Democracia Ateniense
Democracia segundo os gregos se refere ao governo do demos (palavra que significava tanto “povo” quanto
uma divisão territorial administrativa de Atenas). A democracia ateniense era uma mistura de participação direta, na Eclésia e participação representativa no Bulé.
A aristocracia ateniense
No
início do século VII a.C., a pólis de Atenas passava por um período de grande
transformação. O aumento da riqueza dos comerciantes e artesãos os levou a
exigir participação nas decisões políticas. Até aquele momento, apenas os
aristocratas podiam participar dos conselhos que governavam a pólis.
No
campo, os aristocratas passaram a possuir a maior parte das terras disponíveis.
Os mais pobres, por sua vez, eram obrigados a tomar dinheiro emprestado para
sobreviver. Para pagar suas dívidas, esses agricultores perdiam suas terras e,
em muitos casos tornavam-se escravos.
O
caminho para a democracia ateniense
No
século VI a.C., a sociedade ateniense era regida pelas leis draconianas[1],
a qual estabelecia: o areópago (conselho
dos anciãos), com a finalidade de julgar e punir sobre crimes graves; poder patriarcal, assim o pai da família
tinha poder sobre sua família e os demais habitantes da casa; determinava as categorias
de cidadãos de acordo com o seu nascimento.
Por muito tempo, só era considerado cidadão de Atenas os homens, adultos, filhos de pais e mães atenienses. As mulheres nunca foram consideradas cidadãs |
As
leis draconianas eram muitas severas, por exemplo, previam pena de morte para
roubo. Além do mais, era muito elitista, favoreciam os grandes proprietários de
terras (aristocracia rural) e ignoravam os pobres e permitia a escravidão por
dívida e não permitia a mobilidade social.
O
aristocrata Sólon foi eleito, em 594 a.C., arconte
(magistrado) com amplos poderes, para tentar diminuir a tensão social que havia
em Atenas e evitar a guerra civil. Assim, Sólon ao longo de seu governo
realizou, inúmeras reformas políticas e sociais: proibiu a escravidão por dívida e anulou as
dívidas existentes; criou quatro categorias de cidadãos de acordo a renda de
cada um.
Para
ser eleito arconte, era necessário participar da primeira classe, os mais
ricos. Foi criado o Bulé, conselho
encarregado de preparar os trabalhos para a Eclésia (assembleia de cidadãos) – que na prática ficou sob
controle dos ricos. A partir de então, para ser considerado cidadão em Atenas,
era necessário ser homem nascido em Atenas e filhos de mãe e pai atenienses e ter capacidade de
custear sua participação no exército.
Apesar
das reformas feitas por Sólon, as tensões sociais continuaram. Surgiu então a
tirania[2] de Pisístrato, em 594
a.C., que favoreceu as classes mais inferiores. Durante seu reinado os agricultores
receberam terras dos aristocratas exilados e ajuda econômica para o custeio da
produção do governo. Realizou reformas urbanas em Atenas, dando empregos aos
cidadãos pobres. Incentivou a colonização na Trácita, os ocultos populares e
estimulou o comércio.
A democracia
ateniense
Após
Pisístarto morrer em 510 a.C., seus filhos assumiram seu reinado, mas não
conseguiram permanecer no poder. Clístenes em 508 a.C., assume o poder de Atenas
com apoio da população e inaugura o período democrático de Atenas.
Discurso de Péricles |
Clistenes
em 488 a.C, implantou uma lei do ostracismo em Atenas determinando. O
ostracismo determinava que qualquer cidadão que ameaçasse a segurança da cidade
seria condenado ao exílio por dez anos. Alei procurava evitar que se repetisse
um governo tirano em Atenas.
Haviam ainda os tribunais, compostos por 6000 helieus (juízes, sorteados pela Eclésia, que julgavam os casos mais comuns) e pelos aerópagos (antigos arcontes que julgam os casos mais graves, como homicídios e as questões religiosas).
Mesmo as mulheres nascidas em Atenas de pais e mãe atenienses, não eram consideradas cidadãs, e, portanto, não poderiam participar da Eclésia. A função das mulheres era de esposas, deveriam passar o tempo cuidando dos afazeres do lar.
Em
451 a.C. Péricles, que fora eleito 15 vezes para o cargo de estratego, retomou
ao antigo conceito de cidadania para os homens nascidos em Atenas filhos de mãe
e pai atenienses. Contudo os metecos, e os cidadãos eram considerados aptos
para o serviço militar, quando a Eclésia assim os recrutassem.
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[1] Por terem sido muito severas, hoje
quando uma lei é muito cruel, fala-se em ser um lei draconiana.
[2] Tirania era o nome dado pelos
gregos a um governo irregular, posto a força, fora das leis existentes,
diferente da tirania de hoje que se refere a governos que tiram direitos civis
e as liberdades individuais.
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