sábado, 17 de outubro de 2015

Militarismo Espartano

A sociedade espartana era altamente militarizada e hierarquizada. Altamente disciplinada, era uma sociedade, rígida sem mobilidade social alguma, não conheceu muitas alterações ao longo de sua história. Isto facilitava manter a ordem social, por meio da força, facilitando a manutenção no poder da oligarquia (governo de poucos, no caso de Esparta, governo dos proprietários de terras) espartana.

1. Formação e economia
Esparta se localizava na planície da Lacônia, uma área de terras férteis, rodeada por montanhas e banhada pelo rio Eurotas. São descendentes dos dórios, povos guerreiros que invadiram a Península do Peloponeso por volta do século XII a.C. A economia era baseada principalmente na agricultura e na arte da guerra, contendo ainda com artesanato.

2. Composição política
Esparta, o poder executivo era feito através de uma Diarquia. As leis eram formuladas pelos membros da Gerúsia. Essas leis só valiam após serem aprovadas pela Apela. O Conselho de  Éforos, era eleito todo ano pela assembleia para supervisionar as atividades políticas e julgar crimes importantes.

Diarquia: dois reis (diarcas) que eram responsáveis pelas funções religiosas e militares. Durante as guerras, um dos reis controlava uma parte do exército que lutava com os inimigos externos, enquanto o outro controlava a outra parte do exército que mantinha Esparta em ordem.
A sociedade espartana era dedicada
ao treinamento miliar.
Gerúsia: era um Conselho formado por 28 anciões chamados de gerontes, que tinham funções legislativas e também judiciárias, julgando conflitos dos espartanos. Decidiam sobre assuntos de política externa e controlavam os diarcas.
Apela: era uma Assembleia Popular formada por todos os cidadãos espartanos com mais de 30 anos, que tinha como função rejeitar ou aprovar projetos feitos pela Gerúsia, eleger os gerontes e éforos, bem como votar sobre a paz e a guerra. Estas leis eram baseadas em um código criado por Licurgo, um legislador.
Éforos: eram 5 pessoas eleitas pela Apela todo o ano. Exerciam funções executivas, sendo os mais importantes governantes de Esparta. Administravam as funções públicas, supervisionavam as atividades políticas e julgavam crimes importantes, além de fiscalizarem a vida social e econômica da cidade-Estado.

3. Composição social
A sociedade espartana era bem diferente da ateniense. Em Esparta, apenas os cidadãos membros das famílias mais importantes eram eleitos para as magistraturas. Por isso, esse regime é chamado de oligárquico. Os espartanos atribuíam a criação de seu regime político a Licurgo, um legislador do século VII a.C.

O domínio dos esparciatas
Esparta era uma sociedade militarista, isto é, o treinamento para a guerra era a preocupação central dessa pólis. Todos os cidadãos espartanos serviam ao exército durante a maior parte de sua vida. Socialmente Esparta era dividida em:
Esparciatas ou homoioi (os iguais): eram descendentes diretos dos dórios, sendo proprietários das melhores terras da região, os esparciatas desprezavam os trabalhos artesanais e de agricultura. Eram os únicos com direitos políticos, dedicavam-se apenas à política e às atividades militares.
Periecos: eram descendentes dos aqueus e tenham aceito a dominação dória sem lutar. Eram homens livres, tinham direitos civis, como o direito à propriedade e acesso a tribunais, porém sem direitos políticos, como votar para a gerúsia.  Eles se dedicavam principalmente ao comércio, artesanato e às atividades em pequenas propriedades de terra, pagavam impostos aos dois eis para cultivar a terra. Durante os períodos de guerra, também participavam do exército. 
Hilotas: eram descendentes da população que vivia em Messênia, que foram derrotados em várias batalhas pelos espartanos sendo transformados em servos. Eles não eram escravos, pois pertenciam ao Estado e não podiam ser comercializados, trabalhavam tanto em propriedades do Estado quanto particulares. Cultivavam as terras dos esparciatas para que estes pudessem se dedicar às atividades militares.
Infantaria hoplita, altamente organizada e treinada.
Hoplita: soldado, que após concluir seu duro período de treinamento miliar, estava pronto para defender Esparta.

Sociedade militarizada
Esparta era uma sociedade militarizada, onde toada a sociedade era organizada da mesma forma que o exército. Todos os homens espartanos deveriam ser educados desde a infância para fazer parte do exército. 
Havia uma avaliação das pessoas no nascimento. Os bebês que nasciam com alguma má-formação eram sacrificados, uma vez que não serviriam para compor o exército. A educação militar se dava a partir dos 7 anos de idade, quando eram afastados da família, participando de uma rígida disciplina, não podendo contestar seus superiores, devendo aceitar  as condições insalubres a que estavam expostos. O treinamento militar, se dava muitas vezes isolados nos campos e matas. O treinamento ocorria até os 21 anos, quando se tornavam hoplitas. Aos 30 anos, o espartano recebia o direito de se casar, mas somente depois dos 60 tinha direito a se tornar um membro da Gerúsia.
Até o Século VII a.C., o modelo de combate do exército grego era baseado na bravura individual de seus guerreiros, no estilo dos heróis homéricos. Com o surgimento da infantaria hoplita, passou a se utilizar treinamento em um destacamento, onde centenas de hoplitas de fendiam e atacavam em grupo. quem comandava as ações era o aulete (flautista). O som da flauta ditava o ritmo da ação. Quando um hoplita era ferido ou morto, o guerreiro imediato faria a recomposição da formação.
A partir dos 7 anos os meninos espartanos inivcavam
o duro treinamento militar
Um dos efeitos mais emblemáticos do exército espartano, ocorreu durante a guerra greco-pérsica, no século V a.C., quando Esparta era aliada de Atenas. No ano de 480, um dos reis de Esparta, Leônidas comandou um exército com 300 espartanos e 7 mil aliados, contra 210 mil combatentes do exército persa de Xerxes I. A superioridade persa era tanto, que Xerxes sugeriu a rendição de Leônidas. Para evitar o enfrentamento, Xerxes I alegou que seus arqueiros eram de tão grande número, que o céu escureceria com suas flechas. Leônidas avisou, que assim combateria na sombra. Os 300 espartano guerrearam contra o poderoso exército e foram derrotados pelos persas.

Mulheres espartanas
As mulheres se dedicavam à vida doméstica, aos trabalhos de casa, como cuidar da alimentação da família, sendo obrigadas a terem filhos e cuidar da saúde deles até que fossem entregues ao exército. Apareciam pouco em público, apenas em algumas ocasiões.
Sua participação política se dava em raros momentos. Cuidavam das propriedades quando seus maridos estavam ausentes, prestando serviço militar. Realizavam exercícios físicos e esportes para manter um corpo preparado para ter filhos, para que estes se tornassem guerreiros fortes.

4. Hegemonia de Espartano
Esparta conseguiu a hegemonia do mundo grego em 404 a.C., permanecendo  por mais de 30 anos. Essa hegemonia era mais tolerada do que aceita, devido sua dificuldade com a política.
Em 371, a cidade-Estado de Tebas, revoltou-se contra o domínio espartano no mundo grego e acabou vencendo Esparta.


300 de Esparta
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