Egito Antigo
A
civilização egípcia desenvolveu-se às margens do Rio Nilo, em uma área
desértica no Nordeste africano.
1. O Egito
é um oásis
O Egito
Antigo foi uma civilização da antiguidade oriental ao Norte da África, concentrada
ao longo do curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país do Egito. Era
parte de um complexo de "Civilizações do Vale do Nilo", dos quais as
regiões ao Sul do Egito (hoje no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália). Tinha
como fronteira Norte o Mar Mediterrâneo, a Oeste o Deserto da Líbia, a leste o
Deserto Oriental Africano e a Sul a primeira catarata do rio Nilo.
O
Egito Antigo foi umas das primeiras grandes civilizações da antiguidade e
manteve durante a sua longa existência uma continuidade nas suas formas
políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos
condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contatos com
povos estrangeiros tenham sido também uma realidade. O Egito é dividido em
períodos históricos:
Período
pré-dinástico (até 3200 a.C.)
Há
milhões de anos, vários humanos de diferentes origens ocuparam o vale do Nilo.
Com a domesticação de animais e cultivo de plantas, esses grupos se fixaram e
formaram aldeias. Com base em interesses comuns, as aldeias foram se juntando
em unidades administrativas independentes chamadas nomos. Cada nomo era
governado por um único chefe, o monarca que acumulava as funções de líder
militar, juiz e rei.
Os
nomos, por serem independentes, muitas vezes se reuniam e faziam tarefas
importantes como; construir barragens, represas e etc. Os nomos passaram a
guerrear entre si, pois na medida em que a povoação crescia, eles faziam
guerras para ver quem tomava a posse das terras mais férteis. Ao fim desses
conflitos seculares, os vencedores impunham seu domínio aos vencidos, e desse
processo resultou a formação de dois reinos: O Baixo Egito, no delta do Nilo e
o Alto Egito, no vale do Nilo.
Antigo
reinado (3200 a.C. à 2040 a.C.)
A
unificação do Egito em 3200 a.C. é tomada como marco inicial do Antigo Reinado.
Nesse período, que durou até 2040 a.C., alguns monarcas conseguiram ampliar
seus poderes. Embora os faraós continuassem ocupando o trono, na prática, a
autoridade nesses nomos era exercida pelos monarcas locais.
Médio
reinado (2040 a.C. à 1550 a.C.)
Em
2040 a.C., o faraó Mentuhotep II derrotou os monarcas e concentrou novamente o
poder em suas mãos. Essa volta da centralização política é considerada o marco
inicial do Médio reinado.
Paralelamente
aos conflitos internos com os monarcas, os faraós entraram em disputas com
diversos povos vizinhos, principalmente os hicsos. Este acabaram invadindo o
Egito, assumindo diretamente o governo da parte Norte do território, e impondo
seus domínio sobre os dirigentes da parte Sul.
Novo
reinado (1550 a.C. à 1070 a.C.)
Entre
os anos de 1580 a.C. e 1550 a.C., os egípcios lutaram contra os hicsos e
conseguiram expulsá-los de seu território. A pós a expulsão dos hicsos,
considerado o marco inicial do Novo reinado, os governantes do Egito procuraram
fortalecer seu poderio militar e conquistar novos territórios. As regiões
conquistadas passaram a pagar tributos ao faraó, o que lhe possibilitou um
grande acúmulo de riquezas.
Último
reinado (1070 a.C. à 332 a.C.)
Apesar
de sua força, os faraós continuaram a enfrentar revoltas internas. Por volta de
1070 a.C., líderes religiosos rebelaram-se contra o governo central e acabaram
assumindo o poder. Esse acontecimento é considerado o marco inicial do último
reinado, caracterizado por invasões dos assírios e dos persas ao território
controlado pelos egípcios.
Período
das invasões (332 a.C. à 30 a.C.)
Em
332 a.C., O Egito foi invadido pelos macedônios, acabando com o Último reinado.
Em 30 a.C., o Egito caiu sob o domínio dos romanos.
2.
