França pós Napoleão
A
pós a queda de Napoleão, a França enfrentou sérios problemas institucionais.
Inclusive com a tentativa de restabelecer o Antigo Regime, com todos os seus
privilégios.
1.A
volta da monarquia
A
monarquia foi restabelecida com Luís XVIII (1814-1824) - apesar de uma breve
tentativa de restabelecimento do Império Napoleônico (os Cem Dias, em 1815),
sendo substituído por seu irmão Carlos X (1824-1830).
Carlos
X, defensor do absolutismo, que restabeleceu os privilégios do antigo Regime
(voltaram a valer os privilégios do clero e da nobreza, a burguesia foi
marginalizada, supriu-se a liberdade de imprensa e a Câmara de Deputados foi
dissolvida).
Revolução
Liberal de 1830
Durante
o reinado de Carlos X, ocorreu uma violenta oposição ao rei, cujo desfecho
originou a Revolução Liberal de 1830. Mais uma vez, burgueses e populares
aliaram-se na luta contra o Antigo Regime restaurado. A pós três dias de
confrontos nas ruas de Paris, Carlos X foi deposto, fugindo para a
Grã-Bretanha.
Com o fim da Era Napoleônica houve a tentativa de restabelecer o Antigo regime na França |
Assumiu
o trono francês Luís Felipe de Orleans, conhecido como o rei burguês.
Restabelecia-se o regime monárquico liberal que assegurava a hegemonia burguesa
na condução dos negócios do Estado. A monarquia durou até a abdicação de Luís
Filipe (1848), que não conseguiu contornar as crises: agrícola e social. Uma
crise na agricultura que se abatia no país, levando o desabastecimento,
juntamente com as crises sociais devido a urbanização e industrialização
francesa fomentavam a insatisfação contra o regime, obrigando a Luís Felipe a
abandonar a França.
Primavera
dos Povos
Após
a queda de Napoleão, o Congresso de Viena, tinha o objetivo de restabelecer a
"ordem na Europa", que era na realidade, era a volta do Antigo regime
em todos os países atingidos pela onda liberal francesa.
Entre
os anos de 1845 e 1846 e uma consequente crise econômica, tanto no setor
agrícola quanto industrial, provocou crise no sistema capitalista, gerando
demissões e subida dos preços dos alimentos. Em pouco tempo, inspirados por um
forte nacionalismo e socialismo, o
exemplo francês de 1848, de derrubada de regimes autocráticos, foi seguido em
diversas partes da Europa, sendo o primeiro foco na Sicília, e depois para a
Hungria, França, Alemanha e Áustria. A Revolução Praieira, ocorrida no Brasil
na província de Pernambuco, em 1848 foi de inspiração nos movimentos da
primavera europeia de 1848.
As
revoltas em toda Europa foram controladas, e as mudanças sociais que os
movimentos revolucionários reivindicavam foram sufocadas pela Segunda Revolução
Industrial e por uma calmaria econômica, que seria acompanhada de uma
estabilização política.
2. Segunda República
Com o abandono de Luís Felipe, foi criada a Segunda República. Foi instituído o voto universal, reduziu as horas de trabalho dos operários e criou oficinas nacionais. Essas oficinas eram empresas estatais que buscavam elevar o padrão de vida dos trabalhadores pela redução do desemprego e pagamento de salários compatíveis com os lucros obtidos.
Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte |
Alguns grupos da sociedade francesa, especialmente a burguesia, não concordavam com as propostas socialistas das oficinas nacionais. Sucederam-se violentas conflitos armados, encerrados com a derrota dos socialistas. Os vencedores promoveram, em dezembro de 1848, eleições gerais para presidente da Segunda República. Foi escolhido Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão. A Segunda República durou até 1852, quando Napoleão III proclamou o Segundo Império (1852-1870).
3.
Segundo Império e a Guerra Franco-Prussiana
Possuidor
de um nome carismático, símbolo do heroísmo nacional, o novo governante buscou
por todos os maios restabelecer a grandeza da era napoleônica. Em 1851, com um
golpe de Estado, transformou-se em ditador e, no ano seguinte, repetiu a
façanha do tio: realizou um plebiscito e com o aval da população transformou-se
em Napoleão III, imperador da França.
