sábado, 19 de setembro de 2015

Revolução Farroupilha

Também chamada de Guerra dos Farrapos, a Revolução Farroupilha foi a guerra mais longa da América Latina,. Iniciou em 20 de setembro de 1835 e encerrou em 28 de fevereiro de 1845. Nestes 10 anos de conflito morreram entre 3 mil e 5 mil pessoas. A revolução influenciou demais  movimentos que ocorreram em outras províncias brasileiras como a Balaiada e a Cabanagem. Com caráter liberal e republicano, a elite rural da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, rebelou-se contra o governo imperial do Brasil. De início, a revolução não tinha caráter separatista, contudo acabou resultando na declaração de independência da província, dando origem à República Rio-Grandense. 

1. Antecedentes 

Os ideais iluministas da declaração de Independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa pairavam sobre a América. A monarquia brasileira era algo exótico no Novo Mundo. A América Espanhola se fragmentava nos ideais de liberdade de Simón Bolívar, José de San Martín e de Artigas, se tornando independente e republicana. Muitos oficiais gaúchos haviam lutado nas guerra do prata, e lá tiveram contato com instituições republicanas, e muitos voltaram defendendo este modelo político para o Brasil.
Situação política durante a Regência
A elite brasileira, às vésperas da eclosão da Revolução Farroupilha, a Regência comanda pelo padre Diogo Feijó, estava dividida politicamente em três grupos:
- Restauradores (caramurus): grupo formado por comerciantes e funcionários públicos  portugueses, ou filhos de portugueses. Defendiam o retorno de d. Pedro I  ao Brasil, a monarquia centralizada e eram contrários a qualquer reforma social ou econômica;
- Liberais Moderados (chimangos): grupo formado pela aristocracia rural. Defendiam a monarquia constitucional.
- Liberais Exaltados (farroupilhas): grupo formado pela classe média urbana e por setores rurais marginalizados pelo governo central. Defendiam a monarquia federativa, com a descentralização do poder e maior autonomia para as províncias. Alguns membros defendiam a instalação de uma república no Brasil.

Desprestígio político
Desde a chegada de d. João ao Brasil, em 1808, o Rio de Janeiro concentrara os recursos financeiros, e somente lá eram realizadas grandes obras públicas. Cabia a província de São Pedro apenas pagar impostos ao império.  Em 1821 o governo central passou a taxar as exportações da província de: charque (principal alimento dos escravos), trigo, erva-mate, couros, sebo e graxa. Para piorar a situação, o governo imperial aumentou as alíquotas de importação do sal (indispensável para a produção do charque) ao mesmo tempo que reduziu as taxas de importação do charque platino.


O Uruguai, desde sua independência em 1828, passou a restringir a entrada e saída de gado em suas fronteiras. O império também fechava o cerco contra o contrabando de gado. Os estancieiros Bento Gonçalves e Bento Manoel, possuidores de terras, tanto do lado brasileiro quanto uruguaio, também eram coronéis da Guarda Nacional, ficando imbuídos de fiscalizar a passagem de gado pelas fronteiras da província.
distância geográfica era outro item que atrapalhava as relações entre a corte e a província de São pedro. A elite regional gaúcha se auto definia como sendo a "estalagem do Império", ou seja: sendo apenas fornecedores de cavalos, alimentos e soldados durantes as guerras contra os países vizinhos, sem uma compensação pelos esforços. Nem mesmo os postos mais altos  exército eram ocupados pelos gaúchos, ficando claro o desprestígio do governo central, frente a elite local.

Ato Adicional de 1834
Em 1834, foi feito um Ato Adicional, que reformou a Constituição de 1824. Este ato, criou as Assembleias Legislativas Provinciais, dando certa autonomia para as províncias legislarem. Questões, que antes teriam que serem levadas até a corte do Rio de Janeiro, na Assembleia Geral, agora eram resolvidas pela província. 
Esta relativa autonomia não significou grandes ganhos, na província de São Pedro, frente as leis do governo central. Além do mais, o presidente da província, Antônio Rodrigues Fernandes Braga, uniu forças com quem apoiava o império, em vez de defender a posição dos gaúchos frente a corte imperial.
2. A Revolta Farroupilha

No ano de 1835 os ânimos políticos estavam exaltados. O descontentamento de estancieiros, industriais do charque e militares locais promoviam reuniões em casas de particulares, a fim de discutir a situação política e o futuro da província e do império. O  principal ponto das reuniões, era a troca do presidente da província, por outro que defendesse os interesses rio-grandenses. Em 18 de setembro de 1835, decidiu-se em uma reunião, que no dia 20 de Setembro de 1835 os farrapos tomariam militarmente Porto Alegre e destituiriam o presidente provincial Fernandes Braga.


