domingo, 30 de agosto de 2015

França pós Napoleão

A pós a queda de Napoleão, a França enfrentou sérios problemas institucionais. Inclusive com a tentativa de restabelecer o Antigo Regime, com todos os seus privilégios.

1.A volta da monarquia
A monarquia foi restabelecida com Luís XVIII (1814-1824) - apesar de uma breve tentativa de restabelecimento do Império Napoleônico (os Cem Dias, em 1815), sendo substituído por seu irmão Carlos X (1824-1830).
Carlos X, defensor do absolutismo, que restabeleceu os privilégios do antigo Regime (voltaram a valer os privilégios do clero e da nobreza, a burguesia foi marginalizada, supriu-se a liberdade de imprensa e a Câmara de Deputados foi dissolvida).

Revolução Liberal de 1830
Durante o reinado de Carlos X, ocorreu uma violenta oposição ao rei, cujo desfecho originou a Revolução Liberal de 1830. Mais uma vez, burgueses e populares aliaram-se na luta contra o Antigo Regime restaurado. A pós três dias de confrontos nas ruas de Paris, Carlos X foi deposto, fugindo para a Grã-Bretanha.
Com o fim da Era Napoleônica houve a tentativa de
restabelecer o Antigo regime na França
Assumiu o trono francês Luís Felipe de Orleans, conhecido como o rei burguês. Restabelecia-se o regime monárquico liberal que assegurava a hegemonia burguesa na condução dos negócios do Estado. A monarquia durou até a abdicação de Luís Filipe (1848), que não conseguiu contornar as crises: agrícola e social. Uma crise na agricultura que se abatia no país, levando o desabastecimento, juntamente com as crises sociais devido a urbanização e industrialização francesa fomentavam a insatisfação contra o regime, obrigando a Luís Felipe a abandonar a França.

Primavera dos Povos
Após a queda de Napoleão, o Congresso de Viena, tinha o objetivo de restabelecer a "ordem na Europa", que era na realidade, era a volta do Antigo regime em todos os países atingidos pela onda liberal francesa.
Entre os anos de 1845 e 1846 e uma consequente crise econômica, tanto no setor agrícola quanto industrial, provocou crise no sistema capitalista, gerando demissões e subida dos preços dos alimentos. Em pouco tempo, inspirados por um forte nacionalismo e  socialismo, o exemplo francês de 1848, de derrubada de regimes autocráticos, foi seguido em diversas partes da Europa, sendo o primeiro foco na Sicília, e depois para a Hungria, França, Alemanha e Áustria. A Revolução Praieira, ocorrida no Brasil na província de Pernambuco, em 1848 foi de inspiração nos movimentos da primavera europeia de 1848.
As revoltas em toda Europa foram controladas, e as mudanças sociais que os movimentos revolucionários reivindicavam foram sufocadas pela Segunda Revolução Industrial e por uma calmaria econômica, que seria acompanhada de uma estabilização política.

2. Segunda República 
Com o abandono de Luís Felipe, foi criada a Segunda República. Foi instituído o voto universal, reduziu as horas de trabalho dos operários e criou oficinas nacionais. Essas oficinas eram empresas estatais que buscavam elevar o padrão de vida dos trabalhadores pela redução do desemprego e pagamento de salários compatíveis com os lucros obtidos.
Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte
Alguns grupos da sociedade francesa, especialmente a burguesia, não concordavam com as propostas socialistas das oficinas nacionais. Sucederam-se violentas conflitos armados, encerrados com a derrota dos socialistas. Os vencedores promoveram, em dezembro de 1848, eleições gerais para presidente da Segunda República. Foi escolhido Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão. A Segunda República durou até 1852, quando Napoleão III proclamou o Segundo Império (1852-1870).

3. Segundo Império e a Guerra Franco-Prussiana
Possuidor de um nome carismático, símbolo do heroísmo nacional, o novo governante buscou por todos os maios restabelecer a grandeza da era napoleônica. Em 1851, com um golpe de Estado, transformou-se em ditador e, no ano seguinte, repetiu a façanha do tio: realizou um plebiscito e com o aval da população transformou-se em Napoleão III, imperador da França.
Deu-se então a expansão do império francês, particularmente no sudeste asiático e no Pacífico.

