Mercado de Trabalho
Em
2006, cerca de 90 milhões de brasileiros trabalhavam recebendo salário ou
estavam em busca de um emprego. Desse total, aproximadamente 84% estavam concentrados
em áreas urbanas, principalmente prestando serviços e atuando no comércio.
1. A População
Economicamente Ativa (PEA)
A
PEA é representada pela população trabalhadora em idade ativa que recebe um
salário por seu trabalho e por aqueles que estão temporariamente desempregados.
Toda a população, excluindo-se estudantes, aposentados e quem desenvolve
atividades domésticas não remuneradas, integra a PEA, que é composta por mais
de 90 milhões de pessoas, e são elas que geram a renda nacional.
A distribuição da PEA
A PEA
brasileira é dividida em três setores da economia:
a) Setor primário: agricultura, pecuária e
extrativismo. Até a década de 1970, a população brasileira era essencialmente
rural, e o país era exportador de matérias primas. Por isso a maioria da
população trabalhava no setor primário (principalmente na agropecuária).
b) Setor secundário: indústria de transformação e
construção civil. Devido a industrialização do Brasil, ocorrido a partir da
década de 1930, houve forte migração do campo para as cidades, fazendo com que
esses migrantes ingressassem em outros setores da economia.
c) Setor terciário: prestação de serviços, comércio
e setor público. Atualmente,
o setor que mais emprega trabalhadores. Isso acontece porque tudo o que é
produzido pelos outros setores é comercializados. Além quanto maior o poder
aquisitivo da população, mais serviços são oferecidos a ela (escolas, médicos,
dentistas, cinemas, teatro, etc.). Porém em países subdesenvolvidos como o
Brasil há um inchamento desse setor devido a informalidade.
2. Desemprego
O
desemprego acontece pelo desajuste entre a PEA e a oferta de empregos, ou seja,
ocorre quando a oferta de vagas é menor que a procura por postos de trabalho.
Existem dois tipos de desemprego:
a) Desemprego
conjuntural:
acontece quando um país apresenta crescimento econômico baixo ou quando um
setor da economia apresenta queda na produção e nas vendas, correndo demissões.
O desemprego no Brasil agravou-se nas décadas de 1980 e 1990, devido aos
fracassos dos planos econômicos
e a consequente recessões dos governos João Figueiredo, José Sarney e Fernando
Collor; e pelas políticas neoliberais de Fernando Collor e Fernando Henrique
Cardoso. Somente na segunda metade do primeiro mantado do Presidente Lula, com
medidas de fortalecimento econômico e políticas de inclusão social, foi
conseguido diminuir a taxa de desemprego, sendo menores que muitos países
europeus.
b) Desemprego
tecnológico ou estrutural:
ocorre nos países desenvolvidos industrializados, em consequência da substituição
da mão de obra por máquinas. A robotização das indústrias, gera esse tipo de
desemprego.
Robotização
Os
robôs substituem trabalhadores nas indústrias, em especial nas automotivas. O
Japão foi o pioneiro na robótica e é o pais que mais utiliza robôs na produção
industrial, seguido pela Alemanha. No Brasil, o uso da robótica está restrito à
indústria automobilística.
As transformações do
mercado de trabalho
Com
novas tecnologias, muitas profissões deixaram de existir, e como consequência,
vários profissionais não conseguem outros empregos. No mesmo momento, outras
profissões foram criadas ou remodeladas. Dessa maneira, uma das possibilidades
para fugir do desemprego é a requalificação profissional por meio de cursos de
atualização e o aprendizado de novas terefas.
Essas
transformações deixam o mercado de trabalho mais competitivo, necessitando-se
cada vez mais de mão de obra qualificada, ou seja, treinada para desenvolver
atividade específicas e mais complexas.
