sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Guerra das Duas Rosas

A Guerra dos Cem Anos enfraqueceu a monarquia e a nobreza inglesa. Em 1455 estourou uma guerra civil entre duas famílias que pretendiam o trono: os York que traz no seu brasão uma rosa branca e os Lancaster cujo brasão tem uma rosa vermelha. Ficou conhecida como Guerra das Duas Rosas (1453-1485), devido as rosas serem os símbolos de seus brasões. Durante 30 anos, a Coroa britânica alterna-se entre as duas casas, o que provoca um enfraquecimento da nobreza.

Conflito
As duas famílias eram originárias da dinastia Plantageneta, que ocupou o trono inglês durante um longo período. Contudo, cada uma delas tinha um apoio distinto: os York eram apoiados pela nobreza, ligada a terra e ao sistema feudal; os Lancaster eram apoiados pela burguesia, ligada ao comercio.
A Inglaterra estava envolvida com a Guerra dos Cem Anos e passava por sérias dificuldades por conta das sucessivas vitórias francesas. Os senhores feudais ingleses, queriam compensar suas perdas de seus territórios na França.  Cabe lembrar que os York apoiaram a chegada de Henrique VI ao trono, mesmo não tendo a capacidade e habilidade necessárias para o cargo. 
Mesmo após o fracasso na guerra contra a França, Ricardo de York apoiou a permanência do rei Henrique VI no cargo, com o intuito de ocupar o trono após a sua morte. Entretanto, Henrique VI conseguiu conceber um herdeiro, o que poderia colocar em risco os planos de Ricardo de York.
Ricardo, que era o duque de York, e maior senhor feudal inglês e aspirante ao trono, se uniu a um grupo de barões que exigia o afastamento dos Lancaster da administração real. Henrique VI organizou um exército contra as forças de Ricardo de York. Em 1455, na batalha de Saint Albans, o exército de Ricardo de York conseguiu vencer o exército real e o rei Henrique VI, que acabou sendo feito prisioneiro de  Ricardo.
Logo após, Ludford Bridge, dos Lancaster, apoiando o rei, venceu os York, que se refugiaram na Irlanda. Ricardo de York reorganizou seu exército, e, em 1460, conseguiu mais uma vez vencer as tropas reais dos Lancaster durante as batalhas em Northampton. Ricardo estava prestes a conquistar a coroa inglesa, porém acabou morto na Batalha de Wakefield, juntamente com outros membros da casa real de Lancaster.
O barão de Wareick deu continuidade à guerra contra o rei, agora em prol do filho de Ricardo, Eduardo York. As tropas do barão marcharam até Londres, tomaram a cidade e proclamaram Eduardo IV como o novo rei da Inglaterra. Na batalha de Towton os exércitos dos Lancaster foram completamente destruídos, o que obrigou o rei Henrique VI a se refugiar na Escócia. 
A instabilidade política continuou durante o reinado do York Eduardo IV, vários desentendimentos entre os nobres que o apoiavam, enfraqueceu politicamente rei, ameaçando a sua permanência no trono. Em 1469, o barão de Wareick e o duque de Clarence romperam com Eduardo IV e apoiaram os Lancaster. Com este apoio, o rei Henrique VI conseguiu reassumir o trono britânico.
Em 1471, o rei deposto Eduardo, conseguiu recuperar o apoio do duque de Clarence, organizou um forte exército, onde saiu-se vitorioso na Batalha de Barnet, recuperando o trono britânico para os York. Para evitar uma ofensiva dos Lancaster, Eduardo mandou assassinar vários membros da família adversária entre eles o próprio Henrique VI com seu filho, futuro herdeiro do trono.
Durante doze anos a Inglaterra viveu certa estabilidade política. Em 1483 a disputa entre os York e os Lancaster reacendeu devido a morte de Eduardo IV. A coroa acabou ficando nas mãos de Ricardo III, tio mais novo de Eduardo IV, que assumiu o governo após o misterioso desaparecimento dos dois filhos do rei nas instalações da Torre de Londres.
Dinastia Tudor e a consiliação
Os Lancaster apoiaram Henrique Tudor, que era ligado aos Lancaster por parte mãe, ao trono inglês. Em 1485, Henrique Tudor saiu da Bretanha e invadiu a Inglaterra com um exército com mais de cinco mil soldados. O exército real dos York tinha contava com o dobro de soldados. Henrique Tudor, surpreendentemente, sai vencedor na Batalha de Bosworth Field, onde Ricardo III foi morto. Com isso, Henrique Tudor foi coroado como novo rei da Inglaterra, com o título de Henrique VII.
Para evitar um novo conflito entre as casas reais dos Lancaster e dos York, em 1485 Henrique VII casou-se com Isabel, herdeira dos York. O novo rei unia assim as duas famílias: sendo genro de Eduardo IV, da casa de York, e descendente dos Lancaster parte de mãe, iniciando a dinastia Tudor (1485-1603). Com isso a dinastia Tudor passou a ser representada com a sobreposição das duas rosas, o que indicava o fim do confronto.
Diante do empobrecimento do reino inglês e dos conflitos entre os nobres, a nobreza se enfraqueceu em poder e prestígio. Então, Henrique VII restaura a autoridade real, centralizando o poder em suas mãos e implanta o absolutismo monárquico na Inglaterra.
Henrique VII, investiu na reestruturação econômica do reino. Aumentou os impostos da nobreza, subsidiou a construção de uma frota naval, para desenvolver o comércio no continente. Uniu os interesses de nobres (cercamento dos campos) e burgueses (monopólio comercial) ingleses. Estabeleceu relações com a França, Escócia e Espanha. Henrique VII também formou uma aliança com o Sacro Império Romano, sob o reinado do imperador Maximiliano I (1493–1519) e convenceu o Papa Inocêncio VIII a editar a Bula da Excomunhão contra todos os pretendentes ao trono de Henrique VII.

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