Na madrugada do dia 20 de setembro, os rebeldes puseram e prática sua conspiração contra o Fernandes Braga. Liderados por Manoel Vieira da Rocha, o Cabo Rocha, 30 farroupilhas fizeram uma tocaia na ponte da Azenha.  
O comandante da guarda do palácio do governo, José Gordilho de Barbuda, o Visconde de Camamu, recebeu informação que haviam rebeldes acampados no entorno do centro de Porto Alegre. O Visconde, sai acompanhado por cerca de 20 soldados, para averiguar a situação. 

No encontro das tropas, ocorre a primeira batalha do que viria a ser Revolução Farroupilha. Um soldado morre e outros três ficam feridos. Os farrapos tomam os pontos estratégicos Porto Alegre. O presidente provincial, tenta resistir, mas seus soldados unem-se a causa rebelde. Fernandes Braga, percebendo que estava só, retira-se para Rio Grande, levando consigo todo o tesouro da província.  


No dia 21 de setembro, Bento Gonçalves chega a Porto Alegre, vindo de Pedras Brancas (atual Guaíba) e  empossa no cargo de presidente da província o vice, Marciano Ribeiro.  Praticamente todas as cidades, exceto Rio Pardo, São Gabriel e Rio Grande apoiam a substituição do presidente.

Em 13 de outubro de 1835, João da Silva Tavares (Joca Tavares), compadre de Bento Gonçalves, foi o único dos membros da Guarda Nacional a não aderir ao movimento. Continuou dando apoio incondicional ao império. No dia 13 de outubro de 1835, Joca tavares comandou uma resistência frente ao rebeldes na batalha do Arroio Grande, nas proximidades de Pelotas, derrotado, retira-se para suas terras no Uruguai. 
Após três meses, o governo imperial nomeou um novo presidente para a província de São Pedro, José de Araújo Ribeiro, mas este nome não agradou os farroupilhas, pois não aspirava confiança na defesa dos rio-grandenses. Os revoltosos, então decidiram, prorrogar o mandato de Marciano Ribeiro até 9 de dezembro. Araújo Ribeiro, então, decidiu ir para Rio Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel, que ocupava o cargo de comandante-das-armas pelos farroupilhas e sendo um dos líderes rebeldes, primo de Araújo Ribeiro decidiu apoiá-lo.

Bento Gonçalves então decidiu conciliar as duas partes. Convidou então Araújo Ribeiro para tomar posse em Porto Alegre, mas ele se recusou a ir em uma cidade toma por rebeldes. Com a ajuda de Bento Manoel, Araújo Ribeiro conseguiu apoio em torno de seu nome, de outros líderes militares farrapos, como Santos Loureiro e Manoel Luís Osório romperam  com os revolucionários e aderiram aos imperialistas.

No dia 3 de março de 1836, o governo ordena a transferência da capital de Porto Alegre para Rio Grande. Em abril de 1836, como represália, os farroupilhas prendem em Pelotas o conhecido major do exército imperial Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto Alegre e confinando-o no navio-prisão Presiganga, ancorado no Guaíba.

Araújo Ribeiro, iniciou o planejamento para retomar Porto Alegre das mãos dos rebeldes. Na noite de 15 de junho de 1836 e tenente Henrique Mosye, preso no 8º BC, em Porto Alegre, subornou a guarda e libertou 30 soldados. Este grupo tomou importantes pontos da cidade e libertou Marques de Souza e outros oficiais presos no Presiganga. Marciano Ribeiro foi preso e em seu lugar foi posto o marechal João de Deus Menna Barreto. Bento Gonçalves tentou reconquistar a cidade duas semanas após, mas foi batido. Entre 1836 e 1840 Porto Alegre sofreu 1.283 dias de sítio, mas nunca mais os farrapos conseguiriam tomá-la.

3. A proclamação da República Rio-Grandense

Joca Tavares retorna ao Brasil em 9 de setembro de 1836, vindo do Uruguai, marchando com seu exército pelo rio Jaguarão,  próximo a Bagé. A cidade é comandada pelo general Antônio de Souza Netto. Comerciante de gado, criador de cavalos de corrida, estabelecia relações comercias tanto no Uruguai quanto no Brasil, era capitão da Guarda nacional e  segundo homem mais respeitado do movimento farroupilha, atrás apenas de Bento Gonçalves.

