quinta-feira, 16 de julho de 2015

Os Hebreus
Os hebreus têm sua origem na Mesopotâmia, no ano de 2000 a.C. eram um povo nômade, que teria se deslocado por diferentes regiões da Ásia e da África. Organizavam-se em grandes grupos familiares, cada uma delas comandadas por um ancião, chamado de patriarca, por esta razão este período é chamado de patriarcal. Originalmente os hebreus eram politeístas como os demais povos da região na época.
1. Origem
Hebreus foram escravizados pelos egípcios
Um período prolongado de seca em Canaã, na região hoje chamado de Oriente Médio, fez com que os primeiros hebreus se deslocam-se até o Egito para fugir da fome, que na época era governado pelos hicsos. Após a expulsão dos hicsos, os hebreus foram acusados de colaborarem com o invasor sendo ali escravizados.
No ano de 1250 a.C. o povo hebreu, liderados por Moises libertou-se da escravidão no Egito e teria se estabelecido novamente em Canaã, então habitados por filisteus, jebuseus, cananeus e vários outros povos.
A posse pela terra
A posse de Canaã foi lenta e difícil. O sucessor de Moises, Josué, conduziu a luta contra as alianças de cidades inimigas, ao Sul e ao norte, e as derrotou. A maior parte das terras de Canaã passou então para o domínio das doze tribos em que estavam organizados os descendentes de Israel. Com a fixação em Canaã, os hebreus que se dedicavam a pecuária também passaram a dedicar-se a agricultura.
Organização social
A organização social também sofreu transformações. As grandes famílias agruparam-se em 12 tribos. Cada tribo era composta por famílias que se consideravam aparentadas (Neftali, Dã, Rúben, Aser, Zabulon, Isacar, Manassés, Efraim, Benjamim, Gade, Judá e Simeão). Cada tribo era comandada por um conselho de anciãos, entre os quais se escolhia um líder principal. As terras eram de propriedade coletiva de cada tribo. Porém algumas famílias de líderes guerreiros acabavam concentrando para si as terras mais férteis.
2. O período dos juízes
Entre os anos de 1200 a.C. e 1030 a.C. as 12 tribos formaram uma confederação. Cada tribo mantinha seu conselho de anciãos, mas era escolhido um líder da confederação, o juiz (geralmente cada juiz era um ancião da família mais importante). O juiz atuava quando ocorriam crises, como guerras contra outros povos e secas prolongadas. Entretanto, nas demais ocasiões, as principais decisões continuavam a ser tomadas pelos conselhos dos anciãos. Entre os juízes destacaram-se Sansão e Samuel. Foi nesta época que surgiram os líderes religiosos pregando a crença em um único deus, unificando as tribos em torno da religiosidade. Na base desta crença estava a ideia de que os hebreus eram o povo escolhido por seu Deus, que teria prometido a eles o domínio da terra de Canaã.
A época dos juízes foi marcada por duas mudanças interligadas: o desenvolvimento da agricultura, que permitiu uma produção constante de alimentos, e a criação de aldeias e cidades, algumas delas com um grande número de habitantes. Essas mudanças no modo de vida dos hebreus estiveram ligadas à necessidade de ampliação de obras de interesse coletivo, como a construção de estradas e poços. Já os frequentes combates contra os outros povos de Canaã se relacionaram com a maior organização militar.
O grande inimigo: os filisteus
Sansão, defendeu os hebreus
contra os filisteus
Os filisteus eram oriundos da região do Mar Egeu e teria se instalado na Palestina por volta do século XII a.C. Alí, os filisteus fundaram importantes cidades, como Gat, Gaza, Askalon, Ashod e Ekron, que se destacavam pela produção de cerâmica, pela metalurgia refinada e pela fabricação de azeite de oliva de alta qualidade.
Sansão foi fundamental na defesa do território contra os filisteus, já que o inimigo era militarmente superior aos israelitas. Samuel foi o último juiz de Israel e quem convocou a assembleia para escolha do rei.
3. A centralização política: monarquia
Considerando as necessidades de reagir contra a invasão dos filisteus, no século XI a.C. alguns juízes hebreus passaram a defender a centralização nas mãos de um rei. Assim, um dos juízes, chamado Samuel, escolheu o juiz Saul, em 1030 a.C. para ser o primeiro rei, dando início a monarquia.
Reinado de Saul, o primeiro rei
Saul governou entre 1030 a.C. e 1010 a.C. Nesse período, continuou a existir o conselho dos anciãos, que era responsável por declarar guerra, firmar tratados com outros povos e participar da celebração do culto ao deus Iavé.
Durante período monárquico  os diversos clãs
foram unificados em torno de um rei
Reinado de Davi, e a conquista de Jerusalém
Davi era um harpista na corte do rei Saul, mas se destacou na guerra contra os filisteus, no qual matou um guerreiro muito poderoso e forte e tamanho avantajado chamado Golias. Por sua coragem, Davi ganhou fama e despertou a inveja do rei Saul. O guerreiro acabou se casando com Micol, a filha do monarca. Com a morte de Saul, Davi se tornou rei, entre os anos de 1010 a.C. a 971 a.C. 
Davi foi um grande administrado conquistou a cidade de Jerusalém, graças a seu sangrento general Josué, fundada pelos jebuseus[1], transformou-a em capital do reino. Ele teria levado para esta cidade a Arca da Aliança[2]Davi também expandiu as fronteiras por meio de inúmeras guerras, até mesmo contra os filisteus, e fez alianças com as cidades fenícias.
Davi além de grande governante, também se destacou na cultura dos hebreus. Além de músico, também era poeta. Compôs uma série de versos conhecidos como Salmos de Davi.
