pessoas. Vale ressaltar que as cidades incas contavam com
vários projetos arquitetônicos complexos que incluíam a construção de palácios,
fortalezas, e templos com dimensões surpreendentes.
No século XVI, momento que marca a chegada dos espanhóis à América, a
civilização inca sofria com uma série de conflitos de ordem interna.
Aproveitando dessa instabilidade, os colonizadores europeus empreenderam um
violento processo de dominação. No ano de 1571, os remanescentes desta
civilização foram subordinados após a morte de seu líder, Tupac Amarú I.
[1] Os sacrifícios
eram feitos no alto das pirâmides o qual arrancavam o coração do sacrificado
ainda vivo, mostrando para o sol.
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