Deu-se
então a expansão do império francês, particularmente no sudeste asiático e no
Pacífico.
Guerra
Franco-Prussiana.
A
sucessão ao trono da Espanha foi o estopim da guerra. Leopoldo, príncipe de
Hohenzollern-Sigmaringen e primo do rei da Prússia, candidatou-se ao trono
espanhol, vago logo a seguir à revolução espanhola de 1868. O governo francês,
alarmado com a perspectiva de uma aliança prussiano-espanhola, ameaçou declarar
guerra à Prússia caso essa pretensão não fosse retirada, seguida a uma imediata
renúncia.
Alsácia e Lorena, território disputado entre Franceses e Alemães |
A
19 de Julho de 1870, diante das negativas dos alemães em retirar a candidatura
ao trono espanhol, a França declarou guerra à Prússia. A disputa do trono espanhol foi uma
estratégia de Otto Von Bismarck.em unificar os Estados alemães a lutarem em
conjunto contra um agressor em comum, propiciando a Unificação da Alemanha.
Os
franceses conseguiram mobilizar um pouco mais de 200.000 homens. Os alemães,
formaram, num curto espaço de tempo, um forte exército de 400.000 soldados, sob
o comando supremo de Guilherm. A batalha que pôs fim o conflito foi a Batalha
de Sedan, de 1 de setembro de 1870, concluída com a rendição das tropas
francesas e a captura de Napoleão III.
Em
a 10 de maio de 1871 foi assinado o Tratado de Frankfurt, que pôs fim a guerra,
acabando por impor uma humilhante derrota à França: perdeu parte das províncias
de Alsácia e Lorena e teve que pagar uma pesada indenização de guerra, aceitando
ainda a ocupação alemã (agora como país unificado) até à satisfação da dívida.
4.
A Comuna de Paris
A
captura e exílio de Napoleão III, bem como a derrota francesa na guerra
franco-prussiana selaram o fim do Segundo Império, dando lugar ao surgimento da
Terceira República (1870-1940). Um governo provisório assumiu e convocou
eleições para a assembleia Constituinte. Os camponeses votaram com a burguesia
a favor da monarquia. Os prussianos cercaram Paris por muitos meses, a situação
estava terrível, pessoas disputavam os ratos nos esgotos para serem comidos. Os
burgueses, renderam-se aos prussianos.
Barricada em 18 de março de 1871 |
Uma
onda de raiva se espalhou pelos subúrbios de Paris. Operários tomaram a ruas e
ocuparam a prefeitura da cidade, a Comuna. Nos telhados eram erguidas bandeiras
vermelhas, símbolo das lutas operárias. Foi o primeiro governo socialista
vitorioso da história da humanidade.
A
Comuna não chegou a implantar o socialismo, mas tomou medidas revolucionárias:
acabou com a polícia e o exército, que eram sempre utilizados para reprimir os
trabalhadores, e criou destacamentos populares armados; separou a Igreja do
estado; colocou algumas fábricas sob a direção de conselhos de trabalhadores.
Todos os funcionários do governo passaram a ser eleitos e a receber um pagamento
igual ao salário de um operário especializado. Apesar disso, foram
politicamente tímidos. Não tocaram no dinheiro do Banco da França e hesitaram
em atacar as tropas da burguesia enquanto havia tempo.
Terceira
República
Terceira República Francesa (1870 -1940) |
Com
medo deste tipo de rebelião se espalhar por outros países, os alemães soltaram
os soldados prisioneiros franceses, que marcharam para Paris para derrubar o
governo da Comuna, armados pelos alemães. Os soldados burgueses, munidos de
fuzis, canhões e baionetas triunfaram sobre os proletariados armados de
revólveres e facas.
As
derrotas impostas aos movimentos populares de 1848 e em 1871, quando foram
derrotados os trabalhadores que haviam formado a Comuna de Paris e controlado a
cidade durante dois meses, recusando-se a aceitar os termos em que foi
negociada a paz com o chanceler alemão Otto Bismarck, não foram suficientes
para fazê-los desejar a paz. O desejo de vingança e o sentimento de humilhação,
responsáveis pela proclamação da sua Terceira República, reafirmavam um
nacionalismo belicista.
-Revolução Francesa
-Era Napoleônica
-Vinda da Família Real
- Comuna de Paris
- Imperialismo
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