3. Trabalho infantil
O
trabalho infantil é aquele realizado por menores de 16 anos. A lei trabalhista
nacional só permite que um jovem trabalhe a partir de 14 anos, sendo aprendiz
da futura profissão (menor aprendiz). Mesmo assim, o Brasil é um dos país da
América Latina que mais exploram o trabalho infantil.
A
pobreza das famílias é o principal fator que leva as crianças a abandonar a
escola e começar a trabalhar. Nos últimos anos têm sido empreendidas políticas
sociais através do governo federal, para erradicar o abando escolar e o
trabalho infantil, porém ainda há, por todo o país, muitas crianças que ajudam
no sustento da família.
Mais
da metade das crianças que trabalham o fazem no setor primário, principalmente
na agricultura. Mas outros setores também as empregam. Nas cidades é comum
vê-las trabalhando como vendedores ambulantes, empregados domésticos, etc.
O
trabalho infantil deve ser combatido, porque as crianças e os jovens acabam
privados dos direitos da infância, como o lazer e estudos. Além disso,
dificilmente conseguem as crianças não conseguem qualificação para o mercado de
trabalho, que exige cada vez mais profissionais qualificados.
4. Mulheres no
mercado de trabalho
A
participação da mulher no mercado de trabalho formal manteve-se pequeno até a
II Guerra Mundial. Esse conflito impulsionou o trabalho das mulheres,
principalmente no EUA. Enquanto os homens lutavam na guerra, as mulheres
assumiram os postos deixados por eles nas indústrias ou supriam a demanda. Já
nas primeiras décadas do século XX, vários países haviam criado leis que beneficiavam
as mulheres, como a licença-maternidade.
A
força feminina no Brasil apresentou mudanças significativas a partir da segunda
metade do século XX. Na década de 1970, apenas 28% das mulheres trabalhavam
fora de casa. Até o final da década, a maior parte delas se dedicava
exclusivamente ao lar, e as que trabalhavam fora, abandonavam os empregos em
média aos 25 anos, para se casar e cuidar dos filhos. Em 2008, a parcela de
mulheres presentes na população economicamente ativa passou a ser de 52, 8%. Esses
números variam bastante conforme as grandes regiões brasileiras, sendo maiores
nas regiões Sul e Sudeste.
O
aumento do nível de escolaridade e da queda da taxa de fecundidade tornaram
possível a expansão da força de trabalho feminina. O principal motivo que move
uma grande parcela dessa mão de obra a trabalhar fora e a continuar empregada,
mesmo quando tem filhos, é a necessidade de ajudar no orçamento familiar.
Aumentou muito a participação feminina na manutenção dos lares e na educação
dos filhos, apesar de o número de filhos por mulher ter diminuído e de muitas
mulheres terem decidido estabilizar-se no trabalho para depois ter filhos,
priorizando a carreira profissional.
A dupla jornada de
trabalho
A
maior participação dos homens nos afazeres domésticos é uma das mudanças
decorrentes das transformações no mercado de trabalho. Mas grande parte das
mulheres ainda tem dupla jornada de trabalho, pois trabalham fora e tem os
afazeres domésticos.
A
dupla jornada é ainda mais presente em mulheres que cuidam da casa e dos filhos
sozinhas. Como as separações e os divórcios aumentaram muito no Brasil, também
cresceu o número de mulheres chefes de família. Além disso com a expectativa de
vida feminina é maior que masculina, muitos lares são chefiados por viúvas.
A luta pela igualdade
no mercado de trabalho
Apesar
da crescente presença no mercado de trabalho e de ter, em média, um nível de
instrução maior, em geral a mulher ganha salários menores do que o homem, mesmo
quando exerce as mesmas funções que ele. A criação de mais vagas em creches e a
ampliação da licença-maternidade são reivindicações das mulheres, para garantir
direitos como o aleitamento materno, essencial para a saúde do bebê.
5. Os homossexuais no
mercado de trabalho
Os homossexuais
assumidos estão conquistando espaço no mercado de trabalho. São executivos que
enfrentaram o preconceito e acabaram conquistando respeito e promoções.