A formação do Estado no Egito
Os
primeiros habitantes chegaram as margens do rio Nilo há cerca de 7 mil anos
atrás. A maioria da população trabalhava na criação de animais e na
agricultura. A concentração das atividades agrícolas naquela região devia-se
pela grande quantidade de água, e por suas cheias. Uma vez por ano o Nilo
transbordava e inundava os terrenos ao seu redor. Quando as águas baixavam,
deixavam sobre o solo uma camada de lama escura rica em nutrientes. Isso
tornava a terra fértil, facilitando o crescimento de plantas.
O
próprio nome Egito, pelo qual ficou conhecida a região em torno do Nilo
significa “terra preta” ou “terra fértil”. Aproveitando-se dessa fertilidade,
os agricultores reuniam-se para semear a terra. Eles cultivavam vegetais, como
trigo e cevada. Também criavam animais, como bois, gansos e praticavam a pesca.
Produção
de excedentes
Os
agricultores e pastores construíram suas casas próximas umas das outras,
provavelmente para facilitar a realização de suas atividades econômicas, bem
como para se defender de possíveis inimigos.
De
início, essas aldeias abrigavam grupos familiares que produziam apenas para a
própria subsistência. Entretanto, a ocorrência de grandes colheitas resultou na
geração de excedentes. O excedente podia ser guardado, e parte era destinada ao
consumo nos períodos de grandes cheias, quando não se podia plantar e nem
colher.
Com
a existência de excedentes, alguns habitantes das aldeias ficaram liberados dos
trabalho na agricultura. Eles passaram então a se dedicar a outras atividades
que interessavam a todos, como a confecção de utensílios doméstico e
instrumentos de trabalho.
Em
um primeiro momento, os artesãos criaram objetos de pedra, mas logo passaram a
trabalhar o cobre e, mais tarde, o bronze e o ferro.
A
produção de excedentes também possibilitou a ampliação das trocas de produtos
entre os habitantes de uma aldeia, ou mesmo entre os habitantes de aldeias
diferentes. Essas trocas tornaram-se mais frequentes, criando a necessidade de
locais específicos para a realização. Assim, formaram-se os mercados. Com o
passar do tempo, algumas pessoas passaram a intermediar as trocas de alimentos
e produtos artesanais, dando origem a atividade comercial. A forma de pagamento
utilizada nessa intermediação era variada: pagava-se com cabeças de gado,
produtos artesanais, objetos metálicos ou quantidades de metal.
Com
as novas atividades econômicas e a especialização do trabalho, a organização
social das aldeias tornou-se mais complexa. Alguns grupos passaram a ter
melhores condições econômicas que outros. O aumento dessa diferença entre os
grupos gerou diversos conflitos.
As
cidades
Essa
complexidade de organização econômica e social é uma característica das
cidades. Podemos dizer, assim, que, há cerca de 6 mil anos, algumas aldeias
egípcias haviam se transformado em cidades.
As
cidade no Egito abrigavam comerciante, artesãos e também pessoas que se
encarregavam de organizar os contatos e as trocas entre os agricultores e a
população urbana. Algumas dessas pessoas eram também líderes guerreiros, que
passaram a se impor sobre os demais membros do grupo. Em caso de necessidade,
recorriam às armas para implementar suas decisões pela força.
Alguns
líderes especializaram-se na coordenação das obras de interesse coletivo, como
a construção de depósitos de alimentos, diques e canais de irrigação. Esse tipo
de trabalho reunia moradores de várias aldeias e cidades.
A
comunidades formadas pela união de aldeias e cidades vizinhas foram chamadas de
nomos, e seus líderes, conhecidos como monarcas, ficaram responsáveis por
organizar a cooperação entre diversos núcleos. Ao final desse processo, que
teria ocorrido há cerca de 6 mil anos, os egípcios haviam criado uma forma de
organização caracterizada pela existência de um grupo de pessoas especializadas
no comando das atividades de interesse coletivo.
3.
A consolidação do Estado no Egito
A
sociedade do Egito Antigo encontrava-se dominada pelo Faraó e por uma
aristocracia hereditária, formada pela família real, pelos altos sacerdotes,
funcionários e chefes militares.
