quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Industrialização do Brasil

Para o Brasil, país subdesenvolvido, tornar-se industrializado, foi preciso percorrer um longo processo. A inauguração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a implantação a indústria automobilística no país foram os dois marcos nessa jornada.

1. Período colonial
Durante o período colonial, era praticamente proibida a instalação de estabelecimentos comerciais e industriais na colônia que concorressem com a metrópole portuguesa. Poucas atividades eram permitias. Entre elas estavam a produção e açúcar, e tecidos grosseiros, olarias, forjas, curtume, manufatura de tabaco e de algodão e ourivesaria.
O desenvolvimento destas atividades causou a apreensão da metrópole, temendo criar um concorrente de maior expressão que ela própria que tomou as seguintes providências:
Os engenhos de açúcar eram uma das poucas
atividades permitidas por Portugal em
sua colônia  na América
a) Proibiu o ofício de ourives em 1766;
b) Extinguiu todas as formas de manufaturas e têxteis, menos a de panos grosseiros usados pelos escravos.

2. Período imperial
Uma das primeiras medidas de D. João VI no Brasil, foi a liberação a produção de manufaturas no Brasil, e extinção o pacto colonial. Contudo, outra medida de D. João VI foi o acordo comercial com a Inglaterra, que assegurava uma taxação de importação inferior aos demais países (15%), que aqui despejou seus produtos industrializados, prejudicando o desenvolvimento industrial nacional. Com isso, enquanto alguns países europeus e os EUA conviviam com suas industrializações, o Brasil continuou sendo um país agroexportador de gêneros agrícolas e matéria prima.
Já como nação politicamente independente desde 1822, o Brasil, em 1828, adotou uma taxa de importação de 16%. Foi o início de uma política protecionista, para desenvolve r a indústria, que não conseguia devido ao preço baixo dos produtos vindo do exterior.
A lei Eusébio de Queiroz proibiu o tráfico de escravos, com
isto o capital empregado no tráfico foi reinvestido e
 surgiram empresas e companhias no Brasil 
Em 1844, a Lei Alves Branco taxou a 20% os produtos sem similar no mercado nacional e a 60% com similares na indústria nacional. Além disso, o câmbio desfavorável e a balança comercial deficitária dificultavam as importações. A produção interna e matérias-primas como algodão, a vinda de imigrantes, fornecendo mão de obra, trazendo conhecimentos tecnológicos usados na Europa, e a expansão do mercado de consumo completaram o quadro favorável, provocando um primeiro surto industrial.
Em 1850, a Lei Eusébio de Queiroz, que extinguiu o tráfico de escravos, favoreceu o desenvolvimento industrial, pois o capital que era empregado para esse comércio foi canalizado para a indústria.
Em 1880, ocorreu o primeiro grane surto industrial brasileiro. O número de estabelecimentos passou de 200, em 1881, para 600, em 1889. As principais indústrias eram as têxteis, alimentícias, químicas, madeireira e de confecções, que surgiram em localidades de colonização italiana ou alemã.

3. Período republicano
Com a I Guerra Mundial, a indústria europeia praticamente
 inexistia para os gêneros de primeira necessidade
Em 1907, foi realizado o primeiro Censo Industrial. Os estabelecimentos industriais se concentravam no Rio de Janeiro e em São Paulo: tinha 150.841 operários para 3.258 empresas.
Durante a I Guerra Mundial, o Brasil teve um período de desenvolvimento industrial. Os países fornecedores de produtos industrializados canalizaram sua produção para a guerra, diminuindo as exportações. A indústria nacional se diversificou para suprir as necessidades. O número de empresas em 1920 já chegava em 13.336, que abrangia os seguintes ramos: alimentos, têxtil, vestuário, calçados, móveis, metalurgia e mecânica. 
Durante o período de 1914 a 1918,  o Brasil teve um período de prosperidade industrial. Como os países europeus estavam envolvidos com a I Guerra Mundial, sua indústrias foram direcionadas aos esforços de guerra (armas, munições e farmentos), o Brasil deixou de ser um país importador de produtos industrializados, para ser um país exportador, princialmente para a Europa.

