sábado, 15 de agosto de 2015

Imperialismo 
Na segunda metade do século XIX, intensificou-se o processo de expansão imperialista que se estenderia até o início do século XX. Esse processo levou à partilha do continente africano e a dominação do continente asiático. No auge da II Revolução Industrial, pós consolidação dos últimos Estados Europeus (Itália e Alemanha), aliada a uma paz europeia pós queda de Napoleão na França, ocorreu o neocolonialismo.
Foi motivado pela disputada de mercados consumidores de manufaturados e fornecedores de matérias-primas para as indústrias, aliado a descobertas de riquezas minerais (ouro e diamante) na África. Os avanços da ciência e a urbanização das cidades aumentou a população europeia. Muitos emigraram para a América, mas, também, as grandes potências buscarem colônias para a colocação de seu excedente populacional.
1. O avanço da civilização e da tecnologia
A política colonizadora imperialista fundamentou-se na “diplomacia do canhão”, ou seja, foi conseguida pela força. A “superioridade cultural” europeia
Também havia um ideal justificador: os dominadores eram portadores de uma “missão civilizadora, humanitária e cultural” ao povos “inferiores”. O branco europeu era considerado superior aos demais povos.
As potencias imperialistas afirmavam que suas inovações tecnológicas haviam transformado o mundo e a maneira como as pessoas o enxergavam. O século XIX foi o século da máquina a vapor, da energia elétrica, do telefone, do telégrafo e de outras invenções inovadoras.
A ciência também se desenvolveu e passou a ocupar o lugar de maior prestígio na sociedade. A ideia de progresso e civilização, estavam na mentalidade da época: acreditava-se que a história e a humanidade não só caminhava em linha reta, de forma previsível, para um “mundo melhor”, como também esse caminho era percorrido cada vez mais rapidamente, e cabia ao europeu levar estes progressos aos povos “atrasados”.
Avanço da tecnologia militar
A superioridade militar dos países imperialistas no século XIX atingiu um grau tecnológico jamais visto. Fuzis, metralhadoras, canhões, explosivos de grande capacidade destrutiva, navios de guerra mais velozes e munidos de armamentos poderosos estavam disponíveis para reforçar os exércitos desses países.
Administração
A forma de dominação era realizada pela administração direta, com a ocupação dos colonizadores dos principais cargos dos governos dos países dominados por agentes metropolitanos, ou indireta, por meio de alianças com as elites locais. As disputas entre potências por áreas coloniais agravaram conflitos e estimularam o armamentismo, o que levou à formação de blocos de países rivais, que criaria a conjuntura da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
2. A partilha da África
Ao longo do século XIX, Inglaterra e França estiveram a frente da colonização do continente africano. Foram seguidas por outras nações, o que originou disputas por territórios, acirrando as rivalidades entre os europeus.

O temor de levar há um conflito de grandes dimensões, entre as potências industrializadas, ocorreu a partilha do continente africano, se deu através na Conferência de Berlim (1884-1885), da qual participaram quatorze países europeus, Estados Unidos e a Rússia. O mapa da África, foi então, modelado de acordo com os interesses imperialistas, sem levar em consideração as diferenças étnicas e culturais e os interesses dos povos locais. Foram colocados em um mesmo país, nações inimigas históricas.
A França dominava a Argélia, Tunísia, o Marrocos, o Sudão, a ilha de Madagascar e a Somália francesa. A Inglaterra, ficaria com boa parte do Sul da África. A Alemanha conquistou o Camerun (atual República dos Camarões), O Togo e o Sudeste da África. A Itália tomou o litoral da Líbia e territórios da Somália. A Bélgica tomou o Congo.
3. A Ásia na rota imperialista
Os povos asiáticos realizaram ao longo dos séculos, intenso comércio, por terra e mar. Especiarias como a seda e a pimenta sempre foram muito apreciados na Europa, contudo os Europeus não se contentaram em apenas estabelecerem contatos comerciais com este continente, e no século XIX, as nações europeias impuseram seu domínio direto também à Ásia e à Oceania.
Índia
Em relação à Índia, os portugueses foram os primeiros europeus a chegar neste país, com Vasco da Gama em 1498. Contudo o predomínio sobre a região coube à Inglaterra, que, ao final da Guerra dos Sete Anos, se apossou definitivamente da Índia em 1763.
Até a chegada dos ingleses, mais da metade das exportações era de tecidos de algodão. Porém, a produção industrial têxtil da Inglaterra, de qualidade inferior, era mais barata. Fez com que a produção local indiana se arruinasse, ficando a Índia como mera exportadora de matéria prima para sua metrópole.
A presença inglesa despertou o nacionalismo indiano, que culminou na Guerra dos Sipaios (soldados indianos), em 1857. Os revoltosos foram violentamente sufocados em 1859. Em 18976, a a Índia deixou de ser um protetorado inglês e passou a  fazer parte do Império Britânico. Os altos cargos governamentais ficaram com os ingleses ou a cargo da elite indiana. A rainha Vitória foi coroada imperatriz indiana, sendo assessorada por um vice-rei indiano. Em 1885 foi criado o Partido nacional Indiano, que lutava pela autonomia do país no Congresso.
Japão
No Japão, os primeiros europeus que chegaram a este país foram os portugueses, em 1542, seguidos pelos espanhóis, organizando diversas missões jesuíticas de catequização na região. A partir de 1648, o Japão fecha seus portos aos estrangeiros e se isola do restante do mundo.
Em 1853, os Estados Unidos forçaram a abertura dos portos japoneses ao comércio mundial sob ameaças militares, iniciando acordos comerciais entre Estados Unidos e Europa com o Japão. Neste período a estrutura social e econômica no Japão era quase feudal. Para escapar da subordinação dos países imperialistas, o imperador japonês Mutsuhito. Com ajuda de conselheiros, promoveu uma rápida modernização no país, copiando as nações ocidentais.
Acabou com a estrutura feudal, constituiu um exército nacional e centralizou o poder em suas mãos. Mutsuhito colocou a Estado a serviço dos negócios, desenvolvendo estruturas de produção, como hidrelétricas, indústria naval e portos, ferrovias, etc. Foi permanentemente o incentivo aos japoneses para aprenderem técnicas ocidentais que ajudassem o pais a se industrializar, firmando o desenvolvimento conhecido como a Era Meiji.
China
Na China, a penetração dominadora da Europa, Estados Unidos e do Japão realizou-se através de diversas guerras, dentre elas a Guerra do Ópio (1840-1842). Os ingleses produziam a droga do ópio em abundancia na Índia, forçaram um mercado consumidor na China, disseminando o vício entre os chineses, que causava enorme prejuízos morais e matérias para a sociedade milenar chinesa.
Em 1839, as autoridades chinesas jogaram 20 mil caixas de ópio ao mar. A Inglaterra exigiu indenização, como esta não foi paga, declarou guerra à China, iniciando a Guerra do Ópio. Em 1842, derrotada, a China assinou o Tratado de Nanquim, abrindo seus portos ao livre comércio e entregando a ilha de Hong Kong à Inglaterra (esta devolvida à China somente em 1997).
Outras potencias como França, EUA, Japão e Rússia conseguiram diretos comerciais e se instalaram na China. A ação norte-americana que defendia uma “china de portas abertas” para o comercio internacional, impediu quo país fosse partilhado como como ocorreu na África.
A população estava descontente com a situação do seu país, ocorrendo vários combates:
a) Revolta dos Tainping (1851-1864): liderados por Hong Xinquan, mudaram sua capital para Nanquim, negando a estrutura do poder vigente, e combateram as potencias imperialistas internacionais. Foram implacavelmente sufocados, resultando em mais de 10 milhões de mortos.
b) Guerra dos Boxers (1900): os “punhos fechados” ou boxers eram chineses nacionalistas radicais que objetivavam libertar o país. Em 1900, rebelaram-se, matando mais de duzentos estrangeiros. Uma força expedicionária internacional, composta por ingleses, franceses, alemães, russos, japoneses e norte-americanos, invadiu a China, subjugando o país às potências imperialistas.
c) Rebelião republicana (1911): o partido nacionalista chinês, Kuomintang, derrubou a monarquia e instalou um governo republicano, sem, contudo, se livrar da dominação imperialista internacional.

Um comentário:

  1. Bom dia,
    Meu nome é João Carlos Lopes. Sou professor universitário e pesquisador sobre análise textual e análise de gênero. Estou escrevendo um livro sobre o tema e gostaria muito de sua autorização para utilizar parte desse texto sobre imperialismo na África e o mapa que o acompanha. Estes seriam de extrema utilidade para contextualizar uma atividade de leitura sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a expansão de atividades terroristas na África.

    Obrigado

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