domingo, 27 de setembro de 2015

Os Bárbaros

Todos os que não tinham se romanizados, que não falavam Latim ou Grego, eram chamados de bárbaros pelos romanos. Essa denominação abrangia quem não se comportava como romano dentro ou fora das fronteiras do império. Os povos chamados de bárbaros, eram os que viviam fora das fronteiras do império.

1. Economia e sociedade bárbara
Sua economia era baseada na caça, na pesca e na agricultura rudimentar. Não tendo conhecimento das técnicas agrícolas, pois não sabiam reaproveitar o solo esgotado pelas plantações. A propriedade da terra era coletiva e quase todo trabalho era executado pelas mulheres. Os homens, quando não estavam caçando ou lutando, gastavam a maior parte de seu tempo bebendo ou dormindo.  Eram nômades ou viviam em meio as florestas. 
Socialmente eram divididos em clãs, os chefes das tribos ficavam com as melhores terras. estes chefes tribais dariam origem aos senhores feudais.
Quase que inexistia uma organização política elaborada. Eram povos sem administradores, cobradores de impostos e juízes nem tinham leis escritas. Em época de paz eram governados por uma assembleia de guerreiros, formada pelos homens da tribo em idade adulta. Essa assembleia não tinha poderes legislativos e suas funções se restringiam à interpretação dos costumes. Também decidia as questões de guerra e de paz ou se a tribo deveria migrar para outro local. Em época de guerra, a tribo era governada por uma instituição denominada comitatus. Era a reunião de guerreiros em torno de um líder militar, ao qual todos deviam total obediência. Esse líder era eleito e tomava o título de Herzog.
Em suas sociedades tribais, sem uma unidade política, os bárbaros seguiam leis que não eram escritas, mas apoiadas nos costumes, exemplo de lealdade com parentes, chefes e companheiros. A sociedade era patriarcal, o casamento monogâmico e o adultério severamente punido. Em algumas tribos proibia-se até o casamento das viúvas. O direito era consuetudinário, ou seja, baseava-se nos costumes.
A guerra era um elemento central na vida dos povos germânicos, por isso o chefe guerreiro era uma figura muito importante. As vitórias desses líderes nas guerras propinavam terras para a agricultura, garantindo a sobrevivência de todo o povo e o poder da aristocracia.
Inicialmente, os líderes guerreiros eram aclamados por uma assembleia, o comitatus. Os eleitos dirigiam o bando armado nas conquistas e, depois da vitória, dividiam o butim (espólio, saque) entre eles. Com o tempo, essa liderança passou a ser hereditária. Acreditava-se que o eleito descendia dos deuses ancestrais da tribo e era, portanto, uma figura sagrada.
Com a entrada dos germânicos nos territórios romanos, os líderes guerreiros passaram a dominar grandes extensões de terra e tornaram-se reis.
Eram politeístas, mas cada tribo tinha sua própria crença e seus próprios deuses. Cultuavam seus ancestrais e as forças da natureza. Os principais deuses eram: Odim, o protetor dos guerreiros; Thor, o deus do trovão; e Fréia, a deusa do amor. Acreditavam que somente os guerreiros mortos em combate iriam para o Valhala, uma espécie de paraíso. As Valquírias, mensageiras de Odin, visitavam os campos de batalha, levando os mortos. As pessoas que morriam de velhice ou doentes iriam para o reino de Hell, onde só havia trevas e muito frio.
Dentre os grupos bárbaros destacamos os: 
a) Germanos: de origem indo-européia, habitavam a Europa Ocidental. As principais nações germânicas eram: os vigiados, ostrogodos, vândalos, bretões, saxões, francos etc. Entre os povos bárbaros, os germanos foram os mais significativos para a formação da Europa Feudal.
b) Eslavos: provenientes da Europa Oriental e da Ásia, compreendiam os russos, tchecos, poloneses, sérvios, entre outros. 
c) Tártaro-mongóis: eram de origem asiática. Faziam parte deste grupo as tribos dos hunos, turcos, búlgaros, entre outros