Organização
política e administrativa
Cada
nomo egípcio constituía um Estado independente, pois tinha organização política
e administrativa própria. A partir de 4000 a. C., aproximadamente, os monarcas
reforçaram seu poder organizando um conjunto de funcionários especializados na
administração de obras públicas, no julgamento de disputas e na elaboração de
regras de convivência.
Alguns
desses funcionários eram responsáveis pela cobrança de impostos, que eram pagos
pelos agricultores com parte de sua produção. A arrecadação era utilizada para
financiar a realização de obras coletivas. Havia também funcionários militares,
encarregados da defesa contra ataques de outros nomos ou povos, e também de
reprimir as revoltas daqueles que não aceitavam as decisões dos monarcas.
Inicialmente,
as pessoas que faziam parte desse grupo de dirigentes eram escolhidos pelos
habitantes de cada nomo por sua bravura, liderança religiosa ou sabedoria.
Contudo, esses dirigentes logo passaram a usar seus prestígio para manter o
poder em suas mãos e nas de seus descentes. Tratar também de garantir para si e
para seus familiares o controle das terras mais férteis.
A
desigualdade social
O
controle das terras assegurou aos monarcas e a seus funcionários uma parcela
maior e melhor dos alimentos produzidos. Comercializando os excedentes, eles
obtinham riqueza e elevavam sua condição de vida. Esse processo ampliou as
diferenças na situação econômica e social dos habitantes dos nomos.
A
desigualdade social gerou conflitos e questionamentos sobre a autoridade dos
monarcas e de seus funcionários. Para manter-se no poder, eles reforçaram o
controle militar, reprimindo os descontentes.
As
armas também foram utilizadas nas disputas entre os vários nomos pela posse das
terras mais férteis. Os sucessivos conflitos acabaram resultando na dominação
de alguns nomos sobre os demais. Esse processo, que ocorreu por volta de 3500
a.C., levou à formação de dois grandes Estados na região em torno do Nilo,
Chamados e Alto Egito e Baixo Egito.
A
unificação do Egito
O
Baixo Egito era localizado ao Norte, compreendia os nomos próximos à foz do
rio. Nessa área, o rio formava um delta (dividia-se em vários canais), em torno
dos quais a terra era muito fértil. O alto Egito era ao Sul, concentrando-se na
estreita faixa de terra fertilizada pelas cheias do Nilo.
Os
governantes do Baixo e Alto Egito mantiveram-se em conflitos constantes pelo
controle das terras mais férteis. Em 3200 a.C., aproximadamente, Menés
(governante do Alto Egito) conquistou o Baixo Egito e unificou toda a faixa em
torno do Nilo.
Com
a unificação dos dois Estados, o poder concentrou-se nas mãos de um só
governante, que mais tarde recebeu o título de faraó. O faraó transmitia o
poder a seus filhos, constituindo uma dinastia, denominação dada à série de
soberanos pertencentes a uma mesma família.
Para
representar a unificação dos Alto e Baixo Egito, os faraós costumavam utilizar
nas cerimônias públicas duas coroas: a branca (simbolizava o Baixo Egito) e a
vermelha (simbolizava o alto Egito). Além disso, empunhavam um leque, emblema
do Baixo Egito, e um cajado, emblema do Alto Egito.
Conflitos
pelo poder
Com
a unificação do Egito, os nomos tornaram-se províncias e os monarcas passaram a
ser funcionários submetidos ao governo centralizado do faraó. Contudo, eles não
aceitavam a perda de sua autonomia. Em vários momentos, os monarcas combateram
a centralização do poder nas mãos do faraó e procuraram retomar o controle do
nomos. Em muitos casos, os conflitos entre os monarcas e o faraó levaram à
queda de uma dinastia. Por essa razão, no decorrer da história do Egito antigo,
sucederam-se dezenas de dinastias.
A
religião no Egito Antigo era marcada por várias crenças, mitos e simbolismos. A
prática religiosa era muito valorizada na sociedade egípcia, sendo que os
rituais e cerimônias ocorriam em diversas cidades. A religião egípcia teve
grande influência em várias áreas da sociedade.
Características
da religião egípcia
Os
egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses). De acordo com este
povo, os deuses possuíam poderes específicos e atuavam na vida das pessoas.
