Localizados
onde hoje é o Irã, os persas construíram, a partir do século VI a.C., um dos
maiores impérios da antiguidade e um dos primeiros multiétnicos da história. Seus
governantes souberam administrar diversas culturas dentro de seu império,
adotando medidas com a finalidade de agregar todas as culturas existentes.
1. Os medos
e os persas
Por volta
de 2000 a.C., grupos humanos de origem indo-europeia se instalaram numa região
de terras férteis entre a Mesopotâmia, a Índia e o Golfo Pérsico. Com o tempo,
esses grupos formaram dois povos, os medos e os persas. Os medos se fixaram
próximo aos Montes Zagros, no Norte do Planalto do Irã. Eles viviam da
agricultura e do pastoreio, dominavam a metalurgia do cobre, do bronze e do
ouro. Os persas, por sua vez, ocuparam territórios menos férteis ao Sul e
desenvolveram principalmente atividades comerciais. No início do século VII
a.C., os medos já haviam estabelecido um reino e dominavam inúmeros povos,
entre eles os persas.
2. A construção
de um império
Em 539 a.C.
sob a liderança do rei Ciro, os exércitos persas derrotaram os medos e,
empreenderam a formação de um grande Estado centralizado que dominou toda a
região mesopotâmica, tornando-se o maior império da antiguidade. Depois de unificar a população, os persas
inicialmente ampliaram as fronteiras em direção à Lídia e às cidades gregas da
Ásia menor.
O Império Persa foi o maior maios império da história |
3. Uma
administração eficiente
A prematura
morte de Cambises, no ano de 522 a.C., deixou o trono persa sem nenhum herdeiro
direto. Depois de ser realizada uma reunião entre os principais chefes das
grandes famílias persas, Dario I foi eleito o novo imperador persa. Em seu
governo foram observadas diversas reformas políticas que fortaleceram a
autoridade do imperador. Aproveitando da forte cultura militarista do povo
persa, Dario I ampliou ainda mais os limites de seu reino ao conquistar as
planícies do rio Indo e a Trácia. Essa sequência de conquistas militares só foi
interrompida em 490 a.C., quando os gregos venceram a Batalha de Maratona.
A grande
extensão dos domínios persas era um grande entrave para a administração
imperial. Dessa forma, o rei Dario I promoveu importantes medidas
administrativas:
a) Dividiu
o império em satrapias: implantando um processo de descentralização
administrativa ao dividir os territórios em unidades menores chamadas de
satrapias. Em cada uma delas um sátrapa (uma espécie de governante local) era
responsável pela arrecadação de impostos e o desenvolvimento das atividades
econômicas. Para fiscalizar os sátrapas o rei contava com o apoio de
funcionários públicos que serviam como “olhos e ouvidos” do rei;
b) Criou uma moeda única, o dárico: assim,
impediu que as satrapias tivessem suas próprias moedas;
c) Criação
de rede de estradas: o Império Persa garantiu sua hegemonia por meio da
construção de diversas estradas (a Estrada Real, que ligava as cidades de
Sadfres e Susa, tinha cerca de 2.700Km de extensão). Ao mesmo tempo em que a
rede de estradas garantia um melhor deslocamento aos exércitos, também servia
de apoio no desenvolvimento das atividades comerciais.
Religião
A religião
persa, no início, era caracterizada pelo seu caráter eminentemente politeísta.
No entanto, entre os séculos VII e VI a.C., o profeta Zoroastro empreendeu uma
nova concepção religiosa entre os persas. O pensamento religioso de Zoroastro
negava as percepções ritualísticas encontradas nas demais crenças dos povos
mesopotâmicos. Ao invés disso, acreditava que o posicionamento religioso do
indivíduo consistia na escolha entre o bem e o mal.
Esse
caráter dualista do zoroastrismo pode ser melhor compreendido no Zend Vesta, o
livro sagrado dos seguidores de Zoroastro. Segunda essa obra, Ahura-Mazda era a
divindade representativa do bem e da sabedoria. Além dele, havia o deus Arimã,
representando o poder das trevas. Sem contar com um grande número de
seguidores, o zoroastrismo ainda sobrevive em algumas regiões do Irã e da
Índia.
Sociedade
A sociedade
persa era dividia em três grupos:
a) Os
nobres: controlavam a terra e administração do palácio;
b) Os
sacerdotes ou magos: respeitados por sua riqueza e sabedoria;
c) Os
camponeses: que sobreviviam da agricultura e do pastoreio nas
terras dos nobres e do rei.
O comércio
era a principal atividade econômica dos persas e atingia terras tão distantes
como Egito, Fenícia, Chipre, Índia e a costa do mar Negro. O artesanato persa
era muito valorizado, e era constituído especialmente de tecidos, armas,
objetos esmaltados e joias.
4. Fim do império
No ano de
331 a.C. o império persa foi conquistado pelo rei macedônio Alexandre Magano.
Em 643 d.C. a região foi anexada ao império islâmico. Em 1935, quando Estado era governado pelo o xá Reza Pahlevi, a pérsia mudou o nome para Irã.
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