Fenícios
Além
de serem excelentes navegadores e comerciantes, os fenícios deixaram um
alfabeto que serviu de base ao alfabeto latino, que utilizamos hoje.
1. O território da
civilização fenícia
A
cultura fenícia começou a desenvolver-se por volta do século XIV a.C. Os
fenícios ocupavam uma estreita faixa de terra situada ao norte da atual
Palestina, entre o litoral do mar Mediterrâneo e as montanhas, onde hoje é o
atual Líbano.
Uma
parte do território era muito fértil, onde a população explorava oliveiras,
para fabricação de azeite de oliva, a agricultura de trigo e o corte de
madeiras nobres, como cedro; a outra parte do território era muito quente e
árida, com secas praticamente o ano inteiro.
As
altas montanhas criavam dificuldades para os fenícios adentrar o continente e,
por isso, eles voltaram seus esforços para o mar. O cedro das florestas
possibilitou a construção de navios leves e resistentes, o que tornou os
fenícios grandes navegadores do muno antigo.
2. As cidades-Estados
fenícias
O fenícios eram conhecidos como o "Povo do Mar" |
Como
as áreas férteis que permitiam a ocupação humana eram muito estreitas e
isoladas por montanhas, as cidades fenícias se desenvolveram de modo
independente umas das outras, ao longo da costa ou ilhas do Mar Mediterrâneo.
As principais foram as cidades portuárias de Bíblos, Sídon e Tiro.
O
isolamento geográfico contribuiu para que os fenícios não formassem um império,
mas um grupo de cidades-Estado independentes que
rivalizavam entre si e lutavam e contra seus vizinhos poderosos, como os
hititas, egípcios, assírios e babilônicos. Cada cidade-Estado tinha seu próprio
rei, que era auxiliado por uma assembleia composta, em geral, de ricos
comerciantes ou construtores de navios.
Mercadores fenícios |
3. Fenícios: grandes
artesãos e comerciantes
Os
fenícios foram excelentes artesãos: produziam tecidos, joias, perfumes, vidro,
cerâmica decorada, armas e objetos de madeira. Eles compravam lã na Mesopotâmia
e linho, marfim e pedras preciosas no Egito. Por não possuírem muitas terras férteis, estarem em
frente ao mar, e espremidos entre montanhas, os fenícios dedicaram-se ao
comércio e a navegação.
Com
o desenvolvimento da navegação, os fenícios conquistaram os mares e tronaram-se
conhecidos piratas. Na Antiguidade era comum os marinheiros das embarcações
mercantes atacarem outros navios para roubar mercadorias ou para capturara
tripulantes e vendê-los como escravos.
A
navegação avançada permitiu aos fenícios cruzar o mar mediterrâneo e chegar ao
Oceano Atlântico. Foram fundadas colônias, chamadas de empórios, na costa da
África e na Espanha, voltadas para o comércio e a troca de mercadorias. Nesses
locais, eles adquiriam ouro, prata, estanho, cereais e também escravos.
Cartago: uma colônia
fenícia
Escrita com alfabeto fenício, cerca de 900 a.C. |
A
colônia fenícia da Cartago foi fundada no século IX a. C. por cidadãos de Tiro.
No século IV a.C., Cartago tornou-se um dos maiores impérios marítimos do
Ocidente, dominando cidades do Norte da África, da Sicília e da Península
Ibérica. A cidade entrou em declínio no século seguinte, quando se envolveu em
uma série de conflitos com romanos, as chamadas Guerra Púnicas e, foi
destruída.
4. O alfabeto fenício
A
prática comercial dos fenícios os levou a adaptar conhecimentos adquiridos de
outros povos às necessidades de seu cotidiano. Um exemplo foi o desenvolvimento
de um alfabeto com 22 caracteres representando sons e consoantes da língua
fenícia. O alfabeto fenício tornou a escrita mais simples e facilitou
atividades ligadas ao comércio, como a confecção de listas de produtos.
A
novidade do sistema de escrita alfabético é que cada um dos símbolos estava
vinculado a sons, e não a ideias ou objetos. Para um fenício, não era
necessário conhecer centenas de símbolos para escrever, como ocorria com as
escritas egípcia e suméria.
Baal (deus) e Baalat (deusa) |
Por
volta do ano 1000 a.C. o alfabeto fenício se difundiu pela região do
Mediterrâneo e foi adotado por povos da região. Mais tarde, foi adaptado pelos
gregos, que introduziram as vogais. O sistema de escrita fenícia é o precursor
dos alfabetos modernos.
5. A religião
Os fenícios eram politeístas. Cada deus
representava um interesse ou uma necessidade humana, como a agricultura, a
guerra, a lua, as artes. Na língua fenícia, deus era “el” e deus era “elat”.
Mas El era também um deus específico, o pais dos deuses.
Cada
cidade fenícia tinha seus próprios deuses. As deusas mais importantes eram
Astarte, Baalat e Tanit. Baal, que podia significar senhor, era também o nome
de vários deuses, dependendo da cidade. Havia também Yarih, deus da lua, Shamash,
deus do sol, Reshef, deus da guerra. Ball Hammom era o deus supremo de Cartago,
ao qual eram feitos sacrifícios, inclusive de crianças.
- Egito Antigo
- Império Persa
- Hebreus
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