domingo, 16 de agosto de 2015

O Leste europeu e os últimos socialistas

Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e o fim da União Soviética, em 1991, alguns países do Leste europeu, abriram se para o sistema capitalista. Entretanto, outros países socialistas, como Cuba, Vietnã, Coreia do Norte e China, preferiram continuar adotando o regime socialista.

1. O novo Leste europeu
De algum modo, todos os países socialistas, introduziram em suas economias o modo capitalista. Privatizaram estatais, voltaram à propriedade privada e permitiram a livre entrada de capitais estrangeiros e de empresas transnacionais. Com o capitalismo, os países começaram a conviver com problemas até então desconhecidos em suas economias planificadas, como o: desemprego, inflação e custo de vida.

Países da Europa central
a) Polônia: era uma das nações mais industrializadas do antigo Leste europeu. É rica em carvão, gás natural, cobre, chumbo, enxofre, prata, sal-gema e zinco, favoreceu a sua industrialização e cobiça de países (Alemanha nazista e depois a URSS). O setor industrial é muito importante para a economia do país, com os ramos da construção naval, siderurgia e cimento. A agricultura também é desenvolvida com os cultivos de batata, centeio, beterraba, trigo, cevada, aveia e oleaginosas, além da criação de porcos e aves. Pertence a UE desde 2004.
b) Hungria: passou do socialismo para o capitalismo de forma rápida e com melhores resultados do que na maioria dos países do leste europeu, pois em 1988 o pais já havia criado mecanismos para introdução da economia de mercado. Conta com poucos recursos naturais, precisa importar petróleo e carvão. Sua economia baseia-se no setor de serviços e indústrias. As indústrias estão concentradas ao redor se sua capital, Budapeste, com a: siderurgia, metalurgia de alumínios, fertilizantes, produtos farmacêuticos, cimento e alimentícia. Na agricultura, destaca-se o plantio de trigo, girassol, milho, beterraba açucareira e uva, existindo também criações de suínos, aves e bovinos. Os maiores problemas ambientais do país são a contaminação dos solos e a poluição das águas. Ingressou na EU em 2004.
c) República Tcheca e Eslováquia: em 1993, a antiga Tchecoslováquia foi dividida de forma pacífica em dois países.
A República Tcheca possui uma indústria importante e diversificada, destacando-se: indústria automobilística, química, cerâmica, alimentícia, bebidas (cerveja), têxtil, cristais (os cristais da Boêmia são referências mundiais), vidro e ouro. Na agropecuária, destaca-se o plantio de trigo, beterraba, lúpulo, batata e cevada. Também há criações de suínos, aves, caprinos e bovinos. Possui carvão, mas tem que importar petróleo e gás natural.
A Eslováquia era a parte menos desenvolvida da antiga federação e ainda permanece nesta situação. Com uma política de industrialização nos moldes de países subdesenvolvidos, o governo tem dados incentivos fiscais para empresas se instalarem no país, por isto o crescimento econômico do país já é um dos maiores da Europa. Possui minérios como carvão, minérios de ferro, cobre, zinco e chumbo. Possui indústria: têxtil, siderúrgico, madeireiro e construção. Na agropecuária destaca-se: beterraba, trigo, batata, criação de suínos, aves e bovinos. Em 2004 ingressaram na EU e em 2009 adotaram o euro como moeda.

As repúblicas da ex- Iugoslávia
De 1945 a 1991, a Federação da Iugoslávia, formada por Josep Broz (Tito) após a II Guerra Mundial, era constituída por seis repúblicas: Sérvia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Montenegro e Eslovênia. E duas regiões autônomas: Voivodina e Kosovo. A partir de 1991 as repúblicas passaram por um processo de guerra de independência, que resultou em seis novos países independentes: Bósnia-Herzegovina (Sarajevo), Croácia (Zagreb), Macedônia (Skopje), Montenegro (Podgorica), Sérvia (Belgrado) e Eslovênia (Liubliana).
A economia mais forte e estável é da Eslovênia, que ingressou na EU em 2004 e adotaram o euro em 2007. Na agricultura destaca-se o cultivo de trigo, batata, milho e beterraba açucareira. Na indústria: siderurgia, metalurgia de alumínio, indústria eletrônica, automobilística, têxtil e química. Nos demais países a agricultura tem maior participação no PIB, com a produção de trigo, milho, beterraba açucareira, uva, tabaco e frutas. A Croácia é o pais mais industrializado, possuindo indústrias químicas, eletrônicas, de máquinas, papel e petroquímicas.