Guerra Franco-Prussiana.
A sucessão ao trono da Espanha foi o estopim da guerra. Leopoldo, príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen e primo do rei da Prússia, candidatou-se ao trono espanhol, vago logo a seguir à revolução espanhola de 1868. O governo francês, alarmado com a perspectiva de uma aliança prussiano-espanhola, ameaçou declarar guerra à Prússia caso essa pretensão não fosse retirada, seguida a uma imediata renúncia.
Alsácia e Lorena, território disputado entre Franceses e Alemães
A 19 de Julho de 1870, diante das negativas dos alemães em retirar a candidatura ao trono espanhol, a França declarou guerra à Prússia.  A disputa do trono espanhol foi uma estratégia de Otto Von Bismarck.em unificar os Estados alemães a lutarem em conjunto contra um agressor em comum, propiciando a Unificação da Alemanha.
Os franceses conseguiram mobilizar um pouco mais de 200.000 homens. Os alemães, formaram, num curto espaço de tempo, um forte exército de 400.000 soldados, sob o comando supremo de Guilherm. A batalha que pôs fim o conflito foi a Batalha de Sedan, de 1 de setembro de 1870, concluída com a rendição das tropas francesas e a captura de Napoleão III.
Em a 10 de maio de 1871 foi assinado o Tratado de Frankfurt, que pôs fim a guerra, acabando por impor uma humilhante derrota à França: perdeu parte das províncias de Alsácia e Lorena e teve que pagar uma pesada indenização de guerra, aceitando ainda a ocupação alemã (agora como país unificado) até à satisfação da dívida.

4. A Comuna de Paris
A captura e exílio de Napoleão III, bem como a derrota francesa na guerra franco-prussiana selaram o fim do Segundo Império, dando lugar ao surgimento da Terceira República (1870-1940). Um governo provisório assumiu e convocou eleições para a assembleia Constituinte. Os camponeses votaram com a burguesia a favor da monarquia. Os prussianos cercaram Paris por muitos meses, a situação estava terrível, pessoas disputavam os ratos nos esgotos para serem comidos. Os burgueses, renderam-se aos prussianos.
Barricada em 18 de março de 1871
Uma onda de raiva se espalhou pelos subúrbios de Paris. Operários tomaram a ruas e ocuparam a prefeitura da cidade, a Comuna. Nos telhados eram erguidas bandeiras vermelhas, símbolo das lutas operárias. Foi o primeiro governo socialista vitorioso da história da humanidade.
A Comuna não chegou a implantar o socialismo, mas tomou medidas revolucionárias: acabou com a polícia e o exército, que eram sempre utilizados para reprimir os trabalhadores, e criou destacamentos populares armados; separou a Igreja do estado; colocou algumas fábricas sob a direção de conselhos de trabalhadores. Todos os funcionários do governo passaram a ser eleitos e a receber um pagamento igual ao salário de um operário especializado. Apesar disso, foram politicamente tímidos. Não tocaram no dinheiro do Banco da França e hesitaram em atacar as tropas da burguesia enquanto havia tempo.

Terceira República
Terceira República Francesa (1870 -1940)
Com medo deste tipo de rebelião se espalhar por outros países, os alemães soltaram os soldados prisioneiros franceses, que marcharam para Paris para derrubar o governo da Comuna, armados pelos alemães. Os soldados burgueses, munidos de fuzis, canhões e baionetas triunfaram sobre os proletariados armados de revólveres e facas.

As derrotas impostas aos movimentos populares de 1848 e em 1871, quando foram derrotados os trabalhadores que haviam formado a Comuna de Paris e controlado a cidade durante dois meses, recusando-se a aceitar os termos em que foi negociada a paz com o chanceler alemão Otto Bismarck, não foram suficientes para fazê-los desejar a paz. O desejo de vingança e o sentimento de humilhação, responsáveis pela proclamação da sua Terceira República, reafirmavam um nacionalismo belicista.



-Revolução Francesa
-Era Napoleônica
-Vinda da Família Real
- Comuna de Paris
- Imperialismo

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