O general Netto é informado que o inimigo está em seu território, e sai a sua procura. Ao encontro das tropas, no Arroio Seival, os farroupilhas impuseram uma violenta derrota ao coronel João da Silva Tavares, que inclusive sai ferido da batalha. O general Netto, empolgado pela grande vitória na Batalha do Seival, movido pelos ideais liberais e diante do impasse político em que o conflito havia chegado, proclamou da República Rio-Grandense diante de suas tropas em 11 de setembro de 1836. O movimento então, passava a ser separatista.

A cidade de Piratini, localizada entre Pelotas e Bagé, foi escolhida como capital da República Rio-grandense. Também foi convocadas eleições e o chefe farroupilha, Bento Gonçalves, seria o candidato único a presidência. Bento, que está acampado em Viamão, devido ao cerco a Porto Alegre, fica sabendo dos acontecimentos, e marcha até a campanha gaúcha.

Prisão de Bento Gonçalves

José Joaquim de Andrade Neves lidera as tropas imperais por terra, enquanto o mercenário inglês, contratado pelo império, John Pascoe Grenfell, lidera seus navios bem armados, ambos a procura por Bento Gonçalves. 

No  dia 3 de outubro de 1836, rio Jacuí as tropas de Bento são atacadas por terra por Andrade Neves e pela frota naval de Grenfell. Na batalha de Fanfa, com um exército de cerca de mil, os farrapos resistiram por um dia, rendendo-se no dia seguinte. O exército é praticamente dizimado e os líderes Bento Gonçalves, Onofre Pires, Pedro Boticário, Corte Real e Lívio Zambeccari foram presos.

Após de um período encarcerados no Presiganga, os rebeldes são transferidos para o Rio de Janeiro. Bento Gonçalves e Lívio Zambeccari são levados para a Fortaleza da Laje. Os demais para a Fortaleza Santa Cruz. Onofre Pires e Corte Real conseguem escapar da prisão. Temendo a fuga do principal líder, Bento Gonçalves é transferido para o Forte do Mar, na província da Baía de Todos os Santos .

O governo regencial ofereceu anistia aos demais farroupilhas, com a intenção de acabar a revolta. contudo, não lhes eram garantidos direitos constitucionais. General Netto,  preferiu continuar a revolta.

Organização da República Rio-Grandense

Enquanto seu líder estava fora, os farroupilhas iniciaram o processo de organizar o novo país. No dia 5 de novembro de 1836, a câmara municipal de Piratini oficializou a proclamação da República Rio-Grandense, confirmou Piratini como sua capital e convocação de uma eleição presidencial.


Mesmo preso, Bento Gonçalves foi o candidato a presidência, tendo como vice José Gomes de Vasconcelos Jardim, que assumiu a presidência na ausência de Bento. Vasconcelos Gomes Jardim pertencia ao mesmo grupo político que Bento. Foram criados seis ministérios: Interior, Fazenda, Justiça, Exterior, Guerra e Marinha. Para conciliar, a ala mais radical ficou com a maioria dos ministérios, exceto o Ministério da Fazenda, que também ficou com o grupo de Bento, ficou com a incumbência de cobrar impostos e taxas, além da administração das fazendas desapropriadas.


Após a divisão administrativa, inicio-se o processo de construção de símbolos que representassem a República Rio-Grandense. A bandeira decidi-se por adotar as cores da bandeira imperial do Brasil (verde e amarelo) com uma faixa vermelha, simbolizando o sangue derramado durante a revolução. O brasão das armas, recheado de símbolos maçons surgiu algum tempo depois.



A moeda utilizada na República, eram as do império, partidas ao meio, nas quais eram cunhadas um novo valor pelo Ministério da Fazenda. O Brasil era tratado como outro pais, e os brasileiros de outras províncias como estrangeiros. Para circular na república Rio- Grandense era necessário um passaporte fornecido pela República. O Hino Nacional Rio-Grandense  foi composto em 1838, e era tocado nas cerimônias oficiais.