Bulgária, Romênia e Albânia
a) Bulgária: a indústria é desenvolvida, principalmente de alimentos e eletrotécnica. Na agropecuária destaca-se o cultivo de milho, beterraba, girassol, tabaco e vinha. Também são cultivados trigo e rosa para cosméticos. O país também cria ovinos e suínos. No setor terciário, o turismo é bem aproveitado nas parias do litoral do mar Negro. A partir de 1992 as empresas estatais foram privatizadas e sua economia recomeçou a se desenvolver, inflação, dívida externa e desemprego são as barreiras a serem ultrapassadas.
b) Romênia: depois de um período de queda e difícil adaptação, a Romênia fez a transição para a economia de mercado com crescimento, estabilidade e baixo desemprego. O país possui reservas de petróleo e carvão, além de minério de ferro, bauxita, cobre, zinco e chumbo. Possui indústrias metalúrgicas, madeireira, mecânica e químicas. N agricultura produz batata, milho, trigo, maçã, beterraba, cevada e uva. Na pecuária aves, suínos, bovinos e ovinos. Ingressou na EU em 2007.
c) Albânia: era e continua sendo o pais europeu mais pobre. Seus principais problemas são o crime organizado, pobreza, falta de alimentos e a violência. Isto faz com muitos albaneses deixem seus país para outros países europeus, principalmente Itália e Grécia.  Possui recursos naturais ainda não explorados, sua economia é essencialmente agrária, produzindo: azeitonas, algodão, tabaco, legumes, cereais e frutas. Na pecuária: carneiros e cabras. Possui algumas indústrias de alimentos, têxtil, confecção, cimento e química.

Os países bálticos
São conhecidos assim, porque Estônia, Letônia e Lituânia são banhados pelo mar Báltico. Faziam partes da ex URSS e tornaram-se independentes a pós 1991. Os principais problemas na região, são ambientais, com a contaminação dos solos e das águas subterrâneas.
a) Estônia: independente desde 1992 é o menos desenvolvido e o menos industrializado dos países bálticos. Suas principais atividades econômicas são produção de gêneros primários: centeio, batata e lã; setor industrial: naval, petroquímico e mecânico.
b) Letônia: independente desde 1991, é o mais industrializado dos países bálticos. Suas principais indústrias são: refino de petróleo, construção naval, produção de máquinas, de material elétrico e alimentícia. Nas atividades primárias, destacam-se o setor pesqueiro e agropecuária (leite, linho e trigo).
c) Lituânia: independente desde 1991, é o mais extenso e populoso dos três países e tem a principal agropecuária: leite, linho, cevada, trigo, beterraba. O extrativismo é representado pela pesca e pela madeira. O país possui ainda um expressivo setor industrial: alimentos, pesca, engenharia eletrônica, têxtil, tecnologia da informação, telecomunicações, entre outros.

