terça-feira, 13 de outubro de 2015

ERA NAPOLEÔNICA

Ao assumir o poder da França Revolucionária, Napoleão concretizou o grande medo de Robespierre de que um militar de destaque viesse comandar a nação e a Revolução.

1. O Golpe do 18 de Brumário
O Diretório não conseguia se consolidar, devido a uma série crise econômica. A saída encontrada por alguns diretores foi o fortalecimento do poder. Para tanto, em 1797 foi restaurado a legislação rigorosa contra a Igreja e a nobreza, foi restabelecida a censura, foram fechados vários jornais e houve perseguições aos opositores do regime. Membros girondinos e da planície temiam a volta do Período do Terror, por isto conspiraram contra o Diretório.
Em 18 de Brumário do ano VIII (9 de novembro de 1799), liderados pelo jovem e brilhante general da França, Napoleão Bonaparte, desfecharam um Golpe de Estado em e instalaram um novo modelo político, o Consulado. Napoleão, se destacou pela sua coragem, valentia e estratégia durante as guerras da Itália (1796-1797) e do Egito (1798-1799).

2. Consulado
O consulado era republicano, o poder executivo era chefiado por três cônsules: Napoleão, Roger Ducos e Sieyés. Napoleão foi eleito primeiro-cônsul da república, portanto era ele quem realmente governava. Napoleão comandava o exército, propunha novas leis, nomeava os membros da administração e controlava a política externa.
O Consulado, chefiado por Napoleão conseguiu recuperar a economia francesa. Napoleão convocou um plebiscito para 1802. Os resultados obtidos neste período foram tão grandes, que Napoleão foi nomeado cônsul vitalício neste ano.

3. Império
Em 1804 foi realizado um novo plebiscito, para consultar a população sobre a implantação de um império. Com 60% de votos favoráveis, foi reestabelecido o regime monárquico. Em 2 de Dezembro de 1804, o general foi coroado Napoleão I, na Catedral de Notre Dame. No momento da coroação, Napoleão pegou a coroa das mãos do papa Pio VII, que foi especialmente a Paris para coroá-lo, e se auto-coroou. Logo após corou sua esposa Josefina como imperatriz francesa.
Napoleão Bonaparte retira a coroa das mãos do papa Pio VII
e se auto-coroou imperador da França
Tendo apoio do exército realizou uma série de reformas. Reorganizou a cobrança de impostos, taxando os produtos importados. Fundou o Banco da França, responsável pela emissão de papel moeda, financiar a agricultura e as atividades industriais.
Reformou a administração pública. Os departamentos e outras unidades administrativas foram confiados a funcionários indicados por Napoleão, bem como os cargos de juízes, até então eleitos localmente. Dividiu a França em departamentos, pra facilitar o controle do poder central. Criou um exército nacional profissional, bem treinado e bem armado.
Investiu na infraestrutura, construindo estradas e pontes. Melhorou o serviço de correios.  Organizou a educação francesa, fundando uma faculdade para formação de professores em Paris e construindo escolas por toda a França, tornando o ensino fundamental obrigatório e público.
Organizou o sistema jurídico da França, criando o Código Civil Napoleônico (base de vários sistemas jurídicos de hoje), consagrando o direito à propriedade privada. Instituiu o casamento civil, igualdade de todos prante a lei e garantiu direito à liberdade individual. 
Napoleão Conseguiu expandir o domínio francês por quase
toda a Europa Continental
Proibiu a organização dos trabalhadores em sindicatos. As mulheres ficaram subordinadas aos maridos e os filhos seriam maiores de idade após completarem 21 anos de idade.
No campo religioso, estabeleceu relações diplomáticas com Roma. Negociou com o papa Pio VII, o poder da França escolher seus bispos. Confirmou o confisco dos bens da Igreja. Em contrapartida,  o Estado pagaria uma pensão ao clero e o catolicismo foi declaro a religião oficial da França.

Império Napoleônico
Napoleão resolveu espalhar os ideais da Revolução Francesa para os demais reinos absolutistas europeus. Para tanto, Napoleão liderou uma série de guerras, expandindo o domínio francês. A França invadiu a Prússia, acabou com o Sacro Império Romano-Germânico, constituindo em seu lugar a Confederação do Reno. O norte da península Itálica já havia sido conquistada em 1801. A Bélgica, Holanda, Espanha e outros estados germânicos passaram a ser controlados diretamente pelo Império de Napoleão, ou por seus parentes, ou administrados em sistema de protetorado. Essa expansão levou a disseminação para o continente dos princípios liberais franceses.
Em pouco tempo seu exército se tornou o mais poderoso da Europa. Os ingleses preocupados com o poderio francês, formaram coligações internacionais contra o expansionismo francês.
Em 1805 a França tentou invadir a Inglaterra, mas foi derrotada na batalha marítima de Trafalgar. Decorrente deste fato o governo Napoleônico tentou enfraquecer a Inglaterra de outra maneira. Em 1806 decretou o Bloqueio Continental, o qual dizia que todos os países da Europa não deveriam estabelecer relações comercias com os ingleses.
Portugal descumpriu as ordens de Napoleão e teve seu reino invadido. D. João, juntamente com toda sua corte fugiram para o Brasil. A Rússia tinha aderido ao Bloqueio Continental, após a assinatura da Paz de Tilsit, em 1807. Como era um país essencialmente agrícola e estava enfrentando uma grave crise econômica viu-se obrigado a abandonar o Bloqueio Continental.
A invasão à Rússia causou a ruína de Napoleão
Em vingança a decisão do Czar Alexandre I, o governo napoleônico decidiu invadir a Rússia em 1812.Os generais acostumados com grandes vitórias conduziam suas tropas pelo imenso território russo, enquanto as tropas czaristas recuavam colocando fogo nas plantações e em tudo que servisse aos invasores, na estratégia de terra arrasada. Em Moscou as tropas russas começaram a enfrentar as tropas francesas que estavam mal-alimentadas e desgastadas, muitos soldados desertaram. Devido isso, Napoleão não teve outra escolha a não ser abortar a invasão na Rússia e retornar a Paris.
A desastrosa campanha militar na Rússia encorajou outros países europeus a reagirem contra a supremacia francesa. A Prússia e a Áustria se uniram à Rússia e a Inglaterra, vencendo Napoleão em Leipzig, Alemanha em 1813, na Batalha da Nações.
Em 6 de Abril de 1814 um exército formado por ingleses, austríacos, russos e prussianos tomaram Paris, sem apoio político, Napoleão abdicou do trono francês, recebendo em troca soberania, sobre a Ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo e uma pensão de 2 milhões de francos anuais. O trono francês foi entregue a Luís XVIII, irmão de Luis XVI que foi obrigado a aceitar o Tratado de Paris.

3. Os 100 dias de Napoleão e sua queda final
Napoleão, fugiu da Ilha de Elba em março de 1815, retornando a França, foi recebido festivamente por seus ex-soldados e por populares. Enquanto Luís XVIII, fugia para a Bélgica, Napoleão assumia pela segunda vez o governo francês.
A batalha de Waterloo, derrotou definitivamente Napoleão
As sucessivas guerras tinham abalado a economia e dizimado a população francesa, perto de 3 milhões de pessoas morreram. No entanto, rapidamente Napoleão reorganizou o exército francês, apelando para os mais jovens. Em seguida, tentou uma ofensiva fulminante contra os territórios das nações adversárias. Chocou-se com a última coligação em Waterloo, na Bélgica, em 18 de junho de 1815, onde foi vencido e aprisionado pelos ingleses, que o exilaram na Ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, onde morreu em 1821.  Luís XVIII foi restaurado pela segunda vez, o Império estava acabado.

