O governo de Juscelino Kubitscheck (1956-1960)
O período Juscelino Kubitschek foi presidente da
República ficou conhecido como “Anos Durados”, por acusa do crescimento
econômico, da estabilidade política e do sentimento de otimismo que marcaram o
seu governo, após o conturbado desfecho do governo Getúlio Vargas.
1. A eleição de JK
Com a morte de Getúlio, o vice-presidente, Café Filho
assumiu a presidência da República. Enquanto isso, os partidos políticos já
faziam suas campanhas para a eleição de outubro de 1955.
O panorama político da época apresentava a diversidade
das lideranças no país para disputar as eleições presidenciais. Juscelino
Kubistchek, do PSD, ex-governador de Minas Gerais, aliou-se ao PTB, tendo como vice-presidente João Goulart, moldou sua candidatura como um homem moderno, com grande capacidade
de realizar mudanças e de implantar o progresso, deixando as diferenças
políticas do passado para trás.
Durante a campanha política partidária Juscelino
Kubitschek realizou duas principais promessas: a primeira era transferir a
capital do Brasil para o Planalto Central (a construção de Brasília) e a
segunda, anunciar o Plano de Metas que tinha como principal lema: fazer desenvolver o Brasil “50 anos em 5”, slogan tinha o
desenvolvimentismo como modelo econômico.
Como naquele período, as eleições para presidente e
vice eram em votações separadas, João Goulart recebeu mais votos que Juscelino,
que se consolidou como o presidente mais votado naquela eleição, com 36% dos
votos, contra o candidato Juarez Távora (UDN) 30%.
Segunda tentativa de golpe militar
O suicídio de Getúlio Vargas em agosto de de 1954, evitou a primeira tentativa de Golpe Militar , que se concretizaria em 1º de abril de 1964. Um mês após as eleições, o presidente em exercício,
café Filho, sofreu um ataque cardíaco e se afastou do cargo. Seguindo a
Constituição, Carlos Luz, presidente da Câmara dos deputados, assumiu a
presidência.
Ambos haviam sido contra a candidatura de Juscelino
Kubistchek. A segunda tentativa do golpe militar estava sendo orquestrado por
Carlos Luz, por integrantes da UDN e por militares, para impedir a posse do
presidente, usando da desculpa que Juscelino Kubistchek não tinha conseguido
maioria absoluta dos votos.
Diante desse quadro político, o ministro da Guerra,
general Lott, depôs o presidente em exercício, Carlos Luz. O objetivo era
evitar que setores descontentes dentro do próprio governo tramassem um golpe
para evitar que o presidente e o vice eleitos tomassem posse. Esse episódio
ocorreu em novembro de 1955 e ficou conhecido como golpe preventivo.
Após o golpe, assumiu a presidência Nereu ramos,
vice-presidente do Senado, que ficou no governo até a posse oficial de
Juscelino Kubistchek, em janeiro de 1956.
2. O governo JK
No governo de JK, foi dado continuidade ao processo de
industrialização iniciado por Getúlio Vargas além da transferência da capital
federal para o centro do país
O Desenvolvimento acelerado
O slogan da campanha de Juscelino Kubistchek era
“Cinquenta anos em cinco”, na qual o então candidato prometia que em apenas
cinco anos de governo traria cinquenta anos de modernização para o Brasil.
Assim que assumiu a presidência, Juscelino Kubistchek
lançou o Plano de Metas, estabelecendo como objetivos o aumento da produção dos
setores de energia, das indústrias de base, da produção de alimentos; melhorias
nos setores de transporte e educação; construção da nova capital federal.
Tratava-se de um plano de desenvolvimento econômico em setores-chaves da
economia. Um dos maiores êxitos do Plano de Metas foi a aceleração do
crescimento da indústria automobilista.
Para cumprir a promessa de campanha, JK optou por uma
política econômica baseada no desenvolvimento industrial. Para isso, o
presidente contou com financiamento do Estado e de capitais privados nacionais
e estrangeiros. Essa combinação, denominada nacional-desenvolvimentismo, era
parte da estratégia de governo para incrementar a industrialização e ampliar a
infraestrutura no país.
Multinacionais e desigualdade social
Durante seu governo, JK incentivou empresas
multinacionais a se instalarem no Brasil. Dessa forma, diversas montadoras de
automóveis se estabeleceram em São Paulo, na região do ABC (Santo André, São
Bernardo do Campo e São Caetano do Sul). Estima-se que em 1960 essas indústrias
fossem responsáveis por quase 80% dos automóveis produzidos no Brasil.
Apesar do acelerado crescimento econômico, a
desigualdade social no país permanecia grande. A inflação e a dívida externa
aumentaram. Por esses motivos, vários segmentos sociais se opuseram ao governo
JK. Os movimentos sociais, como as Ligas Camponesas, reivindicavam a reforma
agrária. Os nacionalistas questionavam os acordos feitos com o FMI e os empréstimos,
que faziam crescer a dívida externa brasileira, refletindo-se no aumento da
inflação.
Contudo, o governo de JK estava mais voltado para o
incentivo à indústria automobilística do que para as carências e necessidades
da população. Para se ter uma idéia, o investimento para o transporte, sistema
ferroviário, pavimentação de rodovias, etc., representava 28% do investimento
total do governo no país; o investimento no setor energético, para aumentar a
produção de energia, fora de 48%. Já na Educação, o governo JK investiu somente
2,8%, para a manutenção e ampliação do ensino público; no setor da Alimentação,
o investimento total do governo foi de 3,6%.
3. Brasília: síntese do progresso
A construção de uma nova capital já estava prevista
desde a constituição de 1891. Brasília significava a síntese do Plano de Metas
de Juscelino Kubistchek, e em setembro de 1956 ele conseguiu a aprovação no
Congresso para construí-la.
O local escolhido para erguer a nova capital do Brasil
foi o centro geográfico do país, uma área do estado de Goiás que passou a
constituir o Distrito Federal. A sede do governo federal foi assim transferida
do litoral para o interior do Brasil.
Juscelino Kubistchek defendia que a nova capital
permitiria a ocupação e o desenvolvimento de dois terços de nosso território,
até então “espaços vazios”. De fato, o deslocamento da capital fez com que
ocorresse um considerável aumento demográfico na região. Muitos dos seus
operários eram migrantes nordestinos.
Brasília foi teve sua inauguração como nova capital
federal, em 21 de abril de 1960.
Uma cidade planejada
O projeto de Brasília é de autoria do urbanista Lúcio Costa e as principais edificações foram criadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Vista do alto, planta baixa da cidade assemelha-se a um avião. Em suas assas ficam as áreas comerciais e residenciais, e no que seria a fuselagem ficam os prédios públicos, os bancos e os espaços culturais. Na “cabine” localiza-se a Praça do Três Poderes.
Em 1987, pelo seu conjunto patrimonial, Brasília recebeu da Unesco, a Organização das nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.
Muito bom
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