2. As invasões bárbaras
Devido à expansão do Império, a partir do século I, os romanos mantinham contato pacífico com povos bárbaros, principalmente os germanos. Muitos desses povos migraram para o Império Romano e chegaram a ser utilizados no exército como mercenários. Porém, no século V, os germanos foram pressionados pelos hunos, que eram de origem asiática que além de violentos e abeis guerreiros eram ambiciosos e deslocaram-se em direção à Europa e atacaram os germanos, levando-os invadir o Império Romano, que enfraquecido pelas crises e guerras internas, não resistiu às invasões e decaiu. No antigo mundo romano nasceram vários reinos bárbaros: 
a) Reinos dos Visigodos: situado na península ibérica, era o mais antigo e extenso. Os visigodos ocupavam estrategicamente a ligação entre o Mar Mediterrâneo e o oceano Atlântico, que lhes permitia a supremacia comercial entre a Europa continental e insular. 
b) Reino dos Ostrogodos: localizam-se na península Itálica. Os ostrogodos se esforçaram para salvaguardar o patrimônio artístico-cultural de Roma. Restauraram vários monumentos, para manter viva a memória romana. Conservaram a organização político-administrativa imperial, o Senado, os funcionários públicos romanos e os militares godos. 
c) Reino do Vândalos: o povo vândalo atravessou a Europa e fixou-se no norte da África. Nesse reino houve perseguição aos cristãos, cujo resultado foi a migração em massa para outros reinos, provocando falta de trabalhadores, e uma diminuição da produção. 
d) Reino dos Suevos: surgiu a oeste da península Ibérica e os suevos viviam da pesca e da agricultura. No final do século VI, o reino foi absorvido pelos visigodos, que passaram a dominar toda península. 
e) Reino dos Borgúndios: os borgúndios migraram da Escandinava, dominaram o vale do Ródano até Avinhão, onde fundaram o seu reino. Em meados do século VI, os borgúndios foram dominados pelos francos. 
f) Reino do Anglo-Saxões: surgiu em 571, quando os saxões venceram os bretões e consolidaram-se na região da Bretanha.

As novas invasões
A decadência do Império Romano do Ocidente foi acelerada pela invasão de povos bárbaros.
No processo de invasão e formação dos reinos bárbaros, deu-se ao mesmo tempo, a "barbarização" das populações romanas e a "romanização" dos bárbaros. Na economia, a Europa adotou as práticas econômicas germânicas, voltada para a agricultura, onde o comércio era de pequena importância, se ruralizando. 
Apesar de dominadores, os bárbaros não tentaram destruir os resquícios da cultura romana; ao contrário, em vários aspectos assimilaram-na e revigoraram-na. Isso se deu, por exemplo, na organização política. Eles que tinham uma primitiva organização tribal, adotaram parcialmente a instituição monárquica, além de alguns mecanismos e normas de administração romana. Muitos povos bárbaros adotaram o latim com língua oficial. Os novos reinos converteram-se progressivamente ao catolicismo e aceitaram a autoridade da Igreja Católica, à cabeça da qual se encontrava o bispo de Roma. Com a ruptura da antiga unidade romana, a Igreja Católica tornou-se a única instituição universal europeia. Essa situação lhe deu uma posição invejável durante todo o medievalismo europeu.
Durante toda a Alta Idade Média, o território da Europa central foi alvo de outros povos, tantos migrantes pacíficos como guerreiros conquistadores. Desde o tempo de Carlos Martel, os sarracenos, efetuavam sucessivos ataques no litoral meridional da Europa e avançavam sobre as penínsulas Ibérico e Itálica.
Entre os séculos VIII e X, uma nova onda de invasões varreu a Europa: eram os vikings (normandos), vindos da Escandinávia, e os húngaros ou magiares, vindo do leste europeu (planície Húngara).
Com seus guerreiros a cavalo, os magiares pilhavam a região que hoje vai da Itália à Alemanha. Somente foram derrotados e cristianizados no final do século X. Os vikings fixaram-se ao norte do continente, nas atuais Rússia, Irlanda e Grã-Bretanha. Suas investidas eram muito rápidas: vinham em barcos pequenos e velozes pelos rios e pelo litoral, atacavam e saqueavam. Seu dinamismo e sua técnica de navegação os levaram, entre os séculos VIII e XI, para as regiões mais distantes, como a Islândia, Groenlândia e o norte da América.
Átila, o Huno

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