terça-feira, 18 de agosto de 2015

O Consumo das Famílias

No Brasil existe enorme desigualdade social. Os mais ricos detêm 46,9% da renda nacional, e os mais pobres apenas 0,7%. Essa diferença não permite que os mais pobres também sejam beneficiados pelo crescimento econômico e tenham melhores condições de vida.

1. Condições de moradia
O país apresenta um elevado déficit habitacional, isto é, faltam moradias para cerca de 7 milhões de famílias brasileiras. Na Constituição Federal do Brasil, a moradia é assegurada como um direito essencial de todos os cidadãos, cujo desrespeito obriga muitos a viver em favelas, cortiços, palafitas, ou até mesmo nas ruas.

O  déficit habitacional
O déficit habitacional no Brasil agravou-se, principalmente nas duas últimas décadas, pela combinação entre êxodo rural, altos índices de pobreza e pouca oferta de crédito que atenda ás necessidades da população mais pobre.
Apesar de, nos últimos anos, o Governo Federal ter criado novas regras para facilitar a aquisição da casa própria, as políticas governamentais voltadas para habitação ainda favorecem as camadas de maior poder aquisitivo e as empresas de construção civil, que também contam com empréstimos públicos para financiar o lançamento de novos empreendimentos.
Devido a isso, ao mesmo tempo em que existe esse imenso déficit habitacional, cerca de 5 milhões de moradias estão vazias no país por falta de inquilinos para alugar esses imóveis.

2. Saneamento básico
Saneamento básico é um conjunto de medidas de infraestrutura para preservar a saúde da população, evitando sobretudo a proliferação de doenças. A rede de saneamento básico é composta pelos sistemas de abastecimento de água, captação de esgotos, coleta e destinação adequada do lixo.
No Brasil, os recentes investimentos em saneamento básico mostram-se insuficientes, e milhões de brasileiros ainda não têm acesso à rede de água tratada e esgotos em suas casas. Dados do IBGE de 2005 indicavam que no país, 82,3% dos domicílios estavam conectados à rede de água, 85,8% contavam com sistema de coleta de lixo e 69,7% eram atendidos por rede de esgoto.
A OMS afirma que, para cada um real investido em saneamento básico, quatro reais são economizados com saúde Pública, no período de dez anos. Portanto, investir em saneamento básico é mais barato do que tratar as doenças provocadas pela sua falta, além de evitar a morte de muitas pessoas.

A preservação dos recursos hídricos
Investir em saneamento básico também ajuda a preservar os recursos hídricos, evitando-se ou reduzindo-se a contaminação de lençóis freáticos, rios, lagos, etc.
A expansão urbana, quando não acompanhada de saneamento básico, é a maior responsável pela contaminação das fontes de água que abastecem a população. É comum faltar água nas cidades, e o custo do seu tratamento aumentar, em decorrência da maior poluição que atinge essas fontes.

3. Energia elétrica
A energia elétrica pode ser gerada a partir de diversas fontes, como água (hidroelétricas), petróleo, carvão mineral, gás (termoelétricas) e o urânio (termonuclear).
No Brasil, a energia elétrica é gerada principalmente por meio da força da água, em usinas hidrelétricas. A vantagem dessa opção é que a água é uma fonte limpa de energia e renovável.
A eletricidade é largamente consumida em indústrias, fazendas, hospitais, escolas, iluminação pública, nos transportes, no comércio e nas moradias. Segundos dados da Agência nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2004 a maior parte da eletricidade gerada foi consumida pelo setor industrial (38%), seguido pelas residências (28%) e pelo setor de comércio e serviços (17,6%). Nesse ano, o consumo rural de energia elétrica representou apenas 5% do total.
A primeira usina elétrica do Brasil foi inaugurada em 1883. A medida que o Brasil se industrializou e se modernizou, foi necessário ampliar a produção de eletricidade no país, e os brasileiros tornaram-se cada vez mais dependentes dessa energia.
O Brasil sem eletricidade
A energia elétrica ainda está ausente em 2,8% dos domicílios brasileiros localizados na zona rural, em município de IDH baixo, onde estão as famílias mais pobres. Para tentar resolver essa carência, o Poder Público tem criado programas que pretendem levar a eletricidade a o domicílio brasileiro.
No Brasil, além do crescimento da população, o crescimento econômico obtido nos últimos anos, que fez aumentar a produção industrial e o consumo de eletrodomésticos pela população, ampliou a necessidade de energia elétrica. Caso a geração de eletricidade não crescer na mesma proporção do consumo, o país corre risco de sofrer apões, como ocorreu durante a presidência de FHC. Com o pagão a economia entra em colapso: as indústrias não produzem, o comércio não vende, produtos estragam, escolas não funcionam, entre outros exemplos.

4. Bens de consumo duráveis
Bens duráveis são os produtos que têm durabilidade, como fogão, rádio, geladeiras, televisor, máquina de lavar roupa, computador, automóvel. A partir da metade do século XX, grande parte desses bens tornou-se acessível aos brasileiros, pois a industrialização e a expansão da rede elétrica propiciaram o aumento do consumo no Brasil.
O fogão é o produto mais presente nos domicílios brasileiros (97,5%), seguido pelo televisor (91,4%), pelo rádio (88%) e pela geladeira (88%). Segundo o IBGE, cresceu o acesso a todos os bens e serviços, mas o maior aumento se deu em relação à posse de linhas telefônicas.

Telefone
A grande expansão no número de linhas de telefone no Brasil está ocorrendo devido às mudanças no sistema de telefonia durante a década de 1990, que possibilitou o barateamento do acesso ao serviço de telefonia fixa e a popularização da telefonia celular.
No Brasil, a maior parte dos aparelhos celulares adquiridos é do tipo pré-pago, que permite ao usuário decidir quanto vai gastar, comprando créditos antes da realização das chamadas. A popularização desse modo de telefonia, fez com que em muitas residências não exista telefones fixos.

5. Internet
O acesso à internet é bastante desigual no Brasil. Seu uso é maior entre jovens e entre a população com mais de onze anos de estudo e renda elevada. A maior parte dos internautas vive nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (principalmente em Brasília).
A desigualdade social desencadeia a exclusão digital, termo empregado para referir-se à situação de quem não tem acesso a recursos tecnológicos como computadores e internet por falta de condições financeiras. Uma opção encontrada pelas pessoas de menor poder aquisitivo são as lans houses, que as pessoas pagam para acessar a internet. A exclusão digital aprofunda a desigualdade social, na medida em que dificulta aos mais pobres se instruir e trabalhar usando os recursos tecnológicos.

A inclusão digital
Como são necessários uma linha telefônica ou cabo e um computador para acessar a internet, poder usar esse serviço é considerado o mais alto nível de inclusão digital, que é o processo de democratização do acesso de pessoas a essas tecnologias.
Muitas empresas de telefonia móvel, cientes de um mercado em potencial, investem em acesso sem a necessidade de cabos. Podendo os usuários acessarem de seus telefones celulares e computadores móveis.

Como os custos de acesso à internet no Brasil ainda são elevados, a disponibilidade de computadores conectados à rede mundial em escolas e em entidades que atendem a comunidades carentes é uma saída, ainda que paliativa, para a inclusão digital. O governo Federal também tem promovido a redução de impostos sobre equipamentos de computação, com o objetivo de torna-los mais acessíveis a camadas da população com menor poder aquisitivo.

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