quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A Guerra dos Cem Anos (1337-1453)

A Guerra dos Cem Anos teve como principais protagonistas as duas maiores potências do século XIV: Inglaterra e França. Este conflito contribuiu para fortalecer ambas as monarquias. Pois foi a ultima guerra feudal e a primeira guerra moderna, travada por dos estados soberanos com exércitos regulares.
Trono vago
A morte do último rei da dinastia dos Capetos, Carlos IV, originou uma acirrada disputa pela sucessão do trono francês. Eduardo III, rei da Inglaterra, reivindicava direitos ao trono da França por ser neto, de linhagem materna, de Filipe, o Belo. Tal pretensão esbarrava na Lei Sálica, segundo a qual o poder real na França devia ser transmitido pela linhagem masculina.
Sem outro representante real à disposição, os nobres franceses se reuniram em uma assembleia e escolheram o sobrinho do rei Filipe, um conde também chamado Felipe de Valois. A coroação de Filipe VI provocou a discórdia dos ingleses com a decisão. Continuaram a reclamar os direitos de Eduardo III e mobilizaram seus exércitos em direção a França em 1137.
Região cobiçada

Por séculos, seus reis disputavam a posse dos territórios situados ao Norte da Europa, que mudaram várias vezes de soberano. Os reis e comerciantes da Inglaterra cobiçavam a região de Flandres, rica pela manufatura de tecidos e pelo comércio. A nobreza de Flandres ficou ao lado de Filipe VI, enquanto a burguesia apoiou Eduardo III. Essa região era ligada à Inglaterra economicamente e políticos: a lã inglesa alimentava a in um conflito armado na região.
Guerra
Para auxiliar os burgueses flamengos, Eduardo III enviou tropas e conseguiu dominar Flandres. Esta atitude levou a França a declarar guerra à Inglaterra. A França tinha uma população quase quatro vezes maior que a da Inglaterra e também era mais rica, mas não se encontrava tão unida e organizada enquanto nação. A Inglaterra, por sua vez, possuía uma monarquia mais forte e possuía um exército melhor treinado e equipado - possuíam arqueiros usando arcos longos (que conseguiam disparar até doze flechas por minutos, duas vezes mais que os arqueiros franceses) e combatentes armados de cutelo.
A superioridade militar dos ingleses foi inegável nas primeiras batalhas, com isto se deu melhor no início da guerra e conseguiram o controle de alguns territórios do Norte da França. Suas vitórias tornaram difíceis as condições de vida dos camponeses franceses. A destruição das plantações e os altos impostos cobrados para sustentar a guerra geraram um enorme descontentamento popular e causaram violentas revoltas de camponeses contra a nobreza.
A Peste Negra causou uma pausa na Guerra. As batalhas só foram retomadas em 1356, quando a Inglaterra conquistou novas regiões e contou com apoio de alguns nobres franceses. No ano de 1360, a França se viu obrigada a assinar o Tratado de Brétigny. Pelo documento, a Inglaterra oficializava o seu domínio sobre parte da França e recuperava alguns territórios inicialmente tomados pelos franceses. O surgimento da Peste Negra impôs uma pausa no conflito.
A ruína causada pela guerra provocou grandes problemas aos camponeses franceses. A falta de recursos, os pesados tributos e as fracas colheitas motivaram as chamadas jacqueries. Nesse instante, apesar dos episódios de violência contra a nobreza, os exércitos da França reorganizaram suas forças militares. Realizando a utilização de exércitos mercenários, o rei Carlos V conseguiu reaver uma parcela dos territórios perdidos para a Inglaterra.
Nas últimas décadas do século XIV, os conflitos tiveram uma pausa em virtude de uma série de revoltas internas que tomaram conta da Inglaterra. Apesar da falta de guerra, uma paz definitiva não havia sido protocolada entre os ingleses e franceses.
No ano de 1415, o rei britânico Henrique V retomou a guerra promovendo a recuperação da porção norte da França. Mais do que isso, através do Tratado de Troyes, o qual estabelecia o direito inglês à sucessão do trono francês, ele garantiu para si o direito de suceder a linhagem da monarquia francesa.
Joana D’Arc e a vitória francesa
Em 1422, a morte de Carlos VI da França e de Henrique V da Inglaterra fizeram com que o trono francês ficasse sob a regência da irmã de Carlos VI, então casada com o rei Henrique V da Inglaterra. Nesse meio tempo, os camponeses da França se mostraram extremamente insatisfeitos com a dominação estrangeira promovida pela Inglaterra. Foi nesse contexto de mobilização popular que a emblemática figura de Joana D’Arc apareceu.
Alegando ter sido designada por Deus para dar fim ao controle inglês, a camponesa Joana D'Arc mobilizou as tropas e populações locais. Aproveitando do momento, o rei Carlos VII mobilizou tropas e passou a engrossar e liderar os exércitos que mais uma vez se digladiaram contra a Inglaterra. Nesse instante, temendo o fortalecimento de uma liderança popular, os nobres franceses arquitetam a entrega de Joana D'Arc para os britânicos.
No ano de 1430, Joana D'Arc foi morta na fogueira sob a acusação de bruxaria. Mesmo com a entrega da heroína, em 1453 os franceses comandados por um novo rei, Carlos VII, e com exércitos mais organizado, conseguiram expulsar os ingleses da Normandia, da Guiana e da Gasconha. No mesmo ano foi assinado, um tratado de paz que encerrava a Guerra dos Cem Anos.
A guerra possibilitou aos franceses para se firmar o ideal de nação. Para a Inglaterra, ocasionou disputas internas para ocupar o trono da monarquia inglesa.




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