sábado, 22 de agosto de 2015

Hidrografia do Brasil
O Brasil possui um território privilegiado em potencial hídrico, detém uma das maiores reservas de água doce do mundo, elas estão distribuídas em rios caudalosos que compõem bacias hidrográficas de longas extensões, favorecem a produção de energia elétrica e também a navegação. Contudo, os rios são apenas uma das formas de águas continentais. Encontramos também águas subterrâneas, lagos e geleiras.

1. Os rios
Trata-se de uma corrente natural de água contínua que desemboca em num lago ou no mar. Ao rio que deságua em outro dá-se o nome de afluente. As águas das precipitações, que não se infiltram no solo, escorrem pela superfície e, o caminho percorrido pelas águas desde sua nascente até a foz forma assim o curso do rio.
Os cursos do rio podem ser:
·         Permanentes: rios perenes;
·         Efêmeros: torrentes;
·         Intermitentes: rios temporários;
A rede hidrográfica é composta pelo rio principal, seus afluentes e subafluentes. A área drenada por uma rede hidrográfica é denominada de bacia hidrográfica. As partes mais altas do relevo separam os rios da rede hidrográfica, delimitando suas bacias, sendo chamados de divisores de água ou interflúvios.
Os principais locais de onde vêm as águas dos rios (nascem) brasileiros:
a) Cordilheira dos Andes: nascem as formadoras do rio Amazonas;
b) Antigo Planalto das Guianas: nascem os afluentes da margem esquerda do rio Amazonas;
c)  Antigo planalto brasileiro diferentes partes: origina-se os rios das bacias do Tocantins-Araguaia, do São Francisco e Platina.
O rio nasce nas partes mais altas e vai criando seu curso para as partes mais baixas. Desta forma distingue-se o curso do rio em:
d) Curso superior: junto a nascente;
e) Curso médio: meio do curso;
f) Curso inferior: próximo a foz.
O final do curso do rio se dá na foz. Tipo de terreno, profundidade do leito, volume de água são características que são levadas em conta para os diferentes tipos de foz:
a) Estuário: desembocadura larga e profunda onde o rio lança suas águas, sem obstáculos;
b) Barra: neste tipo de foz, os rios carregam grande quantidade de sedimentos e lançam suas águas em mares poucos profundos. Com o tempo o material acumula-se como um obstáculo, na saída das águas.
c) Delta: pequenas ilhas formadas pelos sedimentos dividem as águas fluviais em vários canais.
Obs1: A maioria dos rios brasileiros possui a foz em estuário. O nosso delta mais conhecido é o do rio Parnaíba (divide os estados do Maranhão e do Piauí). O rio Amazonas tem a foz considerado mista (estuário e delta). A drenagem dos rios brasileiros é exoreia.

Alimentação e regime fluvial
A alimentação de um rio é a forma como ele recebe suas águas, podendo ser:
a) Pluvial: recebe água das chuvas;
b) Nível ou glacial: recebe água das geleiras;
c) Plúvio-nival: recebe água das chuvas e geleiras.
Dos rios brasileiros, só o rio Amazonas recebe também água do derretimento dos Andes.  O volume de água de um rio varia durante o ano, podendo secar (período de estiagem ou vazante), indo até as enchentes (período das cheias). Este tipo de variação dá-se o nome de regime fluvial, dependendo do clima de cada região, as principais são:
Equatorial pouca variação no volume de água;
Tropicais estações de seca e chuvas bem definidas;
Nível ou alpino cheias pelo derretimento da neve;
Polar permanecem congelados por 4 a 6 meses por ano.
A grande maioria dos rios brasileiros é de formação tropical. O rio Amazonas tem um regime complexo, pois, além de ter alimentação plúvio-nival, possui afluentes localizados nos dois hemisférios terrestres, fato que ocasiona diferentes períodos de cheias em sua bacia.

2. Os rios e o relevo
Quanto ao relevo que atravessa os rios brasileiros, podemos considerar:
Rios de planalto possuem cursos acidentados, com corredeiras, quedas d’agua, próprio para gerar energia.
Rios de planície pouca declividade, próprio para navegação.

As regiões hidrográficas brasileiras
As principais bacias hidrográficas:
·         Amazônica 3.836.528km2
·         Tocantins-Araguaia 967.059Km2
·         Paraná 879.860Km2
·         São Francisco 640.000Km2
·         Uruguai 385.000Km2
·         Atlântico Leste 374.677Km2
·         Paraguai 361.350 Km2
·         Parnaíba 344.112Km2
·         Atlântico Nordeste Oriental 278.384Km2
·         Atlântico Nordeste Ocidental 254.100Km2
·         Atlântico Sudeste 229.972Km2
·         Atlântico sul 186.856Km2
·          Atlântico Leste

1º. Região hidrográfica amazônica
Compreendendo terras da bacia Amazônica em território brasileiro e dos rios da ilha de Marajó e do Amapá, é a nossa mais extensa região hidrográfica. Ultrapassa as fronteiras nacionais, abrangendo terras da Colômbia, Venezuela, Equador, Guiana. Peru e Bolívia, formando a maior bacia fluvial do mundo, com mais de 6 milhões de km2.
Drena terras de mais de 45% do território brasileiro, nos estados das amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Amapá, Mato Grosso e Roraima. Seu principal rio é o Amazonas, que nasce na cordilheira dos Andes, no Peru. Pouco aproveito para gerar energia elétrica, apesar do grande potencial. Em contrapartida, é o maior meio de ligação entre os povos da região.