Antigamente ocupavam somente alguns tipos de atividades, como cabeleireiros,
costureiros ou indo para a prostituição.
Há até pouco tempo
as grandes companhias só davam espaço para os homossexuais se eles continuassem
não se assumissem, mas esse quadro começou a mudar nos últimos cinco anos. Com
os avanços do movimento LGBT esse grupo começou a romper o silêncio e a lutar
contra a discriminação exigindo direitos iguais no ambiente de trabalho.
Existe programas
de diversidade sexual nas grandes empresas que asseguram aos funcionários
homossexuais com relações estáveis benefícios corporativos. Pesquisa realizada
pela consultoria Mercer com 210 companhias brasileiras de grande e médio portes
mostrou que, em 2008, 25% delas permitiam aos seus empregados incluir
companheiros nos planos de saúde e odontologia. Cinco anos antes, esse índice
era de apenas 8,7%. Mas segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ocorre
ainda discriminação nas empresas. Ocorreu duas decisões recentes do Tribunal
Superior do Trabalho (TST) que puniu com indenizações de R$ 5.000 e de R$ 1
milhão empresas em que o assédio moral contra gays foi comprovado.
6. Os negros no mercado de trabalho
Apesar do mito da
democracia racial, os índices de desigualdade econômica e social entre negros e
brancos demonstram o grau de racismo existente no país. A ideia de que não
existe discriminação racial no Brasil foi amplamente difundida durante o regime
militar. O Censo de 1970 não incluía a categoria "raça" e, portanto,
não se estimulava o debate sobre a questão racial no país.
Até meados dos
anos 40, o mercado de trabalho privilegiava os indivíduos brancos e dificultava
o acesso de outros grupos raciais. Foi justamente por essa ideologia racial que
nasceu o preconceito quanto ao ingresso do negro no mercado de trabalho. Nesse
sentido, uma das características marcantes do mercado de trabalho brasileiro
até hoje é a desigualdade de oportunidades entre os grupos raciais.
O rendimento médio
familiar per capita para o ano de 1997 foi de 0,74 para a população branca e
0,60 para a população afrodescendente. Enquanto os brancos têm um rendimento
médio familiar de 3,12 salários mínimos, os afrodescendentes possuem rendimento
médio familiar de apenas 1,32 do salário mínimo.
7. O trabalho informal
É
aquele no qual o trabalhador não tem a carteira de trabalho assinada por um
empregador nem está sujeito a qualquer tipo de regulamentação dos órgãos
governamentais. Isso gera grandes problemas, pois esses trabalhadores deixam de
recolher impostos e não tem garantias sociais.
No
Brasil a informalidade atingiu proporções muito elevadas. Estudos realizados
com base no Censo demográfico de 2000 apontam que aproximadamente 50% da
população economicamente ativa trabalha na informalidade.
Apesar
de esses trabalhadores contrubuírem para a movimentação da economia, eles não
pagam impostos. Assim, o governo arrecada menos, e é menor o investimento em
áreas prioritárias como saúde e educação.
Combate ao trabalho
informal
Os
trabalhadores informais exercem também atividades rurais, na construção civil,
em oficinas, lojas, fábricas, comércio e setor de transporte.
O
excesso de burocracia que envolve as atividades empresariais é um dos fatores
que contribuem apara a informalidade, além dos altos encargos trabalhistas
pagos pelos empregadores. A grande quantidade de exigências requeridas para a
abertura de novas empresas, por exemplo, desestimula muitas iniciativas de
criação de vagas formais de empregos.
Medidas
como a melhoria da qualidade da educação poque facilitaria a entrada dos jovens
no mercado de trabalho), a fiscalização mais eficaz de empresas que descumprem
as leis trabalhistas e os investimentos para o crescimento da economia que
promovam a geração de empregos são açoes governamentais importantes no combate
ao trabalho informal.
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