Havia também deuses que possuíam o corpo formado por parte humana e parte de
animal sagrado. Anúbis, por exemplo, deus da morte, era representado com cabeça
de chacal num corpo de ser humano.
Os
egípcios antigos faziam rituais e oferendas aos deuses. Era uma forma de
conseguirem agradar aos deuses, conseguindo ajuda em suas vidas.
No
Egito Antigo existiam diversos templos, que eram construídos em homenagem aos
deuses. Cada cidade possuía um deus protetor.
Outra
característica importante da religião egípcia era a crença na vida após a
morte. De acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O
coração era pesado e, de acordo com o que havia feito em vida, receberia um
julgamento. Para os bons havia uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut
devoraria o coração.
Os deuses
No Egito Antigo, as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses. Estas divindades possuíam algumas características (poderes) acima da capacidade humana. Poderiam, por exemplo, estar presente em vários locais ao mesmo tempo, assumir várias formas (até mesmo de animais) e interferir diretamente nos fenômenos da natureza. As cidades do Egito Antigo possuíam um deus protetor, que recebia oferendas e pedidos da população local.
Tot:
Sabedoria, conhecimento, representante da Lua
Anúbis: Os
mortos e o submundo
Bastet:
Fertilidade, protetora das mulheres grávidas
Hathor:
Amor, alegria, dança, vinho, festas
Hórus: Céu
Khnum:
Criatividade, controlador das águas do rio Nilo
Maat:
Justiça e equilíbrio
Sekhmet:
Poderosa, deusa da vingança
Ptah:
Obras feitas em pedra
Seth:
Tempestade, mal, desordem e violência
Sobek:
Paciência, astúcia
Osíris:
Vida após a morte, vegetação
Ísis:
Amor, magia
Tefnut:
Nuvem e umidade
Chu: Ar
seco, luz do sol
Geb: Terra
Rá: Sol
(principal deus da religião egípcia)
Néfis:
Senhora da casa, local para onde o sol retorna (céu noturno)
Os
egípcios antigos tinham uma grande preocupação com a vida após a morte. Por
essa razão, davam um tratamento especial aos cadáveres para que não se deteriorassem.
O tratamento, conhecido como embalsamento, ou mumificação, consistia na
introdução de substâncias capazes de evitar a decomposição do corpo.
Inicialmente,
o embalsamento era privilégio exclusivo do faraó, de seus familiares, dos
sacerdotes e dos altos funcionários do Estado. Com o tempo, ele foi estendido
aos demais egípcios.
Contudo,
nem todos tinham acesso ao tratamento completo, que garantia a preservação do
corpo por longo tempo, pois custava caro. Os mortos das famílias menos
abastadas, como as dos agricultores e artesãos, tinham apenas a cabeça
embalsamada, ficando o restante do corpo sem proteção.
As
diferenças sociais também se revelavam nos túmulos. Enquanto os dos
trabalhadores eram buracos escavados nas rochas, as tumbas dos altos
funcionários e sacerdotes eram construções feitas de pedra, e somente o faraó e
seus familiares podiam ser enterrados nas pirâmides.
O reino dos mortos era regido por Osíris. Para atingir este reino, o espírito, chamado de ka pelos egípcios, passaria por uma série de provações. No final, seu ka passaria por uma avaliação dos deuses.
O reino dos mortos era regido por Osíris. Para atingir este reino, o espírito, chamado de ka pelos egípcios, passaria por uma série de provações. No final, seu ka passaria por uma avaliação dos deuses.
A partir do Novo reinado, difundiu-se o costume de depositar no túmulo dos ricos um pequeno cofre com a estatueta de Osíris. Em seu interior eram colocados folhas de papiro, nas quais se gravavam imagens e textos. Os textos incluíam um conjunto de palavras mágicas que deveria ajudar na viagem para a vida após a morte. Por isso ficaram conhecidos como Livro dos Mortos.