Arsenal farroupilha


Os soldados farroupilhas, juntamente com seus oficiais, já estavam acostumados a guerrear. Uma vantagem do exército farroupilha, frente ao imperial, que praticamente todo o contingente era montado, uma média de quatro cavalos por soldado. Sobre cavalos, os soldados ganhavam agilidade  e carregavam tudo o que era necessário para sobreviver. A cavalaria era peça chave da guerra de guerrilha, contra as tropas regulares do império.


A cavalaria usava como principal arma a lança, sobretudo a choupa, com uma cruzeta triangular em forma de mai lua. A infantaria usava espingardas e carabinas. A artilharia contava com canhões e obuses, tomados das tropas imperiais. As espadas, adagas, punhais e garruchas eram parte do arsenal particular de cada soldado.

O exército farroupilha contava com um contingente de cavalariana, aramados de lanças, que tomavam a frente nas batalhas. Os Lanceiros Negros, como ficaram conhecidos, eram formados por escravos, das fazendas dos imperiais, que aderiam a causa revolucionária, em troca de liberdade ao fim da guerra. Durante a Revolução Farroupilha, não era pauta das discussões, acabar com o regime de escravidão depois do fim da guerra. O próprio Bento Gonçalves era proprietário de escravos e nunca os libertou.

A guerra continua
Em 1836, a guerra chega nas colônias alemãs da província de São Pedro. tanto imperais quanto farrapos disputam o apoio dos colonos. Muitos deles com experiencia militar nas guerras europeias contra Napoleão. Contudo, as ideias liberais eram mais atraentes, e muitos deles preferiram apoiar os rebeldes.

Após a prisão de Bento, o general Netto continuava guerreando na região da campanha. Após algumas derrotas em 1836, a situação muda, no início de 1837, devido a substituição de Araújo Ribeiro, que procurava conciliar a situação, oferecendo anistia aos rebeldes, pelo brigadeiro Antero Brito, na presidência na província de São Pedro. Com a destituição de Araújo Ribeiro, Bento Manoel volta lutar ao lado dos farroupilhas.

Antero Brito, acumulou as funções de presidente provincial e comandante militar. Chegou para por fim a revolta e tratar os adversários com rigor. Quem simpatizava com a causa farroupilha era perseguido. Funcionários públicos foram demitidos, pessoas eram presas, especialmente em Porto Alegre.

Tomada de Santa Catarina

Em janeiro de 1837, na cidade de Rio Pardo, a cavalaria imperial adere aos revolucionários farroupilhas por não aceitarem a nomeação de Antero Brito como presidente provincial. 

O mercenário italiano Giuseppe Garibaldi, que conheceu Bento Gonçalves na prisão do Rio de Janeiro, é contratado pelos farroupilhas e adere a causa revolucionária. A ele é dado o desafio de construir barcos para lutar contra as embarcações imperiais. Em Rio Pardo, na estância da irmã de Bento, d. Ana Gonçalves, Garibaldi inicia construção das embarcações. Foram construídas duas o Rio Pardo e o Independência em apenas dois meses, e, a partir delas, dominaram as águas da Lagoa dos Patos.

Em março de 1837, Antero manda prender Bento Manoel, apoiador do império, mas acusado de ser conivente com os rebeldes. Neste mesmo ano é fundado o jornal farroupilha O Povo.

Em abril de 1837, o general Netto, com seu exército de mil solados, toma o arsenal imperial, localizado na cidade de Caçapava, contendo muitas munições e armas, entre elas 14 canhões. No embate, muitos soldados imperiais aunem-se aos rebeldes. No final do mês os farroupilhas tomaram a cidade de Rio Pardo.

Os republicanos gaúchos inciaram o planejamento de levar a revolução até Santa Cataria. A intenção é ocupar Lages, local estratégico, para adquirir armas e munições.

Com as cidades de Rio Grande e São José dominadas pelos imperiais e sem o apoio de Montevidéu, a única forma de retirar os barcos da Lagoa dos Patos e levá-los até Tramandaí, seria por terra.  Pois o ocorre o translado, em meio a campos encharcados pela chuva, com sucesso. Os navios são colocados a mar aberto sob o comando de Garibaldi.

Por terra, no litoral, vai cavalaria comandada por Davi Canabarro. Juntos surpreendem o exército imperial que batem em retirada, deixando 14 navios mercantes, canhões, armas, munição e fardas militares que são incorporados ao exército farroupilha tomam o porto de Laguna.


O padre Diogo  Feijó  é  substituído na Regência por Pedro de Araújo Lima, em 18 de setembro de 1837. Por ser pernambucano estava mais preocupado com as revoltas nordestinas e os combates no sul diminuíram.