A pós o reinado de Davi, o trono foi ocupado por um de sus filho, Salomão  que ficou no poder entre 971 a.C. e 931 a.C. Foi o auge do poder monárquico em Israel. Salomão, reforçou o exército, ampliou a centralização do poder e dividiu o território das tribos em 12 províncias, escolhendo os governantes de cada uma e reforçou a estrutura militar.
Templo de Jerusalém, construído durante o reinado de Salomão 
Durante seu governo, a agricultura continuou a ser uma atividade econômica importante, mas o comércio e o artesanato tiveram grande crescimento. O rei firmou acordos comerciais com reinos da Arábia e da África e investiu na mineração e em oficinas de fundição. O rei ordenou a construção de obras hidráulicas, como reservatórios para a irrigação, e aquedutos para o abastecimento de água.
A principal obra de Salomão foi a construção, em Jerusalém, de um grande templo dedicado a Iavé.  Para financiar essas obras o rei impôs ao reino altos de impostos, além de recrutar parte da população para trabalhar nessas construções. Apesar de seu grande poder, Salomão também enfrentou revoltas dos líderes tribais, que não aceitavam a centralização política em Jerusalém.
Reinado de Roboão, divisão do reino
Com a morte de Salomão em 931 a.C., seu filho Roboão assumiu o reino e manteve a política de altos impostos. Ocorreram lutas intensas entre as 12 tribos. Os conflitos levaram ao fim da monarquia unificada, com a divisão do reino em 2: Israel e Judá.
O reino de Israel incluía as 10 tribos ao norte e tinha como capital Samaria. O reino de Judá compreendia as tribos do sul e sua capital era Jerusalém. A partir da divisão do reino em 2, a crença em um deus único, já bastante difundida, ganhou mais força.
4. Os profetas
Entre os anos de 900 a.C. e 700 a.C. surgiram nesses reinos vários profetas, que se diziam inspirados por Deus. Eles previam castigos terríveis para Israel e Judá, cujas populações teriam se afastado das leis de Iavé. Além disso, criticavam os reis e seus altos funcionários por viverem no luxo e na riqueza, enquanto a maioria da população estava mergulhada na pobreza. Essa desigualdade havia crescido no governo de Salomão e aumentada com a divisão do reino.
Por suas opiniões os profetas foram perseguidos pelas autoridades políticas e religiosas. Contudo, conquistaram muitos seguidores, principalmente entre os trabalhadores do campo e da cidade. Nesse período, alguns líderes locais e seus familiares usaram seu poder para acumular grandes extensões de terras. Elas eram arrendadas a agricultores em troca de parte da produção. Com a concentração das terras nas mãos de grandes proprietários, muitos agricultores proprietários de Judá e Israel passaram a viver do artesanato. Anteriormente esta atividade era exercida apenas pelos estrangeiros.
Esses acontecimentos acabaram gerando conflitos entre os hebreus e contribuíram para enfraquecer os dois reinos, o que facilitou sua dominação por outros povos.
5. Dominação assíria
Em 722 a.C. o rei assírio Sargão II tomou a Samaria, capital de Israel, deportou a população para os territórios assírios e levou estrangeiros para ocupar as terras conquistadas.
Séculos mais tarde a miscigenação a que foi submetida a população de Israel gerou atritos entre esse reino e o de Judá. Como o povo das tribos que formavam o reino de Judá não havia se misturado com outros povos no período, seus descendentes não consideravam mais a população do reino de Israel como seus parentes. Passaram a denomina-los de samaritanos, habitantes da Samaria, capital de Israel. O povo de Judá passou a ser conhecido como judeu.
6. O Cativeiro da Babilônia
O reino de Judá resistiu mais tempo ao ataque de outros povos, perdurou até 587 a.C. quando caiu sob domínio babilônico. Os conquistadores destruíram o templo de Jerusalém e retiraram os habitantes de suas terras, levando-os como prisioneiros para a Babilônia.
Hebreus foram levados para o cativeiro na Babilônia
Quando os persas conquistaram a Babilônia, em 539 a.C. os hebreus puderam retornar e reconstruíram o Templo de Jerusalém. Os grupos que voltaram do exílio na Babilônia passaram a ser chamados de judeus, em referência ao reino de Judá.
A pós instalarem-se novamente em suas terras, os hebreus consolidaram o monoteísmo. Os governantes proibiram o culto a outros deuses, fecharam os santuários locais e concentraram os rituais em louvor a Iavé em Jerusalém. Nos séculos seguintes, o território ocupado pelos hebreus foi dominado sucessivamente por persas, macedônios, egípcios e finalmente pelos romanos.
No ano 70 d.C. os romanos reprimiram uma rebelião dos judeus, destruíram e saquearam o segundo Templo de Jerusalém, a maior parte dos judeus dispersou-se então por várias partes dominados pelos romanos. Essa imigração passou à história com o nome de diáspora judaica. Contudo, os hebreus permaneceram fiéis ao monoteísmo e acabaram influenciando a religiosidade dos povos que os dominaram.



-Egito Antigo
-Mesopotâmia


[1] O seu rei Adoni-Zedeque foi morto na batalha de Bete-Horom contra as tropas hebraicas defendendo Jerusalém.
[2] Um importante símbolo da crença em Iavé, que muitos hebreus consideravam deus único e universal. A Arca conteria as Tábuas das Leis, que os hebreus acreditavam ter sido entregue pelo próprio Iavé ao patriarca Moisés. Sessas tábuas estariam escritos os principais mandamentos da religião hebraica

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