 Vargas tirou o Brasil de uma economia agroexportadora
para uma economia industrial com capital nacional
O nacional-desenvolvimentismo- período Vargas
A crise da Bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, demonstrou toda a fragilidade da economia agroexportadora brasileira. A Revolução, de 1930, foi um reflexo do desejo de mudanças, tirando do poder político uma elite agrária, que estava comandando o Brasil por 30 anos.
Com a crise de 1929, uma parcela razoável do capital cafeeiro foi reinvestido em atividades urbanas fabris, como a produção e alimentos e tecidos, modificando e dinamizando nossa economia com a lenta transição o predomínio do capital agrícola, para o capital industrial. O Brasil recebeu investimentos e capital estrangeiro, especialmente de ingleses e norte americanos, além de serem criadas empresas estatais em setores chaves da economia industrial. 
A política de industrialização de Getúlio Vargas foi a substituição dos produtos importados, por indústrias instaladas no Brasil, restringindo a entrada de produtos importados. Para tanto, foi necessário investimentos maciços em infraestrutura, para a instalação das indústrias no país. 
O Estado foi responsável pela criação de grandes empresas: Companhia Siderúrgica Nacional (organizada em 1941 e posta em funcionamento em 1946, em Volta Redonda-RJ), Companhia Vale do Rio Doce (mineradora instalada em Minas Gerais, em 1942), Fábrica Nacional de Motores (FNM- criada em 1945 no Rio de Janeiro) e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Recife -PE).
Em 1945, com o término da II Guerra Mundial e da ditadura de Getúlio, a indústria brasileira modernizou-se, devida a possibilidade de importação de máquinas e equipamentos de úlytima geração. Em seu segundo mantado, vargas criou a Petrobrás, buscando solucionar o problema da produção de petróleo.

JK abriu o Brasil para o capital internacional
A internacionalização da indústria- período JK
O período do presidente Juscelino Kubischek (1956-1960), atavés do Plano de Metas (fazer o Brasil crescer 50 anos em 5), privelegiou as obras para geração de energia, telecomunicações, alimentação, indústrias de base e de transportes, principalmente a construção de rodovias, que facilitou a instalação de montadoras de veículos estrangeiras no país. Seu governo não se preocupou em proteger a indústria nacional, marcando o início da internacionalização do parque industrial.
O Brasil abriu sua economia para o capital estrangeiro, dando incentivos para que multinacionais se instalassem aqui. Nessa época, além das montadoras, vieram indústrias de aparelhos eletroeletrônicos e de alimentos, que mais tarde comprariam empresas nacionais, que não conseguiram competir contra o capital internacional, passando a controlar o mercado interno.
Durante a Ditadura Militar, o Brasil investiu em infraestrutura
e polos industriais (Polo Petroquímico na cidade de Triunfo/RS) 

Período da Ditadura Militar
Durante a Ditadura Militar o governo investe fortemente em energia e infraestrutura para atrair grandes empresas. Porém neste período, começa haver uma descentralização das grandes indústrias, que até então e quase concentrada em São Paulo, para outros polos de desenvolvimento. Nesta época é criado o Polo Petroquímico na cidade de Triunfo RS e instalação da montadora de automóveis da FIAT em Minas Gerais. O setor de comunicações também foi beneficiado nesse período. Os investimentos foram feitos graças à grande captação de recursos no exterior, o que elevou a dívida externa, pois boa parte desse capital foi investido em setores não rentáveis da economia.

Muitas das empresas estatais, que levaram décadas para serem
 construídas, o presidente Fernando Henrique Cardoso/PSDB
levou apenas 8 anos para privatizar com preço bem a
baixo que elas valiam
Neoliberalismo
A partir da década de 1990, e da emergência das ideias neoliberais, o processo de industrialização do país toma novo rumo, com a privatização de grande parte das estatais e da abertura cada vez maior da economia do país ao capital internacional, além da retirada de direitos trabalhistas históricos. Neste período iniciado no governo do Presidente cassado Fernando Collor de Melo (PRN) tem seu auge nos 8 anos do governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em que defendiam “Estado Mínimo”, ou seja a não intervenção do Estado na economia nem a posse de empresas e bancos, onde todos este empreendimentos deveriam estar nas mãos da iniciativa privada e a dependência de capital estrangeiro.

Após a presidência de Lula, o Brasil deixou de ser uma
economia neoliberal
Neo nacional-desenvolvimentismo
Com os estragos causados durantes os 12 anos de governo neoliberal, o Brasil passa por uma nova faze de sua economia. Com a eleição de Luiz Inácio da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) de 2003 à 2014, é posto em prática um novo modelo econômico. Com políticas públicas de inclusão social, facilidade de acesso ao crédito e investimentos em setores de infraestrutura se volta necessariamente, principalmente nos 5 primeiros anos, para o grande mercado interno que o Brasil possui. 
A pós se restaurar internamente, as grandes empresas nacionais, começam a se expandir por novos mercados. Pode-se notar que há empresas importantes de capital nacional espalhadas pela América latina, África e Oriente médio. Muitas empresas estrangeiras também continuam investindo no Brasil, mas ao contrário do presidente Fernando Henrique Cardoso, que dava incentivos fiscais para instalarem-se aqui. Hoje estas empresas se instalam e pagam os devidos impostos. Outro ponto positivo é o aumento de números de empregos durante o período dos presidentes petistas. Foi neste período que o Brasil pagou sua dívida externa com o Fundo Monetário Internacional. As poucas empresas estatais que restaram, foram fortalecidas.


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