4. Europa e a restauração da antiga “ordem”
Antes mesmo dos cem dias de Napoleão, as potências europeias reuniram-se em Viena, na Áustria, para redefinir as fronteiras que haviam sido modificadas pelas campanhas napoleônicas, e restaurar a ordem no continente.

Congresso de Viena
Realizado na Europa entre 1814 e 1815, o Congresso de Viena foi responsável pela reorganização geopolítica do continente e deveria refletir o Princípio da Legitimidade Em Novembro de 1814, os países da 6ª Coligação reuniram-se no Congresso de Viena para redesenhar o mapa da Europa, teve como principal objetivo promover a reorganização territorial da Europa. Antes mesmo dos 100 dias de Napoleão. Portugal não podia participar pois era uma coroa refugiada na colônia. Os líderes do Congresso de Viena foram: Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra. Dois princípios básicos orientaram as resoluções do Congresso:
A restauração das dinastias destituídas pela Revolução e consideradas "legítimas";
Rússia, Prússia, Áustria e Inglaterra se reuniram em
Viena na Áustria para restabelecer a antiga
ordem na Europa
Rússia, Prússia, Áustria e Inglaterra se reuniram em
A restauração do equilíbrio entre as grandes potências, evitando a hegemonia de qualquer uma delas;
Objetivos:
Refazer o mapa europeu;
Recolocar no trono os reis depostos por Napoleão Bonaparte, ou seja, voltar o absolutismo;
Recolonizar as nações americanas.
Medidas:
Restaura o absolutismo real: exceto em Portugal, onde o rei foi deposto;
Cria uma força armada para manter a paz (Santa Aliança);
O Brasil é elevado à condição de Reino Unido de Portugal e Algarves: pois assim, Portugal poderia participar do congresso;
Obriga D. João a devolver a Guiana.
A divisão territorial não satisfez a nenhuma das potências participantes, porém foi restabelecido o equilíbrio entre elas:
A Rússia anexou parte da Polônia, Finlândia e a Bessarábia;
A Áustria anexou a região dos Bálcãs;
A Inglaterra ficou com a estratégica Ilha de Malta, o Ceilão e a Colônia do Cabo, o que lhe garantiu o controle das rotas marítimas;
A Suécia e a Noruega uniram-se;
A Prússia ficou com parte da Saxônia, da Westfália, da Polônia e com as províncias do Reno;
Luís XVIII, irmão do rei guilhotinado
em 1792 restabelece a dinastia
dos Bourbons na França
A Bélgica, industrializada, foi obrigada a unir-se com à Holanda formando o Reino dos Países Baixos;
A Espanha e Portugal não foram recompensados com ganhos territoriais, mas tiveram restauradas as suas antigas dinastias. O Brasil foi elevado a Reino Unido a Portugal e Algarves;
Os Principados Alemães formaram a Confederação Alemã com 38 Estados, A Prússia e a Áustria participavam dessa Confederação;
A Turquia manteve o controle dos povos cristãos do Sudeste da Europa.

O Tratado de Paris
Obrigou a França a pagar indenizações as nações anteriormente por ela ocupadas. Seu território passou a ser controlado por exércitos aliados, pago por ela e sua marinha de guerra foi desativada. Suas fronteiras permaneceram as mesmas de 1789. Luís XVIII, irmão de Luís XVI foi reconhecido como novo Rei.

2. Santa Aliança

Para garantir, em termos práticos, a aplicação das medidas conservadoras do Congresso de Viena, o Czar da Rússia propôs a criação da Santa Aliança. Esta servia de ajuda mútua das monarquias europeias em nome "da religião, da paz e da justiça". Seu objetivo era estabelecer o direito de intervenção em qualquer região europeia em que se inicia-se um movimento liberal ou uma revolução burguesa. Porém após a independência das Colônias Latino-Americanas, a Santa Aliança se enfraquece e a Inglaterra por motivos econômicos se retira da Santa Aliança.





-Revolução Francesa
-Vinda da Família Real Para o Brasil
-França pós Napoleão

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