2º. Região hidrográfica do Tocantins-Araguaia
Localizado no centro do país, é a maior bacia hidrográfica inteiramente brasileira. Possui a maior ilha fluvial do mundo, a ilha do Bananal. Os dois rios formadores dessa bacia nascem no estado de Goiás. Possui grande potencial elétrico.

3º. Região hidrográfica do Paraná
Seu principal rio é o Paraná. Formado pela junção dos rios Grande e Parnaíba e deságua fora do território nacional. Passa pelos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito federal. É a região de maior aproveitamento na geração de energia, possuindo ainda uma hidrovia a Tietê-Paraná.

4º. Região hidrográfica do São Francisco
O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais. Depois de atravessar os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, desemboca no Oceano Atlântico. É navegável entre os estados de Minas Gerais e Bahia. É de grande importância para as regiões por onde ele passa.
5º. Região hidrográfica do Uruguai
É o menor dos formadores da bacia hidrográfica Platina. Originando pela junção dos rios Canoas e Pelotas, nasce no Brasil e drena terras brasileiras, uruguaias e argentinas. Possui grande potencial energético.

6º. Região hidrográfica do Atlântico Leste
As bacias que compõem essa região hidrográfica drenam terras do estado do Sergipe, do Leste da Bahia, do Nordeste de Minas gerais e do Norte do Espírito Santo. Dela fazem parte, entre outros, o rio Jequitinhonha (MG e BA), o rio Paraguaçu (BA), o rio Pardo (MG e BA), o rio Vaza-Barris (SE e BA) e o rio Itaúna (ES).

7º. Região Hidrográfica do Paraguai
É a nossa maior bacia de planície. Seu principal rio é o Paraguai. Nasce no Brasil, e atravessa terras paraguaias e argentinas. Suas cheias são responsáveis pela inundação do Pantanal Mato-grossense. Faz a ligação do Paraguai com o Oceano Atlântico. Ideal para navegação.

8º. Região hidrográfica do Parnaíba
A bacia que compões esta região drena quase todo o estado do Piauí e parte dos estados do Maranhão e do Ceará. Nasce na chapada dos Mangabeiras entre o Maranhão e o Piauí.
9º. Região hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental
Constituídas por rios que deságuam no oceano Atlântico, no litoral oriental do Nordeste, tem muita importância por suas aguas banharem 5 capitais (Recife, João Pessoa, Fortaleza, Maceió e Natal) e cidades importantes como Caruaru (PE), Mossoró (RN) e campina Grande (PB). O seu maior rio é o Jaguaribe (CE). Também fazem parte dessa região hidrográfica, entre outros, os rios Piranhas ou Açu (RN), Potengi (RN), Paraíba (PB), Acaraú (CE) e Capiberibe (PB).

10º. Região hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental
Ocupa a porção Oeste do Maranhão e uma pequena parte do Pará. Essa região hidrográfica é formada pelos rios Mearim, Itapecuru, Pindaré, Gurupi e outros. O rio Itapecuru é o seu principal, seguido pelo rio Mearim, que desemboca na baía de São Marcos, ocorrendo a pororoca.
11º. Região hidrográfica do Atlântico Sudeste
Localizado na região do rio Paraíba do Sul, quer nasce no estado de São Paulo e desemboca no Oceano, no estado do Rio de Janeiro, em cujo vale está formado a primeira megalópole brasileira, São Paulo, e o rio Doce, que se desenvolve grande atividade mineradora e industrial. Em seu litoral estão alguns dos principais portos: Santos, Rio de Janeiro, Vitória e Tubarão

12º. Região hidrográfica do Atlântico Sul
Abrange o litoral da Região Sul. Destaca-se os rios: Itajaí, Tubarão, Jacuí, Sinos, Guaíba, Camaquã, além da laguna do Patos e das lagoas Mirim e Mangueira.
13º.  Região hidrográfica do Atlântico Leste
As bacias que compõem essa região drenam terras do estado de Sergipe, Leste da Bahia e Nordeste de Minas Gerais e do Norte do Espírito Santo. Dela fazem parte os rios: Jequitinhonha, Contas, Paraguaçu, Pardo, vaza-Barris e Itaúna.
3. Águas subterrâneas
São águas que infiltram no solo após as chuvas. Entra as rochas que formam o solo existem espaços vazios, denominados poros, que são ligados entre si. Absorvida pelo solo, passa por esses poros e atinge camadas mais profundas, onde armazenada em reservatórios em que circula lentamente. Toda formação geológica capaz de armazenar água em seus espaços vazios é denominada aquífero.
Existem dois tipos de aquífero:
a) Livre ou freático: está mais próximo da superfície e pode ser facilmente aproveitado;
b) Aquíferos confinados: a água fica armazenada em profundidade e ‘presa” entre duas camadas de rochas impermeáveis.

O aquífero Guarani
É a principal reserva subterrânea de água doce da América do Sul e um dos maiores sistemas aquíferos do mundo, ocupando uma área total de 1,2 milhão de km² na bacia do paraná e parte da bacia do Chaco-Paraná. Estende-se pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, sua maior parte está no Brasil.

4 Lagos, lagoas e lagunas
No Brasil os lagos são comuns. Os lagos brasileiros são em sua maioria de barragem, como as lagoas costeiras e os lagos amazônicos. Os lagos de barragem são formados quando um obstáculo natural represa águas dos rios ou do mar.
No litoral, restingas podem fechar antigas baías e enseadas formando lagoas costeiras, que resultam de antigos de antigos estuários invadidos pelas águas do mar e fechados por restingas. Quando o lago tem suas aguas contato direto como mar, denomina-se laguna. 

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