2. Os últimos socialistas
Atualmente Cuba, Vietnã e Coréia do Norte, são os únicos países socialistas existentes.

Cuba
Desde sua independência, a pós a Guerra Hispano-Americana, no final do século XIX, até a vitória da Revolução Cubana em 1959, Cuba foi controlada pelos EUA. A Emenda Platt, votada em 1903 após a independência de Cuba, deu aos EUA esse direito, em troca do apoio dados pelos EUA na guerra de independência.
Em 1959, um grupo de guerrilheiros, entre os quais estavam Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, acabou com essa interferência, ao derrubar o ditador Fulgêncio Batista. Ligado à máfia e aos EUA. A princípio, o movimento guerrilheiro era essencialmente nacionalista. Porém, nos primeiros anos do governo, Fidel optou por alia-se à URSS e adotar o modelo soviético.
O fato de uma ilha situada aproximadamente a 150 Km da península da Flórida adotar um regime socialista foi um duro golpe no gigante capitalista do Norte. A punição foi o embargo econômico imposto pelos EUA aos cubanos.
Durante a Guerra Fria, a URRS e Cuba mantinham relações econômicas, mútuas. Essencialmente, para a URSS ajudar a manter a economia cubana. Compra açúcar da ilha e vendia petróleo a preços bem mais baixos que o valor de mercado, com isso Cuba pode manter altos índices de níveis sociais (saúde e educação).
A frágil economia cubana, entrou em crise com a dissolução do bloco soviético, pois perdeu seu grande parceiro e os EUA endureceram o embargo comercial. Esse modelo privava a população de bens de consumo e de alimentos. Além disso, não havia acesso à tecnologia moderna, parece que Cuba parou em 1959.
O governo cubano, adotou modificações para salvar o regime adotado no país, com a entrada de capital estrangeiro, e dólares vindos dos migrantes. Empresas de capital misto (estatal + privado) são admitidos na ilha. Uma saída para contornar a crise, é incentivar o turismo. Com belas praias, arquitetura estilo colonial, povo hospitaleiro atrai turistas para a ilha.
A partir de 2000, a Venezuela, com Hugo Chávez e posteriormente seu sucessor, substituíram a URSS na parceria comercial. A China também tem investido na ilha. Porém Cuba mantém uma dependência econômica estrangeira, o que não é bom para nenhum país.
Em 2008, Fidel Castro renunciou à presidência, indicando seu irmão, Raul Castro, que adotou algumas mudanças na estrutura econômica de Cuba. No setor agrícola, houve a descentralização das decisões relativas ao uso e venda da terra, que passaram a ocorrer também em escritórios regionais e não apenas no Ministério da agricultura. Foi liberada a venda de sementes, fertilizantes e máquinas diretamente para os agricultores; cooperativas e agricultores privados, que cultivam apenas um terço da terra passaram a ter privilégios. Foi permitido a compra de telefones celulares no próprio nome, de computadores e DVDs. Foi liberado a entrada de cubanos em hotéis, antes reservados a turistas. Com alto IDH (0,83), Cuba está classificada em 51º lugar.

Vietnã
A República Socialista do Vietnã, símbolo da maior derrota dos EUA na Guerra Fria, abriu sua economia ao capitalismo, aproximando-se do mesmo EUA. Recuperou-se da crise asiática (1997-1998). Antiga colônia francesa, da península da Indochina, tornou-se independente em 1954, dividido em dois territórios: Vietnã do Norte, socialista e Vietnã do Sul, capitalista. No início da década de 1960, começou a guerra de unificação, que só terminou em 1976, que reunificou o país sob o regime socialista.
Aliados da ex URSS, os dirigentes vietnamitas se indispuseram com a China, na década de 1980. O embargo econômico dos EUA e o fim da URSS lançaram o país em uma crise, da qual só se recuperaria após as reformas capitalistas introduzidas pelo governo do final da década de 1990, ocasionando o fim do embargo comercial.
O Vietnã, continua sendo um país socialista, mas adaptado a economia de mercado. Em 2005 ingressou na OMC, muitas empresas estatais foram privatizadas. A agricultura é a principal atividade econômica, seus principais produtos são: arroz, café, chá, banana e borracha.

Coreia do Norte
A Coreia do Norte é o pais mais fechado do mundo. Com um comunismo rígido, de orientação stalinista e hereditário, domina a Coreia do Norte desde 1953. É dirigida desde de 1994 por Kim Jong II. Com um regime de isolamento só se aproximou da China, para solucionar o grave problema da fome que castiga a população. As indústrias todas são estatais e falidas. As enchentes de 1995-1966 e a seca de 1997 arruinaram o que havia sobrado da agricultura.
No país não se pode ir e uma cidade para outra sem aprovação do governo. O correio é controlado pelo estado, rádio e televisão estão ao alcance de poucos. Energia elétrica, alimentos e remédios são artigos de luxo. Cada família só pode ter uma lâmpada em casa. Não conta com boas estradas. Apesar de toda a miséria, conseguiu tornar-se uma potência nuclear e ameaça o mundo com seu poderoso arsenal.

China

A China é o pais permanece fiel há alguns princípios socialistas, como adotar um único partido comunista, porem adota medidas capitalistas. O pais desempenha um papel importante no comércio internacional, ao ser o maior consumidor mundial de aço e concreto (usa, respectivamente, um terço e mais da metade daqueles insumos) e o segundo maior importador de petróleo. É o terceiro maior importador do mundo e o segundo maior exportador, em termos globais.

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