Como Vivam os Primeiros Habitantes da América

Os primeiros americanos tiveram de alterar seus hábitos para sobreviver ao aumento da temperatura e às mudanças no ambiente.

1. Povos nômades, caçadores e coletores
Os primeiros americanos se organizavam em grupos bastante reduzidos. Esses indivíduos praticavam a caça, a pesca e a coleta de vegetais, como fruto e raízes.
Eles levavam uma vida nômade, deslocando-se constantemente em busca de alimentos. A movimentação contínua desses grupos explica a difusão dos artefatos de pedra pela América. Armas parecidas com as de Clóvis, foram encontrados no México e na América Central.

2. Mudanças climáticas e a extinção da megafauna
Por volta de 10.000 anos atrás, a elevação da temperatura na Terra provocou o derretimento de grande parte da camada de gelo que cobria o espaço terrestre. O clima tornou-se mais quente e úmido, causando inúmeras mudanças ambientais.
O aumento do volume das chuvas e da umidade levou à formação de vastas áreas florestais e à destruição dos antigos hábitats dos grandes animais, as savanas. Essa mudança no clima afetou também a África, mas lá, pelo contrário, os grandes animais conseguiram se deslocar para novas áreas de savanas e conseguiram sobreviver. Por isso, hoje existe elefantes na África, enquanto seus antepassados americanos, o mamute e o mastodonte desapareceram.
A ampliação das florestas e a redução das pastagens no continente americano provocaram a fome e a extinção de grandes animais, como as preguiças-gigantes e os gliptodontes (espécie de tatu gigante). Apenas animais menores sobreviveram na América, a Anta é o maior mamífero terrestre americano com 2 metros de altura.
Essas transformações climáticas provocaram transformações não só na fauna e na flora americana. Elas alteraram a forma de vida dos seres humanos, que tiveram de adaptar-se para sobreviver.

3. Mudanças na vida humana
Nas regiões em que as mudanças climáticas foram menos acentuadas, as populações continuaram vivendo principalmente da caça de grandes animais. Mas, naquelas onde se formaram vastas florestas ou nas regiões de clima mais seco, as populações aprenderam a preparar armadilhas para aprisionar os animais menores e criar novos hábitos alimentares, aproveitando sementes e alimentos de origem vegetal que antes não eram consumidos.

4. O início da agricultura na América
As primeiras experiências com a agricultura na América ocorreram nas terras do litoral Norte da América do Sul, e do atual México na América do Norte, por volta de 9.000 anos atrás. Os primeiros alimentos cultivados foram feijões de diferentes tipos, pimentões, abóboras, tomate e milho. Posteriormente, na América do sul foram cultivados batata, batata-doce e mandioca.
O desenvolvimento da agricultura alterou a vida das comunidades humanas. O cultivo da terra levou os habitantes a adotar um modo de vida mais sedentário, diversificou a alimentação favoreceu avanços técnicos, como as experiências com a seleção e o cruzamento de sementes. Contudo a caça e a pesca continuaram sendo as principais maneiras de obter alimentos.

O sedentarismo
A permanência de grupos humanos em um mesmo território permitiu que as comunidades conhecessem melhor as espécies de plantas e animais dos ambientes em que viviam. Esse conhecimento possibilitou-lhes aprender quais plantas podiam ser cultivadas e como prepara-las para alimentação.
Além da agricultura, outro fator levou os grupos humanos a se fixarem permanentemente: a necessidade de homenagear seus mortos, enterrando os corpos nas proximidades do local de residência. Tumbas, urnas funerárias e narrativas orais que chegaram até nós, revelam a importância dos rituais de homenagear o mortos na vida religiosa dos antigos habitantes da América.

Avanços técnicos
A prática agrícola possibilitou alguns avanços técnicos, como experiências com a seleção e o cruzamento de plantas, a construção de canais para irrigar as áreas mais secas e o conhecimento sobre a sucessão das estações do ano.
Todas essas mudanças tiveram como efeitos um grande aumento populacional. Novos povoamentos surgiram, alguns dos quais chegaram a reunir mais de mil pessoas e onde se construíram templos e pirâmides.
As mudanças variaram de região para região. Em algumas áreas da América, como o México e no peru, a prática da agricultura favoreceu o surgimento de cidades. Em outras regiões, os habitantes continuaram vivendo em pequenos grupos nômades e praticando a coleta, caça e pesca.