O ano de 1838 não trouxe grandes realizações para os revolucionários. Não conseguiram tomar Rio Grande e Porto Alegre, tendo apenas pequenas vitórias em ataques de guerrilhas.

Em 1839, a capital da república é transferida para Caçapava, por motivo de segurança. Em 29 de julho de 1839 é proclamada a República Juliana em Santa Catarina, contudo dura apenas quatros meses.

Os farroupilhas avançam ao norte da província, mas são parados por tropas imperais, em maior quantidade. Então, intensificam esforços no corso de navios imperiais, chegando até o porto de Santos, mas são perseguidos e retornam. Em 15 de novembro de 1839, um pesado ataque imperial expulsam os farrapos de Laguna.

Tomada de Caçapava

Em  março de 1840, Caçapava é invadida por tropas imperiais. Por estar em um ponto estratégico estava relativamente desprotegida militarmente. Os esforços militares se concentravam no cerco a Porto Alegre.

Na invasão o arsenal farroupilha é destruído. Documentos e equipamentos públicos são mandados para Alegrete.  Em abril é realizado a Batalha de Taquari, a maior da guerra. Em torno de 10 mil homens envolvidos e centenas de mortos e feridos, sem lado vencedor. Em junho os farroupilhas perdem definitivamente Caçapava para os imperiais, Bento Manoel escapa de morrer por pouco.

Em julho, Bento tenta tomar a cidade de São José, mas é mais uma vez derrotado. Se retira para Viamão e escreve ao presidente da província, falando em paz. Em novembro, tropas imperiais atacam Viamão em busca de Bento. das 12 batalhas travadas em 1840, 9 delas os imperiais saíram vencedores. Alegando não concordar com algumas promoções no exército, Bento Manoel troca novamente de lado, em janeiro de 1841, indo lutar ao lado dos imperiais.

Novo presidente da província

Em 1842 é nomeado como presidente da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, Luis Alves de Lima, o barão (e futuro duque de Caxias). Tendo Bento ao seu lado, passou a utilizar a mesma tática rebelde, a guerra de guerrilha com a cavalaria. Apesar das derrotas, os farroupilhas dominavam grande parte da província, especialmente na região da campanha. 





Disputas internas

Em 1842, foi instalado uma assembleia em alegrete, para formar a Constituição da República. Opositores de Bento o acusavam de ditador e ser conivente com a corrupção. Antônio Paulo Fontoura opositor de Bento é assassinado. Onofre Pires, antigo amigo de Bento, acusa-o de ser o mandante do crime. Bento o desafia para um duelo de espada, que ocorre dia 28 de fevereiro do 1843. Onofre é ferido  no braço, e morre dias depois vítima de infecção.

Os anos de 1843 e 1844 é marcado por sucessivas derrotas dos farroupilhas em batalhas e por intrigas internas. Em 1844 Bento inicia as negociações de paz, mas é retirado e Davi Canabarro dá prosseguimento as negociações.

Massacre de Porongos
Na madrugada de 14 de novembro de 1844, a tropa de Lanceiros Negros que estava acampada na curva do arroio Porongos e foi surpreendida por uma milícia imperial, e todos os guerreiros negros foram mortos. O mais intrigante é que na noite anterior, os soldados foram desarmados, por ordem de Davi Canabarro, o mesmo que estava negociando a paz.
Nas negociações o império não aceitava libertar os escravos que haviam lutado no exército farroupilha. Os líderes farrapos, por sua vez não parceiam muito preocupados em garantir o fim da escravidão, até porque eles mesmo eram donos de escravos.

A Paz de Ponche Verde


O ano de 1845 marca o fim a Revolução Farroupilha. A paz entre imperiais e republicanos foi assinada em 1º de Março de 1845 em Ponche Verde, e tinha como principais pontos:

-O Império assumia as dívidas do governo da República;
-Os farroupilhas escolheriam o novo presidente da província - Caxias;
-Os oficiais rio-grandenses seriam incorporados ao exército imperial nos mesmos postos, exceto os generais;
-Todos os processos da justiça republicana continuavam válidos;
-Todos os ex-escravos que lutaram no exército rio-grandense seriam declarados livres (mas muitos deles foram reescravizados depois);
-Todos os prisioneiros de guerra seriam devolvidos à província.
-O charque importado foi sobretaxado em 25%.


- I Reinado
- Período Regencial
- II Reinado

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