segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Europa Dividida Religiosamente

Em meados do século XVI, a cristandade na Europa estava dividida em várias igrejas. Dentro da cada país as pessoas eram obrigadas a seguir a religião do rei. Do vasto domínio da Igreja católica Romana, na Europa, restaram apenas a Península Itálica, Espanha, Portugal, Áustria, França, Polônia, Sul do Sacro Império Romano Germânico e Irlanda. E mesmo nessas regiões, os protestantes tinham muitos adeptos.

Sacro Império Romano Germânico
Martinho Lutero, iniciou a
Reforma Protestante
Nobres e camponeses apoiaram Lutero: os senhores ambicionavam apoderar-se das terras da Igreja e ampliar seus poderes abalados com a decadência feudal; os lavradores desejavam escapar das obrigações feudais (entre elas o pagamento do dízimo à Igreja).
O imperador do Sacro Império Romano Germânico, Carlo V, era representante secular da cristandade e manteve-se inquieto com a evolução reformista. Julgava que o luteranismo poderia fortalecer setores da nobreza que se opunham ao poder imperial.
Depois de muitos confrontos entre as tropas imperiais e os partidários da reforma religiosa, liderados por parte da nobreza, Carlos V convocou uma assembleia, realizada em Sipra (1529). Nela, o imperador tentou fazer valer sua autoridade e determinou a submissão dos luteranos. Estes protestaram contra a decisão imperial e passaram a ser chamados de protestantes.
Em meio à expulsão luterana nos principados germânicos e aos conflitos com o imperador, em 1530, Felipe de Melanchton, discípulo de Lutero, redigiu a Confissão de Augsburgo (cidade onde ela foi escrita), definindo o credo dos protestantes. Depois disso, em 1555, um acordo foi assinado, na mesma localidade, entre o imperador católico e os nobres protestantes: a chamada Paz de Augsburgo.

Rei inglês Henrique VIII separou a igreja
inglesa de Roma
Inglaterra
Após a fundação da Igreja anglicana, surgiram, com os sucessores de Henrique VIII, urna série de lutas religiosas internas. Primeiro, no governo de Eduardo VI (1547-1553), tentou-se implantar o calvinismo no país. Depois, no governo de Maria Tudor (1553-1558), filha de Catarina de Aragão, houve a reação católica. Somente no reinado de Elizabete I (1558-1603) aconteceu a consolidação da Igreja anglicana, com a mistura de elementos do catolicismo e da doutrina protestante.
O calvinismo conseguiu, entretanto, grande número de adeptos entre a burguesia manufatureira. Foi entre os calvinistas que surgiram os grandes líderes da Revolução Inglesa do século XVII, revolução que rompeu de vez com que restava do sistema feudal na Inglaterra, promoveu o avanço do capitalismo.

França
Massacre na Noite de São Bartolomeu
Na França, a divisão entre católicos e protestantes se manifestou de forma violenta. A divisão mais acirrada opunha os católicos e calvinistas, chamados na França por huguenotes. Apesar da perseguição movida pelo governo católico, os protestantes se expandiram pelo reino, concentrando-se nos centros comerciais mais importantes, como paris, Lion e Orleans.

Noite de São Bartolomeu
As tensões entre católicos e calvinistas se agravaram no reinado de Carlos IX (1560-1574). O momento mais grave de crise ocorreu em 24 de agosto de 1572, durante a chamada Noite de São Bartolomeu, quando mais de 3 mil huguenotes foram massacrados em Paris a mando da mãe do rei, a católica Catarina de Médici.

O terrível episódio desencadeou uma onda de guerras religiosas na França que provocou a morte de milhares de pessoas. O conflito só terminou com a promulgação do Edito de Nantes, em 1598, que concedeu liberdade de culto no país.



-Reforma Religiosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário