sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Relevo
O relevo terrestre está continuamente sendo construído e modificado por agentes externos e internos. Conhecer as formas da superfície do planeta é importante, entre outras coisas, para saber como os seres vivos se distribuem pelo globo e se utilizam e seus recursos.

1. A importância do relevo para a ocupação humana
Ao longo da história, os ser humano sempre procurou se fixar em áreas mais próximas dos rios. Essas áreas favorecem o cultivo de lavouras e facilitam o transporte de pessoas, animais e mercadorias.
Alguns povos, no entanto, fixaram-se em áreas de altas montanhas, com relevo acidentado, onde a sobrevivência é mais difícil. Entre eles estavam os Incas, que habitavam a Cordilheira dos Andes. Como as áreas de cultivo eram restritas, eles desenvolveram um sistema chamado terraço, pelo qual se abriam degraus nas encostas das montanhas nos quais era possível plantar milho e batata, base da alimentação deles.
O conhecimento das formas de relevo é muito importante para planejar, por exemplo, o crescimento de cidades e a ocupação de encostas, para identificar a necessidade da construção de rodovias túneis, entre outros.
O relevo é um elemento importante também para a defesa militar. Na Europa medieval, por exemplo, os castelos e fortes eram construídos em áreas mais elevadas para que os inimigos pudessem ser vistos e, assim, a defesa fosse mais bem planejada.

2. As principais unidades e relevo
A superfície da Terra apresenta formas muito variadas. O conjunto essas formas é conhecido como relevo. A formação do relevo terrestre é um processo dinâmico e contínuo.
 O relevo é formado pelos agentes internos, originados na litosfera terrestre, ao mesmo tempo em que os agentes externos os esculpem e modelam.
As principais unidades e relevo terrestre são as cadeias montanhosas, as depressões, as planícies e os planaltos.


Essas unidades de relevo são classificadas essa maneira porque se estuda seu processo e formação. Assim, o que importa nessa análise é se determinada unidade de relevo foi formada principalmente por fatores externos ou internos.
Os fatores externos, como o vento, as chuvas, os rios, as geleiras, a luz solar e os mares, influenciam com maior importância as planícies, os planaltos e as depressões. Já as cadeias montanhosas e alguns tipos e depressão são influenciados com mais intensidade pelo tectonismo.
O arquipélago de Fernando de Noronha, por exemplo, em que ação dos agentes externos e internos é evidente. As ilhas de origem vulcânica apresentam diversas formas, que foram gradualmente modeladas pela ação dos agentes externos.

As cadeias montanhosas
As cadeias montanhosas são as maiores elevações da superfície terrestre. Essa unidade e relevo tem origem, no encontro ou na separação de placas tectônicas.
Quando se originam pelo choque e duas placas tectônicas, a placa mais densa mergulha sob a menos densa, que é dobrada, dando origem a cordilheira. No choque de uma placa oceânica com uma continental, a oceânica, mais densa, é a que sofre subducção e a continental, o dobramento.
Há ainda a situação em que a cadeia de montanhas se origina da separação das placas. Esse movimento é chamado divergente e se dá pelo afloramento do material do manto por meio de fissuras formadas no fundo oceânico.
Também chamadas cordilheiras, as cadeias montanhosas geralmente apresentam formas íngremes e grandes altitudes. São formações geológicas recentes, que fofreram, portanto pouco desgaste erosivo ao longo do tempo. Existem várias cordilheiras no mundo. Entr as mais famosas estão a cordilheira dos Andes na América do Sul, as Montanhas Rochosas na América do Norte e a Cordilheira do Himalaia, na Ásia.

As depressões
São áreas mais baixas que o nível do mar ou que as demais unidades do relevo que as circulam, sendo formadas por falhas tectônicas ou pela erosão.
a) Depressão absoluta: quando estão em um nível inferior ao do mar chamam-se depressões absolutas. Um exemplo é o mar Morto, localizado entre Israel e Jordânia, que está a 395 metros a baixo do nível do mar.
b) Depressão relativa: quando estão em níveis inferiores a outras regiões próximas, chamam-se depressões relativas. Estas possuem ondulações suaves e altitudes que, em geral, variam de 100 a 500 metros acima do nível do mar. No Brasil, as depressões constituem extensas superfícies levemente inclinadas, com altitudes entre 100 e 500 metros. Um exemplo é o Chapadão da babilônia, na serra da Canastra em São João Batista da Glória, em Minas Gerais.

As planícies
As planícies são formadas pelo depósito de sedimentos vindos de terrenos mais elevados. Embora os processos de erosão atuem sobre a planície, essa área recebe mais sedimentos do que perde. A maior parte das planícies forma-se pelo depósito de sedimentos trazidos pelos rios ao longo de milhões de anos. Por sua forma plana e pela fertilidade de seus solos, desde a Antiguidade as áreas de planície têm sido densamente ocupados.

Os planaltos
Os planaltos, também chamados platôs, são regiões onduladas, mais elevadas que as áreas ao seu redor. Ao contrário das planícies, os planaltos caracterizam-se pelo fato de os processos erosivos serem mais importantes que os de sedimentação, ou seja, nas áreas de planalto o processo de erosão supera o de acumulação de sedimentos.
Um planalto pode ter centenas ou até mesmo milhares de quilômetros de extensão. Por esse motivo, sua superfície pode conter outras formas de relevo, como serras, morros, vales, colinas e chapadas. Cidades como São Paulo e Belo Horizonte estão localizadas em áreas de planalto.

3. O relevo brasileiro
A formação geológica brasileira é muito antiga, portanto bastante desgastada pelos agentes erosivos. Isso explica a existência de numerosos planaltos no Brasil. As depressões, também muito numerosas, situam-se entre as unidades de planaltos. Já as planícies brasileiras localizam-se próximas aos leitos dos rios e do litoral.
Como o Brasil não está localizado próximo ás bordas das placas tectônicas, não há presença de dobramentos modernos no país. A única unidade deste tipo na América do Sul é a Cordilheira dos Andes.

Aproveitamento econômico do relevo
As áreas de planície cortadas por rios favorecem a navegação fluvial e o desenvolvimento da agricultura. As áreas de planalto e de altas montanhas, cortadas por rios, apresentam muitos desníveis que formam quedas-d’água. Elas podem ser aproveitadas para construção de hidrelétricas e gerar energia.

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