Independência da Índia
A
Índia passou a ser colônia inglesa no século XVII, área que corresponde hoje a
atual Índia, Paquistão e Bangladesh. No século XIX, a Índia era considerada a
joia mais preciosa da Coroa britânica, devido os seus 400 milhões de
habitantes, que possibilitava um importante mercado consumidor dos produtos ingleses.
Religiosamente a Índia era dividida entre muçulmanos e hindus os quais viviam
em constante conflito.
Primeiros movimentos
No
século XIX, iniciaram os primeiros movimentos pró-libertação da Índia. Em 1885
a elite hindu fundou o Partido do
Congresso Indiano (PCI), para mobilizar a população contra a dominação
inglesa no país. Contudo, era muito complicado mobilizar o país em torno de um
mesmo ideal, pois a Índia estava dividida em duas religiões, muçulmana e
hinduísta. Para piorar, o hinduísmo era composto por castas rigidamente
estratificadas, fragmentando ainda mais a sociedade.
A
parte muçulmana não se sentia representada pelo PCI, então em 1906 Mohamed Ali
Jinnah fundou a Liga Muçulmana, para
representar a parte muçulmana da Índia, cerca de 24% da população.
Gandhi e a resistência
pacífica
Mohandas
Karamchand Gandhi, nasceu em 1869, da casta dos vaícias ou vaixás, quando
jovem foi estudar Direito na Inglaterra. Na metrópole tomou contato com outras
religiões e estudou filosofia. Fortemente influenciado pelos escritores Henry Thoreau, estadunidense que
defendia a desobediência civil e o russo Lenon
Tolstoi, com seus ideais cristãos.
Após
se formar em direito, foi exercer a profissão na África do Sul, outra colônia britânica,
iniciando lá sua defesa aos hindus. Gandhi retornou para a Índia em 1914, onde ingressou
no PCI e passou a liderar a campanha pela libertação de seu país, nas décadas
de 1920 e 1930. Adotou o nome de Mahatma
que significa grande alma, propôs a resistência
pacífica utilizando a tática de desobediência civil.
60 mil indianos caminharam 300 quilômetros para não comprar sal inglês |
Gandhi
conseguiu unir hindus e muçulmanos na luta contra o domínio inglês. Mahatma propunha um boicote aos
produtos ingleses, os indianos não comprariam e não usariam mercadorias
fabricados pelos ingleses. Assim, os indianos se organizaram e passaram a
produzir e consumir seus produtos. Os indianos não deveriam obedecer nenhuma
lei considerada injusta por eles além de não pagarem impostos aos britânicos.
Na
década de 1930, Mahatma organizou uma das maiores mobilizações contra o monopólio
inglês. A Marcha do Sal reuniu cerca
de 60 mil pessoas, que caminharam em torno de 300 quilômetros até o mar, para
ter acesso ao produto. Gandhi juntamente com as 60 mil pessoas foram presas,
mas o monopólio do sal caiu.
Independência
O
desgaste da Inglaterra durante a II Guerra Mundial e os vários prejuízos comerciais favoreceram
a independência da Índia. O parlamento inglês, liderado pelo Partido
Trabalhista, aceitou negociar com os líderes indianos a independência da Índia.
Após
iniciada as negociações, muçulmanos e hindus entraram em conflito novamente,
causando cerca de 1 milhão de mortos. Assim em 15 de agosto sugiram dois
países: da parte centro-sul, surgiu a Índia
de maioria hindu; do noroeste e nordeste surgiu o Paquistão Ocidental e Paquistão Oriental, respectivamente de maioria muçulmana. Em 1971, Paquistão Oriental constitui um país separado, de nome Bangladesh.
Tensão entre Índia e Paquistão
Mahatma
Gandhi anunciou que faria uma viagem ao Paquistão em 1948, para estreitar as
relações entre muçulmanos e hindus. Em 30 de janeiro de 1948 foi assassinado
por hindu nacionalista radical. A partir de então, Índia e Paquistão estiveram em
lados opostos e praticaram uma política de hostilidade mútua, que persiste até
hoje.
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