Cultura Brasileira nos anos 1950
A produção cultural da década de 1950 também viveu seus bons momentos. Quase todos os campos artísticos foram impulsionados ou renovados no período: música, teatro, cinema e poesia.
1. Efervescência cultural
Os anos 1950 também foram um período de intensa produção cultural no Brasil. Beneficiadas pelo bom momento político e econômico do pais, a arte e a cultura brasileiras ficaram em maior evidencia. Cinemas, teatros, museus e centros culturais das cidades foram os locais onde mais se testemunhou esse florescimento cultural.
A efervescência ocorria tanto em eventos e manifestações consideradas erudits como nas expressões artísticas de natureza espontânea e popular. Essas manifestações ora funcionavam como afirmação de identidade da arte nacional, ora apropriavam-se de influências estrangeiras. Assim, estilos nacionais como a bossa nova e o samba, conviviam com estilos vindos de fora, como o rock’n’roll.
A arte engajada, ou seja, aquela que propõe a reflexão de temas políticos e sociais, cresceu em importância. O Clube de Gravura de Porto Alegre, fundado em 1950, reunia artistas que privilegiavam aspectos da cultura regional, o folclore, o trabalhador e suas lutas, bem como fatos da história do Brasil. Esse grupo negava as técnicas consagradas nas artes plásticas, alegando sua influência europeia.
Vanguardas: a poesia concreta
São chamadas “vanguardistas” as ideias ou ações que pretendem ser inovadoras em seu tempo. Na década de 1950, surgiram alguns movimentos de vanguarda na cultura brasileira, como o concretismo, na poesia. Os concretistas propunahm a interação entre a poesia e s artes plásticas, além de demonstrar uma preocupação com a forma dos versos no papel.
Décio Pignatari e os irmãos paulistas Haroldo e Augusto de Campos foram os precursores da poesia concreta, com o lançamento da revista Noigandres em 1952.
2. A bossa nova
O movimento musical que ficou conhecido como Bossa Nova nasceu no Rio de janeiro, no final da década de1950, e consagrou o jeito de cantar sussurrado e contido, com temas leves sobre o cotidiano e sem muito compromisso com a questão política.
A Bossa Nova se iniciou formalmente em 1958, quando o cantor João Gilberto gravou “Chega de saudade”, música composta por Antônio Carlos (Tom) Jobim e Vinícius de Moraes. Esse movimento musical se diferenciava dos gêneros já conhecidos, como a valse e o samba-canção, pois, além de inovar no estilo, incorporou características do jazz norte-americano.
A partir de 1959 apareceu vários intérpretes e compositores que representavam o movimento da Bossa Nova: Carlos Lyra, Roberto Menescal, Nara Leão, entre tantos. Os artistas se reuniram geralmente em bares ou em apartamentos da zona sul do Rio de Janeiro.
E o novo estilo musical virou, rapidamente, sinônimo de sofisticação: espécie de “samba moderno” executado no violão ou no piano, mas sem os arranjos musicais ou volume dos antigos sambas. Em pouco tempo, a bossa nova caiu no gosto de boa parte da classe média urbana brasileira.
Mais do que estilo musical, a bossa nova tornou-se um estilo de vida. Suas melodias era uma versão nacional, do “american way off life”, ou seja, inventaram o “o modo brasileiro de viver” o qual o ideal seria ser de classe média alta e morar na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.
Associada a modernidade, a expressão passou a servir para qualificar produtos e pessoas: um refrigerador moderno era “uma geladeira bossa nova” e até Juscelino Kubitschek ficou conhecido como “o presidente bossa nova”.
A bossa nova no mundo e as críticas no Brasil
No início da década de 1960, aquele novo estilo musical brasileiro já agradava também o público internacional. Em 1962, João Gilberto, Tom Jobim e outros compositores e intérpretes brasileiros realizaram um concerto em Nova York cujo sucesso serviu para apresentar o novo ritmo para o mundo. Se, por um lado, sua fama aumentava cada vez mais no exterior, internamente o movimento passou a ser duramente criticado por alguns setores da sociedade. Muitos afirmavam que o gênero musical ere elitista, alienado dos problemas políticos e que não passava de uma cópia de estilos musicais norte-americanos.
3. Inovação no cinema e no teatro
O Cinema Novo foi um movimento cinematográfico brasileiro que surgiu na década de 1950, e propunha a produção de filmes voltados à realidade brasileira, com uma linguagem simples que fosse capaz de ser compreendida pelo povo.
Na década de 1960, a proposta do Cinema novo recebeu a adesão de novos cineastas, como Glauber rocha, Ruy Guerra, Arnaldo Jabor, Cacá Diegues, entre outros. O lema deles era “uma ideia na cabeça e uma câmara na mão”. O filme “Rio, 40 graus” de Nelson Pereira dos Santos, por exemplo, de 1955 tratava do difícil cotidiano de cinco meninos pobres cariocas.
A simplicidade das produções e a intenção de filmar um Brasil primitivo e rural contrastavam com a produção cinematográfica da década de 1940, que copiava os padrões de Hollywood, realizando filmes caros e que pouco tratavam da realidade brasileira.
Teatro engajado: o Teatro de Arena
Em 1953, foi fundado em São Paulo o grupo Teatro de Arena. Essa companhia teatral buscava produzir espetáculos com baixos custos que privilegiavam temas ligados às contradições do Brasil, bem como valorizavam os atores e diretores nacionais.
Em 1958, o Teatro de Arena encenou “Eles não usam black-tie”, peça de Gianfrancesco Guarnieri, cujo enredo evidencia o cotidiano dos operários. Essa apresentação evidenciava a opção do grupo pelo teatro engajado, que além de encenar temas nacionais, pretendia provocar nos espectadores reflexões sobre a realidade social do país.
4. O Brasil se firma no futebol e tem a mulher mais bonita do mundo
O Brasil é conhecido por ter o melhor futebol do mundo e, também por ter as mulheres mais belas.
Anos dourados no esporte
Nas décadas de 1950 e 1960, os muitos esportistas brasileiros consagraram-se mundialmente. O atleta Adhemar Ferreira da Silva foi bicampeão olímpico no salto triplo (1952-56). O tenista Maria Esther Bueno foi tricampeã no torneio de Wimbledon (1959,60,64), na Inglaterra. O pugilista Éder Jofre sagrou-se campeão mundial em 1960.
No futebol, o Brasil sediou a primeira Copa do Mundo após a II Guerra Mundial em 1950, além de presenterar o mundo o maior jogador de futebol de todos os tempos: Edson Arantes do Nascimento (Pelé). O futebol brasileiro se firmou como sendo um dos grandes do futebol mundial seleção brasileira ganhadora das Copas do Mundo de 1958 e 1962, juntamente com os títulos Sul-americanos e mundiais do Santos Futebol Clube em 1962-3. Também no período, um jogador de futebol fez história no poderoso clube espanhol Real Madri, Evaristo de Macedo.
Os concursos de “misses”
O Miss Universo, foi oficialmente organizado em 1952, tendo como finalidade eleger a mulher mais bela do mundo. No Brasil o primeiro concurso de Miss Brasil ocorreu em 1954 e foi vencida pela baiana Martha Rocha, que ficou em segundo lugar no concurso mundial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário