Europa Dividida Religiosamente
Em
meados do século XVI, a cristandade na Europa estava dividida em várias
igrejas. Dentro da cada país as pessoas eram obrigadas a seguir a religião do
rei. Do vasto domínio da Igreja católica Romana, na Europa, restaram apenas a
Península Itálica, Espanha, Portugal, Áustria, França, Polônia, Sul do Sacro
Império Romano Germânico e Irlanda. E mesmo nessas regiões, os protestantes
tinham muitos adeptos.
Sacro Império Romano Germânico
Martinho Lutero, iniciou a Reforma Protestante |
Nobres
e camponeses apoiaram Lutero: os senhores ambicionavam apoderar-se das terras
da Igreja e ampliar seus poderes abalados com a decadência feudal; os
lavradores desejavam escapar das obrigações feudais (entre elas o pagamento do
dízimo à Igreja).
O
imperador do Sacro Império Romano Germânico, Carlo V, era representante secular
da cristandade e manteve-se inquieto com a evolução reformista. Julgava que o
luteranismo poderia fortalecer setores da nobreza que se opunham ao poder
imperial.
Depois
de muitos confrontos entre as tropas imperiais e os partidários da reforma religiosa,
liderados por parte da nobreza, Carlos V convocou uma assembleia, realizada em
Sipra (1529). Nela, o imperador tentou fazer valer sua autoridade e determinou
a submissão dos luteranos. Estes protestaram contra a decisão imperial e
passaram a ser chamados de protestantes.
Em
meio à expulsão luterana nos principados germânicos e aos conflitos com o
imperador, em 1530, Felipe de Melanchton, discípulo de Lutero, redigiu a
Confissão de Augsburgo (cidade onde ela foi escrita), definindo o credo dos
protestantes. Depois disso, em 1555, um acordo foi assinado, na mesma
localidade, entre o imperador católico e os nobres protestantes: a chamada Paz
de Augsburgo.
Rei inglês Henrique VIII separou a igreja inglesa de Roma |
Inglaterra
Após
a fundação da Igreja anglicana, surgiram, com os sucessores de Henrique VIII,
urna série de lutas religiosas internas. Primeiro, no governo de Eduardo VI
(1547-1553), tentou-se implantar o calvinismo no país. Depois, no governo de
Maria Tudor (1553-1558), filha de Catarina de Aragão, houve a reação católica.
Somente no reinado de Elizabete I (1558-1603) aconteceu a consolidação da
Igreja anglicana, com a mistura de elementos do catolicismo e da doutrina
protestante.
O
calvinismo conseguiu, entretanto, grande número de adeptos entre a burguesia
manufatureira. Foi entre os calvinistas que surgiram os grandes líderes da
Revolução Inglesa do século XVII, revolução que rompeu de vez com que restava
do sistema feudal na Inglaterra, promoveu o avanço do capitalismo.
França
Massacre na Noite de São Bartolomeu |
Na
França, a divisão entre católicos e protestantes se manifestou de forma
violenta. A divisão mais acirrada opunha os católicos e calvinistas, chamados
na França por huguenotes. Apesar da perseguição movida pelo governo católico,
os protestantes se expandiram pelo reino, concentrando-se nos centros
comerciais mais importantes, como paris, Lion e Orleans.
Noite
de São Bartolomeu
As
tensões entre católicos e calvinistas se agravaram no reinado de Carlos IX
(1560-1574). O momento mais grave de crise ocorreu em 24 de agosto de 1572,
durante a chamada Noite de São Bartolomeu, quando mais de 3 mil huguenotes
foram massacrados em Paris a mando da mãe do rei, a católica Catarina de
Médici.
O
terrível episódio desencadeou uma onda de guerras religiosas na França que
provocou a morte de milhares de pessoas. O conflito só terminou com a
promulgação do Edito de Nantes, em 1598, que concedeu liberdade de culto no
país.
-Reforma Religiosa
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