Em muitas tumbas foram encontradas pinturas representando o julgamento dos mortos. Os egípcios acreditavam que esse julgamento era feito pelo tribunal de Osíris. Se o indivíduo fosse absolvido, passaria a viver em outro mundo, governado pelo deus dos mortos.Pirâmide de Gizé |
As pirâmides
As pirâmides edificações de pedra que podiam atingir mais de 130 metros de altura, no interior delas eram construídas várias galerias com armadilhas, com o propósito de afastar invasores e saqueadores. As armadilhas impediam principalmente o acesso às câmaras mortuárias, que nas pirâmides mais antigas eram subterrâneas.
Esse tipo de câmara abrigava os sarcófagos, caixas de madeira ou pedra onde eram depositados os corpos mumificados do faraó e de seus familiares. Ao lado dos corpos eram colocados objetos de uso pessoal, que, segundo as crenças egípcias, seriam utilizados na vida após a morte. Era comum, em muitos casos, serem enterrados juntamente com o faraó todos os seus criados. A maioria das pirâmides foi construída no período do Antigo reinado.
Esfinge
Por volta de 2500 a.C., próxima das pirâmides de Gizé, foi construída por ordem do faraó Quéfren, uma gigantesca estátua com com cabeça humana e corpo de leão.
Esfinge
Por volta de 2500 a.C., próxima das pirâmides de Gizé, foi construída por ordem do faraó Quéfren, uma gigantesca estátua com com cabeça humana e corpo de leão.
escrita demótica |
A escrita
hieróglifos |
5.
Organização social e econômica do Egito
O sistema
social no Egito não difere das demais sociedades. Por volta de 2000 a.C., o
Egito apresentava uma complexa organização social. Tinha uma classe
privilegiada composta por poucos: a classe diretiva (faraó), altos funcionários
do Estado (burocratas e altos militares), sacerdotes e os grandes comerciantes.
A grande maioria que era dominada pelo primeiro grupo, era quem realmente
gerava riqueza para o reino composta pelos: camponeses, pescadores e artesãos.
Faraó
Na
civilização egípcia, os faraós eram considerados deuses vivos. Os egípcios
acreditavam que estes governantes eram filhos diretos do deus Osíris, portanto
agiam como intermediários entre os deuses e a população egípcia.
Tudo no
Egito era patrimônio do faraó. Os impostos arrecadados no Egito concentravam-se
nas mãos do faraó, sendo que era ele quem decidia a forma que os tributos
seriam utilizados. Grande parte deste valor arrecadado ficava com a própria
família do faraó, sendo usado para a construção de palácios, monumentos, compra
de joias, etc. Outra parte era utilizada para pagar funcionários (escribas,
militares, sacerdotes, administradores, etc.) e fazer a manutenção do reino.
Ainda em
vida o faraó começava a construir sua pirâmide, pois está deveria ser o túmulo
para o seu corpo. Como os egípcios acreditavam na vida após a morte, a pirâmide
servia para guardar, em segurança, o corpo mumificado do faraó e seus tesouros.
No sarcófago era colocado também o livro dos mortos, contando todas as coisas
boas que o faraó fez em vida. Esta espécie de biografia era importante, pois os
egípcios acreditavam que Osíris (deus dos mortos) iria utiliza-la para julgar
os mortos. Exemplos de faraós famosos e suas realizações:
Tutmés I:
Conquistou boa parte da Núbia e ampliou, através de guerras, territórios até a
região do rio Eufrates.
Tutmés
III: Consolidou o poder egípcio no continente africano após derrotar o reino de
Mitani.
Amen-hotep IV: Mais conhecido como Amenófis IV, tentou reforçar o poder faraônico por meio da religião. Introduziu o monoteísmo e iniciou o culto ao disco solar, Aton, associado ao faraó, em detrimento de Amon, mudando seu próprio nome para Akhenaton.
Tutankamon:
O faraó menino, governou o Egito de 10 a 19 anos de idade, quando morreu,
provavelmente assassinado. Sucessor de Amenófis IV, reverteu o processo, condenou o culto a Aton e restaurou o culto ao deus tebano Amon.
Ransés II: Em seu governo enfrentou os hititas, disputando as rotas comerciais da região. Conseguiu fazer o reino egípcio obter grande desenvolvimento e prosperidade, morreu com 90 anos e seu governo é considerado o mais importante da história do Egito.
Ransés II: Em seu governo enfrentou os hititas, disputando as rotas comerciais da região. Conseguiu fazer o reino egípcio obter grande desenvolvimento e prosperidade, morreu com 90 anos e seu governo é considerado o mais importante da história do Egito.
Nobres
Os nobres
faziam parte de um grupo privilegiado, de altos funcionários o governo. O mais
importante entre esses funcionários era o vizir, como uma espécie de
Chefe-de-Governo, agiam em nome do faraó. Eles organizavam e chefiavam a
justiça; a administração pública, com a cobrança e impostos e exerciam controle
sobre o comércio e outras atividades econômicas. Os nobres eram responsáveis por
chefiar os militares, encarregados e organizar a defesa contra os inimigos
externos.
Os altos
funcionários do Estado controlavam grandes extensões de terra e transmitiam os
cargos que exerciam aios seus descentes. Como pagamento por seu trabalho,
retinham parte os impostos arrecadados, o que lhes garantia uma vida luxuosa e
uma situação social privilegiada.
Sacerdotes
O poder
dos sacerdotes estava assentado na grande importância dada à religião e ao
culto aos deuses. Os antigos egípcios costumavam visitar os templos dedicados
ás divindades com objetivo de fornecer doações e orar pela intervenção divina
nos problemas de seu cotidiano. Pediam desde a punição para quem praticava um
furto até a interferência do deus em uma briga familiar. No entanto, as pessoas
comuns somente poderiam chegar até a entrada do templo. Ali se iniciavam os
domínios dos sacerdotes, que recebiam os pedidos e as oferendas e interpretavam
as mensagens dos deuses.
Os
sacerdotes também eram responsáveis por organizar as procissões e os festivais
em homenagens às divindades. Nessas ocasiões, as imagens sagradas eram
carregadas pelas ruas doa cidade ou, pelos campos, ou colocadas em uma barca
enfeitada para navegar pelo rio Nilo.
Cabia aos
sacerdotes administrar as doações dos fiéis. Essas doações eram feitas
regularmente pelo faraó e pelos altos funcionários do estado, para que os
sacerdotes garantissem, dia e noite, o culto aos deuses. Os antigos egípcios
acreditavam que, se não houvesse essa adoração contínua, o mundo entraria em
desequilíbrio.
Soldados
Os
soldados tinham grande importância na sociedade egípcia. Primeiramente eram
encarregados de proteger as cidades de invasões de estrangeiros. Após as guerra
contra os hicsos, o Egito tornou-se uma nação belicista, conquistando grandes
extensões de terras,possibilitando a formação de um grande exército.A principal
função da classe era garantir a segurança do território, escoltas nas
expedições por outros países. Logo depois a tecnologia e o exército foram
aumentando por necessidade, tornando o exército uma grande e forte máquina de
guerra.
No Antigo
Egito, o exército era formado por homens egípcios e por mercenários
estrangeiros, que viviam de um salário, além de receberem produtos por serviços
prestados, podendo receber terras e tesouros pilhados na guerra.
Escribas
Os
escribas eram preparados para a função em escolas especiais, onde aprendiam a
escrita e a leitura demótica e dos hieróglifos. Eles eram responsáveis por
registrar e calcular os estoques de alimentos, a produção agrícola, as
atividades comerciais e a cobrança de impostos .
Também se
encarregavam de escrever sobre a vida dos faraós, copiar os textos sagrados,
poemas, hinos e histórias. Eram eles que eram designados para escrever cartas,
pois a grande maioria da população era analfabeta. Os escribas registravam nas
paredes internas das pirâmides ou usavam o papiro para escrever dados e textos.
No Egito
Antigo, o papiro, que era uma planta, era encontrado nas margens do rio Nilo.
Foi muito utilizado pelos egípcios para diversos propósitos. As folhas eram
sobrepostas e trabalhadas para serem transformadas numa espécie de papel,
conhecido pelo mesmo nome da planta, que ficavam em forma de rolos., que
ficavam em forma de rolos.
O papiro
tinha outras funções no Egito Antigo. Os artesãos utilizavam a planta para a
fabricação de cestos, redes e até mesmo pequenas embarcações (através da
formação de feixes). Era também utilizado como alimento pelas pessoas mais
pobres e também para alimentar o gado.
Comerciantes
Durante o
Novo reinado, outro grupo ganhou importância: os grandes comerciantes. Nesse
período, eles passaram a ominar o comércio com povos vizinhos, o que lhes
garantiu o acúmulo de riquezas.
Os
pequenos comerciantes navegavam em barcos pequenos, alguns com cabines cobertas
de esteiras. Neles transportavam grãos e outros tipos de alimentos plantados
pelos camponeses, ou utensílios e instrumentos produzidos pelos artesãos.
Artesãos
Os
artesãos trabalhavam para o faraó, nobres e sacerdotes, exerciam várias
atividades manufatureira. Eles eram: ourives, joalheiros, ferreiros,
fundidores, marceneiros, carpinteiros, beneficiadores do couro, construtores de
barcos, confeccionadores e vasos e de tijolos, pedreiros entre outros.
Os
artesãos trabalhavam com matérias-primas egípcias, como o papiro e couro e
matérias-primas estrangeiras, como perdas preciosas para fazer joias; madeiras,
para fazer barcos; pedras, para construções.
Camponeses
A grande
maioria da população do Egito Antigo vivia no campo e trabalhava na
agricultura, a atividade econômica mais importante a época. Os trabalhadores
agrícolas eram chamados de felás.
Os
camponeses viviam em aleias próximas ao rio Nilo. As terras que cultivavam eram
controladas pelo faraó, pelos dirigentes dos templos ou pelos altos
funcionários, a quem tinham que pagar impostos e entregar grande parte dos
alimentos produzidos.
Os felás
faziam o plantio após a enchente do Nilo, quando as águas recuavam, deixando
nas margens do rio com a lama preta que fertilizava o solo. Cultivavam o trigo
(utilizado para fazer pão) e cevada (utilizada para fazer cerveja).
Havia
também os pescadores que trabalhavam sozinhos na pesca com anzóis ou em grupos,
usando enormes redes. Eles navegavam em embarcações feitas por feixes e papiro
ligados por cipós. Os peixes o rio Nilo eram um dos alimentos básicos da
maioria da população.
A vida dos
camponeses era muito dura. Sofriam agressões físicas dos cobradores de
impostos, além de plantar e colher, criavam gado e trabalhavam na construção e
diques e na abertura de canais. Também podiam ser convocados para trabalhar na
construção de pirâmides e templos, nos períodos que as terras estavam alagadas
pelo Nilo e não podiam ser cultivadas.
Escravos
Os
escravos eram uma classe reduzida na sociedade egípcia, e na maioria das vezes,
eram os prisioneiros e guerra, obtidos por meio das conquistas militares. Eles
juntamente com os condenados por crimes realizavam as tarefas consideradas inferiores
e mais difíceis pelos demais egípcios, como: mineração, atalhamento e pedras,
lavagem e preparação de cadáveres para mumificação, transporte de alimentos e a
construção de pirâmides.
Curiosamente,
eles não viviam em uma condição social relativamente baixa em relação aos seus
donos. Os egípcios cuidavam melhor de seus escravos, do que dos estrangeiros
que lá apareciam.
Os
melhores escravos eram recrutados para compor o exército, além de serem
utilizados como intérpretes. Os escravos podiam ser vendidos, alugados ou
emprestados.Mulheres
As mulheres egípcias não ficavam com papéis secundários ou eram excluídas de sua sociedade. Graças a um sistema jurídico igualitário, mulheres e homens tinham o mesmos direitos e deveres. Elas podiam ser médicas, ministras, marinheiras, proprietárias de terras, ser rainhas entre outras atribuições.
Em 1505 a.C., uma delas chegou a ser faraó: Hashepsut, que se declarou filha do deus Amon. Seu governo caraterizou-se por grandes construções e estabelecimento de relações comerciais com outros povos. Outra mulher de destaque foi Nefertite, primeira esposa do faraó Amenófis IV.
-Império Persa
-Hebreus
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