quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O governo de Juscelino Kubitscheck (1956-1960)

O período Juscelino Kubitschek foi presidente da República ficou conhecido como “Anos Durados”, por acusa do crescimento econômico, da estabilidade política e do sentimento de otimismo que marcaram o seu governo, após o conturbado desfecho do governo Getúlio Vargas.

1. A eleição de JK
Com a morte de Getúlio, o vice-presidente, Café Filho assumiu a presidência da República. Enquanto isso, os partidos políticos já faziam suas campanhas para a eleição de outubro de 1955.
O panorama político da época apresentava a diversidade das lideranças no país para disputar as eleições presidenciais. Juscelino Kubistchek, do PSD, ex-governador de Minas Gerais, aliou-se ao PTB, tendo como vice-presidente João Goulart, moldou sua candidatura como um homem moderno, com grande capacidade de realizar mudanças e de implantar o progresso, deixando as diferenças políticas do passado para trás.
Durante a campanha política partidária Juscelino Kubitschek realizou duas principais promessas: a primeira era transferir a capital do Brasil para o Planalto Central (a construção de Brasília) e a segunda, anunciar o Plano de Metas que tinha como principal lema: fazer desenvolver o Brasil “50 anos em 5”, slogan tinha o desenvolvimentismo como modelo econômico.

Como naquele período, as eleições para presidente e vice eram em votações separadas, João Goulart recebeu mais votos que Juscelino, que se consolidou como o presidente mais votado naquela eleição, com 36% dos votos, contra o candidato Juarez Távora (UDN) 30%.  

Segunda tentativa de golpe militar

O suicídio de Getúlio Vargas em agosto de de 1954, evitou a primeira tentativa de Golpe Militar , que se concretizaria em 1º de abril de 1964. Um mês após as eleições, o presidente em exercício, café Filho, sofreu um ataque cardíaco e se afastou do cargo. Seguindo a Constituição, Carlos Luz, presidente da Câmara dos deputados, assumiu a presidência.
Ambos haviam sido contra a candidatura de Juscelino Kubistchek. A segunda tentativa do golpe militar estava sendo orquestrado por Carlos Luz, por integrantes da UDN e por militares, para impedir a posse do presidente, usando da desculpa que Juscelino Kubistchek não tinha conseguido maioria absoluta dos votos.
Diante desse quadro político, o ministro da Guerra, general Lott, depôs o presidente em exercício, Carlos Luz. O objetivo era evitar que setores descontentes dentro do próprio governo tramassem um golpe para evitar que o presidente e o vice eleitos tomassem posse. Esse episódio ocorreu em novembro de 1955 e ficou conhecido como golpe preventivo.
Após o golpe, assumiu a presidência Nereu ramos, vice-presidente do Senado, que ficou no governo até a posse oficial de Juscelino Kubistchek, em janeiro de 1956.

2. O governo JK

No governo de JK, foi dado continuidade ao processo de industrialização iniciado por Getúlio Vargas além da transferência da capital federal para o centro do país

O Desenvolvimento acelerado
O slogan da campanha de Juscelino Kubistchek era “Cinquenta anos em cinco”, na qual o então candidato prometia que em apenas cinco anos de governo traria cinquenta anos de modernização para o Brasil.
Assim que assumiu a presidência, Juscelino Kubistchek lançou o Plano de Metas, estabelecendo como objetivos o aumento da produção dos setores de energia, das indústrias de base, da produção de alimentos; melhorias nos setores de transporte e educação; construção da nova capital federal. Tratava-se de um plano de desenvolvimento econômico em setores-chaves da economia. Um dos maiores êxitos do Plano de Metas foi a aceleração do crescimento da indústria automobilista.
Para cumprir a promessa de campanha, JK optou por uma política econômica baseada no desenvolvimento industrial. Para isso, o presidente contou com financiamento do Estado e de capitais privados nacionais e estrangeiros. Essa combinação, denominada nacional-desenvolvimentismo, era parte da estratégia de governo para incrementar a industrialização e ampliar a infraestrutura no país.

Multinacionais e desigualdade social
Durante seu governo, JK incentivou empresas multinacionais a se instalarem no Brasil. Dessa forma, diversas montadoras de automóveis se estabeleceram em São Paulo, na região do ABC (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul). Estima-se que em 1960 essas indústrias fossem responsáveis por quase 80% dos automóveis produzidos no Brasil.
Apesar do acelerado crescimento econômico, a desigualdade social no país permanecia grande. A inflação e a dívida externa aumentaram. Por esses motivos, vários segmentos sociais se opuseram ao governo JK. Os movimentos sociais, como as Ligas Camponesas, reivindicavam a reforma agrária. Os nacionalistas questionavam os acordos feitos com o FMI e os empréstimos, que faziam crescer a dívida externa brasileira, refletindo-se no aumento da inflação.
Contudo, o governo de JK estava mais voltado para o incentivo à indústria automobilística do que para as carências e necessidades da população. Para se ter uma idéia, o investimento para o transporte, sistema ferroviário, pavimentação de rodovias, etc., representava 28% do investimento total do governo no país; o investimento no setor energético, para aumentar a produção de energia, fora de 48%. Já na Educação, o governo JK investiu somente 2,8%, para a manutenção e ampliação do ensino público; no setor da Alimentação, o investimento total do governo foi de 3,6%.

3. Brasília: síntese do progresso
A construção de uma nova capital já estava prevista desde a constituição de 1891. Brasília significava a síntese do Plano de Metas de Juscelino Kubistchek, e em setembro de 1956 ele conseguiu a aprovação no Congresso para construí-la.
O local escolhido para erguer a nova capital do Brasil foi o centro geográfico do país, uma área do estado de Goiás que passou a constituir o Distrito Federal. A sede do governo federal foi assim transferida do litoral para o interior do Brasil.
Juscelino Kubistchek defendia que a nova capital permitiria a ocupação e o desenvolvimento de dois terços de nosso território, até então “espaços vazios”. De fato, o deslocamento da capital fez com que ocorresse um considerável aumento demográfico na região. Muitos dos seus operários eram migrantes nordestinos.
Brasília foi teve sua inauguração como nova capital federal, em 21 de abril de 1960.

Uma cidade planejada
O projeto de Brasília é de autoria do urbanista Lúcio Costa e as principais edificações foram criadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Vista do alto, planta baixa da cidade assemelha-se a um avião. Em suas assas ficam as áreas comerciais e residenciais, e no que seria a fuselagem ficam os prédios públicos, os bancos e os espaços culturais. Na “cabine” localiza-se a Praça do Três Poderes.
Em 1987, pelo seu conjunto patrimonial, Brasília recebeu da Unesco, a Organização das nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Um comentário: