quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Os Persas

Localizados onde hoje é o Irã, os persas construíram, a partir do século VI a.C., um dos maiores impérios da antiguidade e um dos primeiros multiétnicos da história. Seus governantes souberam administrar diversas culturas dentro de seu império, adotando medidas com a finalidade de agregar todas as culturas existentes.
1. Os medos e os persas
Por volta de 2000 a.C., grupos humanos de origem indo-europeia se instalaram numa região de terras férteis entre a Mesopotâmia, a Índia e o Golfo Pérsico. Com o tempo, esses grupos formaram dois povos, os medos e os persas. Os medos se fixaram próximo aos Montes Zagros, no Norte do Planalto do Irã. Eles viviam da agricultura e do pastoreio, dominavam a metalurgia do cobre, do bronze e do ouro. Os persas, por sua vez, ocuparam territórios menos férteis ao Sul e desenvolveram principalmente atividades comerciais. No início do século VII a.C., os medos já haviam estabelecido um reino e dominavam inúmeros povos, entre eles os persas.
2. A construção de um império
Em 539 a.C. sob a liderança do rei Ciro, os exércitos persas derrotaram os medos e, empreenderam a formação de um grande Estado centralizado que dominou toda a região mesopotâmica, tornando-se o maior império da antiguidade.  Depois de unificar a população, os persas inicialmente ampliaram as fronteiras em direção à Lídia e às cidades gregas da Ásia menor.
O Império Persa foi o maior maios império da história
A estabilidade das conquistas de Ciro foi possível mediante uma política de respeito aos costumes das populações conquistadas. As regiões dominadas pelo império persa podiam manter sua religião e seus costumes. Com a morte de Ciro em 530 a.C., Cambises, filho e sucessor, deu continuidade ao processo de ampliação dos territórios persas. Em 525 a.C., conquistou o Egito – na Batalha de Peleusa – e anexou os territórios da Líbia.
3. Uma administração eficiente
A prematura morte de Cambises, no ano de 522 a.C., deixou o trono persa sem nenhum herdeiro direto. Depois de ser realizada uma reunião entre os principais chefes das grandes famílias persas, Dario I foi eleito o novo imperador persa. Em seu governo foram observadas diversas reformas políticas que fortaleceram a autoridade do imperador. Aproveitando da forte cultura militarista do povo persa, Dario I ampliou ainda mais os limites de seu reino ao conquistar as planícies do rio Indo e a Trácia. Essa sequência de conquistas militares só foi interrompida em 490 a.C., quando os gregos venceram a Batalha de Maratona.
A grande extensão dos domínios persas era um grande entrave para a administração imperial. Dessa forma, o rei Dario I promoveu importantes medidas administrativas:
a) Dividiu o império em satrapias: implantando um processo de descentralização administrativa ao dividir os territórios em unidades menores chamadas de satrapias. Em cada uma delas um sátrapa (uma espécie de governante local) era responsável pela arrecadação de impostos e o desenvolvimento das atividades econômicas. Para fiscalizar os sátrapas o rei contava com o apoio de funcionários públicos que serviam como “olhos e ouvidos” do rei;
b) Criou uma moeda única, o dárico: assim, impediu que as satrapias tivessem suas próprias moedas;
c) Criação de rede de estradas: o Império Persa garantiu sua hegemonia por meio da construção de diversas estradas (a Estrada Real, que ligava as cidades de Sadfres e Susa, tinha cerca de 2.700Km de extensão). Ao mesmo tempo em que a rede de estradas garantia um melhor deslocamento aos exércitos, também servia de apoio no desenvolvimento das atividades comerciais.
Religião
A religião persa, no início, era caracterizada pelo seu caráter eminentemente politeísta. No entanto, entre os séculos VII e VI a.C., o profeta Zoroastro empreendeu uma nova concepção religiosa entre os persas. O pensamento religioso de Zoroastro negava as percepções ritualísticas encontradas nas demais crenças dos povos mesopotâmicos. Ao invés disso, acreditava que o posicionamento religioso do indivíduo consistia na escolha entre o bem e o mal.
Esse caráter dualista do zoroastrismo pode ser melhor compreendido no Zend Vesta, o livro sagrado dos seguidores de Zoroastro. Segunda essa obra, Ahura-Mazda era a divindade representativa do bem e da sabedoria. Além dele, havia o deus Arimã, representando o poder das trevas. Sem contar com um grande número de seguidores, o zoroastrismo ainda sobrevive em algumas regiões do Irã e da Índia.
Sociedade
A sociedade persa era dividia em três grupos:
a) Os nobres: controlavam a terra e administração do palácio;
b) Os sacerdotes ou magos: respeitados por sua riqueza e sabedoria;
c) Os camponeses: que sobreviviam da agricultura e do pastoreio nas terras dos nobres e do rei.
O comércio era a principal atividade econômica dos persas e atingia terras tão distantes como Egito, Fenícia, Chipre, Índia e a costa do mar Negro. O artesanato persa era muito valorizado, e era constituído especialmente de tecidos, armas, objetos esmaltados e joias.
4. Fim do império

No ano de 331 a.C. o império persa foi conquistado pelo rei macedônio Alexandre Magano. Em 643 d.C. a região foi anexada ao império islâmico. Em 1935, quando Estado era governado pelo o xá Reza Pahlevi, a pérsia  mudou o nome para Irã.

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